"Para mim, as pessoas são como lobos". Uma pessoa que resistiu a 15 anos de solidão absoluta, num porão escuro, sem nem entender como a água e o pão surgiam (eram colocados somente enquanto ele dormia), sobreviveu pouco mais de 4 anos em sociedade. Pra quem tiver interesse, uma parte da história nas palavras do próprio Kaspar Hauser:
Vi esse filme duas vezes seguidas. Primeiro porque, de início, quase sempre fico disperso. Tem filme que acaba me prendendo, outros não, e esse demorou um pouco pra conseguir isso. Segundo que só se entende um pouco as motivações do Jacek, e algumas referências à fatos anteriores ao filme, depois deste já estar bem adiantado. Não que o filme use aquele clichê de voltar no tempo depois de um fato marcante. A ordem cronológica utilizada aqui é a "correta", mesmo. Mas a conversa de Jacek com seu advogado, ainda que revele pouco sobre a vida do personagem - não se sabe onde e com quem ele vive, se trabalha e o que faz além de andar pela cidade sozinho - faz com que quem assiste ao filme chegue a sentir empatia pelo rapaz.
Uma coisa que me chamou a atenção, por exemplo, foi que o único sorriso verdadeiro dado por ele foi logo após ter feito duas menininhas rirem, enquanto se preparava pra matar o taxista. Mais tarde, ele contaria ao advogado que deixou a casa dos pais depois que a irmã, de 12 anos, foi atropelada por um amigo com quem estava bebendo. E que tudo poderia ser diferente se ela estivesse viva. Isso me fez pensar que, com uma história de vida diferente, as pessoas que se preparavam pra executá-lo poderiam ter cometido um crime parecido. Talvez teriam matado o mesmo taxista. Mas elas poderiam ser consideradas a mesma pessoa se tivessem outra história de vida? Claro, há que se levar em consideração a genética da pessoa. Alguém com um perfil psicológico predominantemente melancólico provavelmente iria prefirir o suicídio ao homicídio. Mas o nosso personagem principal não é um sujeito expansivo, um valentão que fala alto e chutaria a porta de um bar, ao entrar. E nem é um cara frio, como diz a sinopse. Ele é, isso sim, extremamente ressentido com todos, talvez por não conseguir se encaixar em lugar algum. Na cena do assassinato, me dava a impressão que ele não teria força, e nem coragem, pra pôr em prática o que planejou. Seria dito, depois, que Jacek tem apenas vinte anos. Além disso, o protagonista tem uma aparência frágil. É provável que, como eu, quem assistir ao filme torça pra que ele consiga matar logo o taxista (até porque o espectador é levado a sentir antipatia por este). Jacek consegue, mas em meio a ânsias de vômito e choramingos. É como se ele esperasse que a morte não se mostrasse tão feia à ele. É claro que nenhum filme tem a obrigação de ser fiel à realidade, e a maioria nem é. Mas será que, dada às circunstâncias, qualquer um seria capaz de matar? Jacek não me pareceu o assassino mais provável. Ao fim do filme, se tem a impressão de que a execução dele não faz o menor sentido. Não é algo limpo - um indivíduo perigoso sendo eliminado para a segurança bem da sociedade. A execução de Jacek foi algo mais pesado de se assistir do que o assassinato do taxista. Talvez pela diferença entre os dois. Um, o rapaz sem amigos, de olhar triste e que desconta sua tristeza com uma conduta antissocial. O outro, um adulto arrogante, com esposa, e que dispensa a companhia do restante. Ainda que a execução, em si, tenha sido algo rápido, toda a tensão que a antecedeu, o fato de saber que iria morrer e nada poderia ser feito, chegando a não conseguir dar o passo que o faria sair da cela, geraram um sofrimento psicológico infitamente maior. A morte do rapaz perde todo o sentido pra quem a assiste.
O paralelo entre a rotina do personagem principal e o seu futuro advogado dão uma certa revolta, também. Enfim, o filme me levou a pensar sobre que circunstâncias poderiam diferenciar um cidadão exemplar de um sujeito marginalizado que chegue ao ponto que Jacek chegou. Talvez qualquer um possa matar em circunstâncias extremas. E, por circunstâncias extremas, não é preciso se pensar em legítima defesa, ou em alguém que matar pra proteger um filho, ou qualquer outro clichê. Não há como conhecer o mundo interno de um sujeito. Ao menos, não com um aperto de mão e um desinteressado "tudo bem?". Não que, durante todo o filme, alguém faça isso pelo protagonista. Enfim, é tanta coisa que pode ser dita partindo desse filme... Normalmente, não sinto necessidade de comentar sobre filmes que eu vejo, por mais que eu goste. E, também, não costumo gostar de dramas. Mas me peguei pensando nesse filme hoje. Ficam aí as minhas impressões sobre ele, rere.
Muito, muito massa mesmo. Deveriam colocar coisas do tipo no lugar de pregações na TV aberta, quem sabe o Brasil não deixasse de ser essa merda. E quem diria que o Hawking sobreviveria aos três, hein? O segredo da longevidade deve ser passar muito tempo sentado. :D
Não esperava muito, mas é tão bom quanto o primeiro. Como naquele, tem a tiração de sarro com o modo que os cristãos encaram os fatos: se deu tudo certo, foi uma benção de deus. Se deu merda, é um teste. O "exército" dele, como no primeiro filme, é todo errado e, mesmo sabendo disso, ele se sente O nobre. HAHUAHUA
Nunca me lembrei de marcar como visto. Muito recomendado pra quem gosta da "era" The Sound of Perseverance. O Chuck canta todas as músicas no estilo desse disco, com o vocal mais agudo.
Como pode um filme que começa tão chato crescer tanto e ficar foda assim? Eu ri da música que cantam pra Willow. E não sabia que o Carl Sagan era rei de Summerisle.
Dom
2.5 167Filme até legal. O pessoal deve meter o pau só porque é BRBRBR HUEHUEHUE GIVE MONI PLS.
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 522 Assista AgoraDemorei pra me dar conta de que esse filme tem quase cem anos. o.o
Orgasmo
3.0 41I don't wanna sound like a queer or nothin', but I think Orgazmo is a sweet movie.
O Enigma de Kaspar Hauser
4.0 328"Para mim, as pessoas são como lobos".
Uma pessoa que resistiu a 15 anos de solidão absoluta, num porão escuro, sem nem entender como a água e o pão surgiam (eram colocados somente enquanto ele dormia), sobreviveu pouco mais de 4 anos em sociedade.
Pra quem tiver interesse, uma parte da história nas palavras do próprio Kaspar Hauser:
Não Matarás
4.1 131 Assista AgoraVi esse filme duas vezes seguidas. Primeiro porque, de início, quase sempre fico disperso. Tem filme que acaba me prendendo, outros não, e esse demorou um pouco pra conseguir isso.
Segundo que só se entende um pouco as motivações do Jacek, e algumas referências à fatos anteriores ao filme, depois deste já estar bem adiantado.
Não que o filme use aquele clichê de voltar no tempo depois de um fato marcante. A ordem cronológica utilizada aqui é a "correta", mesmo. Mas a conversa de Jacek com seu advogado, ainda que revele pouco sobre a vida do personagem - não se sabe onde e com quem ele vive, se trabalha e o que faz além de andar pela cidade sozinho - faz com que quem assiste ao filme chegue a sentir empatia pelo rapaz.
Uma coisa que me chamou a atenção, por exemplo, foi que o único sorriso verdadeiro dado por ele foi logo após ter feito duas menininhas rirem, enquanto se preparava pra matar o taxista. Mais tarde, ele contaria ao advogado que deixou a casa dos pais depois que a irmã, de 12 anos, foi atropelada por um amigo com quem estava bebendo. E que tudo poderia ser diferente se ela estivesse viva.
Isso me fez pensar que, com uma história de vida diferente, as pessoas que se preparavam pra executá-lo poderiam ter cometido um crime parecido. Talvez teriam matado o mesmo taxista. Mas elas poderiam ser consideradas a mesma pessoa se tivessem outra história de vida?
Claro, há que se levar em consideração a genética da pessoa. Alguém com um perfil psicológico predominantemente melancólico provavelmente iria prefirir o suicídio ao homicídio. Mas o nosso personagem principal não é um sujeito expansivo, um valentão que fala alto e chutaria a porta de um bar, ao entrar. E nem é um cara frio, como diz a sinopse. Ele é, isso sim, extremamente ressentido com todos, talvez por não conseguir se encaixar em lugar algum. Na cena do assassinato, me dava a impressão que ele não teria força, e nem coragem, pra pôr em prática o que planejou. Seria dito, depois, que Jacek tem apenas vinte anos. Além disso, o protagonista tem uma aparência frágil.
É provável que, como eu, quem assistir ao filme torça pra que ele consiga matar logo o taxista (até porque o espectador é levado a sentir antipatia por este). Jacek consegue, mas em meio a ânsias de vômito e choramingos. É como se ele esperasse que a morte não se mostrasse tão feia à ele.
É claro que nenhum filme tem a obrigação de ser fiel à realidade, e a maioria nem é. Mas será que, dada às circunstâncias, qualquer um seria capaz de matar? Jacek não me pareceu o assassino mais provável.
Ao fim do filme, se tem a impressão de que a execução dele não faz o menor sentido. Não é algo limpo - um indivíduo perigoso sendo eliminado para a segurança bem da sociedade. A execução de Jacek foi algo mais pesado de se assistir do que o assassinato do taxista. Talvez pela diferença entre os dois. Um, o rapaz sem amigos, de olhar triste e que desconta sua tristeza com uma conduta antissocial. O outro, um adulto arrogante, com esposa, e que dispensa a companhia do restante.
Ainda que a execução, em si, tenha sido algo rápido, toda a tensão que a antecedeu, o fato de saber que iria morrer e nada poderia ser feito, chegando a não conseguir dar o passo que o faria sair da cela, geraram um sofrimento psicológico infitamente maior. A morte do rapaz perde todo o sentido pra quem a assiste.
O paralelo entre a rotina do personagem principal e o seu futuro advogado dão uma certa revolta, também. Enfim, o filme me levou a pensar sobre que circunstâncias poderiam diferenciar um cidadão exemplar de um sujeito marginalizado que chegue ao ponto que Jacek chegou. Talvez qualquer um possa matar em circunstâncias extremas. E, por circunstâncias extremas, não é preciso se pensar em legítima defesa, ou em alguém que matar pra proteger um filho, ou qualquer outro clichê.
Não há como conhecer o mundo interno de um sujeito. Ao menos, não com um aperto de mão e um desinteressado "tudo bem?". Não que, durante todo o filme, alguém faça isso pelo protagonista.
Enfim, é tanta coisa que pode ser dita partindo desse filme...
Normalmente, não sinto necessidade de comentar sobre filmes que eu vejo, por mais que eu goste. E, também, não costumo gostar de dramas. Mas me peguei pensando nesse filme hoje. Ficam aí as minhas impressões sobre ele, rere.
O Homem que Ri
4.3 154"It's wonderful how my Gwynplaine makes the people laugh - even when he is sad".
O Guia do Mochileiro das Galáxias
3.4 1,0KLi o livro e curti pra caralho o filme. Deixem de ser bichas.
Viagem Sem Volta
2.9 87Prometia, mas é ruinzinho. Vai ficando apelão aos poucos, e o principal - a caixa - nem é explorado.
Deus, o Universo e Tudo Mais.
4.4 13Muito, muito massa mesmo.
Deveriam colocar coisas do tipo no lugar de pregações na TV aberta, quem sabe o Brasil não deixasse de ser essa merda. E quem diria que o Hawking sobreviveria aos três, hein? O segredo da longevidade deve ser passar muito tempo sentado. :D
Brancaleone nas Cruzadas
3.8 28 Assista AgoraNão esperava muito, mas é tão bom quanto o primeiro. Como naquele, tem a tiração de sarro com o modo que os cristãos encaram os fatos: se deu tudo certo, foi uma benção de deus. Se deu merda, é um teste.
O "exército" dele, como no primeiro filme, é todo errado e, mesmo sabendo disso, ele se sente O nobre. HAHUAHUA
"- Vou morrer, não é?"
"- Não, o ferimento é passageiro... passou pelo esôfago, um órgão pouco importante."
"-... você não acerta uma..."
George Carlin... It's Bad for Ya!
4.6 7Esse Jorge Carlinhos era foda, puta merda.
Adrenalina
3.2 495 Assista AgoraPuta filme palha.
Os Gatões: Uma Nova Balada
2.8 153 Assista AgoraAchei divertido. O título em português é escroto demais :o
VH1: Megadeth, Behind the Music
4.5 6Na hora que o Mustaine começa a citar as drogas que já usou, achei que não ia terminar nunca.
O Incrível Exército de Brancaleone
4.0 136 Assista AgoraFico me perguntando se não insipirou Monty Python and the Holy Grail. Massa demais! O final é cheio de contratempos. Branca, Branca, Branca!
Os Meninos
4.0 104A sacada da piñata (ou pichorra, como diriam no Chaves) foi foda.
Cadáveres
2.1 221 Assista AgoraTá louco, esse filme é uma bosta.
Death: Live in L.A.
4.8 12Nunca me lembrei de marcar como visto. Muito recomendado pra quem gosta da "era" The Sound of Perseverance. O Chuck canta todas as músicas no estilo desse disco, com o vocal mais agudo.
O Grande Dave
2.4 378 Assista AgoraQue bando de chato metido a cult. O filme é bem divertido.
A Mulher do Pântano
2.9 304 Assista AgoraFilme de 2011 e quero ver, tomara que não me arrependa u.u
De Volta Para o Futuro
4.4 1,8K Assista AgoraBah, não lembrava que era bom assim esse filme :')
A Visão do Terror
3.1 69Tosco até demais, mas é bem divertido.
O Homem de Palha
4.0 482 Assista AgoraComo pode um filme que começa tão chato crescer tanto e ficar foda assim?
Eu ri da música que cantam pra Willow. E não sabia que o Carl Sagan era rei de Summerisle.
Tropas Estelares
3.5 465 Assista AgoraTenho que rever isso, pelo o que eu lembro, é massa.