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Últimas opiniões enviadas

  • Vitor Rodrigo Donofrio Arruda

    Achei o filme muito bonito, original e cativante. A Dreamworks tem artistas de muito talento, só que às vezes um pouco presos a roteiros de humor histérico. Temos aqui um filme muito equilibrado, que diverte os adultos sem esquecer dos pequenos. Show de bola!

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  • Vitor Rodrigo Donofrio Arruda

    De fato, o filme trata de temas delicados, numa época em que as pessoas ainda tinham em mente um Cristo romântico, super de boa com a “tarefa” dada por Deus. A maioria dos filmes bíblicos do século passado o caracterizava assim. O Jesus de Scorsese é, em contrapartida, um sujeito em conflito, descobrindo a vontade de Deus aos poucos. Nikos Kazantzakis, autor do livro que origina o filme, interessa-se pela dualidade desse homem, no epicentro da batalha “carne versus espírito”. Jesus Cristo sofre como um homem comum em todas as instâncias, e seu inevitável sacrifício causa-lhe aflição e medo.

    Não estamos falando de um Cristo bíblico, mas de um Cristo personagem. É preciso fazer essa distinção para não entender a obra como uma provocação barata, uma heresia. É injusto interpretá-la dessa maneira. Algumas pessoas talvez fiquem chocadas, mas sim, esse filme trata de um suposto relacionamento entre Jesus e Maria Madalena e também propõe uma parceria entre Cristo e Judas, que trairia o Mestre a pedido do mesmo. Claro, essas ideias não nos parecem mais tão estranhas, mas lembre-se que o filme é de 1989, muito antes de Dan Brown ficar milionário.

    A relação mais importante mostrada no filme é entre Cristo e Judas, visivelmente seu discípulo mais querido. Harvey Keitel faz de Judas Iscariotes um justiceiro, alguém que questiona Jesus e seus métodos pacíficos. Para ele, a revolução de amor pretendida pelo Messias só poderia existir caso houvesse uma revolução armada antes. Judas, a contragosto, faz a vontade do Mestre. Num ponto decisivo, uma conversa entre os dois se torna o momento mais bonito do filme, em minha opinião.

    Tudo é simples e a precariedade da produção é bastante evidente. É notável, contudo, o esmero e a garra do diretor em contar sua história de forma digna, nos truques simples de câmera ou na inspirada – e inusitada – trilha sonora de Peter Gabriel. A metragem é um desafio, ainda mais quando o computador esquenta sua barriga (estava calor, lembra?). Mas é uma obra de arte. Daquelas que provocam o espírito, que nos fazem especular as coisas sob uma ótica diferente.

    Posso entender os motivos da polêmica, mas acho, de verdade, que não a justificam. Temos aqui uma história sobre Jesus Cristo que foge dos parâmetros seguros que todo mundo havia abordado até então. Tanto Kazantzakis quanto Scorsese tiveram a ousadia de entrar na cabeça e no coração do rabi enquanto homem. Ele tinha medo? Fome? Sono? Sentia-se só? Como via as pessoas? Como era ser o Messias? Era bom? Era ruim? Ele teve certeza disso o tempo todo? Será que não quis ser normal?

    Ao ser questionado se estava arrependido de ter feito o filme, Martin Scorsese (que é católico) disse que não. Mas que se sentia triste pelo fato de a polêmica ofuscar todo o teor da obra, de não ter gerado o debate que o assunto merecia. Tanto o Jesus do filme quanto o bíblico remetem a uma figura muito mais emblemática do que a representação artística convencional sempre sugeriu. Se me perguntarem, é o filme sobre esse assunto que mais me fez refletir. Mais até do que “A Paixão de Cristo”, do Mel Gibson, que eu considero uma obra puramente visual. Às vezes penso que o filme de Gibson me chocou pela penúria incessante mostrada na tela, e não pelo que o sacrifício daquele homem na tela representava. O filme parece perder o impacto cada vez que assisto. Já em “A última tentação…” constato um Jesus mais humano, e como tal, alguém também passível de aprender com a vida, alguém realmente tentado pelo mal, todo o tempo.

    Há quem consiga separar as coisas e entender que uma obra ficcional não precisa, necessariamente, seguir à risca suas fontes. Cristo já foi representado de diversas formas, em praticamente todas as culturas. Essa é apenas mais uma. Causa estranhamento, é claro, pois foge dos valores aos quais somos fiéis. Mas é um exercício de distanciamento, de apreciação, de diferenciação. A vida de Jesus Cristo é um assunto espinhoso e sempre será, pois tratamos de alguém inignorável (acho que inventei essa palavra), cuja história será lembrada e relembrada, quer se acredite nela, quer não.

    Este filme me fez enxergar Cristo como alguém real, que passou por todas as dificuldades possíveis, mas não se entregou. Lutou até o fim e esteve disposto a morrer quando a hora chegou. Nesse sentido, acho que valeu a pena a realização do filme, mesmo em meio a tantas dificuldades, tantas pedras. Acredito que o tempo fará justiça à obra e espero que faça. Muitas vezes, visões diferentes reforçam aquilo em que acreditamos, pois nos forçam a buscar novos argumentos, cavar mais fundo, entender a oposição antes de rechaçá-la. Aos corajosos, desejo boa sorte.

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  • Vitor Rodrigo Donofrio Arruda

    Apesar de não saber o que esperar, baseado nas críticas positivas que li, imaginei que o filme entregaria um pouco mais do que o clichê que inevitavelmente paira sobre a cabeça: menino-tigre-briga-amizade-sacrifício-lágrimas. Não nego que haja tudo isso, mas é aí que a história fica interessante… Nosso protagonista é um contador de histórias dos mais argutos, fazendo com que creiamos nele, apesar de haver algumas pistas indicando que não deveríamos. Ele é carismático, um Forrest Gump indiano, com a diferença de termos um personagem extremamente inteligente. Bem antes do naufrágio Pi cativa o público, e seus três intérpretes ao longo do filme são atores de muito talento.

    O título em português, que talvez o Peixe Babel soubesse justificar, dá uma noção errada do que vem pela frente. O termo “aventuras” gera a expectativa de ação, de movimento. O título original, “Vida de Pi”, é muito mais fiel ao tom reflexivo da obra. E olha que há ótimas cenas de ação! Aliás, não dá para não falar sobre o espetáculo visual que o filme oferece. Mas isso é secundário. Sua força reside na visão de mundo mostrada por Pi. Por isso o título original é muito melhor… não por acaso, “Vida de Pi” é uma ode à vida. Aos poucos a situação crítica do personagem, sozinho no meio mar com um animal selvagem, passa a nos afetar. O protagonista trava uma luta desesperada pela sobrevivência, e a aflição transmitida deixa claro que não estamos vivendo apenas uma “aventura”.

    Ficamos comovidos por um menino estar sozinho com um tigre num barco no meio do Pacífico porque, de alguma forma, isso reflete a vida real. Reflete o momento tão íntimo de cada ser humano em que a solidão chega a ser enlouquecedora. Mesmo cercados por um “mar” de gente. A forma como Pi encara essa situação de desespero remete a algo que é intrínseco ao ser humano, mas parece estar sendo cada vez mais esquecido: fé. Cada célula de nosso corpo parece programada para resistir até o fim, custe o que custar. Porque nossa alma não deveria fazer o mesmo?

    O filme passa longe de ser um panfleto religioso, mas sabemos desde o início, e isso são palavras do próprio personagem, anos depois de seu perrengue, que o que o manteve salvo foi sua fé. Muitos podem bater o pé, mas certamente não viveram o que ele viveu… O que fazer quando a razão explica só o que nos é externo? Como reagir ao compreender que, acreditando ou não num Ser supremo, não temos o menor controle do segundo vindouro?

    O clímax da história é introspectivo, mas ressoa belamente como experiência coletiva. Fiquei muito feliz por ver os desconhecidos ao meu lado tão emocionados.

    Num ano em que só tivemos continuações, mais do mesmo, “As aventuras de Pi” triunfa como uma grande surpresa, um lembrete do que uma experiência cinematográfica pode proporcionar. A história passada na tela me emociona porque muito me representa. No fim das contas, a vida vale a pena, com seus sabores e dissabores. Não precisei estar num barco com um tigre no meio do Pacífico para me sentir só, tampouco precisei que uma baleia acabasse com meu suprimento de comida para perceber que certas situações não tinham solução. Mas, ah… vou eu brigar com o mar? Deixa ele levar. Um dia a gente atraca numa ilha com comida e água doce.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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