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Últimas opiniões enviadas

  • Dandara

    É fácil detestar adolescentes. Detestar seus gostos, seus comportamentos, tudo que eles representam. Ao mesmo tempo, dificilmente podemos dizer que não nos envergonhamos de algo em nós nessa fase. Tudo Sobre Lily Chou-Chou escancara o pior do adolescer, mas toca em verdades que eu não lembro de outro filme alcançar.

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    A relação desses jovens com o mundo virtual é um grande acerto. A busca por uma comunidade que os possibilite se encontrar, se acolher, significar suas vivências por um interesse compartilhado... O virtual aqui, é porta que os permite elaborar tudo que vivem, é espaço para preencher o "eter" com linguagem, dar cores aos álbuns, aos momentos vividos e ao próprio filme. Outro acerto está em ancorar tudo na música, que contrapõe até o abismo dos momentos mais insuportáveis com beleza. Abismo que é repetidamente retratado na realidade desses jovens, mas que se confirma quando mesmo a comunidade acolhedora se mostra ilusória.

    O incomodo é onde mora os acertos do filme, mas é também o que o torna duríssimo de assistir. Ainda assim, sinto que é elevando as pulsões destrutivas desses adolescentes a última potência que Iwai consegue nos lembrar que só é fácil detestar adolescentes, porque tendemos a esquecer que não há nada de muito fácil em ser um.

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  • Dandara

    Contradições, ciclos e crises vitais que se alimentam e retroalimentam, definem para mim esse filme. Uma perdida jovem e um palhaço envelhecendo; adolescer, adoecer, envelhecer, se despedir... O encontro grandioso de todos esses conflitos é o que os movimenta para fazer nascer essa obra.

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    Gosto da ideia de que estamos fadados a não desejar o que já temos. Calvero tenta lecionar Terry, revelar para ela a faceta de absurdo, que existe em uma jovem buscando suicídio e fazê-la enxergar a vida como um valor em si. Para isso faz a declaração: “A vida é sobre desejo, não sobre sentido”. Porém, tudo que Terry tem é a vida, e portanto ela está fadada a não desejar viver, enquanto não encontrar coragem e imaginação para desejar outras coisas.

    Ao mesmo tempo, Calvero vive seu declínio, sua despedida e seu descaracterizar-se. Todos esses temas permeiam o longa, sendo que o último é condensado em uma belíssima cena, em que Calvero retira a maquiagem, após uma apresentação que fracassou. Terry supera a incerteza paralisante e volta a dançar por ele, não pelos seus sermões, mas porque Calvero necessitava dela, como ela dele. No teste para o ballet, Calvero a assiste. Observa esse potencial que desabrocha de uma posição de invisibilidade tal, que todos deixam o palco sem reconhecer sua presença e desligam as luzes.

    Muitas são as reflexões que Chaplin traz para os conflitos de um artista que se despede. A exemplo da imagem de um Calvero envelhecido em frente a sua foto jovem e depois entre essa mesma foto e a foto de seu personagem. Jovem ele foi potencial, como Terry, em seu personagem ele foi fato e agora velho ele vive o luto dessas duas figuras. Ao mesmo tempo ele fala que sempre buscou a verdade. O paradoxo da busca incessante de verdade em uma representação artística. Diz, ainda, que odeia o teatro, porém reconhece que não pode renunciar a arte, ao dizer que também odeia a visão de sangue, mas que o sangue circula em suas veias.

    No fim Terry encontra muito o que desejar e a que se apegar e Calvero faz sua última grande apresentação, seu desapego final do público, da arte, da vida.

    Bow and Finish.

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  • Dandara

    O filme tem tudo o que mais incomoda uma pessoa que odeia musicais. Um romance adolescente em um cenário supersaturado e tudo inteiramente cantado. Se mesmo muitas dessas pessoas acabam se rendendo a esse filme, imagina pra quem já ama o gênero como eu?

    É talvez a mais incrível demonstração do que abraçar os elementos do gênero musical podem gerar. Esse mundo technocolor, todo regido por belas e coloridas composições imagéticas e notas musicais, te envolve e te seduz, de forma completamente imersiva, em uma hora e meia em que nada mais existe se não o romance de Geneviève e Guy.

    Em meio a toda essa fantasia, a obra ainda é autorreferencial, metalinguística e autoconsciente, sem cair em um desdém às convenções do gênero. Aqui mesmo o curso mais realista dos destinos das personagens ou grandes tristezas ganham beleza. Esse filme é um presente em sua realidade tão deliciosamente singular e já quero revisitar.

    p.s.: Perdi a conta de quantas vezes arrepiei inteira, mas basicamente todas as vezes que tocou a música tema. Aqui meu agradecimento a Michel Legrand.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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