A beleza de você imergir em outra cultura é ter a possibilidade de ver outros choros, outros gritos, dores, ranhos, cantos, livros. "Martyr" me surpreendeu. Isso por que apresenta um belo processo de vida e morte sob o olhar libanês. Aqui no Ocidente designamos tudo aos outros, ao que eu chamo de "a indústria da morte", e esquecemos que o luto, a perda, o fim, também fazem parte da jornada da vida. E este filme nos (re)lembra disso. Aqui, é dança, é canto, é silêncio. Fui arrebatado de tal.modo que não vi o tempo passar. E, quando passou, foi como emergir desse mergulho proporcionado por Mazem Khaled e sua direção poética.
Elenco maravilhoso. Só de ver Richard Gere e Susan Sarandon juntos logo me lembrou "Dança Comigo?", um dos meus filmes da vida. PORÉM, apesar desses ativos e de alguns diálogos com profundidade, senti o filme como uma montanha-russa: grandes declives ponteados por momentos espaçados de comédia ou grande frescor. Como mencionei sobre a animação "Nimona", o problema não é o clichê. Clichês existem porque funcionam. O problema é não saber trabalhar esses clichês. E aqui, apesar das estrelas da atuação, a sensação foi de cansaço em muitos momentos.
Cumpre muito bem o papel de acolhimento, de representação do que é (ou deveria ser) o processo de abertura dos pais diante dos filhos LGBTQIA+: um mero diálogo sobre a banalidade de uma característica tão importante quanto a cor do cabelo. "Homebird" é um curta-metragem aconchegante.
Que incrível. A animação é linda, fotografia idem, trilha sonora cativante. Por mais que a história seja o que sempre vemos, "Nimona" mostra como um clichê bem trabalhado, usado para atualizar discursos e fazer reflexões sociais, como esse conjunto molda grandes filmes. As analogias e metáforas do filme são muito profundas e tocantes.
A questão do monstro que nos consome, alimentado por chutes, preconceitos, ojeriza, foi algo que me tocou bastante. Falando como um homem LGBTQIA+ que um dia tentou o pior por causa do bullying pesado, ver essa realidade exposta desse jeito foi algo arrebatador. A cena primordial, a frase do "as pessoas querem apunhalar teu coração ao ponto de cansar tanto que você mesmo começa a se perguntar se não quer isso"... Precisa dizer mais alguma coisa? É um mergulho.
Trouxeram para a animação uma representação do abismo de dor, o poço de angústias, que o desrespeito, os muros, as piadas, os olhares trazem.
E sabe o que foi mais legal: ao longo do filme veio um riso muito natural, singelo. Eu percebi que, claro, há cenas moldadas para serem engraçadas (até exageradas em trejeitos), mas tudo tem um porquê. Não é forçado, gratuito. Há um encaixe e um balanceamento comédia-drama que é muito delicado.
"Nimona" é um daqueles tesouros de reflexão que fazem calar. Espero que não tenha continuação. O que precisou ser dito já está ali. E é belo como está.
Primeiro, devemos aplaudir o fato do Shyamalan ter escolhidos atores LGBTQIA+ para interpretar... personagens LGBTQIA+ Você tem ideia do significado disso? Tem ideia do quanto isso que soa como um mero detalhe é MUITO significativo diante de uma indústria e uma sociedade ainda tão preconceituosas? É acolhedor. E reitero: é importante.
Segundo, vamos à trama. Muitas pessoas esquecem que esse roteiro não "saiu da cabeça do Shyamalan". "Batem à porta" é baseado no livro "O Chalé no Fim do Mundo" de Paul Tremblay. Ok? Dito isso, sabendo que o livro é meio confuso e até cansativo, eu gostei do filme. Por mais que no início eu tenha (quase) me afastado da imersão porque minha decisão seria "que se f*da essa b*sta de planeta cheio de gente doida", eu compreendo a vontade do autor e do diretor de refletirem sobre fé, amor, empatia e humanidade.
PORÉM, mesmo gostando da parte técnica do filme e do suspense causado (e até da emoção que tive em certa cena), é tudo muito morno, apático, e em certo momento eu senti aquela coisa de "ah, a humanidade tem algo de bom... amor... blá, blá, blá...", sendo que a realidade é BEEEEEEM diferente disso, né?
Por exemplo, passamos por uma pandemia devastadora, traumatizando, que deixou cicatrizes. Responda: você viu uma mudança sentimental nas pessoas? Na sociedade em geral? É exatamente nesse ponto que vejo uma desconexão entre o livro e a realidade (ainda mais que foi escrito em 2017, muito antes de tudo isso).
Portanto, falando aqui como um homem LGBTQIA+, fico muito feliz pela representatividade, mas apenas isso não foi suficiente para despertar amor pela humanidade. Eu ainda acho que nós somos o câncer da Terra e o filme não me fez mudar de ideia. Contudo, a família deu um quentinho no peito.
A banalidade das histórias nossas, das pessoas comuns, das esquinas, do dia-a-dia, é algo impactante demais. E aí, some isso a um diretor-mergulhador que vai nas entranhas dessas personagens, volta com tesouros de vivências e entrega a atrizes excepcionais, e você tem um espetáculo de entrega, veracidade, conhecimento e silêncios. Que aula! Que aula! Que aula de humanidade.
Há filmes que não prometem nada e te entregam tudo. A história dessas duas mulheres de mundos distintos que colidem é algo dramático, mas não melodramático. Este é um filme de camadas, que à princípio parece banal, frívilo até, porém, encanta por ser capaz de conversar com nossos brios e preconceitos. Reconfortante é a palavra que me vem no momento. Sinto-me inspirado.
Pensei que seria uma galhofa e, ainda bem, quebrei a boca, a cara, tudo. É um filme muito acima da média e que mostra que, se você trabalha os elementos do clichê, você faz algo diferenciado. Obviamente é impossível não pender para comparações com o clássico "Boneco Assassino" e o recente "Annabelle". Contudo, "M3gan" moldou seus pontos de destaque que o tornam um longa-metragem interessante, que prende a atenção, empolga, diverte e surpreende. É o básico bem feito que supera as expectativas. Há filmes que querem reinventar a roda e falham miseravelmente. E há tramas como essa, simples, meio óbvias, mas bem feitas, que vão além. Gostei muito.
Mais um daqueles filmes da série "eu não deveria ter lido tantas análises antes de assistir". Resultado: minha experiência foi comprometida. Muito. Principalmente porque todas as críticas que li e podcasts que escutei versaram sobre o mesmo aspecto: a quase perfeição do filme. Por isso, minha expectativa foi para Saturno. E aí, quando parei para assistir, foi como se a suspensão de incredulidade desaparecesse e eu visse a realidade, com toda a perfeição sendo sugada para dentro de um buraco negro.
Que pena. Sério.
Aos 6 anos ganhei um Super Nintendo que veio com Super Mario World. Eu enlouqueci. Nunca esqueci daquela sensação, dos momentos com o jogo, da imersão na aventura. Por isso, eu estava MUITO empolgado com o filme. E nesse sentido emocional foi massa ver as referências, as piadas, as brincadeiras, algumas fases e mesmo a evolução da franquia mostrada ao longo do filme. Contudo (MALDITO contudo), o filme não não me empolgou. Confesso.
Quando terminou e tirei o lado sentimental, nostálgico, e fiquei na trama, não teve lá GRANDES coisas. Claro que o empoderamento feminino é um diferencial, trazer Mario e Luigi para o mundo real, a fraternidade, Donkey Kong, as cenas pós-créditos, tudo interessante. Porém, a história, o cerne, a raiz do roteiro, é mais do mesmo, pura Jornada do herói do Christopher Vogler.
Foi um sorriso amarelo, sabe? "Ah, beleza. Legal. Mario. Urru! Tá..." Entende?
Sim, quero um segundo filme. E sim, nada de podcasts ou de ler críticas antes. Vem me salvar, Yoshi!!! 😛
Sabe o que acho engraçado? Nós, LGBTQIA+, passamos toda a história (literalmente!) tendo que engolir filmes românticos clichês heteronormativos. Lutamos para que tivéssemos protagonismo que fosse além do estereótipo das festas ("Gaiola das Loucas") ou do dramalhão ("Brokeback Mountain"). Aí, quando vem um filme que busca brincar com isso, trazendo personagens que têm camadas e mergulham em críticas sociais de forma inteligente como nenhum daqueles filmes heteronormativos faziam, a própria população LGBTQIA+ joga pedra no filme.
"Mais que amigos" não é o baluarte do cinema, porém, consegue ser divertido sem ser tolo. É idiota de vez em quando? Sim. Mas aí fica a pergunta: quantos filmes idiotas você aí que é LGBTQIA+ não teve de suportar e nem percebeu que era idiota? Que teve tua mente moldada, condicionada, para aceitar esses filmes?
Quando assisto a filme desse, com personagens diversos, discursos diversos, em meio a um país onde padres e pastores têm rejeitado até a palavra "orgulho", eu fico esperançoso. Não pelo filme, mas por pensar "Velho, que f*da que eu sobrevivi para ver um filme besteirol LGBTQIA+ nos cinemas!" Tem ideia da importância disso? Tem ideia de como seria a tua vida, a minha vida, a nossa vida, se lá atrás tivéssemos assistido a um filme desse? Tivéssemos tido referências nossas que fossem um abraço na alma de "ei, não chora, o mundo é colorido. Seja quem você é."
Tem ideia do que significa ter um filme desse disponível para crianças e adolescentes LGBTQIA+ de hoje?
Percebo que muitas das vezes a própria comunidade contribui para os muros que erguem para nós isolar. Sério, calma. Não são apenas os filmes cabeça que farão as pessoas nos respeitarem. Uma gargalhada também é uma resposta. Tá tudo bem. ❤️
No começo, julguei lento e confuso. Confesso que fiquei tentado a desistir porque achei, principalmente pelo tamanho, que seria um daqueles longos filmes cheios de citações e rebuscamento. Ah, como fui idiota e preconceituoso... Eu fui me apegando, me envolvendo, encantando de tal forma que no final eu já estava com o coração na mão.
Senhoras e senhores, que filmaço! E que retrato histórico de uma época que, infelizmente, aindase mantém presente. "Maurice" é um olhar para o passado, que diz muito sobre o presente e faz um alerta para o futuro: vale a pena ser feliz do jeito que se nasceu.
Importante, é inegável. E impactante. A parte da criação de peixes foi um (grande) choque. Pior que, se o objetivo era dar uma solução, eu fiquei foi muito mais desesperançoso. Sinceramente, não vejo o ser humano mudando seus hábitos alimentares radicalmente. Não vai acontecer. Pelo menos, não em um futuro próximo. É triste...
Dizer que é um filme ruim é uma grandiosíssima mentira. Esperar um esplendor narrativo de um filme que é visivelmente moldado como um "melodrama teen romântico no hospital" (gênero beeem conhecido nos últimos anos), é pedir demais. Diante do que foi apresentado, "A Cinco Passos de Você" é bonito, delicado e com uma história que, guardados os devidos exageros de Hollywood, convenceu aqui Se você respirar fundo, abrir a mente e parar de buscar a potência de uma Ferrari num carro popular, a experiência valerá a pena.
P.S: as últimas cenas são de um melodrama exagerado que só Deus na causa, sinceramente...
Eu fiquei... assustado? impressionado? embasbacado? Não sei definir. O fato é que eu lembrei de quando fiz minha segunda graduação, em Artes Plásticas, e tínhamos exatamente esse tipo de questionamento: afinal, o que torna uma obra de arte tão cara? Que autoridade é essa que aponta e diz que tal quadro é relevante e um outro não é? Que interesses há por trás desses valores? Quanto jogo de poder revela isso? E eis que aqui, anos depois, esbarro em algumas respostas.
E eu só lembro de Van Gogh, gênio inegável, que morreu na miséria e hoje seus quadros valem centenas de milhões. Outro é o pós-impressionista Henri de Toulouse Lautrec, que só não morreu pobre porque já vinha de uma linhagem nobre.
Quem define isso?
Esse documentário (por sinal, muito bem feito e com uma trilha sonora hipnotizante), diz muito sobre a frivolidade de nós, seres humanos. Pois, por mais que apontemos o dedo para "o mundinho medíocre dos super ricos", não fazemos algo semelhante nas redes sociais? Não atribuímos valor a influencers que são uma fraude, uma clara fraude, mas têm milhões de seguidores? E a cantores idiotas que cantam músicas de um refrão? A atores sem talento endeusados só pela beleza?
Ah, a hipocrisia.... A hipocrisia. Esse documentário é sobre nós. No final das contas, minha amiga, meu amigo, é tudo sobre poder.
Acho interessante como vai além do que essa sinopse e a capa fazem crer e entra em um debate importante sobre fetichização do corpo negro masculino (algo que não é tão falado) e o modo como essa sociedade falocêntrica criou essa associação entre tamanho do pênis e nível de masculinidade. Creio que seja um documentário que vai além do óbvio e provoca esse debate dentro de nós.
É um documentário bonito em sua essência, mas, na minha opinião fecal, cansativo aí longo do percurso. E o principal motivo que me leva a essa certeza são alguns dos pais/mães que me pareceram tão preocupadas em estabelecer o orgulho que têm da família que esqueceram de fazer um trabalho de escuta dos filhos. Um dos meninos, por exemplo, é extremamente consciente do papel dele na sociedade, já percebe a hipocrisia da religião, mas quando argumenta com um das mães ela fica na defensiva, não escuta, não reflete, não acolhe... Eu fui me irritando ao longo do filme. Pelo menos, "Gayby Baby" é genial só mostrar o óbvio: como qualquer casal hétero, um casal LGBTQIA+ tem os mesmos dilemas, as mesmas preocupações, os mesmos anseios que todo mundo. E Deus não tá pouco se f... pra com quem dormimos ou deixamos de dormir.
Eu fiquei com a sensação de que o mergulho não foi profundo o suficiente. Entendo a opção por uma filmagem mais crua, com pouca interferência, quase sem roteiro, talvez até para deixar a Fabiana mais à vontade com a câmera, porém, terminei de assistir com uma sensação de vazio. A impressão que eu tenho é que havia muito, muito, mais a ser contado, explorado, instigado. Não achei um documentário ruim. Ele só é... vazio. Vazio como a carreta do começo: enorme, com muito espaço para ser preenchido, uma infinitude não aproveitada.
Inegável a necessidade desse documentário. Acima de ser empoderador, é um chamado a novos olhares sobre os corpos, os gêneros, o sexo, a sexualidade, a voz que emana da invisibilidade. Linn é o retrato do que é a arte: provocação, educação, liberação, chamamento. E o discurso dela é o diferencial para mim, tanto o discurso em forma de música, como o discurso social, político, íntimo e sem medo de exposição. Só o fato de Linn existir e deixar-se existir já é um movimento de quebra, um tapa na cara. Incrível. Pena que, na minha opinião fecal, o documentário se torna repetitivo em certas partes, o que me deixou cansado. Ao meu ver, se fosse um média-metragem (40-50m), ficaria mais dinâmico.
Não creio que seja um filme lento. Tomei-o como um filme denso. É diferente. Um filme lento é aquele onde as coisas demoram a acontecer, quase arrastado. Um filme denso é aquele onde o conteúdo tratado tem tanto peso, tanta complexidade, que a quantidade de informações dá essa sensação de lentidão. Ao meu ver, temos aqui o segundo caso. Logo nas primeiras cenas, já fica bem claro quais os rumos da história, com certa malícia, certo toque de segundas intenções. Na minha opinião fecal, o maior problema no filme é exatamente a ausência do que eu amo no cinema francês: o entendimento do sexo e da nudez como elementos narrativos, não necessariamente de impacto cinematográfico. Houve a construção desse processo erótico com o Jonas (esse polêmico processo, diga-se, uma "sedução aliciadora"), porém, faltou aquele toque de ousadia, sabe? Aquele "passo seguinte" de imersão nas descobertas sexuais do protagonista e nas consequências generalizadas causadas por isso.
A lição é óbvia e está aí, porém, a construção da narrativa me deixou confuso. Primeiro que, na minha opinião fecal, todos os garotos parecem iguais, física e psicologicamente. Depois, tentaram uma história de múltiplos personagens que no meu entendimento não deu certo. Por fim, apesar de entender o viés voltado à crítica aos princípios deturpados do cristianismo, o fato de focarem nos agressores e não nas vítimas me incomodou bastante. Eu preferia que tivessem contado sob o ponto de vista da Donatella do que desses bando de adolescentes, brancos, ricos, mimados. Filmes assim, sob o olhar do agressor, é o que mais tem. E muito melhores. Que tal começar a contar a história das vítimas?
Filme interessante fundamentado no uso dos silêncios como elemento narrativo. Adoro isso. Em uma pintura, por exemplo, é recomendado que deixemos um "respiro", um espaço para os olhos descansarem após o impacto da obra. Isso é usado aqui: o filme bate e recua, bate e recua, até sobrar apenas o vazio como resultado desse desgaste. Particularmente, eu tiraria uns vinte minutos contemplativos. PORÉM, entendo seu uso dentro dessa proposta mais metafórica sobre equilíbrio, morte, decisões... a corda bamba que rege nossas vidas.
É um bom filme? Não. É descartável? Nem um pouco. Foi divertido? Mais ou menos.
Para mim, a maior questão de "Amigas de Sorte" é que eu não consegui imergir em algumas situações. Particularmente, eu nunca gostei daqueles filmes "besteirol" que Hollywood nos enfiou goela abaixo durante décadas. O fato deste aqui seguir esse mesmo princípio destruiu minha imersão na turma. Ao meu ver, foi cheio de barrigas e meio repetitivo em certos pontos.
PORÉM, dizer que o filme "e uma completa porcaria" já é demais. As pessoas aceitam o lixo estrangeiro jogado em nossas cabeças e não aceitam quando nós mesmos fazemos esse besteirol, ao nosso modo? Ora, faça-me o favor!
Costumo brigar muito no Wattpad porque muitos por lá tendem a escrever histórias mirabolantes, muitas sem pé nem cabeça, ao invés de focarem na vida real, banal, comum. E "Bendito fruto" mostra exatamente isso: como a banalidade é instigante e aconchegante. Que filme gostoso de assistir. É simples, mas não simplório. E, melhor ainda, foge daquele tom dramalhão se novelas e consegue falar sobre tudo o que se propõe sem cair na pieguice. Ao final, me senti tão bem, tão reconfortado, tão brasileiro, exatamente porque aqui temos identificação, pertencimento, vida que se assemelha a das pessoas que vemos ao redor. Isso é único.
Sério, eu estou desnorteado até agora, meia hora após o término. O que foi isso? Eu comecei de boca aberta, mão no queixo, encantado com o teatro de bonecos, e terminei do mesmo jeito, sobrecenho franzido, a mente girando e girando e girando... E o interessante é que uma das raras vezes em que isso aconteceu foi no filme "Her", também dirigido por Spike Jonze. Assim, é tão complexo, tão intrigante, tão bizarro, tão... tão tudo, que fica até difícil dizer, expor algo em palavras. Só aplaudo essa capacidade de me fazer sentir. Estou embasbacado.
Martyr
3.2 6A beleza de você imergir em outra cultura é ter a possibilidade de ver outros choros, outros gritos, dores, ranhos, cantos, livros. "Martyr" me surpreendeu. Isso por que apresenta um belo processo de vida e morte sob o olhar libanês. Aqui no Ocidente designamos tudo aos outros, ao que eu chamo de "a indústria da morte", e esquecemos que o luto, a perda, o fim, também fazem parte da jornada da vida. E este filme nos (re)lembra disso. Aqui, é dança, é canto, é silêncio. Fui arrebatado de tal.modo que não vi o tempo passar. E, quando passou, foi como emergir desse mergulho proporcionado por Mazem Khaled e sua direção poética.
Casamento em Família
2.6 62 Assista AgoraElenco maravilhoso. Só de ver Richard Gere e Susan Sarandon juntos logo me lembrou "Dança Comigo?", um dos meus filmes da vida. PORÉM, apesar desses ativos e de alguns diálogos com profundidade, senti o filme como uma montanha-russa: grandes declives ponteados por momentos espaçados de comédia ou grande frescor. Como mencionei sobre a animação "Nimona", o problema não é o clichê. Clichês existem porque funcionam. O problema é não saber trabalhar esses clichês. E aqui, apesar das estrelas da atuação, a sensação foi de cansaço em muitos momentos.
Homebird
3.3 1Cumpre muito bem o papel de acolhimento, de representação do que é (ou deveria ser) o processo de abertura dos pais diante dos filhos LGBTQIA+: um mero diálogo sobre a banalidade de uma característica tão importante quanto a cor do cabelo. "Homebird" é um curta-metragem aconchegante.
Nimona
4.1 234 Assista AgoraQue incrível. A animação é linda, fotografia idem, trilha sonora cativante. Por mais que a história seja o que sempre vemos, "Nimona" mostra como um clichê bem trabalhado, usado para atualizar discursos e fazer reflexões sociais, como esse conjunto molda grandes filmes. As analogias e metáforas do filme são muito profundas e tocantes.
A questão do monstro que nos consome, alimentado por chutes, preconceitos, ojeriza, foi algo que me tocou bastante. Falando como um homem LGBTQIA+ que um dia tentou o pior por causa do bullying pesado, ver essa realidade exposta desse jeito foi algo arrebatador. A cena primordial, a frase do "as pessoas querem apunhalar teu coração ao ponto de cansar tanto que você mesmo começa a se perguntar se não quer isso"... Precisa dizer mais alguma coisa? É um mergulho.
Trouxeram para a animação uma representação do abismo de dor, o poço de angústias, que o desrespeito, os muros, as piadas, os olhares trazem.
E sabe o que foi mais legal: ao longo do filme veio um riso muito natural, singelo. Eu percebi que, claro, há cenas moldadas para serem engraçadas (até exageradas em trejeitos), mas tudo tem um porquê. Não é forçado, gratuito. Há um encaixe e um balanceamento comédia-drama que é muito delicado.
"Nimona" é um daqueles tesouros de reflexão que fazem calar. Espero que não tenha continuação. O que precisou ser dito já está ali. E é belo como está.
Batem à Porta
3.1 563 Assista AgoraPrimeiro, devemos aplaudir o fato do Shyamalan ter escolhidos atores LGBTQIA+ para interpretar... personagens LGBTQIA+ Você tem ideia do significado disso? Tem ideia do quanto isso que soa como um mero detalhe é MUITO significativo diante de uma indústria e uma sociedade ainda tão preconceituosas? É acolhedor. E reitero: é importante.
Segundo, vamos à trama. Muitas pessoas esquecem que esse roteiro não "saiu da cabeça do Shyamalan". "Batem à porta" é baseado no livro "O Chalé no Fim do Mundo" de Paul Tremblay. Ok? Dito isso, sabendo que o livro é meio confuso e até cansativo, eu gostei do filme. Por mais que no início eu tenha (quase) me afastado da imersão porque minha decisão seria "que se f*da essa b*sta de planeta cheio de gente doida", eu compreendo a vontade do autor e do diretor de refletirem sobre fé, amor, empatia e humanidade.
PORÉM, mesmo gostando da parte técnica do filme e do suspense causado (e até da emoção que tive em certa cena), é tudo muito morno, apático, e em certo momento eu senti aquela coisa de "ah, a humanidade tem algo de bom... amor... blá, blá, blá...", sendo que a realidade é BEEEEEEM diferente disso, né?
Por exemplo, passamos por uma pandemia devastadora, traumatizando, que deixou cicatrizes. Responda: você viu uma mudança sentimental nas pessoas? Na sociedade em geral? É exatamente nesse ponto que vejo uma desconexão entre o livro e a realidade (ainda mais que foi escrito em 2017, muito antes de tudo isso).
Portanto, falando aqui como um homem LGBTQIA+, fico muito feliz pela representatividade, mas apenas isso não foi suficiente para despertar amor pela humanidade. Eu ainda acho que nós somos o câncer da Terra e o filme não me fez mudar de ideia. Contudo, a família deu um quentinho no peito.
Jogo de Cena
4.4 336A banalidade das histórias nossas, das pessoas comuns, das esquinas, do dia-a-dia, é algo impactante demais. E aí, some isso a um diretor-mergulhador que vai nas entranhas dessas personagens, volta com tesouros de vivências e entrega a atrizes excepcionais, e você tem um espetáculo de entrega, veracidade, conhecimento e silêncios. Que aula! Que aula! Que aula de humanidade.
Madame
3.2 100 Assista AgoraHá filmes que não prometem nada e te entregam tudo. A história dessas duas mulheres de mundos distintos que colidem é algo dramático, mas não melodramático. Este é um filme de camadas, que à princípio parece banal, frívilo até, porém, encanta por ser capaz de conversar com nossos brios e preconceitos. Reconfortante é a palavra que me vem no momento. Sinto-me inspirado.
M3gan
3.0 799 Assista AgoraPensei que seria uma galhofa e, ainda bem, quebrei a boca, a cara, tudo. É um filme muito acima da média e que mostra que, se você trabalha os elementos do clichê, você faz algo diferenciado. Obviamente é impossível não pender para comparações com o clássico "Boneco Assassino" e o recente "Annabelle". Contudo, "M3gan" moldou seus pontos de destaque que o tornam um longa-metragem interessante, que prende a atenção, empolga, diverte e surpreende. É o básico bem feito que supera as expectativas. Há filmes que querem reinventar a roda e falham miseravelmente. E há tramas como essa, simples, meio óbvias, mas bem feitas, que vão além. Gostei muito.
Super Mario Bros.: O Filme
3.9 784 Assista AgoraMais um daqueles filmes da série "eu não deveria ter lido tantas análises antes de assistir". Resultado: minha experiência foi comprometida. Muito. Principalmente porque todas as críticas que li e podcasts que escutei versaram sobre o mesmo aspecto: a quase perfeição do filme. Por isso, minha expectativa foi para Saturno. E aí, quando parei para assistir, foi como se a suspensão de incredulidade desaparecesse e eu visse a realidade, com toda a perfeição sendo sugada para dentro de um buraco negro.
Que pena. Sério.
Aos 6 anos ganhei um Super Nintendo que veio com Super Mario World. Eu enlouqueci. Nunca esqueci daquela sensação, dos momentos com o jogo, da imersão na aventura. Por isso, eu estava MUITO empolgado com o filme. E nesse sentido emocional foi massa ver as referências, as piadas, as brincadeiras, algumas fases e mesmo a evolução da franquia mostrada ao longo do filme. Contudo (MALDITO contudo), o filme não não me empolgou. Confesso.
Quando terminou e tirei o lado sentimental, nostálgico, e fiquei na trama, não teve lá GRANDES coisas. Claro que o empoderamento feminino é um diferencial, trazer Mario e Luigi para o mundo real, a fraternidade, Donkey Kong, as cenas pós-créditos, tudo interessante. Porém, a história, o cerne, a raiz do roteiro, é mais do mesmo, pura Jornada do herói do Christopher Vogler.
Foi um sorriso amarelo, sabe? "Ah, beleza. Legal. Mario. Urru! Tá..." Entende?
Sim, quero um segundo filme. E sim, nada de podcasts ou de ler críticas antes. Vem me salvar, Yoshi!!! 😛
Mais Que Amigos
3.3 139 Assista AgoraSabe o que acho engraçado? Nós, LGBTQIA+, passamos toda a história (literalmente!) tendo que engolir filmes românticos clichês heteronormativos. Lutamos para que tivéssemos protagonismo que fosse além do estereótipo das festas ("Gaiola das Loucas") ou do dramalhão ("Brokeback Mountain"). Aí, quando vem um filme que busca brincar com isso, trazendo personagens que têm camadas e mergulham em críticas sociais de forma inteligente como nenhum daqueles filmes heteronormativos faziam, a própria população LGBTQIA+ joga pedra no filme.
"Mais que amigos" não é o baluarte do cinema, porém, consegue ser divertido sem ser tolo. É idiota de vez em quando? Sim. Mas aí fica a pergunta: quantos filmes idiotas você aí que é LGBTQIA+ não teve de suportar e nem percebeu que era idiota? Que teve tua mente moldada, condicionada, para aceitar esses filmes?
Quando assisto a filme desse, com personagens diversos, discursos diversos, em meio a um país onde padres e pastores têm rejeitado até a palavra "orgulho", eu fico esperançoso. Não pelo filme, mas por pensar "Velho, que f*da que eu sobrevivi para ver um filme besteirol LGBTQIA+ nos cinemas!" Tem ideia da importância disso? Tem ideia de como seria a tua vida, a minha vida, a nossa vida, se lá atrás tivéssemos assistido a um filme desse? Tivéssemos tido referências nossas que fossem um abraço na alma de "ei, não chora, o mundo é colorido. Seja quem você é."
Tem ideia do que significa ter um filme desse disponível para crianças e adolescentes LGBTQIA+ de hoje?
Percebo que muitas das vezes a própria comunidade contribui para os muros que erguem para nós isolar. Sério, calma. Não são apenas os filmes cabeça que farão as pessoas nos respeitarem. Uma gargalhada também é uma resposta. Tá tudo bem. ❤️
Sorrir é um ato de resistência. Sorria.
Maurice
4.0 190No começo, julguei lento e confuso. Confesso que fiquei tentado a desistir porque achei, principalmente pelo tamanho, que seria um daqueles longos filmes cheios de citações e rebuscamento. Ah, como fui idiota e preconceituoso... Eu fui me apegando, me envolvendo, encantando de tal forma que no final eu já estava com o coração na mão.
Senhoras e senhores, que filmaço! E que retrato histórico de uma época que, infelizmente, aindase mantém presente. "Maurice" é um olhar para o passado, que diz muito sobre o presente e faz um alerta para o futuro: vale a pena ser feliz do jeito que se nasceu.
Maravilhoso.
Comer Vai Nos Levar à Extinção
3.6 1 Assista AgoraImportante, é inegável. E impactante. A parte da criação de peixes foi um (grande) choque. Pior que, se o objetivo era dar uma solução, eu fiquei foi muito mais desesperançoso. Sinceramente, não vejo o ser humano mudando seus hábitos alimentares radicalmente. Não vai acontecer. Pelo menos, não em um futuro próximo. É triste...
A Cinco Passos de Você
3.6 513 Assista AgoraDizer que é um filme ruim é uma grandiosíssima mentira. Esperar um esplendor narrativo de um filme que é visivelmente moldado como um "melodrama teen romântico no hospital" (gênero beeem conhecido nos últimos anos), é pedir demais. Diante do que foi apresentado, "A Cinco Passos de Você" é bonito, delicado e com uma história que, guardados os devidos exageros de Hollywood, convenceu aqui Se você respirar fundo, abrir a mente e parar de buscar a potência de uma Ferrari num carro popular, a experiência valerá a pena.
P.S: as últimas cenas são de um melodrama exagerado que só Deus na causa, sinceramente...
O Leonardo Perdido
3.7 4Eu fiquei... assustado? impressionado? embasbacado? Não sei definir. O fato é que eu lembrei de quando fiz minha segunda graduação, em Artes Plásticas, e tínhamos exatamente esse tipo de questionamento: afinal, o que torna uma obra de arte tão cara? Que autoridade é essa que aponta e diz que tal quadro é relevante e um outro não é? Que interesses há por trás desses valores? Quanto jogo de poder revela isso? E eis que aqui, anos depois, esbarro em algumas respostas.
E eu só lembro de Van Gogh, gênio inegável, que morreu na miséria e hoje seus quadros valem centenas de milhões. Outro é o pós-impressionista Henri de Toulouse Lautrec, que só não morreu pobre porque já vinha de uma linhagem nobre.
Quem define isso?
Esse documentário (por sinal, muito bem feito e com uma trilha sonora hipnotizante), diz muito sobre a frivolidade de nós, seres humanos. Pois, por mais que apontemos o dedo para "o mundinho medíocre dos super ricos", não fazemos algo semelhante nas redes sociais? Não atribuímos valor a influencers que são uma fraude, uma clara fraude, mas têm milhões de seguidores? E a cantores idiotas que cantam músicas de um refrão? A atores sem talento endeusados só pela beleza?
Ah, a hipocrisia.... A hipocrisia. Esse documentário é sobre nós. No final das contas, minha amiga, meu amigo, é tudo sobre poder.
My Massive Cock
2.8 2Acho interessante como vai além do que essa sinopse e a capa fazem crer e entra em um debate importante sobre fetichização do corpo negro masculino (algo que não é tão falado) e o modo como essa sociedade falocêntrica criou essa associação entre tamanho do pênis e nível de masculinidade. Creio que seja um documentário que vai além do óbvio e provoca esse debate dentro de nós.
Gayby Baby
4.0 3É um documentário bonito em sua essência, mas, na minha opinião fecal, cansativo aí longo do percurso. E o principal motivo que me leva a essa certeza são alguns dos pais/mães que me pareceram tão preocupadas em estabelecer o orgulho que têm da família que esqueceram de fazer um trabalho de escuta dos filhos. Um dos meninos, por exemplo, é extremamente consciente do papel dele na sociedade, já percebe a hipocrisia da religião, mas quando argumenta com um das mães ela fica na defensiva, não escuta, não reflete, não acolhe... Eu fui me irritando ao longo do filme. Pelo menos, "Gayby Baby" é genial só mostrar o óbvio: como qualquer casal hétero, um casal LGBTQIA+ tem os mesmos dilemas, as mesmas preocupações, os mesmos anseios que todo mundo. E Deus não tá pouco se f... pra com quem dormimos ou deixamos de dormir.
Fabiana
3.6 6Eu fiquei com a sensação de que o mergulho não foi profundo o suficiente. Entendo a opção por uma filmagem mais crua, com pouca interferência, quase sem roteiro, talvez até para deixar a Fabiana mais à vontade com a câmera, porém, terminei de assistir com uma sensação de vazio. A impressão que eu tenho é que havia muito, muito, mais a ser contado, explorado, instigado. Não achei um documentário ruim. Ele só é... vazio. Vazio como a carreta do começo: enorme, com muito espaço para ser preenchido, uma infinitude não aproveitada.
Bixa Travesty
4.3 78 Assista AgoraInegável a necessidade desse documentário. Acima de ser empoderador, é um chamado a novos olhares sobre os corpos, os gêneros, o sexo, a sexualidade, a voz que emana da invisibilidade. Linn é o retrato do que é a arte: provocação, educação, liberação, chamamento. E o discurso dela é o diferencial para mim, tanto o discurso em forma de música, como o discurso social, político, íntimo e sem medo de exposição. Só o fato de Linn existir e deixar-se existir já é um movimento de quebra, um tapa na cara. Incrível. Pena que, na minha opinião fecal, o documentário se torna repetitivo em certas partes, o que me deixou cansado. Ao meu ver, se fosse um média-metragem (40-50m), ficaria mais dinâmico.
Lições Particulares
3.2 8Não creio que seja um filme lento. Tomei-o como um filme denso. É diferente. Um filme lento é aquele onde as coisas demoram a acontecer, quase arrastado. Um filme denso é aquele onde o conteúdo tratado tem tanto peso, tanta complexidade, que a quantidade de informações dá essa sensação de lentidão. Ao meu ver, temos aqui o segundo caso. Logo nas primeiras cenas, já fica bem claro quais os rumos da história, com certa malícia, certo toque de segundas intenções. Na minha opinião fecal, o maior problema no filme é exatamente a ausência do que eu amo no cinema francês: o entendimento do sexo e da nudez como elementos narrativos, não necessariamente de impacto cinematográfico. Houve a construção desse processo erótico com o Jonas (esse polêmico processo, diga-se, uma "sedução aliciadora"), porém, faltou aquele toque de ousadia, sabe? Aquele "passo seguinte" de imersão nas descobertas sexuais do protagonista e nas consequências generalizadas causadas por isso.
Garotos de Bem
2.7 75 Assista AgoraA lição é óbvia e está aí, porém, a construção da narrativa me deixou confuso. Primeiro que, na minha opinião fecal, todos os garotos parecem iguais, física e psicologicamente. Depois, tentaram uma história de múltiplos personagens que no meu entendimento não deu certo. Por fim, apesar de entender o viés voltado à crítica aos princípios deturpados do cristianismo, o fato de focarem nos agressores e não nas vítimas me incomodou bastante. Eu preferia que tivessem contado sob o ponto de vista da Donatella do que desses bando de adolescentes, brancos, ricos, mimados. Filmes assim, sob o olhar do agressor, é o que mais tem. E muito melhores. Que tal começar a contar a história das vítimas?
L'acrobate
2.8 7Filme interessante fundamentado no uso dos silêncios como elemento narrativo. Adoro isso. Em uma pintura, por exemplo, é recomendado que deixemos um "respiro", um espaço para os olhos descansarem após o impacto da obra. Isso é usado aqui: o filme bate e recua, bate e recua, até sobrar apenas o vazio como resultado desse desgaste. Particularmente, eu tiraria uns vinte minutos contemplativos. PORÉM, entendo seu uso dentro dessa proposta mais metafórica sobre equilíbrio, morte, decisões... a corda bamba que rege nossas vidas.
Amigas de Sorte
2.4 15É um bom filme? Não.
É descartável? Nem um pouco.
Foi divertido? Mais ou menos.
Para mim, a maior questão de "Amigas de Sorte" é que eu não consegui imergir em algumas situações. Particularmente, eu nunca gostei daqueles filmes "besteirol" que Hollywood nos enfiou goela abaixo durante décadas. O fato deste aqui seguir esse mesmo princípio destruiu minha imersão na turma. Ao meu ver, foi cheio de barrigas e meio repetitivo em certos pontos.
PORÉM, dizer que o filme "e uma completa porcaria" já é demais. As pessoas aceitam o lixo estrangeiro jogado em nossas cabeças e não aceitam quando nós mesmos fazemos esse besteirol, ao nosso modo? Ora, faça-me o favor!
Bendito Fruto
2.8 21 Assista AgoraCostumo brigar muito no Wattpad porque muitos por lá tendem a escrever histórias mirabolantes, muitas sem pé nem cabeça, ao invés de focarem na vida real, banal, comum. E "Bendito fruto" mostra exatamente isso: como a banalidade é instigante e aconchegante. Que filme gostoso de assistir. É simples, mas não simplório. E, melhor ainda, foge daquele tom dramalhão se novelas e consegue falar sobre tudo o que se propõe sem cair na pieguice. Ao final, me senti tão bem, tão reconfortado, tão brasileiro, exatamente porque aqui temos identificação, pertencimento, vida que se assemelha a das pessoas que vemos ao redor. Isso é único.
Quero Ser John Malkovich
4.0 1,4K Assista AgoraSério, eu estou desnorteado até agora, meia hora após o término. O que foi isso? Eu comecei de boca aberta, mão no queixo, encantado com o teatro de bonecos, e terminei do mesmo jeito, sobrecenho franzido, a mente girando e girando e girando... E o interessante é que uma das raras vezes em que isso aconteceu foi no filme "Her", também dirigido por Spike Jonze. Assim, é tão complexo, tão intrigante, tão bizarro, tão... tão tudo, que fica até difícil dizer, expor algo em palavras. Só aplaudo essa capacidade de me fazer sentir. Estou embasbacado.