Interessante como a fotografia (e a sua quebra de padrões) de Ida transmitem tantas coisas. Por vezes um deslocamento, um desconforto e outra uma sacralidade, me pergunto se é convenção do filme como um todo ou das personagens em si.
O filme consegue trazer uma subjetividade tão grande que o que poderia ser uma mera referência cinematográfica (a cena em que ela dança maniac), se torna tão maior e mais significativo que parece que naquele momento estamos assistindo a realidade de fato. Ai nem sei explicar. Mas gostei dessa permanência (que ironia) que ele deixa na gente.
Fiquei me perguntando da metade do filme em diante qual a relação do tema com o enredo que se desenrolava, quando percebi que o filme tem uma coesão muito interessante. Em certa parte tem uma sequência longa mostrando apenas um dos personagens, o que me fez remeter a outra cena, em que é dito que o que mais importa é a percepção de quem vê, aí é que onde está a relação do artista com o público. Foi quando entendi o que ele quis dizer, achei muito boa essa jogada. Além do mais os diálogos são excelentes. Uma ótima obra.
Acho que o que pecou no filme foi o fato de ele ser extremamente numérico (há poucos diálogos e 70% deles são dados técnicos e/ou numéricos), coisa que talvez caracterizasse o modelo da sociedade-máquina dessa distopia, mas que deixou muito cansativo pra quem assiste. No entanto, porém, o filme carrega a visão futurista de quem temia o poder de substituição da realidade pela tecnologia no século passado e que ainda perpetua atualmente. Bom filme.
O que mais me intrigou foi o personagem principal que se trata de um dublê e que, ironicamente, se posiciona dessa forma em todos os aspectos da sua vida. Só pra começar, ele não tem nome. É alguém que permanece à margem dos acontecimentos, participando como um duplo e não levando os créditos.
Sem nome, sem ser protagonista dos crimes, ele é o cara que substitui a figura masculina quando o verdadeiro pai e amante não está, e ainda sim, ao final, não se insere no papel principal quando tem a chance.
Esse é, com certeza, um filme muito muito sutil. Chega a um ponto em que você pensa que começou a entender, mas logo algo te coloca na dúvida. É um filme de inícios sem fim. Precisei procurar críticas para compreender melhor, e fiquei feliz de que algumas coisas eu consegui captar. Ainda sim, acho que o problema do filme não foi a "lentidão" que muitos dizem (é um cotidiano, e sempre há algo maior coberto por ele no filme), mas a demora para a transição do real nele. Ela começa muito pequena e gradativa e só vai se afirmar na segunda metade do filme, o que talvez tenha tirado o interesse de muitas pessoas ao assistir. Porém, não acho isso um erro já que se valida com o propósito final do filme e sua forma sutil de demonstrar as realidades fixas do Brasil. O momento em que o passado e o presente (quem sabe o futuro) se juntam de formas semelhantes na essência, mas em outro contexto, é quando a coisa se encaixa. É um simbolismo de entrelinhas. No fim, acho que essa obra vai deixar um gosto amargo de quem assistiu e se propôs a perceber a sutilidade presente nele. Muito interessante mesmo.
É muito legal notar o link entre os dois filmes. Enquanto o primeiro era algo mais "pense e depois questione", esse segunda é permeado pela dúvida lançada numa das cenas finais do anterior, a de se viver como se acredita. É muito interessante como depois de anos a essência continua, embora algumas coisas mudem. E as referências!! A cena de goodbye horses é genial. Um filme que com certeza faz seu elogio ao cinema e ainda despreza os padrões sem sentido da sociedade. E pra finalizar, eles de volta ao quick stop e a fotografia se tornando preto e branca é emocionante. Achei uma ótima continuação!
O que eu percebi desse filme é que é tudo muito, muito sutil. As emoções não estão presentes nos personagens mas sim entre eles, nas entrelinhas. Interessante.
"E é isso que me torna livre. Eu posso fazer tudo o que eu quiser, sem sempre me preocupar com os resultados. Tudo é possível. É noite no Planeta Terra e eu estou vivo! E um dia eu estarei morto, e um dia eu serei só ossos em uma caixa mas agora eu não estou e tudo é possível. E por isso eu vou para Nova York com Sooz, porque é o momento de fazer isso. Sem falhas, sem erros. Basta ir lá e viver lá... E o que acontecer aconteceu! Então agora eu ficarei pelado... E eu não tenho medo. Eu não preciso de dinheiro, cara! Não preciso nem mesmo de um futuro! Poderia quebrar todos os meus dentes com um martelo, e daí? Poderia arrancar os meus olhos! E ainda estar vivo! Pelo menos eu saberia por dois ou três segundos que eu estou fazendo algo real. É apenas o medo e eu não estou mais com medo, cara! Que se foda! Que se foda o medo."
Como Criar o Garoto Perfeito
2.6 28 Assista Agorano sense pra caralho hahaha
Ida
3.7 439Interessante como a fotografia (e a sua quebra de padrões) de Ida transmitem tantas coisas. Por vezes um deslocamento, um desconforto e outra uma sacralidade, me pergunto se é convenção do filme como um todo ou das personagens em si.
Estação Liberdade
2.7 15Vai passar no canal brasil amanhã (03/03) às 22h.
O Lobo Atrás da Porta
4.0 1,3K Assista AgoraMais perturbador que o filme é o som de cigarras nos créditos, dando a sensação de uma cena em off acontecendo...
O Abismo Prateado
3.3 214 Assista AgoraO filme consegue trazer uma subjetividade tão grande que o que poderia ser uma mera referência cinematográfica (a cena em que ela dança maniac), se torna tão maior e mais significativo que parece que naquele momento estamos assistindo a realidade de fato. Ai nem sei explicar. Mas gostei dessa permanência (que ironia) que ele deixa na gente.
Santiago
4.1 134Algumas pessoa são feitas de janelas.
Loucas Pra Casar
3.0 868 Assista AgoraUma boa surpresa.
Através de um Espelho
4.3 249"Papai, é horrível ver sua própria confusão e não entendê-la."
Cópia Fiel
3.9 452 Assista AgoraFiquei me perguntando da metade do filme em diante qual a relação do tema com o enredo que se desenrolava, quando percebi que o filme tem uma coesão muito interessante. Em certa parte tem uma sequência longa mostrando apenas um dos personagens, o que me fez remeter a outra cena, em que é dito que o que mais importa é a percepção de quem vê, aí é que onde está a relação do artista com o público. Foi quando entendi o que ele quis dizer, achei muito boa essa jogada. Além do mais os diálogos são excelentes. Uma ótima obra.
Coerência
4.0 1,3K Assista Agora"Se eles são versão de nós, o que temos a temer?"
Vish.
Árido Movie
3.6 207"Olhar é a luz que sai do olho." Incrível, apenas.
THX 1138
3.5 200 Assista AgoraAcho que o que pecou no filme foi o fato de ele ser extremamente numérico (há poucos diálogos e 70% deles são dados técnicos e/ou numéricos), coisa que talvez caracterizasse o modelo da sociedade-máquina dessa distopia, mas que deixou muito cansativo pra quem assiste. No entanto, porém, o filme carrega a visão futurista de quem temia o poder de substituição da realidade pela tecnologia no século passado e que ainda perpetua atualmente. Bom filme.
Pompeia
2.7 873 Assista AgoraÉ interessante alguns ideais que o filme carrega, mas fora isso não absorvi nada de relevante.
achei que ia ter umas transa mas não teve :/
Prova de Redenção
4.2 363"Você é uma mãe agora. Um templo. E eu sou um monge ajoelhado diante de você."
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraO que mais me intrigou foi o personagem principal que se trata de um dublê e que, ironicamente, se posiciona dessa forma em todos os aspectos da sua vida. Só pra começar, ele não tem nome. É alguém que permanece à margem dos acontecimentos, participando como um duplo e não levando os créditos.
Sem nome, sem ser protagonista dos crimes, ele é o cara que substitui a figura masculina quando o verdadeiro pai e amante não está, e ainda sim, ao final, não se insere no papel principal quando tem a chance.
Great Directors
3.2 2alguém sabe de uma legenda em pt?
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraEsse é, com certeza, um filme muito muito sutil. Chega a um ponto em que você pensa que começou a entender, mas logo algo te coloca na dúvida. É um filme de inícios sem fim. Precisei procurar críticas para compreender melhor, e fiquei feliz de que algumas coisas eu consegui captar. Ainda sim, acho que o problema do filme não foi a "lentidão" que muitos dizem (é um cotidiano, e sempre há algo maior coberto por ele no filme), mas a demora para a transição do real nele. Ela começa muito pequena e gradativa e só vai se afirmar na segunda metade do filme, o que talvez tenha tirado o interesse de muitas pessoas ao assistir. Porém, não acho isso um erro já que se valida com o propósito final do filme e sua forma sutil de demonstrar as realidades fixas do Brasil. O momento em que o passado e o presente (quem sabe o futuro) se juntam de formas semelhantes na essência, mas em outro contexto, é quando a coisa se encaixa. É um simbolismo de entrelinhas. No fim, acho que essa obra vai deixar um gosto amargo de quem assistiu e se propôs a perceber a sutilidade presente nele. Muito interessante mesmo.
O Balconista 2
3.6 126 Assista AgoraÉ muito legal notar o link entre os dois filmes. Enquanto o primeiro era algo mais "pense e depois questione", esse segunda é permeado pela dúvida lançada numa das cenas finais do anterior, a de se viver como se acredita. É muito interessante como depois de anos a essência continua, embora algumas coisas mudem. E as referências!! A cena de goodbye horses é genial. Um filme que com certeza faz seu elogio ao cinema e ainda despreza os padrões sem sentido da sociedade. E pra finalizar, eles de volta ao quick stop e a fotografia se tornando preto e branca é emocionante. Achei uma ótima continuação!
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraSó digo: fotografia, enquadramento, jogos de cena. Sem palavras.
Encontros e Desencontros
3.8 1,7K Assista AgoraO que eu percebi desse filme é que é tudo muito, muito sutil. As emoções não estão presentes nos personagens mas sim entre eles, nas entrelinhas. Interessante.
Tatuagem
4.2 923 Assista Agora"O símbolo da liberdade é o cu que todo mundo tem!"
Suburbia
3.7 31"E é isso que me torna livre. Eu posso fazer tudo o que eu quiser, sem sempre me preocupar com os resultados. Tudo é possível. É noite no Planeta Terra e eu estou vivo! E um dia eu estarei morto, e um dia eu serei só ossos em uma caixa mas agora eu não estou e tudo é possível. E por isso eu vou para Nova York com Sooz, porque é o momento de fazer isso. Sem falhas, sem erros. Basta ir lá e viver lá... E o que acontecer aconteceu! Então agora eu ficarei pelado... E eu não tenho medo. Eu não preciso de dinheiro, cara! Não preciso nem mesmo de um futuro! Poderia quebrar todos os meus dentes com um martelo, e daí? Poderia arrancar os meus olhos! E ainda estar vivo! Pelo menos eu saberia por dois ou três segundos que eu estou fazendo algo real. É apenas o medo e eu não estou mais com medo, cara! Que se foda! Que se foda o medo."
eXistenZ
3.6 317Eu queria entender mais sobre a o plasticidade orgânica dos filmes do Cronenberg, é uma estética muito peculiar. Reflexivo.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraRichard Linklater, tem como ser ruim?