Se me contassem que todos os atores são gangsters ou já foram criminosos, eu não iria me surpreender, que escolha de casting impecável, todos os atores trazem uma vivacidade e um ferocidade aos seus personagens tornando o filme algo impressionante. Com exceção desse esteriótipo das risadas sem sentido sobre coisas mais sem sentido ainda, a relação de todos os membros é palpável e crível, mostrando o quão benéfica essa liberdade que Scorsese da a seus atores pode ser à um filme.
A direção é outro ponto forte, com movimentos de câmera inventivos e cenas muito bem fotografadas, que impressionam visualmente. Pequenos detalhes como a aceleração das cenas quando o personagem Henry está sobre o efeito de cocaína, mostra o quão atento e focado o diretor estava ao realizar esta obra. Todas as cenas de violência extrema são filmadas em câmera estática sem nos esconder a realidade brutal que rodeia o universo do filme e que sim, estamos vendo um filme sobre seres humanos cruéis.
O carinho que Scorsese tem pela suas origens italianas é visível, toda a tradição que a mafia possui é feito questão de ser mostrada para que nossa antipatia para com os mesmo não se exceda demais e nos dermos conta que apesar de tudo eles se importam com suas famílias e amigos, mesmo dentro de sua psicopatia e atos desumanos.
GoodFellas é um excelente retrato da vida de gangsters que queriam chegar ao topo sem pegar filas, e como a ganancia e seus hábitos os afundam em seus próprios mundos. Mesmo com o fato da trama perder muita força em seu terceiro ato e a previsibilidade obvia de como tudo iria acabar, mesmo que não sabendo como chegaríamos la, dando a sensação que inventividade poderia ter sido maior, continuo recomendando a obra que com certeza é umas das melhores de Martin Scorsese.
Os EUA sempre foi um berço de sonhos para os imigrantes, como um lugar de oportunidade e crescimento, claro que isso atrairia diversos jovens insatisfeitos com seus países e situações econômicas, para buscar um lugar melhor onde não se sentissem presos. E tudo nesse filme é de uma beleza real, a protagonista é humana, ela erra, sofre e se arrepende, mas perseguiu seu sonho e disso não pode se queixar.
A reconstrução de época é excelente, com figurinos e locações que nos remetem ao tempo em que a história se passa. As atuações são um show a parte também, com destaque ao casal principal interpretado por Saoirse Ronan, que transita naturalmente de uma personagem tímida e sonhadora à uma mulher madura e determinada, com sentimentos transmitidos sutilmente por olhares e posturas, uma atuação justificativa de sua indicação ao Oscar, e também de Emory Cohen que nos apresenta uma atuação similar a de Saoirse em uma escala menor, transmitindo um amor crescente pela protagonista o mais real possível.
O filme escolhe uma abordagem mais leve para contar sua história e isso por si só não é um falha ou ponto negativo, já que o filme é extremamente suave e aquecedor de se assistir. Porém a falta de uma carga dramática maior e a pressa com que algumas cenas do filme foram tratadas tiraram um pouco do peso da história ao meu ver.
Brooklyn é um dos melhores romances de época que tive o prazer de assistir, humano e belo, recomendo a todos.
Comédia é algo muito subjetivo, funciona pra alguns e não funciona pra outros, e para diferenciar o seu gosto da real qualidade do filme é uma tarefa complicada. Em nenhum momento me peguei gargalhando, considerando uma ou duas piadas engraçadas, como a piada das gírias e as do "what is it?", de resto considerei apenas ok.
O timing cômico dos atores é excelente, com ninguém deslocado, até mesmo o ex-jogador da NBA, Kareem Abdul-Jabbar. As piadas em nenhum momento se tornam repetidas, com inovações constantes e criativas. Recomendo a todos que gostam de um humor simples e não apelativo, com ótimas sacadas e grande criatividade, afinal o filme se passa quase inteiro dentro de um avião, haja criatividade.
Alfred Hitchcock era um gênio em questão de construção de ambiente e personagens, tudo neste filme está por um motivo, cada situação ou exposição leva à algum acontecimento futuro. Em primeira vista podem parecer coisas desnecessárias, mas logo se encaixam em nossa cabeça e tomam sentido na trama.
A forma como nosso pensamento é guiado, como se tivéssemos um binoculo que não nos permite ver ao redor, apenas uma direção, é brilhante. Uma hora acreditamos no protagonista, outrora duvidamos do mesmo assim como o personagem duvida de si mesmo. Tudo nos é passado pelo olhar, aquilo que vemos nos leva a uma interpretação, e o direto sabia muito bem disso.
Com certeza esse é um dos suspenses mais originais que já assisti, mas ao mesmo tempo não consegui me prender a trama que não se mantem movimentada, se beneficiando de uma duração menor. O seu envolvimento com a trama é essencial para que o filme funcione perfeitamente, mas já vale o tempo gasto simplesmente pela qualidade e cuidado com que o filme foi pensado e executado.
É até difícil colocar em palavras sobre o que filme é, pois mesmo em sua simplicidade o filme fala sobre diversos problemas que afligem a todos ou que um dia irão afligir, assim como o quão complicado a vida pode ser para aqueles que perseguem seus sonhos.
Mesmo com esse aspecto de filme independente, as atuações e a cinematografia são boas, mesmo com alguns problemas de timing em frente das câmeras e diálogos bem bizarros, as vezes até ilógico a certas situações. Os personagens são todos palpáveis e reais, com exceção da protagonista que beirou a caricatura quebrando esse aspecto realista do filme.
Um história sobre a vida e suas dificuldades, e como as amizades são importantes nessa trajetória. Um filme belo mesmo com seus problemas típicos de alguns filmes com orçamentos baixos.
Viver em busca de um sonho é um lema que muitas pessoas carregam, mas aqui nos é mostrado como esse apego a algo que muitas vezes pode não ser conquistado é maléfico. Um homem que desistiu dos seus sonhos por um amor, e lutou contra tudo para conquista-la novamente, se vê sozinho e abandonado, por não desistir do passado e se focar apenas nesse objetivo.
Todos os atores se saem bem em seus papéis, com exceção de Tobey Maguire que quando contracena com outros atores, vemos o quão fraca sua performance é. O filme é visualmente deslumbrante, com cores extremamente vivas e figurinos muito bem escolhidos. Porém o uso excessivo de CGI prejudica a experiencia, pois ele é visível na maioria das cenas em que é usado.
Como se trata de uma obra adaptada, não podemos julgar as escolhas do roteiro, mas senti falta de um pouco mais de explicação e profundidade nos personagens, que aparentam não ter camadas e alguns são simplesmente dispensados pelo roteiro, aparecendo em algumas cenas e não possuindo nenhuma utilidade. Mesmo que a obra queira nos avisar sobre a ganancia e frivolidade das pessoas, faltou uma critica mais dura sobre esse aspecto.
Nenhuma obra prima e com certeza não a melhor obra de DiCaprio, mas um bom filme.
Um filme cativante sem sombra de duvidas, muito bem dirigido e filmado, uma das melhores cinematografias que já vi junto a uma edição pulsante e fluida, com cortes precisos que não quebram o clima de cada cena e não nos deixa perdido no que está acontecendo ou muito menos entediado com a odisseia que foi a vida do nosso protagonista.
A escolha de atores estreantes prejudicou um pouco o filme, já que a força de suas atuações não realçava o sentimento que os personagens deveriam estar sentindo, com exceção dos atores mirins que deram um show. A fantasiosidade do filme também foi algo que me incomodou, tornando o filme bem irreal em algumas situações, sendo que poderiam ser contornadas com soluções mais criativas do roteiro.
Contudo nos pegamos torcendo pelos personagens e envolvidos na história, a realidade chocante é exposta de uma maneira real e fria, não nos privando da realidade que espera a todos que estão ali. A Índia é um pais riquíssimo em cultura, e poderia ser algo mais explorado, mas recomendo à aqueles que querem uma história de superação em um dos ambiente mais impróprios para sonhos e esperanças no mundo.
Die Hard é certamente um excepcional filme de ação, simples e muito bem contado, com personagens carismáticos e ótimas cenas de ação. Revolucionou a fórmula de como se fazer filmes do gênero e tem créditos por conta disso. Porem ao contrario da maioria do publico, não me senti cativado ou preso a história que ao meu ver se estende demais.
O fato de Bruce Willis estar confinado em um ambiente força o roteiro a bolar novas e criativas soluções para os problemas que o protagonista ira enfrentar, e justamente pelo fato do filme se estender muito, algumas soluções são extremamente exageradas e tirão aquele realismo construído ao decorrer do filme, de um homem "comum" que é forçado pelo ambiente em que se encontra a ser o "herói".
Algo que foi muito bem construído, mostrando o quão imperfeito o nosso herói pode ser, cometendo erros e sendo ferido por capangas genéricos. O antagonista da história também é bem apresentado e desenvolvido, mesmo que nenhuma de suas motivações sejam explicadas ou pelo menos exposta, algo que me incomodou.
Ainda me pergunto como as cenas praticas desse filme foram feitas, todas são grandiosas e muito bem filmadas, vale como entretenimento, mas assim como a maioria dos filmes de ação, não é nada de espetacular.
South Park é conhecido pelo seu humor pesado e ácido, retratando crianças em situações que vão contra qualquer lógica ou senso comum, e aqui temos um prato cheio. Além de uma comédia, o filme é também um musical, e o quão difícil deve ser fazer músicas com piadas que fiquem boas. Porém o filme não falha nesse aspecto, com letras inteligentes, com rimas e super engraçadas.
O filme é completamente nonsense ao mesmo tempo que faz criticas duríssimas à sociedade americana, como o racismo e o conservadorismo. Extrapolando a realidade, mas ainda sim fazendo paralelo com situações que realmente aconteceram, fazendo uma sátira incrível à decisões que os EUA tomaram no decorrer de sua história. Quando digo que o humor deve ser inteligente, são filmes como esse que deveriam servir de exemplo.
South Park sempre foi uma obra a frente do seu tempo, e parabenizo a coragem dos seus realizadores para colocarem tudo isso em tela. Recomendadíssimo.
Não sou fã do Adam Sandler, e muito menos de seus filmes, aqui vemos um filme machista e gordofóbico, com um humor bem infantil realmente voltado ao publico mais jovem e menos exigente. O Elenco trabalha preguiçosamente e de forma operante, ou com as palavras do filme: "modo automático", não saindo dos arquétipos e esteriótipos exigidos para seus personagens.
A mensagem do filme é até bem clara e passada de uma forma criativa, com uma premissa bem original. Mas a mudança drástica de tom da primeira metade pra segunda metade do filme é péssima, mostrando que o filme se beneficiaria mais de uma das duas abordagens exclusivamente, e não das duas ao mesmo tempo, usando um melodrama barato que não emociona e uma comédia que não faz rir, com exceção das piadas do pato que foram as únicas que me fizeram ao menos sorrir.
A comédia tem que ver de um roteiro inteligente ou com punchlines elaboradas, não esse humor infantil e ofensivo. Se você tiver menos de dez recomendo este filme, caso contrário passe longe.
Em 2005 já se eram feitos filmes com um CGI melhor que muito filmes de 2018, longe de ser perfeito e longe de ser ruim. Porém o uso excessivo dos efeitos visuais cansa, com criaturas que não são aterrorizantes, são simplesmente estranhas e algumas locações, como o inferno, que não precisavam de toda aquela estilização visual.
A história é simples e rasa, nada da trama é explicado e somos jogados em um universo que temos que aceitar como funciona sem questionar a logica ou as regras de tudo. Alguns personagens são apresentados e logo abandonados pela história, com volta apenas para morrerem, sem qualquer tipo de carga emocional que nos faça importar com esse destino.
O elenco está bem funcional, sem ninguém muito deslocado ou caricato, mas não temos nenhuma obra prima em questão de atuação. O filme cumpre seu papel como entretenimento e nada mais, com grande potencial para gerar questionamentos sobre a religião e ceticismo, que são deixados de lado para dar espaço há alguns jump scares e cenas de ação. Filme pipoca pra quem quer passar um tempo.
O filme é muito bem dirigido, com cores bem vivas tipicas da representação da década de 60 no cinema, com movimentos de câmeras bem impressionantes em algumas cenas e com um grande elenco em suas mãos, e que elenco aplaudível. Com show de Viola Davis e Octavia Spencer, a tranquilidade na voz e expressão facial imóvel das duas ao aceitar ordens ou escutar coisas absurdas como doenças de pessoas negras, mostram o quão delicada e viva a atuação das duas é.
Contudo o filme escolhe ser uma experiencia leve, não explorando o universo das personagens negras e suas histórias, mesmo nunca os esquecendo, sendo apenas sutil em suas exposições. Assim como falha também em construir personagens multidimensionais, mostrando mulher brancas extremamente rasas e estereotipadas, sem se preocupar em dar mais de uma camada à elas.
O filme também é longo demais, sinto que uns dez minutos poderiam ser cortados sem grande perca. O humor do filme é ok, mesmo sendo pra ser um alivio de situações extremamente tensas, mas que não a sentimos por escolha do roteiro. É sério que elas estavam cometendo um crime ao mesmo tempo que corriam risco de vida, e o filme não decide explorar isso? decepcionante.
The Help trata de um tempo horrível da história americana, e que consegue ser exposto ao publico de uma maneira indignante e crível, mas falha ao não explorar todas as questões que estão relacionadas ao universo das personagens e muito menos suas histórias, dificultando o envolvimento emocional com a história.
Natalie Portman é uma das atrizes mais talentosas de sua geração, e vemos a sua entrega ao personagem que interpreta, a semelhança que ela consegue criar entre sua interpretação e a realidade é algo incrível, até mesmo aquela voz e ritmo chato que Jacqueline tinha. Com uma fotografia belíssima e quadros estáticos, o filme cria uma sensação documental dos fatos.
E isso resume as qualidades do filme, já que é nisso que ele se apoia para contar sua história. A falta dos flashbacks ou o próprio fato da história começar logo após o assassinato de JFK, nos inibe de sensibilizar com a protagonista, não sentimos a sua dor, apenas a vemos. Logo somos expostos a quantidades absurdas de cenas em que Jackie está sofrendo por sua perda, mas não nos emociona, tornando elas chatas e desinteressantes.
Isto também se estende aos personagens secundários, que mesmo muito bem atuados, não entendemos a complexidade do vinculo deles com a protagonista ou o ex-presidente. Assim, mesmo com uma trilha sonora primorosa, que nos causa um sentimento de desconforto, refletindo o sentimento de angustia de Jackie, o vinculo que devia ser criado entre nós e a trama não é estabelecido, e logo nos incomodamos pelo motivo errado.
Com boas atuações, o filme não consegue se manter interessante ou emocionante, desperdiçando todo o potencial que a obra tinha.
Que desastre, o filme não tem personalidade, carisma ou profundidade. A criação de um universo imersivo, que devia ser algo característico desta história, falha miseravelmente devido ao uso excessivo de computação gráfica e fundo verde perceptível, com desnível entre o personagem e o plano de fundo. Além das atuações robóticas e sem emoções de todos os atores, sendo o melhor o personagem fruto de CGI.
A combinação desses elementos não poderia resultar em algo diferente de uma obra sem essência e genérica. Não emociona e não diverte, demasiado voltado ao publico infantil, mas sem uma grandiosidade que possa encantar a todos os públicos, não recomendo este filme à ninguém.
Uma comédia sobre a guerra fria, dirigida por Stanley Kubrick e rodada em 1964, como essa combinação poderia resultar em um filme ruim? A todo momento eu me perguntava se o que eu estava vendo era real e como todos os envolvidos foram corajosos e extremamente talentosos e visionários para apoiar e participar de um projeto tão ambicioso e arriscado como esse.
O roteiro é extremamente afiado, com piadas meticulosas e de uma sátira impressionante, retratando um momento tão absurdo para a história que poderia trazer o colapso da humanidade apenas com o apertar de um botão de um único homem. Casando muito bem a temática com o gênero escolhido para abordá-la.
As atuações do filme são ainda mais excepcionais, juro que não consegui perceber que Peter Sellers estava interpretando três personagens, até os 20 minutos finais, pois a entrega do ator aos personagens foi algo absurdo, com os três sendo completamente diferentes um do outro.
As cenas de guerra também são excelentes, de maior qualidade do que filmes que realmente tem uma temática mais real a guerra, com câmeras na mão e em locais que nos colocavam como soldados na guerra, em meio ao caos que ela pode ser. Com exceção dos sons dos tiros que lembravam os de Star Wars, mesmo sendo feito antes do primeiro filme da saga, foi algo que me incomodou mesmo que talvez seja com algum proposito de comédia creio eu.
O tipo de humor não é o que mais me agrada, mas sei reconhecer quando ele é bem pensado e bem executado, e creio que isso foi a principal razão de eu não dar uma nota alta ao filme, pois em apenas um único momento eu me peguei rindo. Além de achar as cenas no avião extensas demais, pois não cria tensão devido ao clima caricato do filme, poderiam ter sido bem mais aproveitadas com um proposito comisco do que com um proposito mais "sério" se é que podemos categoriza-lo assim.
Dr. Strangelove é uma ótima obra dirigida por um homem que estava muito a frente do seu tempo, recomendo a todos os fãs de filmes com ótimas sátiras e de ótima qualidade.
A música é um espelho para nossos sentimentos, cada gênero ou musico se encaixa com algum estado de espirito ou momento com o qual estamos passando, e as letras em si refletem o artista, pois ele se coloca nelas querendo ou não. Vemos em Sing Street como a musica guia a vida de um jovem que tenta impressionar uma garota, e como cada letra escrita pelo mesmo é afetada por algum acontecimento de sua vida.
As músicas desse filme são incriveis, e as cenas onde elas são escritas e pensadas são muito legais de assistir com uma incerteza de como vai ser o ritmo de cada uma ou sobre o que ela está dizendo. Quase todas elas possuem um ritmo gostoso de se ouvir, mesmo eu não sendo fã dos gênero abordados no filme, e não pegando as referencias citadas no mesmo.
E até ai o filme estava sendo excelente, até que no final do segundo ato para o inicio do terceiro o filme perde muito em qualidade e ritmo, abusando muito dos exageros da trama, algo que tira nossa identificação com a história. Além de personagens subdesenvolvidos que são apenas jogados em algumas cenas para nunca mais ganharem qualquer outro tipo de atenção, dando espaço apenas para o casal dos protagonistas.
O show no ato final também foi algo que me incomodou, pelos mesmos motivos já citados anteriormente, o limite do absurdo já tinha sido passado, e aqui vemos cenas que não possuem qualquer valor ao filme além de serem completamente fora da realidade de um ambiente escolar.
E algo que era pra ser questionado como irreal, mas que o filme executa com uma maestria é o tempo em que se passa o filme, recriando muito bem cenários e figurinos que realmente passam a sensação de todos ali estarem vivendo nos anos 80.
Sing Street possui dois protagonista muito bem desenvolvidos e carismáticos, além de musicas bem escritas e gostosas de se escutar. Mas com problemas em seu roteiro e direção, que não soube fazer algumas escolhas que seriam essenciais para manter o filme interessante e crível.
Sonhar acordado é um reflexo de uma insatisfação com sua vida pessoal ou profissional, e até mesmo de seu próprio jeito de ser, servindo como uma válvula de escape de sua realidade onde podemos ser o que quisermos e fazermos o que nos dá vontade. O começo do filme foi bom em nos apresentar isso, com cenas bem legais dessas "viagens" do protagonista.
Mas foi só até isso, já que o filme se perde em tom e no que quer ser, com elementos apresentados em certos momentos que são logo abandonados em outros momentos, como justamente os momentos de devaneio. Que mesmo com a justificativa de o protagonista partir dos sonhos em si para a realização dos mesmo, a mudança foi drástica e nada natural, abandonada de uma hora para a outra.
As inconsistências do filme são visíveis e bem incomodas, com certos momentos que me tiraram completamente do filme, que não me emocionou, não me fez rir e quase não me fez refletir por nenhum momento. Não entendo o por que de uma nota tão alta no site, o filme não traz nenhuma novidade ou algo extraordinário, além de seus aspectos técnicos que são bons, com locações bonitas e enquadramentos que realçam a beleza dos cenários.
Como uma comédia esse filme teria funcionado bem mais, pois o drama não funciona pois não conseguimos levar a sério o protagonista e nem as situações em que ele se encontra. Vale a pena para quem aprecia a beleza técnica de uma produção, e para ninguém mais.
Sabemos quando estamos assistindo à uma obra de Wes Anderson, e aqui não é diferente, o universo colorido e cheio de detalhes, personagens marcantes e diferentes são marcas registradas nos filmes do diretor. Filmografia um tanto peculiar para alguns por se diferenciar muito do que estamos acostumados a assistir e refletir.
Compramos a história de dois jovens que se sentem deslocados em sua vida acharem conforto um no outro enquanto fogem de suas realidades conturbadas, e sentimos a seriedade de suas decisões mesmo que sejam duas crianças e sequer em algum momento duvidamos da veracidade das cenas, mérito do roteiro bem escrito.
Pena que com um universo tão rico, com subtramas que poderiam ser tão interessantes quanto a principal, fomos presos a apenas uma história, e isso foi algo que acabou me decepcionando no filme que se beneficiaria de uma duração maior. As atuações do filme são operantes, mesmo com nomes de peso no elenco como Bill Murray, Frances McDormand e Edward Norton, já que o tempo dedicado a cada um é bem curto e as superficialidades nas interações dos personagens, que são diretos e sinceros, não permitiu atuações mais carregadas.
A falta de uma carga dramática também prejudicou, tornando o filme um espetáculo mais visual e técnico do que uma história tocante e emocionante. E que show de técnica impecável esse filme possui, muito uso de câmera estática e movimentos de deslize lateral da câmera pelo cenário que são bem impressionantes.
Um entretenimento divertido e rápido, com uma beleza e técnica únicas. Que não nos aprofunda ou emociona com seus personagens e nem seu universo.
The Greatest Showman é um espetáculo sobre um espetáculo, há tempos que não vejo um design de produção, músicas e figurinos de tão alta qualidade em uma obra, e com certeza são os pontos altos desse filme. Com o destaque maior para os números musicais deslumbrantes e bem escritos e dirigidos, com letras que ficam na cabeça e com coreografias que junto aos movimentos brilhante da câmera nos apresentam belas cenas.
Hugh Jackman é um dos meus atores favoritos devido à sua entrega aos papeis que escolhe, e seu trabalho aqui é tão bom quanto o apresentado no musical de 2012, Les Misérables, um trabalho excepcional. Com um elenco de apoio que também não decepciona e se mantem bem no decorrer do filme. Como é divertido ver Zac Efron voltar a atuar me outro musical, gênero que o deixou bem popular entre o publico, principalmente aqui no Brasil pelo seu papel em High School Musical.
Porém o filme falha em um dos aspecto mais importante de uma produção cinematográfica, a história. Nos apresentando uma história rasa que não sabe qual caminho escolher, sendo um filme sobre P.T. Barnum ou sobre os preconceitos sofridos por aqueles que são diferentes do que a sociedade considera "normal". Não se aprofundando nos conflitos internos dos personagens e nem sobre seus pensamentos e dificuldades sofridas antes do Circo.
The Greatest Showman teria se beneficiado de mais alguns minutos de filme para se desenvolver em trama e em personagens, para tirar essa sensação de pressa na sua narrativa, que resolve conflitos brevemente e inicia outros logo em seguida. Porém como entretenimento, vale o tempo investido, sendo um musical divertido e com uma temática que perdura até os dias atuais, mesmo o filme se passando no séc. XVIII.
Burn After Reading é um tentativa desesperada de recriar uma história de sucesso como a de Fargo, porém os irmãos Cohen erraram feio a mão neste filme que ao contrario do filme de 96 não nos choca com suas situações absurdas, com exceção de uma cena, e mesmo não sendo muito fã do humor abordado pelos diretores, aqui eu me senti completamente perdido no senso de comédia deste filme.
A história não nos traz nenhuma novidade repetindo a formula tão adorada pelos irmãos, a da comédia do absurdo, e sai de nada para lugar algum. Com atuações competentes por parte de todos os atores, sem nenhum grande destaque, sendo o único ponto que me fez dar alguma nota a esse filme. Os personagens são rasos, caricatos e antipáticos, não torcemos por nenhum deles e logo não nos predemos a trama proposta.
Quando seu personagem favorito do filme aparece apenas em duas cenas com uma duração máxima de cinco minutos, é por que algo esta errado. Serviço desleixado da dupla de irmãos, que não percebi qualquer empenho em inovar como em suas outra obras brilhantes.
Adiei por um ano esse filme pensando que seria mais um drama qualquer sobre um jovem negro em um bairro pobre americano, e ainda bem que eu não poderia estar mais enganado. Fui agraciado com um dos filmes mais tocantes e sensíveis, de uma beleza única e que foge de todos os padrões de produções da mesma temática.
O primeiro aspecto que não poderia deixar de comentar são as atuações, e que escolha de casting perfeita, todos os atores entregam performances dignas de Oscar, não a toa que Naomie Harris e Mahershala Ali foram indicados e um deles até levou a estatueta pra casa. Naomie nos entrega um atuação tão real em uma personagem detestável, que percebemos o estudo e a entrega dela à sua atuação, retratando fielmente uma mulher perdida que não sabe como ajudar e reagir as escolhas do filho os mesmo tempo que luta contra seu vicio as drogas. Ali por outro lado, mesmo que na pele de um homem que era pra ser deplorável nos mostra um lado paternal e carinhoso que pode estar presente em qualquer um e somente é necessário uma oportunidade para demonstrar tais sentimentos guardados.
Mas os três atores que foram escolhidos para interpretar Chiron durante os três atos do filme dão um show a parte, criando um senso de coesão entre suas atuações realmente passando a sensação que as consequências das ações e decisões enquanto criança refletem em sua fase adulta, a dor e desamparo no olhar e até mesmo sua postura são diferentes em cada parte do filme e ao mesmo tempo são uma só, completando umas as outras.
Além das atuações impecáveis, o longa ainda conta com uma direção incrível com cenários e cores deslumbrantes, com um ótimo trabalho de iluminação e pós-produção fazendo cada ato do filme ser completamente diferente do anterior com cada vez mais cores saturadas e azuladas e que dizem muito sobre a situação emocional do protagonista e do seu ambiente. A montagem do filme é milimetricamente calculada, com todas as cenas passando alguma mensagem, nada é em vão nesse filme.
O único defeito para mim foi simplesmente o fato de faltar mais, eu queria mais do filme, algumas situações e explicações para alguns acontecimentos teriam me dado uma experiencia mais gratificante mesmo eu entendendo o que o filme queria dizer e onde ele queria chegar. Além de uma ou duas cenas que julguei desnecessárias ou sem algum significado real para a trama.
O filme é brilhante e não deve ser perdido por nada, poucas vezes vi algo tão visceral e belo na tela, Moonlight é um exercício para reflexão e para quebras de expectativas e paradigmas que consideramos como certos.
James Franco tinha em suas mãos uma história que poderia ser facilmente uma comédia escrachada que tirasse sarro de Tommy Wiseau e de todas as coisas que ele tentou realizar e deu sua própria personalidade excêntrica, porém brilhantemente escolheram um caminho que poucos escolheriam, a de respeitar e tornar às escolhas do personagem compreensíveis mesmo que completamente absurdas, nos fazendo simpatizar e torcer por ele.
Que bela atuação que James Franco no apresenta, os maneirismo, sotaque e linguagem corporal são muito similares aos de Tommy, ele rouba a cena em todos os momentos que está presente. Com ótimas atuações de todos os personagens secundários com exceção de Dave Franco, que considero o mais fraco na obra, e faz com que o filme perca muita força em atuação quando ele está sozinho em suas cenas.
A comédia do filme não se baseia em piadas, mas sim nas bizarrices nos fazendo pensar que algo assim nunca poderia acontecer ou que alguém assim não existiria na vida real, logo não me vi gargalhando em nenhum momento do filme mas isso não o classifica como não divertido, muito pelo contrário, em nenhum momento senti o pesar do filme que passou voando e que até precisaria de um final mais longo.
Um show de atuação com uma mensagem positiva por trás, com certeza uma das atuações que mais me marcaram nesses últimos tempos. Porém sinto que o filme é vazio em carga emocional e na própria comédia, onde em certos momentos nos são apresentados arcos dramáticos que não simpatizamos ou importamos,
como o da relação de Greg e Amber apenas para mostrar o ciúme que crescia dentro de Tommy
, e momentos em que a comédia poderia ser muito mais explorada como nas situações em que Wiseau interage com qualquer um à sua volta ou nos momentos da gravação do tão aclamado/odiado The Room, passando um sentimento de desaproveitamento de uma história tão rica.
A parceria de Scorsese e De Niro é uma das melhores que o cinema já presenciou, e aqui somos apresentados à um estudo intimista de um personagem perturbado por traumas passados e pela sua própria existência. Sentimos a solidão do protagonista e como ele enfrenta dificuldades em se socializar com as pessoas que parecem não compreende-lo pois a comunicação não é seu forte, enfrentando dificuldades para colocar seus sentimentos em palavras.
A atuação brilhante de De Niro tangência e transita muito bem pela insanidade do próprio protagonista e de suas reações encarando as insanidades que um taxista presencia nas noites de Nova Iorque, e como isso o afeta fazendo ele despertar um sentimento de repudio para com a cidade e com seus habitantes. Até que ele decide limpar a "sujeira" com suas próprias mãos, ajudando alguém que realmente precisava dele.
Mas um ator sozinho não consegue salvar um filme, que possui alguns pontos desnecessários em seu roteiro, repleto de cenas vazias e sem importância alguma pra trama que poderiam ser facilmente cortadas ou remodeladas para agregar algo à narrativa ou pelo menos entreter quem esta assistindo.
O que foi todo aquela arco de tentativa de assassinato ? Ou para que a necessidade de um arco romântico tão grande, apenas pra mostrar algumas características do protagonista que poderiam ser facilmente exposta com menos.
Taxi Driver é uma representação majestosa do sentimento de solidão e desamparo em frente a uma multidão ou uma cidade individualista, com uma das melhores atuações de De Niro mas que encontra algumas problemas em sua narrativa que não conseguem ser contornados e que não nos recompensa mais a frente da história.
Se esse não é o pior filme que assisti, com toda certeza é um dos piores, nunca vi uma bagunça tão desordenada no tom e ritmo de um filme que não se decide em ser um drama ou comédia, e justamente nesse ponto que ele erra grosseiramente pois para uma história como essa, a comédia seria o caminho mais lógico a não ser que se consigo criar um drama bem construído e coeso.
Porém nessas transições entre o que o filme quer ser, ficamos pensando se ele realmente está se levando a sério ou se apenas esta satirizando as situações. Afinal, centenas de pessoas estão morrendo e eles nem sequer tentam impedir uns aos outros, como se não fosse nada demais. Presenciamos alguns diálogos sofríveis em interações sem sentido ou proposito, o que diabos foi aquela cena do bar? Além disso, os personagens secundários não tem qualquer espaço na trama e nem utilidade, com alguns desaparecendo abruptamente,
o arco romântico entre a protagonista e o personagem interpretado por Austin Stowell é terrível e subutilizado.
A viagem que o filme traz para passar uma mensagem de "consequência das suas ações" não é nada prazerosa, comovente ou divertida. A ideia é criativa, mas mal aplicada, desperdiçando seu potencial.
Os Bons Companheiros
4.4 1,2K Assista AgoraSe me contassem que todos os atores são gangsters ou já foram criminosos, eu não iria me surpreender, que escolha de casting impecável, todos os atores trazem uma vivacidade e um ferocidade aos seus personagens tornando o filme algo impressionante. Com exceção desse esteriótipo das risadas sem sentido sobre coisas mais sem sentido ainda, a relação de todos os membros é palpável e crível, mostrando o quão benéfica essa liberdade que Scorsese da a seus atores pode ser à um filme.
A direção é outro ponto forte, com movimentos de câmera inventivos e cenas muito bem fotografadas, que impressionam visualmente. Pequenos detalhes como a aceleração das cenas quando o personagem Henry está sobre o efeito de cocaína, mostra o quão atento e focado o diretor estava ao realizar esta obra. Todas as cenas de violência extrema são filmadas em câmera estática sem nos esconder a realidade brutal que rodeia o universo do filme e que sim, estamos vendo um filme sobre seres humanos cruéis.
O carinho que Scorsese tem pela suas origens italianas é visível, toda a tradição que a mafia possui é feito questão de ser mostrada para que nossa antipatia para com os mesmo não se exceda demais e nos dermos conta que apesar de tudo eles se importam com suas famílias e amigos, mesmo dentro de sua psicopatia e atos desumanos.
GoodFellas é um excelente retrato da vida de gangsters que queriam chegar ao topo sem pegar filas, e como a ganancia e seus hábitos os afundam em seus próprios mundos. Mesmo com o fato da trama perder muita força em seu terceiro ato e a previsibilidade obvia de como tudo iria acabar, mesmo que não sabendo como chegaríamos la, dando a sensação que inventividade poderia ter sido maior, continuo recomendando a obra que com certeza é umas das melhores de Martin Scorsese.
Brooklin
3.8 1,1KOs EUA sempre foi um berço de sonhos para os imigrantes, como um lugar de oportunidade e crescimento, claro que isso atrairia diversos jovens insatisfeitos com seus países e situações econômicas, para buscar um lugar melhor onde não se sentissem presos. E tudo nesse filme é de uma beleza real, a protagonista é humana, ela erra, sofre e se arrepende, mas perseguiu seu sonho e disso não pode se queixar.
A reconstrução de época é excelente, com figurinos e locações que nos remetem ao tempo em que a história se passa. As atuações são um show a parte também, com destaque ao casal principal interpretado por Saoirse Ronan, que transita naturalmente de uma personagem tímida e sonhadora à uma mulher madura e determinada, com sentimentos transmitidos sutilmente por olhares e posturas, uma atuação justificativa de sua indicação ao Oscar, e também de Emory Cohen que nos apresenta uma atuação similar a de Saoirse em uma escala menor, transmitindo um amor crescente pela protagonista o mais real possível.
O filme escolhe uma abordagem mais leve para contar sua história e isso por si só não é um falha ou ponto negativo, já que o filme é extremamente suave e aquecedor de se assistir. Porém a falta de uma carga dramática maior e a pressa com que algumas cenas do filme foram tratadas tiraram um pouco do peso da história ao meu ver.
Brooklyn é um dos melhores romances de época que tive o prazer de assistir, humano e belo, recomendo a todos.
Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu
3.6 617 Assista AgoraComédia é algo muito subjetivo, funciona pra alguns e não funciona pra outros, e para diferenciar o seu gosto da real qualidade do filme é uma tarefa complicada. Em nenhum momento me peguei gargalhando, considerando uma ou duas piadas engraçadas, como a piada das gírias e as do "what is it?", de resto considerei apenas ok.
O timing cômico dos atores é excelente, com ninguém deslocado, até mesmo o ex-jogador da NBA, Kareem Abdul-Jabbar. As piadas em nenhum momento se tornam repetidas, com inovações constantes e criativas. Recomendo a todos que gostam de um humor simples e não apelativo, com ótimas sacadas e grande criatividade, afinal o filme se passa quase inteiro dentro de um avião, haja criatividade.
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraAlfred Hitchcock era um gênio em questão de construção de ambiente e personagens, tudo neste filme está por um motivo, cada situação ou exposição leva à algum acontecimento futuro. Em primeira vista podem parecer coisas desnecessárias, mas logo se encaixam em nossa cabeça e tomam sentido na trama.
A forma como nosso pensamento é guiado, como se tivéssemos um binoculo que não nos permite ver ao redor, apenas uma direção, é brilhante. Uma hora acreditamos no protagonista, outrora duvidamos do mesmo assim como o personagem duvida de si mesmo. Tudo nos é passado pelo olhar, aquilo que vemos nos leva a uma interpretação, e o direto sabia muito bem disso.
Com certeza esse é um dos suspenses mais originais que já assisti, mas ao mesmo tempo não consegui me prender a trama que não se mantem movimentada, se beneficiando de uma duração menor. O seu envolvimento com a trama é essencial para que o filme funcione perfeitamente, mas já vale o tempo gasto simplesmente pela qualidade e cuidado com que o filme foi pensado e executado.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraÉ até difícil colocar em palavras sobre o que filme é, pois mesmo em sua simplicidade o filme fala sobre diversos problemas que afligem a todos ou que um dia irão afligir, assim como o quão complicado a vida pode ser para aqueles que perseguem seus sonhos.
Mesmo com esse aspecto de filme independente, as atuações e a cinematografia são boas, mesmo com alguns problemas de timing em frente das câmeras e diálogos bem bizarros, as vezes até ilógico a certas situações. Os personagens são todos palpáveis e reais, com exceção da protagonista que beirou a caricatura quebrando esse aspecto realista do filme.
Um história sobre a vida e suas dificuldades, e como as amizades são importantes nessa trajetória. Um filme belo mesmo com seus problemas típicos de alguns filmes com orçamentos baixos.
O Grande Gatsby
3.9 2,7K Assista AgoraViver em busca de um sonho é um lema que muitas pessoas carregam, mas aqui nos é mostrado como esse apego a algo que muitas vezes pode não ser conquistado é maléfico. Um homem que desistiu dos seus sonhos por um amor, e lutou contra tudo para conquista-la novamente, se vê sozinho e abandonado, por não desistir do passado e se focar apenas nesse objetivo.
Todos os atores se saem bem em seus papéis, com exceção de Tobey Maguire que quando contracena com outros atores, vemos o quão fraca sua performance é. O filme é visualmente deslumbrante, com cores extremamente vivas e figurinos muito bem escolhidos. Porém o uso excessivo de CGI prejudica a experiencia, pois ele é visível na maioria das cenas em que é usado.
Como se trata de uma obra adaptada, não podemos julgar as escolhas do roteiro, mas senti falta de um pouco mais de explicação e profundidade nos personagens, que aparentam não ter camadas e alguns são simplesmente dispensados pelo roteiro, aparecendo em algumas cenas e não possuindo nenhuma utilidade. Mesmo que a obra queira nos avisar sobre a ganancia e frivolidade das pessoas, faltou uma critica mais dura sobre esse aspecto.
Nenhuma obra prima e com certeza não a melhor obra de DiCaprio, mas um bom filme.
Quem Quer Ser um Milionário?
4.0 2,4K Assista AgoraUm filme cativante sem sombra de duvidas, muito bem dirigido e filmado, uma das melhores cinematografias que já vi junto a uma edição pulsante e fluida, com cortes precisos que não quebram o clima de cada cena e não nos deixa perdido no que está acontecendo ou muito menos entediado com a odisseia que foi a vida do nosso protagonista.
A escolha de atores estreantes prejudicou um pouco o filme, já que a força de suas atuações não realçava o sentimento que os personagens deveriam estar sentindo, com exceção dos atores mirins que deram um show. A fantasiosidade do filme também foi algo que me incomodou, tornando o filme bem irreal em algumas situações, sendo que poderiam ser contornadas com soluções mais criativas do roteiro.
Contudo nos pegamos torcendo pelos personagens e envolvidos na história, a realidade chocante é exposta de uma maneira real e fria, não nos privando da realidade que espera a todos que estão ali. A Índia é um pais riquíssimo em cultura, e poderia ser algo mais explorado, mas recomendo à aqueles que querem uma história de superação em um dos ambiente mais impróprios para sonhos e esperanças no mundo.
Duro de Matar
3.8 735 Assista AgoraDie Hard é certamente um excepcional filme de ação, simples e muito bem contado, com personagens carismáticos e ótimas cenas de ação. Revolucionou a fórmula de como se fazer filmes do gênero e tem créditos por conta disso. Porem ao contrario da maioria do publico, não me senti cativado ou preso a história que ao meu ver se estende demais.
O fato de Bruce Willis estar confinado em um ambiente força o roteiro a bolar novas e criativas soluções para os problemas que o protagonista ira enfrentar, e justamente pelo fato do filme se estender muito, algumas soluções são extremamente exageradas e tirão aquele realismo construído ao decorrer do filme, de um homem "comum" que é forçado pelo ambiente em que se encontra a ser o "herói".
Algo que foi muito bem construído, mostrando o quão imperfeito o nosso herói pode ser, cometendo erros e sendo ferido por capangas genéricos. O antagonista da história também é bem apresentado e desenvolvido, mesmo que nenhuma de suas motivações sejam explicadas ou pelo menos exposta, algo que me incomodou.
Ainda me pergunto como as cenas praticas desse filme foram feitas, todas são grandiosas e muito bem filmadas, vale como entretenimento, mas assim como a maioria dos filmes de ação, não é nada de espetacular.
South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes
3.9 316 Assista AgoraSouth Park é conhecido pelo seu humor pesado e ácido, retratando crianças em situações que vão contra qualquer lógica ou senso comum, e aqui temos um prato cheio. Além de uma comédia, o filme é também um musical, e o quão difícil deve ser fazer músicas com piadas que fiquem boas. Porém o filme não falha nesse aspecto, com letras inteligentes, com rimas e super engraçadas.
O filme é completamente nonsense ao mesmo tempo que faz criticas duríssimas à sociedade americana, como o racismo e o conservadorismo. Extrapolando a realidade, mas ainda sim fazendo paralelo com situações que realmente aconteceram, fazendo uma sátira incrível à decisões que os EUA tomaram no decorrer de sua história. Quando digo que o humor deve ser inteligente, são filmes como esse que deveriam servir de exemplo.
South Park sempre foi uma obra a frente do seu tempo, e parabenizo a coragem dos seus realizadores para colocarem tudo isso em tela. Recomendadíssimo.
Click
3.4 2,5K Assista AgoraNão sou fã do Adam Sandler, e muito menos de seus filmes, aqui vemos um filme machista e gordofóbico, com um humor bem infantil realmente voltado ao publico mais jovem e menos exigente. O Elenco trabalha preguiçosamente e de forma operante, ou com as palavras do filme: "modo automático", não saindo dos arquétipos e esteriótipos exigidos para seus personagens.
A mensagem do filme é até bem clara e passada de uma forma criativa, com uma premissa bem original. Mas a mudança drástica de tom da primeira metade pra segunda metade do filme é péssima, mostrando que o filme se beneficiaria mais de uma das duas abordagens exclusivamente, e não das duas ao mesmo tempo, usando um melodrama barato que não emociona e uma comédia que não faz rir, com exceção das piadas do pato que foram as únicas que me fizeram ao menos sorrir.
A comédia tem que ver de um roteiro inteligente ou com punchlines elaboradas, não esse humor infantil e ofensivo. Se você tiver menos de dez recomendo este filme, caso contrário passe longe.
Constantine
3.8 1,7K Assista AgoraEm 2005 já se eram feitos filmes com um CGI melhor que muito filmes de 2018, longe de ser perfeito e longe de ser ruim. Porém o uso excessivo dos efeitos visuais cansa, com criaturas que não são aterrorizantes, são simplesmente estranhas e algumas locações, como o inferno, que não precisavam de toda aquela estilização visual.
A história é simples e rasa, nada da trama é explicado e somos jogados em um universo que temos que aceitar como funciona sem questionar a logica ou as regras de tudo. Alguns personagens são apresentados e logo abandonados pela história, com volta apenas para morrerem, sem qualquer tipo de carga emocional que nos faça importar com esse destino.
O elenco está bem funcional, sem ninguém muito deslocado ou caricato, mas não temos nenhuma obra prima em questão de atuação. O filme cumpre seu papel como entretenimento e nada mais, com grande potencial para gerar questionamentos sobre a religião e ceticismo, que são deixados de lado para dar espaço há alguns jump scares e cenas de ação. Filme pipoca pra quem quer passar um tempo.
Histórias Cruzadas
4.4 3,8K Assista AgoraO filme é muito bem dirigido, com cores bem vivas tipicas da representação da década de 60 no cinema, com movimentos de câmeras bem impressionantes em algumas cenas e com um grande elenco em suas mãos, e que elenco aplaudível. Com show de Viola Davis e Octavia Spencer, a tranquilidade na voz e expressão facial imóvel das duas ao aceitar ordens ou escutar coisas absurdas como doenças de pessoas negras, mostram o quão delicada e viva a atuação das duas é.
Contudo o filme escolhe ser uma experiencia leve, não explorando o universo das personagens negras e suas histórias, mesmo nunca os esquecendo, sendo apenas sutil em suas exposições. Assim como falha também em construir personagens multidimensionais, mostrando mulher brancas extremamente rasas e estereotipadas, sem se preocupar em dar mais de uma camada à elas.
O filme também é longo demais, sinto que uns dez minutos poderiam ser cortados sem grande perca. O humor do filme é ok, mesmo sendo pra ser um alivio de situações extremamente tensas, mas que não a sentimos por escolha do roteiro. É sério que elas estavam cometendo um crime ao mesmo tempo que corriam risco de vida, e o filme não decide explorar isso? decepcionante.
The Help trata de um tempo horrível da história americana, e que consegue ser exposto ao publico de uma maneira indignante e crível, mas falha ao não explorar todas as questões que estão relacionadas ao universo das personagens e muito menos suas histórias, dificultando o envolvimento emocional com a história.
Jackie
3.4 739 Assista AgoraNatalie Portman é uma das atrizes mais talentosas de sua geração, e vemos a sua entrega ao personagem que interpreta, a semelhança que ela consegue criar entre sua interpretação e a realidade é algo incrível, até mesmo aquela voz e ritmo chato que Jacqueline tinha. Com uma fotografia belíssima e quadros estáticos, o filme cria uma sensação documental dos fatos.
E isso resume as qualidades do filme, já que é nisso que ele se apoia para contar sua história. A falta dos flashbacks ou o próprio fato da história começar logo após o assassinato de JFK, nos inibe de sensibilizar com a protagonista, não sentimos a sua dor, apenas a vemos. Logo somos expostos a quantidades absurdas de cenas em que Jackie está sofrendo por sua perda, mas não nos emociona, tornando elas chatas e desinteressantes.
Isto também se estende aos personagens secundários, que mesmo muito bem atuados, não entendemos a complexidade do vinculo deles com a protagonista ou o ex-presidente. Assim, mesmo com uma trilha sonora primorosa, que nos causa um sentimento de desconforto, refletindo o sentimento de angustia de Jackie, o vinculo que devia ser criado entre nós e a trama não é estabelecido, e logo nos incomodamos pelo motivo errado.
Com boas atuações, o filme não consegue se manter interessante ou emocionante, desperdiçando todo o potencial que a obra tinha.
Alice no País das Maravilhas
3.4 4,0K Assista AgoraQue desastre, o filme não tem personalidade, carisma ou profundidade. A criação de um universo imersivo, que devia ser algo característico desta história, falha miseravelmente devido ao uso excessivo de computação gráfica e fundo verde perceptível, com desnível entre o personagem e o plano de fundo. Além das atuações robóticas e sem emoções de todos os atores, sendo o melhor o personagem fruto de CGI.
A combinação desses elementos não poderia resultar em algo diferente de uma obra sem essência e genérica. Não emociona e não diverte, demasiado voltado ao publico infantil, mas sem uma grandiosidade que possa encantar a todos os públicos, não recomendo este filme à ninguém.
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista AgoraUma comédia sobre a guerra fria, dirigida por Stanley Kubrick e rodada em 1964, como essa combinação poderia resultar em um filme ruim? A todo momento eu me perguntava se o que eu estava vendo era real e como todos os envolvidos foram corajosos e extremamente talentosos e visionários para apoiar e participar de um projeto tão ambicioso e arriscado como esse.
O roteiro é extremamente afiado, com piadas meticulosas e de uma sátira impressionante, retratando um momento tão absurdo para a história que poderia trazer o colapso da humanidade apenas com o apertar de um botão de um único homem. Casando muito bem a temática com o gênero escolhido para abordá-la.
As atuações do filme são ainda mais excepcionais, juro que não consegui perceber que Peter Sellers estava interpretando três personagens, até os 20 minutos finais, pois a entrega do ator aos personagens foi algo absurdo, com os três sendo completamente diferentes um do outro.
As cenas de guerra também são excelentes, de maior qualidade do que filmes que realmente tem uma temática mais real a guerra, com câmeras na mão e em locais que nos colocavam como soldados na guerra, em meio ao caos que ela pode ser. Com exceção dos sons dos tiros que lembravam os de Star Wars, mesmo sendo feito antes do primeiro filme da saga, foi algo que me incomodou mesmo que talvez seja com algum proposito de comédia creio eu.
O tipo de humor não é o que mais me agrada, mas sei reconhecer quando ele é bem pensado e bem executado, e creio que isso foi a principal razão de eu não dar uma nota alta ao filme, pois em apenas um único momento eu me peguei rindo. Além de achar as cenas no avião extensas demais, pois não cria tensão devido ao clima caricato do filme, poderiam ter sido bem mais aproveitadas com um proposito comisco do que com um proposito mais "sério" se é que podemos categoriza-lo assim.
Dr. Strangelove é uma ótima obra dirigida por um homem que estava muito a frente do seu tempo, recomendo a todos os fãs de filmes com ótimas sátiras e de ótima qualidade.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 714 Assista AgoraA música é um espelho para nossos sentimentos, cada gênero ou musico se encaixa com algum estado de espirito ou momento com o qual estamos passando, e as letras em si refletem o artista, pois ele se coloca nelas querendo ou não. Vemos em Sing Street como a musica guia a vida de um jovem que tenta impressionar uma garota, e como cada letra escrita pelo mesmo é afetada por algum acontecimento de sua vida.
As músicas desse filme são incriveis, e as cenas onde elas são escritas e pensadas são muito legais de assistir com uma incerteza de como vai ser o ritmo de cada uma ou sobre o que ela está dizendo. Quase todas elas possuem um ritmo gostoso de se ouvir, mesmo eu não sendo fã dos gênero abordados no filme, e não pegando as referencias citadas no mesmo.
E até ai o filme estava sendo excelente, até que no final do segundo ato para o inicio do terceiro o filme perde muito em qualidade e ritmo, abusando muito dos exageros da trama, algo que tira nossa identificação com a história. Além de personagens subdesenvolvidos que são apenas jogados em algumas cenas para nunca mais ganharem qualquer outro tipo de atenção, dando espaço apenas para o casal dos protagonistas.
O show no ato final também foi algo que me incomodou, pelos mesmos motivos já citados anteriormente, o limite do absurdo já tinha sido passado, e aqui vemos cenas que não possuem qualquer valor ao filme além de serem completamente fora da realidade de um ambiente escolar.
Sing Street possui dois protagonista muito bem desenvolvidos e carismáticos, além de musicas bem escritas e gostosas de se escutar. Mas com problemas em seu roteiro e direção, que não soube fazer algumas escolhas que seriam essenciais para manter o filme interessante e crível.
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraSonhar acordado é um reflexo de uma insatisfação com sua vida pessoal ou profissional, e até mesmo de seu próprio jeito de ser, servindo como uma válvula de escape de sua realidade onde podemos ser o que quisermos e fazermos o que nos dá vontade. O começo do filme foi bom em nos apresentar isso, com cenas bem legais dessas "viagens" do protagonista.
Mas foi só até isso, já que o filme se perde em tom e no que quer ser, com elementos apresentados em certos momentos que são logo abandonados em outros momentos, como justamente os momentos de devaneio. Que mesmo com a justificativa de o protagonista partir dos sonhos em si para a realização dos mesmo, a mudança foi drástica e nada natural, abandonada de uma hora para a outra.
As inconsistências do filme são visíveis e bem incomodas, com certos momentos que me tiraram completamente do filme, que não me emocionou, não me fez rir e quase não me fez refletir por nenhum momento. Não entendo o por que de uma nota tão alta no site, o filme não traz nenhuma novidade ou algo extraordinário, além de seus aspectos técnicos que são bons, com locações bonitas e enquadramentos que realçam a beleza dos cenários.
Como uma comédia esse filme teria funcionado bem mais, pois o drama não funciona pois não conseguimos levar a sério o protagonista e nem as situações em que ele se encontra. Vale a pena para quem aprecia a beleza técnica de uma produção, e para ninguém mais.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraSabemos quando estamos assistindo à uma obra de Wes Anderson, e aqui não é diferente, o universo colorido e cheio de detalhes, personagens marcantes e diferentes são marcas registradas nos filmes do diretor. Filmografia um tanto peculiar para alguns por se diferenciar muito do que estamos acostumados a assistir e refletir.
Compramos a história de dois jovens que se sentem deslocados em sua vida acharem conforto um no outro enquanto fogem de suas realidades conturbadas, e sentimos a seriedade de suas decisões mesmo que sejam duas crianças e sequer em algum momento duvidamos da veracidade das cenas, mérito do roteiro bem escrito.
Pena que com um universo tão rico, com subtramas que poderiam ser tão interessantes quanto a principal, fomos presos a apenas uma história, e isso foi algo que acabou me decepcionando no filme que se beneficiaria de uma duração maior. As atuações do filme são operantes, mesmo com nomes de peso no elenco como Bill Murray, Frances McDormand e Edward Norton, já que o tempo dedicado a cada um é bem curto e as superficialidades nas interações dos personagens, que são diretos e sinceros, não permitiu atuações mais carregadas.
A falta de uma carga dramática também prejudicou, tornando o filme um espetáculo mais visual e técnico do que uma história tocante e emocionante. E que show de técnica impecável esse filme possui, muito uso de câmera estática e movimentos de deslize lateral da câmera pelo cenário que são bem impressionantes.
Um entretenimento divertido e rápido, com uma beleza e técnica únicas. Que não nos aprofunda ou emociona com seus personagens e nem seu universo.
O Rei do Show
3.9 897 Assista AgoraThe Greatest Showman é um espetáculo sobre um espetáculo, há tempos que não vejo um design de produção, músicas e figurinos de tão alta qualidade em uma obra, e com certeza são os pontos altos desse filme. Com o destaque maior para os números musicais deslumbrantes e bem escritos e dirigidos, com letras que ficam na cabeça e com coreografias que junto aos movimentos brilhante da câmera nos apresentam belas cenas.
Hugh Jackman é um dos meus atores favoritos devido à sua entrega aos papeis que escolhe, e seu trabalho aqui é tão bom quanto o apresentado no musical de 2012, Les Misérables, um trabalho excepcional. Com um elenco de apoio que também não decepciona e se mantem bem no decorrer do filme. Como é divertido ver Zac Efron voltar a atuar me outro musical, gênero que o deixou bem popular entre o publico, principalmente aqui no Brasil pelo seu papel em High School Musical.
Porém o filme falha em um dos aspecto mais importante de uma produção cinematográfica, a história. Nos apresentando uma história rasa que não sabe qual caminho escolher, sendo um filme sobre P.T. Barnum ou sobre os preconceitos sofridos por aqueles que são diferentes do que a sociedade considera "normal". Não se aprofundando nos conflitos internos dos personagens e nem sobre seus pensamentos e dificuldades sofridas antes do Circo.
The Greatest Showman teria se beneficiado de mais alguns minutos de filme para se desenvolver em trama e em personagens, para tirar essa sensação de pressa na sua narrativa, que resolve conflitos brevemente e inicia outros logo em seguida. Porém como entretenimento, vale o tempo investido, sendo um musical divertido e com uma temática que perdura até os dias atuais, mesmo o filme se passando no séc. XVIII.
Queime Depois de Ler
3.2 1,3K Assista AgoraBurn After Reading é um tentativa desesperada de recriar uma história de sucesso como a de Fargo, porém os irmãos Cohen erraram feio a mão neste filme que ao contrario do filme de 96 não nos choca com suas situações absurdas, com exceção de uma cena, e mesmo não sendo muito fã do humor abordado pelos diretores, aqui eu me senti completamente perdido no senso de comédia deste filme.
A história não nos traz nenhuma novidade repetindo a formula tão adorada pelos irmãos, a da comédia do absurdo, e sai de nada para lugar algum. Com atuações competentes por parte de todos os atores, sem nenhum grande destaque, sendo o único ponto que me fez dar alguma nota a esse filme. Os personagens são rasos, caricatos e antipáticos, não torcemos por nenhum deles e logo não nos predemos a trama proposta.
Quando seu personagem favorito do filme aparece apenas em duas cenas com uma duração máxima de cinco minutos, é por que algo esta errado. Serviço desleixado da dupla de irmãos, que não percebi qualquer empenho em inovar como em suas outra obras brilhantes.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraAdiei por um ano esse filme pensando que seria mais um drama qualquer sobre um jovem negro em um bairro pobre americano, e ainda bem que eu não poderia estar mais enganado. Fui agraciado com um dos filmes mais tocantes e sensíveis, de uma beleza única e que foge de todos os padrões de produções da mesma temática.
O primeiro aspecto que não poderia deixar de comentar são as atuações, e que escolha de casting perfeita, todos os atores entregam performances dignas de Oscar, não a toa que Naomie Harris e Mahershala Ali foram indicados e um deles até levou a estatueta pra casa. Naomie nos entrega um atuação tão real em uma personagem detestável, que percebemos o estudo e a entrega dela à sua atuação, retratando fielmente uma mulher perdida que não sabe como ajudar e reagir as escolhas do filho os mesmo tempo que luta contra seu vicio as drogas. Ali por outro lado, mesmo que na pele de um homem que era pra ser deplorável nos mostra um lado paternal e carinhoso que pode estar presente em qualquer um e somente é necessário uma oportunidade para demonstrar tais sentimentos guardados.
Mas os três atores que foram escolhidos para interpretar Chiron durante os três atos do filme dão um show a parte, criando um senso de coesão entre suas atuações realmente passando a sensação que as consequências das ações e decisões enquanto criança refletem em sua fase adulta, a dor e desamparo no olhar e até mesmo sua postura são diferentes em cada parte do filme e ao mesmo tempo são uma só, completando umas as outras.
Além das atuações impecáveis, o longa ainda conta com uma direção incrível com cenários e cores deslumbrantes, com um ótimo trabalho de iluminação e pós-produção fazendo cada ato do filme ser completamente diferente do anterior com cada vez mais cores saturadas e azuladas e que dizem muito sobre a situação emocional do protagonista e do seu ambiente. A montagem do filme é milimetricamente calculada, com todas as cenas passando alguma mensagem, nada é em vão nesse filme.
O único defeito para mim foi simplesmente o fato de faltar mais, eu queria mais do filme, algumas situações e explicações para alguns acontecimentos teriam me dado uma experiencia mais gratificante mesmo eu entendendo o que o filme queria dizer e onde ele queria chegar. Além de uma ou duas cenas que julguei desnecessárias ou sem algum significado real para a trama.
O filme é brilhante e não deve ser perdido por nada, poucas vezes vi algo tão visceral e belo na tela, Moonlight é um exercício para reflexão e para quebras de expectativas e paradigmas que consideramos como certos.
Artista do Desastre
3.8 554 Assista AgoraJames Franco tinha em suas mãos uma história que poderia ser facilmente uma comédia escrachada que tirasse sarro de Tommy Wiseau e de todas as coisas que ele tentou realizar e deu sua própria personalidade excêntrica, porém brilhantemente escolheram um caminho que poucos escolheriam, a de respeitar e tornar às escolhas do personagem compreensíveis mesmo que completamente absurdas, nos fazendo simpatizar e torcer por ele.
Que bela atuação que James Franco no apresenta, os maneirismo, sotaque e linguagem corporal são muito similares aos de Tommy, ele rouba a cena em todos os momentos que está presente. Com ótimas atuações de todos os personagens secundários com exceção de Dave Franco, que considero o mais fraco na obra, e faz com que o filme perca muita força em atuação quando ele está sozinho em suas cenas.
A comédia do filme não se baseia em piadas, mas sim nas bizarrices nos fazendo pensar que algo assim nunca poderia acontecer ou que alguém assim não existiria na vida real, logo não me vi gargalhando em nenhum momento do filme mas isso não o classifica como não divertido, muito pelo contrário, em nenhum momento senti o pesar do filme que passou voando e que até precisaria de um final mais longo.
Um show de atuação com uma mensagem positiva por trás, com certeza uma das atuações que mais me marcaram nesses últimos tempos. Porém sinto que o filme é vazio em carga emocional e na própria comédia, onde em certos momentos nos são apresentados arcos dramáticos que não simpatizamos ou importamos,
como o da relação de Greg e Amber apenas para mostrar o ciúme que crescia dentro de Tommy
Taxi Driver
4.2 2,6K Assista AgoraA parceria de Scorsese e De Niro é uma das melhores que o cinema já presenciou, e aqui somos apresentados à um estudo intimista de um personagem perturbado por traumas passados e pela sua própria existência. Sentimos a solidão do protagonista e como ele enfrenta dificuldades em se socializar com as pessoas que parecem não compreende-lo pois a comunicação não é seu forte, enfrentando dificuldades para colocar seus sentimentos em palavras.
A atuação brilhante de De Niro tangência e transita muito bem pela insanidade do próprio protagonista e de suas reações encarando as insanidades que um taxista presencia nas noites de Nova Iorque, e como isso o afeta fazendo ele despertar um sentimento de repudio para com a cidade e com seus habitantes. Até que ele decide limpar a "sujeira" com suas próprias mãos, ajudando alguém que realmente precisava dele.
Mas um ator sozinho não consegue salvar um filme, que possui alguns pontos desnecessários em seu roteiro, repleto de cenas vazias e sem importância alguma pra trama que poderiam ser facilmente cortadas ou remodeladas para agregar algo à narrativa ou pelo menos entreter quem esta assistindo.
O que foi todo aquela arco de tentativa de assassinato ? Ou para que a necessidade de um arco romântico tão grande, apenas pra mostrar algumas características do protagonista que poderiam ser facilmente exposta com menos.
Taxi Driver é uma representação majestosa do sentimento de solidão e desamparo em frente a uma multidão ou uma cidade individualista, com uma das melhores atuações de De Niro mas que encontra algumas problemas em sua narrativa que não conseguem ser contornados e que não nos recompensa mais a frente da história.
Colossal
3.1 340 Assista AgoraSe esse não é o pior filme que assisti, com toda certeza é um dos piores, nunca vi uma bagunça tão desordenada no tom e ritmo de um filme que não se decide em ser um drama ou comédia, e justamente nesse ponto que ele erra grosseiramente pois para uma história como essa, a comédia seria o caminho mais lógico a não ser que se consigo criar um drama bem construído e coeso.
Porém nessas transições entre o que o filme quer ser, ficamos pensando se ele realmente está se levando a sério ou se apenas esta satirizando as situações. Afinal, centenas de pessoas estão morrendo e eles nem sequer tentam impedir uns aos outros, como se não fosse nada demais. Presenciamos alguns diálogos sofríveis em interações sem sentido ou proposito, o que diabos foi aquela cena do bar? Além disso, os personagens secundários não tem qualquer espaço na trama e nem utilidade, com alguns desaparecendo abruptamente,
o arco romântico entre a protagonista e o personagem interpretado por Austin Stowell é terrível e subutilizado.
A viagem que o filme traz para passar uma mensagem de "consequência das suas ações" não é nada prazerosa, comovente ou divertida. A ideia é criativa, mas mal aplicada, desperdiçando seu potencial.