Percebi que os 6 últimos episódios nada mais são do que variações do que foi apresentado nos 6 primeiros. A série foi inspiradora, ainda mais para um escritor como sou, ao ponto de me fazer pensar em possibilidades que nunca imaginei. PORÉM, esse fascínio foi se corroendo a medida que começaram as abordagens do tipo "nós vamos exigir que a indústria tenha mais ética", ou "no futuro todos terão acesso a isso".
Na minha opinião fecal, são posições que desconsideram fatores sociais, muito baseadas nas bolhas das classes altas. Quando penso, por exemplo, na maravilha da impressão de roupas em casa, é impossível para mim não olhar para a realidade da periferia aqui de São Luís e pensar: "cara, essas pessoas dificilmente vão ter acesso a isso."
Que TODOS são esses que essas pessoas estão defendendo? Óbvio que fiquei empolgado, instigado, maravilhado, e todos os adjetivos possíveis. Mas desconsiderar a realidade de desigualdade social me parece uma forma de colocar ainda mais tijolos no muro social que já existe. É só ver o que tem acontecido com a inteligência artificial: eu tenho acesso a tecnologias que 90% das pessoas não têm.
Ah, que temporada maravilhosa. Eu já estava encantado (!) pela primeira temporada e aqui esse sentimento foi ainda mais intenso. É família, é samba, é reflexão, raiz, diversidade, brasilidade, é tudo, tudo. Nossa, foram 12 episódios que me deixaram leve. Destaco o ep 2 ("Delírio Sensual"), o 3 ("Funcionário do Mês"), 7 ("Um dia, um adeus") e os 4 últimos, especialmente "Gurufum" (9) e "Samba Totalflex" (10). Quero muito uma terceira temporada - e vê que não sou de assistir a séries.
Temporadas cada vez melhores. Estou surpreso. Nesta, desafios mais intensos, surpresas absurdas e a desconstrução do conceito de perfeição foram aspectos que me ganharam. Sem firulas ou exageros narrativos, "Vidrados" mostra que um reality simples e bem produzido é grandioso, fascinante e emocionante.
Confesso que comecei empolgado porque pensei que o foco seria no processo dos gêmeos, desafios, etc. Contudo, apesar de eu ser um apoiador do veganismo, me senti meio "enganado" ao ver que a proposta do documentário na verdade mascara uma propaganda do estilo de vida vegano. Ok, é o que eu defendo, contudo, deveriam ter sido mais diretos ao invés de jogarem uma "isca" que corresponde a apenas 30% do documentário.
Continua emocionante e isso aquece o coração. Noto como o programa vem se tornando "mais do mesmo", porém, o que esperar de um reality desse tipo? Ainda mais há tantos anos? Tenhamos sensatez de que é meio complicado incluir algo novo. Bem que agora, com a saída do Bobby, eles serão obrigados a se renovar, né?
Para mim, os destaques foram os episódios 3 (Uau! Que homenagem f*da a uma artista! Incrível), 0 5 (eu venho de uma família muito cristã e entendo como a igreja/religião pode enfiar um monte de amarras na cabeça das pessoas. Ver essa mulher se redescobrir foi maravilhoso) e, claro, o episódio 4. Olha, esse 4º episódio foi tão inspirador em tantos níveis. A conversar dele com o Karamo e a conexão com o Jonatahan foram reconfortantes.
Uma série documental riquíssima. Gosto muito de escola de samba, mas nunca tinha mergulhado dessa maneira. Já tinha noção do papel social delas, porém, aqui é um papel ainda maior. Incrível. Uma aula de História diferenciada.
Uma grata surpresa. Primeiro, pela Fernanda. Que apresentação cativante, leve, humana. Maravilhosa. Segundo, por nos obrigar a lidar com nossos próprios monstros internos. Como a Psicologia diz, é olhando o outro que entendemos quem somos. Ao ver esses conflitos, percebemos bastante quem somos. Fiquei emocionado várias vezes, mas também com raiva. Mas é coisa do jogo. Valeu muito a pena cada segundo. Entretenimento que traz mais do que mera perfumaria.
Gostei dos diálogos e do formato. Interessante forma de se comemorar: trazendo reflexões e até inspiração. Porém, pessoalmente, há algo de forçado ali. Não sei explicar qual sentimento foi esse, não consigo nomear, mas há. Tem certa hipocrisia, por exemplo, quando a Angélica fala sobre preocupações com a exposição dos filhos sendo que as crianças/adolescentes só vivem no programa do marido dela. Do mesmo modo, há algo de "pobre garota rica" ali. Claro que é legítimo tudo o que ela diz e, infelizmente, passou. O mundo da fama é uma grande hipocrisia, uma farsa. Mas ela tem muitos privilégios que ficam evidentes a cada episódio. Portanto, apesar de ter gostado do papo, foi meio impossível me desprender da realidade e entrar de cabeça nesse "mundinho" apresentado.
O que mais me prendeu a esses 4 episódios não foi saber se aquelas filmagens ou esses relatos são reais ou não. Como ficou exposto (e vimos nos jornais), por exemplo, a própria NASA e o governo estadunidense abriram os arquivos e comprovaram que houve sim o avistamento de OVNIS. Porém, como os próprios congressistas reiteraram, é necessário lembrar que OVNIS não são sinônimos de alienígenas. São, sim (como a sigla já explica), objetos voadores (ou subaquáticos, os OSNI) que a ciência não consegue dizer o que são ou de onde vêm.
Dito isso, no 4º episódio (para mim, o mais surpreendente de todos), há o relato de uma professora que, na minha opinião fecal, diz muito sobre o modo como vemos tudo isso:
"Se as pessoas acreditam que existiu um homem que andou sobre as águas e curou as pessoas tendo apenas relatos de dois milênios atrás, qual o problema de acreditar que somos visitados por seres de outros planetas, sendo que há registros mais concretos do que os sobre Cristo?"
Percebe a nuance? É a velha história: o que é fé? Fé o que você acredita e te move, independentemente do que digam, ou fé é o que um grupo de pessoas que se diz "apto" a explicar alfo te impõe? Fé é crer nos relatos bíblicos e do Alcorão, por exemplo, mas não pode ser em crer nos relatórios da FAA (Força Aérea Americana)? Tem força de fé quando o papa assegura que Jesus fez um morto andar, mas não tem força de fé quando um general do exército, de posse de dezenas de testemunhos, fala que avistou um OVNI?
É uma provocação. E exatamente pela possibilidade provocativa é que eu adorei esta série. Diferente de outras, gostei como chamaram não apenas as alegadas testemunhas dos eventos, como também profissionais que investigam esses avistamentos.
E deixo uma provação final: se você acredita que Jesus ressuscitou dos mortos e tem isso como uma verdade universal, por que você é incapaz de acreditar que há seres extraterrestres rodando por aí? Por que um relato é verdade e o outro é fantasia? Ou ambos são fantasia? Ou ambos são verdade? Se ambos são fantasia, por que você acha que as pessoas acreditam e matam por causa de religião, que seria uma fantasia? Se ambos são verdade, por que então os OVNIS são ridicularizados?
Quando você mergulha para além do óbvio, para além do que é mostrado em um documentário e para além do que lhe é imposto culturalmente como sendo "certo", há muitos mistérios, muitas camadas, que fazem a mente ir além.
Continuou divertido, mas percebi (ou senti) já um cansaço do formato. Pelo menos, a equipe de jurados foi mais entrosada e Paulo Vieira é sempre ótimo. Confesso que os episódios com "influencier" não me influenciaram.
Que tesouro! Eu brigo e converso muito sobre a necessidade de sair da bolha para mergulhar no que chamo de "Brasil real", o Brasil para além das redes sociais e das novelas da Globo. E olha o que esse programa nós traz! Eu ri, silenciei, refleti, emocionei, inspirei-me. Minha família vem toda do interior do Maranhão, área de quilombo, e ver esses lugares de memórias expostos sem ser em reportagens burocráticas ou documentários foi uma experiência apaixonante. Contra todos os que ficam babando o país dos outros, "Avisa Lá Que Eu Vou" é uma ode ao Brasil real. Principalmente, ao povo, nós, que às vezes esquecemos que um único país e que também fazemos parte do povo.
Que incrível. Eu não esperava por isso. Fui surpreendido. A paleta de cores é linda, a iluminação, a dinâmica da trama, a desconstrução dos mitos. Claro que muitos vão achar que "merecia mais", "episódios maiores", mas creio que é fantástico exatamente por causa desse formato. Para o que foi proposto, cinco estrelas. Gostei muito.
É uma produção que beira o impecável, não posso negar. Porém, na minha opinião fecal, quando saem da infância para a idade adulta a série perde o brilho. Por mais que não haja problemas de atuação, senti o roteiro mais lento, às vezes sem foco. Ainda emocionante, com belos diálogos, mas faltou algo que não me conectou a partir do quarto da episódio. Creio que o primeiro arco da infância teve um ar de descoberta e de amadurecimento que me tocou e emocionou mais. Mesmo assim, reconheço que preciso rever com mais calma para absorver melhor o que foi passado.
Confesso que ali no terceiro episódio eu fiquei meio cansado. Porém, o quarto capítulo foi uma redenção. Se você assistir esperando entrar no mundinho mágico, esqueça. O objetivo aqui é humanizar. E por isso o documentário me tocou bastante. A questão das primeiras sereias, o amor pela água, o fato de ser uma comunidade diversa, o apoio entre as pessoas, tudo isso é tocante e significativo eem um mundo cada vez mais incapaz de ser empático.
Em relação à competição estritamente falando, desde o começo estava bem claro a superioridade da pessoa que ganhou, né? Essa pessoa não "explodia" em alguns desafios, mas sempre estava ali no top 3 das melhores maquiagens. O que gostei nesta 5ª temporada foi o processo de amadurecimento. Creio que ver os maquiadores se desafiando intimamente, fazendo coisas que nunca fizeram, isso foi inspirador. E o formato da premiação final comprova isso, pois as três pessoas escolhidas têm uma claríssima curva de evolução. Mais uma vez, ao menos para mim, "Glow Up" me levou a um estado de espírito imerso em criatividade e vontade de abraçar ainda mais o meu fazer artístico. Só por isso, já vale.
Eu adorei esse formato. Acima de tudo, eu adorei a capacidade de (finalmente!) terem mudado o programa. Eu amo o "Mandou Bem", acho que nunca acompanhei um programa de competição por tantos anos. Porém, tenhamos sensatez, caiu na mesmice. Tanto que em todos os comentários que fiz sobre cada temporada eu reiterava o mesmo pensamento: é legal, mas está na hora de mudar, trazer desafios para além da culinária. Está na hora de se reinventar.
Reinventaram-se.
Ok, ok, ainda é culinária. Porém, achei massa como encontraram uma forma de manter a essência do programa: pessoas comuns se metendo na confeitaria. Acompanhei com atenção, me diverti muito, gostei das dicas. A inserção dos monitores foi ótima, pois ambos são tão carismáticos quanto a Nicole e o Jacques. E, sério, ver a evolução dos competidores...
É um sentimento de orgulho que passou para cá.
Uma das minhas animações favoritas da vida é "Ratatouille". Ali, a mensagem de "qualquer um pode cozinhar", a quebra desse preciosismo do "grande chef inalcançável", a banalidade de você colocar amor e persistência no que faz, tudo isso é impactante para mim. E foi exatamente o que encontrei em "Desafio dos Confeiteiros": a certeza de que, se você se empenhar, você melhora.
E não é sobre perfeição. É sobre capacidade de se superar. Isso é único.
Acho engraçado como as pessoas ficam com discursos tolos de "queria saber mais", "Pedro Bial fez um péssimo trabalho", "ficou forçado"... Desculpa o palavrão, mas c*ralho! as pessoas querem mais o quê? A mulher se expôs de uma forma que poucos artistas fazem. E eu não sou fã da Xuxa, viu? Ao contrário, confesso, eu cresci com a imagem da "loura burra de vozinha chata". Esse documentário veio para consolidar a desconstrução dessa imagem que eu tinha da Xuxa. E vendo os comentários dos fãs lembrei imediatamente de Cazuza, que na música "Vai à luta" canta "porque os fãs de hoje/ são os linchadores de amanhã".
E é exatamente isso aqui: um monte de gente que só porque a acompanha há décadas achando que tem o direito de dizer o que, como, quando e por que ela deve falar; o que ela deve vestir, como ela deve sentar, como ela deve olhar; o que ela deve mostrar, como ela deve mostrar, que expressões faciais ela deve fazer, quais... Hum... Interessante... Não é que ia fãs da Xuxa estão fazendo a mesma coisa que a Marlene Matos fazia? Olha só, que irônico! É EXATAMENTE nesse ponto que o documentário é genial: provocar discussões.
A Psicologa ensina que "o incômodo que você sente em relação ao outro não tem a ver com o outro, mas sim com você". Portanto, na real, tu não és teu ídolo. Para de faniquito e vai viver a tua vida porque a Xuxa está lá com seus milhões enquanto os fãs estão "xingando muito no Twitter" sem ganhar nada com isso.
No início (e até agora, confesso) fiquei com o pensamento de "ISSO NÃO É BLACK MIRROR!". Porém, após refletir sobre o sentido da série, vi que, apesar de destoarem muito do que foi apresentado antes, os episódios ainda seguem a premissa de servirem como críticos ao uso da tecnologia. O que mudou foi o jeito de contar essa história, agora não apenas com foco na ficção científica.
* "A Joan é péssima" (2,5): meio repetitivo do meio para o final. Começou a me cansar, apesar de ter prendido a minha atenção. A brincadeira e o exercício de futurologia foram chamativos, mas achei longo demais;
* "Loch Henry" (3,5): interessante suspense/thriller. A questão do drama pessoal foi algo bem trabalhado. Chamou minha atenção ao mergulhar na sociedade do espetáculo. Bem atual;
* "Beyond The Sea" (4,5): o que mais se aproxima do que costumamos esperar quando pensamos em "Black Mirror". Por mais que eu tenha previsto o final muito antes dele chegar (tenhamos sensatez: é BEM óbvio), a construção narrativa me prendeu. A tecnologia é intrigante e as possibilidades são gigantescas;
* "Mazey Day" (2,5): massa pela imersão na loucura da mídia de entretenimento. Efeitos incríveis, ambientação impactante, mas nada demais. Mais uma vez, tenhamos sensatez: tirando a questão dos paparazzi, não há nenhum trabalho em cima dos clichês do gênero. Prendeu minha atenção? Sim. Foi de tirar o fôlego? Nem um pouco;
* "Demônio 79" (3,0): tá... Gostei do humor mórbido e da construção da personalidade da protagonista, com uma clara linha de amadurecimento. Sem contar o uso do recurso literário do ticking clock, essa sensação de que algo deve ser feito antes que o tempo acabe. Assim, o final foi óbvio? Não. Mas foi meio broxante, entende? Sei lá, ficou uma sensação "nhé" na boca. Se você quiser ver a mesma premissa frita de forma mais serena (e assustadora), assista ao filme "A Mão do Diabo", com Bill Paxton.
Dito isso, fico com a sensação de ter mergulhado esperando encontrar uma biodiversidade incrível nesse oceano, mas me deparei com um vazio ora pontilhado aqui e ali por corais esbranquiçados, mortos. Belos e intrigantes, sim, mas sem o esplendor inicial.
Legal pelas histórias, mas agridoce quando penso na ausência de um "fator tecnológico" mais marcante.
Por mais que tenha perdido ritmo o longo dos episódios, é inegável a força de uma história que mexe nos brios de todos nós. Tendemos a apontar o dedo para "os outros" e esquecemos que estamos todos no mesmo barco. Diante disso, a série ganha ao explorar a animalidade que reside em todos nós e a índole violenta do nosso povo.
Estou curioso com a segunda temporada. Ainda mais por saber que alguns atores e atrizes já estão confirmados. Claro que a trama abre um leque de possibilidades. É um ponto positivo. Portanto, quero ver para onde vai.
Destaco a trilha sonora hipnotizante. Em certos momentos, eu me flagrava boquiaberto, mergulhado naqueles violinos, tenso. Some a isso a edição dos capítulos e temos uma série diferenciada. Finalmente, vejo um ponto em que as séries se diferenciam das novelas.
Por fim, Drica, Adriana e Maeve são um trio de ouro da atuação. Inegável. Cada cena de uma delas era garantia de verdade, imersão e qualidade. Espero que a segunda temporada aproveite-as ainda mais. Agora, para mim, é impossível não aplaudir a versatilidade do Eduardo Sterblitch. Lembro que certa vez o Jô Soares comentou que grandes artistas da comédia normalmente são grandes artistas dramáticos, mas que o contrário era mais difícil. E temos aqui o exemplo.
"Os Outros" impressiona por ser íntimo e mostrar que ninguém é tão "de bem" assim.
1. Que aconchegante ver essa família de homens héteros que se apoiam sem medo de dizer "eu te amo" e chorar e abraçar e acarinhar. Nossa! Abertura incrível. É um episódio para dar esperança contra um mundo que só nos chuta e oprime e mata.
2. Stephanie é estonteante. Aqui, foi o despertar, o reflorescer de uma mulher que aprendeu, acima de tudo, a se amar. Lindo episódio. E o final... Uau! Acalentador.
3. A história do Speedy é tocante. E o mais importante aqui, ao meu ver, é que não houve aquela "forçação de barra" para o episódio ser um banho de lágrimas, sabe? Foi dramático sem ser melodramático. Incrível e inspirador
4. Jenni se empoderou de uma forma que encantou quando ela deu o primeiro sorriso genuíno. Aqui, mostra como é importante se olhar no espelho e ousar ser mais do que nossa mente faz crer.
5. Dan foi um personagem curioso. No começo, confesso, fiquei BEM reticente, achei ele meio bruto, meio idiota mesmo, exatamente como muitos homens ao meu redor. Porém, aí é que está a maravilha do Queer Eye: nos obrigar a ver nossos próprios preconceitos. E o modo como como vi o Dan expôs meus preconceito. Não foi um episódio emocionante como outros, porém, foi maravilhoso ao desconstruir o Dan e a nós. Ao final, a lição de vida foi inspiradora.
6. Nossa, o episódio da Mary... Ufa, meu coração! É sobre não se definir pelos traumas, sobre superar o apagamento, reaprender a erguer a cabeça, ousar se saber feliz. Que episódio lindo! A conversa dela com o Karamo, o cuidado de Jonathan, o abraço no Bob, a forma como Tan a fez redescobrir as roupas, aquele momento com o Anthony... que tocante. Um episódio humano. Maravilhoso.
7. Michael é de um reflorescer de embasbacar. Pareceu até outra pessoa. Incrível episódio. E o modo como ele foi puxado desse mergulho em memórias traumáticas, a certeza de que ele pode ser mais do que o esperado, o sorriso dele ao final, a dança, o olhar de gratidão... Um episódio refrescante para fechar a temporada.
Fiquei surpreso. Não sou fã de futebol (de fato, estou cag*ndo e andando), mas é inegável como o Galvão é uma figura que está no nosso imaginário. Diante disso, ver esse documentário que foge das obviedades das homenagens e traz o ser humano, sem endeusamentos, com suas falhas, acertos, exageros e gestos de empatia, tudo isso foi gratificante. Não sei se passo admirar o Galvão, ainda o acho um cara arrogante e pedante, porém, certamente, a série quebra muitos endeusamentos sobre Galvão Bueno. E, ao meu ver, isso é maravilhoso.
O fato de demorarem tanto a investir em mais temporadas de uma série como essa, necessária, estapeante, crua, sem firulas, sem medo de atingir o ponto fraco, para mim, diz muito sobre a nossa sociedade. A Rede Globo, por exemplo, com todo o seu discursos edificantes de "empoderamento e diversidade", mostra com a crise que tem passado quais são as prioridades: lucro, audiência e atrair cada vez mais atrações à la TikTok. As séries de "Falas LGBTQIA+" ou "Falas Pretas", passam em qual horário? Depois do Jornal Nacional? Nunca! Passam depois da novela, depois do BBB, porque não são prioridade; porque fazem pensar e puxam as pessoas para se olhar no espelho e encarar a realidade. Elas causam revolta e assustam os políticos. Essa é a verdade. Séries como "Segunda Chamada" nos pegam pelo colarinho, cospem a verdade nos nossos olhos e nos deixam em posição fetal porque são gritos de invisibilidade; porque entram em nossas mentes de forma que as notícias dos jornais não fazem: com personagens que cativam e nos colocam dentro da narrativa. Eles somos nós. Eu venho de uma família majoritariamente formada por educadores e o que vi aqui e na primeira temporada foi a realidade, simplesmente. Quantas vezes eu não fiquei na escola com a minha mãe, professora do EJA, esperando-a sair, e vi as mesmas dificuldades? Vi as mesmas cenas de bullying? Quantas vezes as aulas não foram suspensas porque havia goteiras dentro das salas? Quantos alunos com muletas ou cadeiras de rodas eu não ajudei a subir escadas porque o colégio não tinha acessibilidade? Quantos desses eu não vi desistir? E sabe o que é mais revoltante? É isso tudo foi lá atrás, há mais de 10 anos e hoje (28/05/2023) as escolas estão COM OS MESMOS PROBLEMAS. Prefeitos, governadores, presidentes, falam, falam, falam... e cadê a mudança? "Segunda Chamada" é fundamental que passe em horário (verdadeiramente) nobre para causar revolta, fazer chorar e obrigar as pessoas a sair de suas bolhas de privilégios. Quando comparamos escolas particulares e escolas públicas, não há um abismo na educação brasileira. Há, sim, um buraco negro. E ele está sugando todos nós.
Apesar do gosto amargo diante do que aconteceu ao longo da metade final do reality, eu gostei porque retrata bem o que a realidade. Creio que muitos se sentiram alarmados e ofendidos, irritados pelo fato de o nome "Sobreviventes" não parecer condizente com o que aconteceu, PORÉM, na vida real, na vida fora de nossas bolhas sociais, fora das redes sociais, devemos lembrar que sobreviver não tem só a ver com caçar, fazer abrigo e fogueira. Acima de tudo, ao lidarmos com nós mesmos, seres humanos, sobreviver é sinônimo também de relações interpessoais; de lidar com a selvageria dos egos, a violência da ganância, as inteperies da hipocrisia, o inverno dos interesses.
O nome disso é vida comum.
"Sobreviventes", senhoras e senhores, é um espelho de nós, das nossas sociedades. Tenhamos sensatez. Acho estranho criticar o programa com base nessa premissa de "Aí, foi um show de horrores, meu Deus, que horror!"
Cara, é só assistir ao jornal, olhar para nossos vizinhos, por vezes, olhar para o espelho, e você verá que o horror está ao nosso lado.
Falando específicamebte do jogo, ainda bem que o final foi justo e sagrou-se vitoriosa a equipe que manteve suas convicções, sem manchar a moral. Só fiquei decepcionado porque eu preferia que a produção tivesse deixado eles lá no inverno para, aí sim, fazer jus e ver quem iria sobreviver de fato. Pena que não fizeram (acho que até por segurança, sei lá). Mas a reflexão que deixou sobre a índole do ser humano valeu cada segundo.
P.S: a equipe Alpha é um símbolo da frase "cobra comendo cobra", né? Que hipocrisia absurda! Fizeram o mal e depois pagaram de inocentes. Haja paciência. Pior que gente assim não aprende e vai morrer dizendo que fez o certo.
Eu me emocionei a casa episódio. Venho de uma família gigantesca de professores e ver a realidade (e a realidade nua e crua) foi impactante, importante, real, humano. Foi brasileiro. Eu não consigo nem encontrar o que expressar aqui porque elenco, tramas, trama principal, assuntos, retratação da realidade, tudo é incrível. As pessoas ficam babando por séries estrangeiras, cheias de reviravoltas e cenários magníficos e super produção... Sério: f*da-se! Isso aqui e Brasil! Não adianta fugir para séries bonitinhas, pois, a verdade está na esquina, nas ruas, nós vizinhos, nos ônibus. E séries como "Segunda Chamada" são importantes porque elas nos puxam para fora da bolha. Que bom. Que bom! Do primeiro ao último episódio, "Segunda Chamada" é um retrato de nós.
O futuro
3.6 7 Assista AgoraPercebi que os 6 últimos episódios nada mais são do que variações do que foi apresentado nos 6 primeiros. A série foi inspiradora, ainda mais para um escritor como sou, ao ponto de me fazer pensar em possibilidades que nunca imaginei. PORÉM, esse fascínio foi se corroendo a medida que começaram as abordagens do tipo "nós vamos exigir que a indústria tenha mais ética", ou "no futuro todos terão acesso a isso".
Na minha opinião fecal, são posições que desconsideram fatores sociais, muito baseadas nas bolhas das classes altas. Quando penso, por exemplo, na maravilha da impressão de roupas em casa, é impossível para mim não olhar para a realidade da periferia aqui de São Luís e pensar: "cara, essas pessoas dificilmente vão ter acesso a isso."
Que TODOS são esses que essas pessoas estão defendendo? Óbvio que fiquei empolgado, instigado, maravilhado, e todos os adjetivos possíveis. Mas desconsiderar a realidade de desigualdade social me parece uma forma de colocar ainda mais tijolos no muro social que já existe. É só ver o que tem acontecido com a inteligência artificial: eu tenho acesso a tecnologias que 90% das pessoas não têm.
Que futuro tão maravilhoso é esse?
Encantado’s (2ª Temporada)
3.8 2Ah, que temporada maravilhosa. Eu já estava encantado (!) pela primeira temporada e aqui esse sentimento foi ainda mais intenso. É família, é samba, é reflexão, raiz, diversidade, brasilidade, é tudo, tudo. Nossa, foram 12 episódios que me deixaram leve. Destaco o ep 2 ("Delírio Sensual"), o 3 ("Funcionário do Mês"), 7 ("Um dia, um adeus") e os 4 últimos, especialmente "Gurufum" (9) e "Samba Totalflex" (10). Quero muito uma terceira temporada - e vê que não sou de assistir a séries.
P.S: Evelyn Castro! ❤❤❤ Apenas.
Vidrados (4ª Temporada)
4.0 8Temporadas cada vez melhores. Estou surpreso. Nesta, desafios mais intensos, surpresas absurdas e a desconstrução do conceito de perfeição foram aspectos que me ganharam. Sem firulas ou exageros narrativos, "Vidrados" mostra que um reality simples e bem produzido é grandioso, fascinante e emocionante.
Você é o que Você Come: As Dietas dos Gêmeos
3.3 28 Assista AgoraConfesso que comecei empolgado porque pensei que o foco seria no processo dos gêmeos, desafios, etc. Contudo, apesar de eu ser um apoiador do veganismo, me senti meio "enganado" ao ver que a proposta do documentário na verdade mascara uma propaganda do estilo de vida vegano. Ok, é o que eu defendo, contudo, deveriam ter sido mais diretos ao invés de jogarem uma "isca" que corresponde a apenas 30% do documentário.
Queer Eye: Mais Que um Makeover (8ª Temporada)
4.0 5Continua emocionante e isso aquece o coração. Noto como o programa vem se tornando "mais do mesmo", porém, o que esperar de um reality desse tipo? Ainda mais há tantos anos? Tenhamos sensatez de que é meio complicado incluir algo novo. Bem que agora, com a saída do Bobby, eles serão obrigados a se renovar, né?
Para mim, os destaques foram os episódios 3 (Uau! Que homenagem f*da a uma artista! Incrível), 0 5 (eu venho de uma família muito cristã e entendo como a igreja/religião pode enfiar um monte de amarras na cabeça das pessoas. Ver essa mulher se redescobrir foi maravilhoso) e, claro, o episódio 4. Olha, esse 4º episódio foi tão inspirador em tantos níveis. A conversar dele com o Karamo e a conexão com o Jonatahan foram reconfortantes.
Enredos da Liberdade: O Grito do Samba pela Democracia
4.6 2Uma série documental riquíssima. Gosto muito de escola de samba, mas nunca tinha mergulhado dessa maneira. Já tinha noção do papel social delas, porém, aqui é um papel ainda maior. Incrível. Uma aula de História diferenciada.
Ilhados Com a Sogra (1ª Temporada)
3.7 70Uma grata surpresa. Primeiro, pela Fernanda. Que apresentação cativante, leve, humana. Maravilhosa. Segundo, por nos obrigar a lidar com nossos próprios monstros internos. Como a Psicologia diz, é olhando o outro que entendemos quem somos. Ao ver esses conflitos, percebemos bastante quem somos. Fiquei emocionado várias vezes, mas também com raiva. Mas é coisa do jogo. Valeu muito a pena cada segundo. Entretenimento que traz mais do que mera perfumaria.
Angélica: 50 & Tanto
3.8 7Gostei dos diálogos e do formato. Interessante forma de se comemorar: trazendo reflexões e até inspiração. Porém, pessoalmente, há algo de forçado ali. Não sei explicar qual sentimento foi esse, não consigo nomear, mas há. Tem certa hipocrisia, por exemplo, quando a Angélica fala sobre preocupações com a exposição dos filhos sendo que as crianças/adolescentes só vivem no programa do marido dela. Do mesmo modo, há algo de "pobre garota rica" ali. Claro que é legítimo tudo o que ela diz e, infelizmente, passou. O mundo da fama é uma grande hipocrisia, uma farsa. Mas ela tem muitos privilégios que ficam evidentes a cada episódio. Portanto, apesar de ter gostado do papo, foi meio impossível me desprender da realidade e entrar de cabeça nesse "mundinho" apresentado.
Encontros Extraterrestres (1ª Temporada)
3.3 15 Assista AgoraO que mais me prendeu a esses 4 episódios não foi saber se aquelas filmagens ou esses relatos são reais ou não. Como ficou exposto (e vimos nos jornais), por exemplo, a própria NASA e o governo estadunidense abriram os arquivos e comprovaram que houve sim o avistamento de OVNIS. Porém, como os próprios congressistas reiteraram, é necessário lembrar que OVNIS não são sinônimos de alienígenas. São, sim (como a sigla já explica), objetos voadores (ou subaquáticos, os OSNI) que a ciência não consegue dizer o que são ou de onde vêm.
Dito isso, no 4º episódio (para mim, o mais surpreendente de todos), há o relato de uma professora que, na minha opinião fecal, diz muito sobre o modo como vemos tudo isso:
"Se as pessoas acreditam que existiu um homem que andou sobre as águas e curou as pessoas tendo apenas relatos de dois milênios atrás, qual o problema de acreditar que somos visitados por seres de outros planetas, sendo que há registros mais concretos do que os sobre Cristo?"
Percebe a nuance? É a velha história: o que é fé? Fé o que você acredita e te move, independentemente do que digam, ou fé é o que um grupo de pessoas que se diz "apto" a explicar alfo te impõe? Fé é crer nos relatos bíblicos e do Alcorão, por exemplo, mas não pode ser em crer nos relatórios da FAA (Força Aérea Americana)? Tem força de fé quando o papa assegura que Jesus fez um morto andar, mas não tem força de fé quando um general do exército, de posse de dezenas de testemunhos, fala que avistou um OVNI?
É uma provocação. E exatamente pela possibilidade provocativa é que eu adorei esta série. Diferente de outras, gostei como chamaram não apenas as alegadas testemunhas dos eventos, como também profissionais que investigam esses avistamentos.
E deixo uma provação final: se você acredita que Jesus ressuscitou dos mortos e tem isso como uma verdade universal, por que você é incapaz de acreditar que há seres extraterrestres rodando por aí? Por que um relato é verdade e o outro é fantasia? Ou ambos são fantasia? Ou ambos são verdade? Se ambos são fantasia, por que você acha que as pessoas acreditam e matam por causa de religião, que seria uma fantasia? Se ambos são verdade, por que então os OVNIS são ridicularizados?
Quando você mergulha para além do óbvio, para além do que é mostrado em um documentário e para além do que lhe é imposto culturalmente como sendo "certo", há muitos mistérios, muitas camadas, que fazem a mente ir além.
Não tenhas medo de questionar. Deixe-se provocar.
Rolling Kitchen Brasil (2ª Temporada)
3.2 1Continuou divertido, mas percebi (ou senti) já um cansaço do formato. Pelo menos, a equipe de jurados foi mais entrosada e Paulo Vieira é sempre ótimo. Confesso que os episódios com "influencier" não me influenciaram.
Avisa Lá Que Eu Vou (1ª Temporada)
4.7 3Que tesouro! Eu brigo e converso muito sobre a necessidade de sair da bolha para mergulhar no que chamo de "Brasil real", o Brasil para além das redes sociais e das novelas da Globo. E olha o que esse programa nós traz! Eu ri, silenciei, refleti, emocionei, inspirei-me. Minha família vem toda do interior do Maranhão, área de quilombo, e ver esses lugares de memórias expostos sem ser em reportagens burocráticas ou documentários foi uma experiência apaixonante. Contra todos os que ficam babando o país dos outros, "Avisa Lá Que Eu Vou" é uma ode ao Brasil real. Principalmente, ao povo, nós, que às vezes esquecemos que um único país e que também fazemos parte do povo.
MIGNON
4.1 8Que incrível. Eu não esperava por isso. Fui surpreendido. A paleta de cores é linda, a iluminação, a dinâmica da trama, a desconstrução dos mitos. Claro que muitos vão achar que "merecia mais", "episódios maiores", mas creio que é fantástico exatamente por causa desse formato. Para o que foi proposto, cinco estrelas. Gostei muito.
As Aventuras de José e Durval
3.6 16É uma produção que beira o impecável, não posso negar. Porém, na minha opinião fecal, quando saem da infância para a idade adulta a série perde o brilho. Por mais que não haja problemas de atuação, senti o roteiro mais lento, às vezes sem foco. Ainda emocionante, com belos diálogos, mas faltou algo que não me conectou a partir do quarto da episódio. Creio que o primeiro arco da infância teve um ar de descoberta e de amadurecimento que me tocou e emocionou mais. Mesmo assim, reconheço que preciso rever com mais calma para absorver melhor o que foi passado.
Sereias e Tritões (1ª Temporada)
2.9 6Confesso que ali no terceiro episódio eu fiquei meio cansado. Porém, o quarto capítulo foi uma redenção. Se você assistir esperando entrar no mundinho mágico, esqueça. O objetivo aqui é humanizar. E por isso o documentário me tocou bastante. A questão das primeiras sereias, o amor pela água, o fato de ser uma comunidade diversa, o apoio entre as pessoas, tudo isso é tocante e significativo eem um mundo cada vez mais incapaz de ser empático.
Glow Up (5ª Temporada)
3.6 12 Assista AgoraEm relação à competição estritamente falando, desde o começo estava bem claro a superioridade da pessoa que ganhou, né? Essa pessoa não "explodia" em alguns desafios, mas sempre estava ali no top 3 das melhores maquiagens. O que gostei nesta 5ª temporada foi o processo de amadurecimento. Creio que ver os maquiadores se desafiando intimamente, fazendo coisas que nunca fizeram, isso foi inspirador. E o formato da premiação final comprova isso, pois as três pessoas escolhidas têm uma claríssima curva de evolução. Mais uma vez, ao menos para mim, "Glow Up" me levou a um estado de espírito imerso em criatividade e vontade de abraçar ainda mais o meu fazer artístico. Só por isso, já vale.
Mandou Bem: Desafio dos Confeiteiros
3.6 3 Assista AgoraEu adorei esse formato. Acima de tudo, eu adorei a capacidade de (finalmente!) terem mudado o programa. Eu amo o "Mandou Bem", acho que nunca acompanhei um programa de competição por tantos anos. Porém, tenhamos sensatez, caiu na mesmice. Tanto que em todos os comentários que fiz sobre cada temporada eu reiterava o mesmo pensamento: é legal, mas está na hora de mudar, trazer desafios para além da culinária. Está na hora de se reinventar.
Reinventaram-se.
Ok, ok, ainda é culinária. Porém, achei massa como encontraram uma forma de manter a essência do programa: pessoas comuns se metendo na confeitaria. Acompanhei com atenção, me diverti muito, gostei das dicas. A inserção dos monitores foi ótima, pois ambos são tão carismáticos quanto a Nicole e o Jacques. E, sério, ver a evolução dos competidores...
É um sentimento de orgulho que passou para cá.
Uma das minhas animações favoritas da vida é "Ratatouille". Ali, a mensagem de "qualquer um pode cozinhar", a quebra desse preciosismo do "grande chef inalcançável", a banalidade de você colocar amor e persistência no que faz, tudo isso é impactante para mim. E foi exatamente o que encontrei em "Desafio dos Confeiteiros": a certeza de que, se você se empenhar, você melhora.
E não é sobre perfeição. É sobre capacidade de se superar. Isso é único.
Xuxa, O Documentário
3.5 87Acho engraçado como as pessoas ficam com discursos tolos de "queria saber mais", "Pedro Bial fez um péssimo trabalho", "ficou forçado"... Desculpa o palavrão, mas c*ralho! as pessoas querem mais o quê? A mulher se expôs de uma forma que poucos artistas fazem. E eu não sou fã da Xuxa, viu? Ao contrário, confesso, eu cresci com a imagem da "loura burra de vozinha chata". Esse documentário veio para consolidar a desconstrução dessa imagem que eu tinha da Xuxa. E vendo os comentários dos fãs lembrei imediatamente de Cazuza, que na música "Vai à luta" canta "porque os fãs de hoje/ são os linchadores de amanhã".
E é exatamente isso aqui: um monte de gente que só porque a acompanha há décadas achando que tem o direito de dizer o que, como, quando e por que ela deve falar; o que ela deve vestir, como ela deve sentar, como ela deve olhar; o que ela deve mostrar, como ela deve mostrar, que expressões faciais ela deve fazer, quais... Hum... Interessante... Não é que ia fãs da Xuxa estão fazendo a mesma coisa que a Marlene Matos fazia? Olha só, que irônico! É EXATAMENTE nesse ponto que o documentário é genial: provocar discussões.
A Psicologa ensina que "o incômodo que você sente em relação ao outro não tem a ver com o outro, mas sim com você". Portanto, na real, tu não és teu ídolo. Para de faniquito e vai viver a tua vida porque a Xuxa está lá com seus milhões enquanto os fãs estão "xingando muito no Twitter" sem ganhar nada com isso.
Black Mirror (6ª Temporada)
3.3 600No início (e até agora, confesso) fiquei com o pensamento de "ISSO NÃO É BLACK MIRROR!". Porém, após refletir sobre o sentido da série, vi que, apesar de destoarem muito do que foi apresentado antes, os episódios ainda seguem a premissa de servirem como críticos ao uso da tecnologia. O que mudou foi o jeito de contar essa história, agora não apenas com foco na ficção científica.
* "A Joan é péssima" (2,5): meio repetitivo do meio para o final. Começou a me cansar, apesar de ter prendido a minha atenção. A brincadeira e o exercício de futurologia foram chamativos, mas achei longo demais;
* "Loch Henry" (3,5): interessante suspense/thriller. A questão do drama pessoal foi algo bem trabalhado. Chamou minha atenção ao mergulhar na sociedade do espetáculo. Bem atual;
* "Beyond The Sea" (4,5): o que mais se aproxima do que costumamos esperar quando pensamos em "Black Mirror". Por mais que eu tenha previsto o final muito antes dele chegar (tenhamos sensatez: é BEM óbvio), a construção narrativa me prendeu. A tecnologia é intrigante e as possibilidades são gigantescas;
* "Mazey Day" (2,5): massa pela imersão na loucura da mídia de entretenimento. Efeitos incríveis, ambientação impactante, mas nada demais. Mais uma vez, tenhamos sensatez: tirando a questão dos paparazzi, não há nenhum trabalho em cima dos clichês do gênero. Prendeu minha atenção? Sim. Foi de tirar o fôlego? Nem um pouco;
* "Demônio 79" (3,0): tá... Gostei do humor mórbido e da construção da personalidade da protagonista, com uma clara linha de amadurecimento. Sem contar o uso do recurso literário do ticking clock, essa sensação de que algo deve ser feito antes que o tempo acabe. Assim, o final foi óbvio? Não. Mas foi meio broxante, entende? Sei lá, ficou uma sensação "nhé" na boca. Se você quiser ver a mesma premissa frita de forma mais serena (e assustadora), assista ao filme "A Mão do Diabo", com Bill Paxton.
Dito isso, fico com a sensação de ter mergulhado esperando encontrar uma biodiversidade incrível nesse oceano, mas me deparei com um vazio ora pontilhado aqui e ali por corais esbranquiçados, mortos. Belos e intrigantes, sim, mas sem o esplendor inicial.
Legal pelas histórias, mas agridoce quando penso na ausência de um "fator tecnológico" mais marcante.
Os Outros (1ª Temporada)
4.0 251Por mais que tenha perdido ritmo o longo dos episódios, é inegável a força de uma história que mexe nos brios de todos nós. Tendemos a apontar o dedo para "os outros" e esquecemos que estamos todos no mesmo barco. Diante disso, a série ganha ao explorar a animalidade que reside em todos nós e a índole violenta do nosso povo.
Estou curioso com a segunda temporada. Ainda mais por saber que alguns atores e atrizes já estão confirmados. Claro que a trama abre um leque de possibilidades. É um ponto positivo. Portanto, quero ver para onde vai.
Destaco a trilha sonora hipnotizante. Em certos momentos, eu me flagrava boquiaberto, mergulhado naqueles violinos, tenso. Some a isso a edição dos capítulos e temos uma série diferenciada. Finalmente, vejo um ponto em que as séries se diferenciam das novelas.
Por fim, Drica, Adriana e Maeve são um trio de ouro da atuação. Inegável. Cada cena de uma delas era garantia de verdade, imersão e qualidade. Espero que a segunda temporada aproveite-as ainda mais. Agora, para mim, é impossível não aplaudir a versatilidade do Eduardo Sterblitch. Lembro que certa vez o Jô Soares comentou que grandes artistas da comédia normalmente são grandes artistas dramáticos, mas que o contrário era mais difícil. E temos aqui o exemplo.
"Os Outros" impressiona por ser íntimo e mostrar que ninguém é tão "de bem" assim.
Queer Eye: Mais Que um Makeover (7ª Temporada)
4.2 141. Que aconchegante ver essa família de homens héteros que se apoiam sem medo de dizer "eu te amo" e chorar e abraçar e acarinhar. Nossa! Abertura incrível. É um episódio para dar esperança contra um mundo que só nos chuta e oprime e mata.
2. Stephanie é estonteante. Aqui, foi o despertar, o reflorescer de uma mulher que aprendeu, acima de tudo, a se amar. Lindo episódio. E o final... Uau! Acalentador.
3. A história do Speedy é tocante. E o mais importante aqui, ao meu ver, é que não houve aquela "forçação de barra" para o episódio ser um banho de lágrimas, sabe? Foi dramático sem ser melodramático. Incrível e inspirador
4. Jenni se empoderou de uma forma que encantou quando ela deu o primeiro sorriso genuíno. Aqui, mostra como é importante se olhar no espelho e ousar ser mais do que nossa mente faz crer.
5. Dan foi um personagem curioso. No começo, confesso, fiquei BEM reticente, achei ele meio bruto, meio idiota mesmo, exatamente como muitos homens ao meu redor. Porém, aí é que está a maravilha do Queer Eye: nos obrigar a ver nossos próprios preconceitos. E o modo como como vi o Dan expôs meus preconceito. Não foi um episódio emocionante como outros, porém, foi maravilhoso ao desconstruir o Dan e a nós. Ao final, a lição de vida foi inspiradora.
6. Nossa, o episódio da Mary... Ufa, meu coração! É sobre não se definir pelos traumas, sobre superar o apagamento, reaprender a erguer a cabeça, ousar se saber feliz. Que episódio lindo! A conversa dela com o Karamo, o cuidado de Jonathan, o abraço no Bob, a forma como Tan a fez redescobrir as roupas, aquele momento com o Anthony... que tocante. Um episódio humano. Maravilhoso.
7. Michael é de um reflorescer de embasbacar. Pareceu até outra pessoa. Incrível episódio. E o modo como ele foi puxado desse mergulho em memórias traumáticas, a certeza de que ele pode ser mais do que o esperado, o sorriso dele ao final, a dança, o olhar de gratidão... Um episódio refrescante para fechar a temporada.
Galvão: Olha o Que Ele Fez
3.7 19Fiquei surpreso. Não sou fã de futebol (de fato, estou cag*ndo e andando), mas é inegável como o Galvão é uma figura que está no nosso imaginário. Diante disso, ver esse documentário que foge das obviedades das homenagens e traz o ser humano, sem endeusamentos, com suas falhas, acertos, exageros e gestos de empatia, tudo isso foi gratificante. Não sei se passo admirar o Galvão, ainda o acho um cara arrogante e pedante, porém, certamente, a série quebra muitos endeusamentos sobre Galvão Bueno. E, ao meu ver, isso é maravilhoso.
Segunda Chamada (2ª Temporada)
4.6 59O fato de demorarem tanto a investir em mais temporadas de uma série como essa, necessária, estapeante, crua, sem firulas, sem medo de atingir o ponto fraco, para mim, diz muito sobre a nossa sociedade. A Rede Globo, por exemplo, com todo o seu discursos edificantes de "empoderamento e diversidade", mostra com a crise que tem passado quais são as prioridades: lucro, audiência e atrair cada vez mais atrações à la TikTok. As séries de "Falas LGBTQIA+" ou "Falas Pretas", passam em qual horário? Depois do Jornal Nacional? Nunca! Passam depois da novela, depois do BBB, porque não são prioridade; porque fazem pensar e puxam as pessoas para se olhar no espelho e encarar a realidade. Elas causam revolta e assustam os políticos. Essa é a verdade. Séries como "Segunda Chamada" nos pegam pelo colarinho, cospem a verdade nos nossos olhos e nos deixam em posição fetal porque são gritos de invisibilidade; porque entram em nossas mentes de forma que as notícias dos jornais não fazem: com personagens que cativam e nos colocam dentro da narrativa. Eles somos nós. Eu venho de uma família majoritariamente formada por educadores e o que vi aqui e na primeira temporada foi a realidade, simplesmente. Quantas vezes eu não fiquei na escola com a minha mãe, professora do EJA, esperando-a sair, e vi as mesmas dificuldades? Vi as mesmas cenas de bullying? Quantas vezes as aulas não foram suspensas porque havia goteiras dentro das salas? Quantos alunos com muletas ou cadeiras de rodas eu não ajudei a subir escadas porque o colégio não tinha acessibilidade? Quantos desses eu não vi desistir? E sabe o que é mais revoltante? É isso tudo foi lá atrás, há mais de 10 anos e hoje (28/05/2023) as escolas estão COM OS MESMOS PROBLEMAS. Prefeitos, governadores, presidentes, falam, falam, falam... e cadê a mudança? "Segunda Chamada" é fundamental que passe em horário (verdadeiramente) nobre para causar revolta, fazer chorar e obrigar as pessoas a sair de suas bolhas de privilégios. Quando comparamos escolas particulares e escolas públicas, não há um abismo na educação brasileira. Há, sim, um buraco negro. E ele está sugando todos nós.
Sobreviventes (1ª Temporada)
3.3 24Apesar do gosto amargo diante do que aconteceu ao longo da metade final do reality, eu gostei porque retrata bem o que a realidade. Creio que muitos se sentiram alarmados e ofendidos, irritados pelo fato de o nome "Sobreviventes" não parecer condizente com o que aconteceu, PORÉM, na vida real, na vida fora de nossas bolhas sociais, fora das redes sociais, devemos lembrar que sobreviver não tem só a ver com caçar, fazer abrigo e fogueira. Acima de tudo, ao lidarmos com nós mesmos, seres humanos, sobreviver é sinônimo também de relações interpessoais; de lidar com a selvageria dos egos, a violência da ganância, as inteperies da hipocrisia, o inverno dos interesses.
O nome disso é vida comum.
"Sobreviventes", senhoras e senhores, é um espelho de nós, das nossas sociedades. Tenhamos sensatez. Acho estranho criticar o programa com base nessa premissa de "Aí, foi um show de horrores, meu Deus, que horror!"
Cara, é só assistir ao jornal, olhar para nossos vizinhos, por vezes, olhar para o espelho, e você verá que o horror está ao nosso lado.
Falando específicamebte do jogo, ainda bem que o final foi justo e sagrou-se vitoriosa a equipe que manteve suas convicções, sem manchar a moral. Só fiquei decepcionado porque eu preferia que a produção tivesse deixado eles lá no inverno para, aí sim, fazer jus e ver quem iria sobreviver de fato. Pena que não fizeram (acho que até por segurança, sei lá). Mas a reflexão que deixou sobre a índole do ser humano valeu cada segundo.
P.S: a equipe Alpha é um símbolo da frase "cobra comendo cobra", né? Que hipocrisia absurda! Fizeram o mal e depois pagaram de inocentes. Haja paciência. Pior que gente assim não aprende e vai morrer dizendo que fez o certo.
Segunda Chamada (1ª Temporada)
4.5 111Eu me emocionei a casa episódio. Venho de uma família gigantesca de professores e ver a realidade (e a realidade nua e crua) foi impactante, importante, real, humano. Foi brasileiro. Eu não consigo nem encontrar o que expressar aqui porque elenco, tramas, trama principal, assuntos, retratação da realidade, tudo é incrível. As pessoas ficam babando por séries estrangeiras, cheias de reviravoltas e cenários magníficos e super produção... Sério: f*da-se! Isso aqui e Brasil! Não adianta fugir para séries bonitinhas, pois, a verdade está na esquina, nas ruas, nós vizinhos, nos ônibus. E séries como "Segunda Chamada" são importantes porque elas nos puxam para fora da bolha. Que bom. Que bom! Do primeiro ao último episódio, "Segunda Chamada" é um retrato de nós.