É engraçado como vejo muitos jovens falando que o filme é chato e cansativo, e pessoas mais velhas entendendo como é difícil a dor da perda. E é fantástico em como essa recepção do público traduz a intenção do filme.
Trata-se de um filme sobre perda, dores, não-superação. E quem é novo, salvo exceções, não entende sobre isso. O Patrick não consegue compreender o porquê do tio não ficar na cidade. É um personagem jovem, que mesmo com a morte do pai, ri, tropeça em casa de bonecas, tem duas namoradas, e toma sorvete depois do enterro.
O plot acontece exatamente na metade do filme. O corte seco que nos revela a casa pegando fogo é de doer o coração. Antes de qualquer fala, você já sabe o que aconteceu. É de arrepiar. Na verdade, é de chorar, porque é impossível não ter empatia pelo Lee e pela Randi. QUE CENA. QUE CENA. Essa foi a minha reação. É o tipo de cena que você tem que pausar o filme. Respirar. Se acalmar. Soltar um "puta que pariu, olha a dor que esse cara vai sentir pelo resto da vida". E ele realmente sente.
Esse tipo de filme não têm clichês, porque não se trata de superação, mas sim de entender que coisas ruins podem acontecer na vida. Temos todo o direito de não ser as pessoas mais fortes do mundo, que superam tudo. Na verdade, não superar, não nos torna pior do que ninguém, e a maneira como lidamos com as nossas memórias, dizem respeito somente a nós mesmos.
Tenho a dizer três palavras sobre esse filme: trilha sonora e fotografia.
A luz é aproveitada de uma maneira perfeita, diversas vezes a tomada da câmera faz com que a gente se sinta presente na cena, como se fizesse parte daquele cenário. Na cena do elevador, no quarto de hotel e principalmente quando o protagonista está dentro do carro. Notem como a câmera se posiciona no banco do carona. A intenção é justamente essa, fazer com que nos sintamos parte de uma trama que pode acontecer com qualquer um, não pelo lado violento e das mortes, mas de repente na sua rotina pode surgir uma questão, que leve a outros problemas e quando você menos espera, está enrascado numa situação que você nem queria estar.
Assistam de fone, numa tela grande, e não se arrependerão. Faço a ressalva que não se trata de um grande clássico, mas sem dúvidas é um bom filme.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraÉ engraçado como vejo muitos jovens falando que o filme é chato e cansativo, e pessoas mais velhas entendendo como é difícil a dor da perda. E é fantástico em como essa recepção do público traduz a intenção do filme.
Trata-se de um filme sobre perda, dores, não-superação. E quem é novo, salvo exceções, não entende sobre isso. O Patrick não consegue compreender o porquê do tio não ficar na cidade. É um personagem jovem, que mesmo com a morte do pai, ri, tropeça em casa de bonecas, tem duas namoradas, e toma sorvete depois do enterro.
O plot acontece exatamente na metade do filme. O corte seco que nos revela a casa pegando fogo é de doer o coração. Antes de qualquer fala, você já sabe o que aconteceu. É de arrepiar. Na verdade, é de chorar, porque é impossível não ter empatia pelo Lee e pela Randi. QUE CENA. QUE CENA. Essa foi a minha reação. É o tipo de cena que você tem que pausar o filme. Respirar. Se acalmar. Soltar um "puta que pariu, olha a dor que esse cara vai sentir pelo resto da vida". E ele realmente sente.
Esse tipo de filme não têm clichês, porque não se trata de superação, mas sim de entender que coisas ruins podem acontecer na vida. Temos todo o direito de não ser as pessoas mais fortes do mundo, que superam tudo. Na verdade, não superar, não nos torna pior do que ninguém, e a maneira como lidamos com as nossas memórias, dizem respeito somente a nós mesmos.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraTenho a dizer três palavras sobre esse filme: trilha sonora e fotografia.
A luz é aproveitada de uma maneira perfeita, diversas vezes a tomada da câmera faz com que a gente se sinta presente na cena, como se fizesse parte daquele cenário. Na cena do elevador, no quarto de hotel e principalmente quando o protagonista está dentro do carro. Notem como a câmera se posiciona no banco do carona. A intenção é justamente essa, fazer com que nos sintamos parte de uma trama que pode acontecer com qualquer um, não pelo lado violento e das mortes, mas de repente na sua rotina pode surgir uma questão, que leve a outros problemas e quando você menos espera, está enrascado numa situação que você nem queria estar.
Assistam de fone, numa tela grande, e não se arrependerão. Faço a ressalva que não se trata de um grande clássico, mas sem dúvidas é um bom filme.
Ele Está de Volta
3.8 681Bolsonaro