Entrei sem esperar muita coisa, terminei leve e ainda inspirado a cozinhar. A Jackie Tohn é uma apresentadora de carisma altíssimo. Sem contar como conseguiu integrar o David So e a Rosemary Shrager ao clima divertido do reality. É divertido, dinâmico e diferenciado.
Algo que ficou em minha mente é como não há unidade em "A Lenda de Korra". Ao meu ver, após maratonar as 4 temporadas, me parece que os criadores pensaram:
"vamos fazer uma temporada com final semiaberto e, se a Nickelodeon gostar, pensamos em outra temporada. Senão, acaba aqui e vida que segue".
E assim fizeram nas duas primeiras temporadas, tentado acertar algumas coisas nas temporadas 3 e 4 e criando algo totalmente inconsistente. Vendo pelo lado narrativo, fica claro que o quarteto de temporadas é um quebra-cabeça sem unidade. Além disso, a Korra é uma protagonista que não evolui. Sabe a velho ditado de "dar dois passos para frente e cinco para trás"? É exatamente o que experimentei ao longo destes episódios.
Ela não evoluiu. Para ser justo, a curva de evolução da personagem de fato só muda no final desta 4ª temporada. Não há uma jornada, um processo de aprendizado. Não é algo fluído. É forçado e exagerado.
Outro ponto que me intrigou desde a 2ª temporada é um detalhe que pode até ser explicado, mas que, simbolicamente, me incomodou MUITO: se da segunda temporada ao final ela enfrenta aquele que seria praticamente um deus vivo da maldade, que tipo de desafios seriam piores que esses? Ao criarem mais vilões, os criadores enfraqueceram Vaatu.
Por fim, tanto não há uma linha de amadurecimento da Korra que a cada final de temporada, no momento crucial, ela precisa daquela "ajudinha parceira" para resolver as coisas, né? Veja bem: isso não seria um problema se o contexto narrativo justificasse isso. Mas não. A cada temporada a Korra corre, corre, corre e... morre na praia.
Na 1ª, os avatares. Na 2ª, Jinora. Na 3ª, os dominadores de ar. Na 4ª, os espíritos.
Sinceramente, terminei decepcionado. Fui de peito aberto, até engoli as 2 primeiras temporadas (e até boa parte da 3ª), mas esta última temporada azedou o que para mim já era agridoce. É uma pena.
Não sei como cheguei a "Glow Up", só sei que fiquei surpreso ao me ver diante de uma competição sobre algo que sempre ignorei: maquiagem. E foi ótimo. Ótimo para aprender, ótimo para quebrar preconceitos, ótimo para me entreter, sim, mas adquirindo conhecimento. Apesar de questionar a forma de eliminação ao final de cada semana (sério, é igual prova de colégio/Universidade: avaliam não o percurso da pessoa até ali, mas só um fragmento do conhecimento do talento... injusto demais 😡), eu fiquei admirado com os jurados e como eles não têm aquele ar de "sou jurado e não me envolvo". Trouxe mais humanidade, eu achei. Além disso, a diversidade de estilos, de pessoas, de temas... sério: fiquei inspirado.
Este segundo livro me fez entender o porquê de muitas pessoas não gostarem de Korra. Simplesmente, não há uma unidade entre os livros. É sejamos honestos: se a Korra
já no segundo livro, que inimigo será pior que isso??? Sério! A impressão que tenho é que enquanto "A lenda de Aang" foi produzido de forma una, pensado como série de três livros desde o começo, "Korra" foi feito por livro, pensando mais no caso de a Nickelodeon negar a continuidade é eles poderem finalizar de qualquer jeito sem maiores prejuízos. Terminei este segundo livro bem decepcionado.
Tanta emoção, tanta entrega, tanta inspiração e superação. Eu terminei energizado. Energizado pela dança, é claro. Porém, acima de tudo, energizado pelo sentimento de vida, de luta, de querer mudar as pessoas. E notei como isso é latente nos 5 episódios: não é transformar o mundo, mas sim as pessoas. "Move" é uma cura.
Continua engraçado? Sim. MUITO engraçado? Não. Como mencionei já na 3 temporada, a fórmula está cansativa. Sim, é legal, mas no final a gargalhada já vira mero riso e eu só queria assistir ao último episódio para finalizar a temporada. A ideia das duplas foi interessante, mas não teve lá grande efeito diante desse cansaço que sinto perante a fórmula do programa. Há muito tempo, espero que variem e tragam desafios com corte & costura, fabricação de móveis, pintura, esculturas e até escultura com flores. Sinceramente, apesar de amar a Nicole e adorar a dinâmica dela com o Jacques, não sei se tenho paciência para esperar por uma 6 temporada e, de novo, ver mais do mesmo... ao final, fiquei com um gosto agridoce na boca.😐
Vale mais pelos ensinamentos quanto ao treinamento e amor que devemos dar aos nossos animais de estimação do que como entretenimento - entendido aqui na forma mais bruta da palavra. O Jas é ótimo no que faz, mas não consegue trazer simpatia para a série. Quando penso em "Apenas Cães", por exemplo, série também sobre cachorros, a diferença emocional chega a ser brutal. No todo, "Intervenção Canina" é bom para quem gosta de cachorros, mas, ao menos pelo o que vi, não consegue sair muito dessa bolha. Há momentos emocionantes, mas não compensam a frieza técnica. Aprendi muito, simpatizei pouco.
Gostei muito do tom mais político da trama. Apesar de achar a Korra meio enfadonha - tanto que a curva de evolução dela retrocede no final ' os assuntos abordados são atuais. A busca por um Salvador, a incapacidade de unir os diferentes, o surgimento de uma espécie de Messias com mil promessas, as consequências de erros passados... enfim, e6uma trama mais séria. Vale a pena.
Ah, não evoluí! Já estava irritado. E foi a mesma coisa com "All Out": no capítulo 9, eu comecei a pular capítulos e assisti ao último para constatar que nada havia mudado. Com o "Days", foi a mesma coisa. Passei do 5 para o 9... e nada! Do 9 fui par ao 13. Nada. Tsuke continuava meio bobão, os personagens secundários sem desenvolvimento. Então, passei do 13 para o 16. NADA, Fui par ao último e... Tsuke ainda era o mesmo, praticamente! Não deu...
Eu me senti acolhido. E, acima disso, emocionado. emocionado por me reconhecer, reconhecer origens que me foram renegadas na escola. Eu sou neto de uma quilombola e é interessante como, obviamente, eu sei de onde minha família veio. Contudo, a África, nossas origens, nosso povo, sempre foi algo distante. E então, aqui em "Sankofa" eu me vi espelhado. Eu vi as pessoas do quilombo de Jacaréi dos Pretos, eu vi o Tambor de Crioula aqui de São Luís espelhado em outros países, eu vi os olhares de povos que se assemelham aos olhares do quilombo. É necessário.
"Sankofa – A África que Te Habita" nos chacoalha, nos estapeia; nos pega pelos ombros e sacode para que paremos de olhar para "a África" (dito quase como um país gigante e sem identidade) e passemos a olhar para cada país com suas peculiaridades.
Por que aprendemos apenas sobre a história da Europa e ignoramos a história da África?
É triste viver em um país de maioria negra e mestiça, mas que se recusa a se olhar no espelho. É triste viver em um país onde o vice-presidente diz que a família dele foi "embranquecida" e isso passa como um comentário qualquer. É triste não se reconhecer.
"Sankofa – A África que Te Habita" nos pede para exumarmos nossa história. Não é difícil.
Estou encantado, inspirado, impressionado, embasbacado, maravilhado, entregue. Essa é a palavra: entregue. É mágico como conseguiram mesclar ficção científica, fantasia e realidade de modo tão palpável. Para mim, confesso, a geologia dos planetas foi o mais deslumbrante. É um exercício de futurologia belíssima, mas também um olhar sobre o momento presente. O último episódio é inesquecível. Fiquei mudo diante daquela usina de energia solar no Saara. É de tirar o fôlego.
Ao final, sinceramente, fica uma sensação de melancolia, pois o documentário mostra as nossas possibilidades, mas sabemos que a evolução esbarra em coisas como o negacionismo e a fome de poder.
Continua tão belo quanto a série de 2003/2004, porém, aqui são mais crônicas sobre o mundo do que exatamente uma série sobre a Kino. Enquanto a primeira é mais melancólica, aqui, esse sentimento é diluído principalmente pelo foco em outros personagens, algo que, ao meu ver, tira um pouco do tom filosófico do anime. Mesmo assim, foi agradável mais um vez embarcar nas jornadas de Kino e com uma vantagem: qualidade Ultra HD, paisagens fantásticas, fotografia de tirar o fôlego. Ainda ale a pena.
Comecei na expectativa de que seria uma grande comedia e terminei de fato sereno, feliz e leve diante do que vi. "Antique Bakery" me ganhou exatamente por fugir do lugar-comum do clichê romântico ou do viés da vingança. Ao invés disso, vi uma trama que traz uma bela reflexão crucial: não julgue as pessoas pela aparência.
Assim como um bolo, doce, bonito, delicado e enfeitado, o trabalho para chegar até esse resultado pode ter sido amargo, demorado e cheio de empecilhos. O anime nos envolve com essa metáfora e, ao longo dos 12 episódios, traduz doçura e amargor, comédia e drama, leveza e serenidade, tudo na mesma dose.
Fiquei tocado também pelas músicas de abertura e de encerramento. No começo, não compreendi a mensagem melancólica de ambas. Contudo, a medida em que assistia, percebi como ambas as canções resumem o sentimento de "Antique Bakery": tudo bem ficar triste, tudo bem um gomem chorar, tudo bem demonstrar fraqueza. A vida segue em frente.
No final de tudo, este é um anime que nos pede para respirarmos fundo, erguermos a cabeça e, mesmo que estejamos chorando, darmos um passo. Depois outro e outro, até que consigamos caminhar com tranquilidade. Essa é a mensagem que ficou para mim. 😊
Eu me sinto tão instigado ao encontrar reality shows que fogem do comum e nos impulsionam a pensar fora da caixa. "Vidrados", mais uma vez, conseguiu reunir sentimentos de tensão, emoção, paixão, reflexão e criatividade. Eu fiquei fascinado - talvez, mais do que na primeira temporada, não sei. Dessa vez, pareceu que foi algo mais intimista, com os artistas em uma entrega mais profunda, colocando mais a alma em cada peça. Sinceramente, a casa episódio eu fiquei na beirada da cadeira, cotovelos nos joelhos, queixo apoiado nas mãos entrecruzadas, agonia em alta. Só o fato de o programa proporcionar isso sem aquele sentimento quase vil e forçado de realitys como "BBB" e "A Fazenda" já e um ganho. No final das contas, "Vidrados" deixa um sentimento de (trocadilhos!) transparência, delicadeza e imersão que faz falta nos dias de hoje. Estou encantado - de novo! 😊
Começa muito bem, num ritmo interessante, sem contar o diferencial de ser um anime que retrata um jogo tão distante do contexto brasileiro. Gion é um personagem introdutório que cativa e ver a busca dele foi muito divertido - até a metade do anime.
Para mim, o maior problema de "All Out!" foi exatamente a guinada para imergir nas subtramas de praticamente todos os jogadores da Jinko. Em um primeiro instante, é legal ter essa quebra para fugir de focar apenas no protagonista (Gion). Porém, a partir do episódio 10, começa a ficar cansativo mergulhar em cada história de cada aluno, ao ponto em que algumas cenas que se pretendiam dramáticas perderam o sentido, pois não há como você se apegar a cada uma dessas pessoas ao ponto de chorar com elas.
Gostei de ver como mantiveram a narrativa da série e ainda conseguiram amadurecer os personagens. Melhor ainda é mergulhar na personificação de sentimentos inerentes a todos (insegurança, ansiedade), mas que a sociedade não parece disposta a debater com a seriedade necessária. Mais uma vez, "Big Mouth", por mais sem noção que seja, ajuda o público alvo a refletir sobre os altos e baixos da adolescência sem o fardo de ter de ser isso ou aquilo. Torcendo para uma 5ª temporada equilibrada.
Acho engraçado algumas pessoas abaixo dizerem que "apresenta uma história bem sem sal e sem graça" Como assim? é o tipo de pessoa que gosta do cliché pelo cliché que não faz pensar - ou talvez nunca tenha assistido aos clássicos de máfia como "O Poderoso Chefão", "Os Intocáveis" e "Os Infiltrados".
"91 Days" é fantástico exatamente por conseguir nos fazer imergir no sentimento de vingança. Este não é um anime bonitinho, fofo, simples. É um anime sobre a incompletude da vida e o modo como nossas ações (ou inações) desembocam em consequências complexas que moldam todo um quebra-cabeça de eventos.
De fato, os personagens não são muito desenvolvidos em suas personalidades, MAS, quando comparo este anime de 12 episódios com longas séries famosas nos serviços de streaming que enchem de capítulos tolos e maçantes, "91 Days" ganha (e muito!) ao trazer uma narrativa enxuta. Em 12 episódios nós temos uma trama redonda, com protagonistas que amadurecem ao longo da jornada, decisões plausíveis com suas personalidades e uma complexidade de trama que escalona capítulo a capítulo.
Não, não é anime perfeito. Os dois primeiros episódios me pareceram confusos no ato de definir as famílias e, confesso, por vezes eu me flagrava com a pergunta "Certo, mas esse personagem é de qual família?" Porém, a medida que me acostumei, isso virou um mero detalhe e eu consegui mergulhar na explosão de emoções.
"91 Days" vale a pena, sim. É intrigante, consegue trabalhar muito bem o cliché da vingança e conseguiu transpor a máfia italiana para os conceitos da animação japonese. Só por isso, pelo trabalho de estudo e de pesquisa dos produtores, já é de se aplaudir.
Mais um passatempo interessante para quem gosta de música. E o melhor é que é rapidinho e sem muitas firulas. Só fico chateado que não haja muita variedade de músicas. O da Espanha, Alemanha e este são praticamente o mesmo repertório geral com algumas canções locais. Mesmo assim, vale pelo entretenimento e, principalmente, para vermos a personalidade de cada cultura. Enquanto o da Espanha as pessoas brincam mais e o da Alemanha é uma diversão mais serena, o dos Estados Unidos me soou mais... nada. 😅😂 Sério. É como imagino que seria uma versão no Brasil. A proximidade que temos com o país, com todo o bombardeamento de mídia e notícias, acaba nos condicionando a não vermos peculiaridades de lá. Enfim, agora estou na expectativa do "Vem Cantar, Brasil!", 😊
É inspirador? Sim. Mas, ao menos para mim, foi impossível não comparar com "Ordem na Casa com Marie Kondo". Enquanto esse tem todo um lado quase filosófico que elmbro de ter me inspirado bastante a mudar os meus hábitos, a minha casa, o "Home Edit" me soou algo quanto artificial (não creio que seja a melhor palavra, mas não encontro uma melhor). Ver a organização é fantástico e de fato fiquei tentado a procurar por caixas e suportes giratórios. Contudo, esse é o ponto: se com Marie Kondo eu fui estimulado à uma mudança organizacional interna e externa, com a dupla da Home Edit fi algo apenas externo. Episódios após episódio, a minha dúvida era: essas pessoas vão manter esse organização feita por outras pessoas? Marie Kondo faz todo o processo junto com as pessoas exatamente para ensinar. Elas, não. Uma parte é junto, mas depois a pessoa vai embora e elas fazem tudo. Ao final, a sensação foi de que aprendi a organizar melhor (e sim vou até procurar caixas como as que elas usam), mas essa organização não complementará em nada a energia trazida pela organização da Marie Kondo.
P.S: entendo elas irem na casa dos famosos. É um atrativo para o reality. No entanto, fica uma sensação tão distante...
O mais bonito de programas como o "Vem Cantar!", que passeiam em versões por diversos países, é termos a possibilidade de perceber as nuances de cada povo. É uma experiência bonita e necessário em tempos de nacionalismos e patriotismos exacerbados. Eu mesmo tinha uma visão dos alemães como fechados ao extremo e vi que não. De fato, são mais serenos (é só comparar com o "Vem Cantar! Espanha"), mas nada do que eu achava. Palina é uma host delicada e que, assim como espanhol Ricky, conseguiu dar a personalidade dela para o programa. Foi uma experiência fantástica!
Eu tive de me segurar para não passar 8 horas em frente a TV! 😅 Impressionante como não é sobre o cliché romântico, sobre casamentos maravilhosos e o "sonho do casamento perfeito". É sobre vidas. O mais bonito de "Finalmente... Sim!" é desconstruir aquela ideia de "amor romântico de conto de fadas" e nós colocar na vida real: pessoas que lutaram e ainda lutam e só querem um dia, uma noitezinha, para demonstrarem o amor. É uma celebração de vida. E que diversidade e cuidado que esses três têm. As conversas, a vontade de dar aos casais mais do que uma mera festa, o respeito por cada história. Emocionante.
Destaques para mim:
* o 5º episódio, do cara que casa com a melhor amiga e viveu abandonado pelos pais. 😭 Que história bonita. que história de perseverança, paixão pela vida, amor pelo outro, crença nas próprias qualidades. Inspirador.
* o casal com os sobrinhos. 🥰 Ser pai, mãe, não tem a ver com sangue e gravidez. Não apenas. Tem a ver com cuidado e carinho. E isso fica claro aqui. Muito, muito bonito essa entrega às crianças e mais bonito ainda ver como o amor dos adultos se reflete no olhar dos irmãos.
* o último episódio. 🙏🏽 Que tapa! que tapa! É reconstrução, é respeito, é uma aula, sim, de reflorescimento da própria essência. Eu só ficava pensando o quanto é importante uma criança LGBTQ+ ver tudo isso e se sentir parte do mundo. É grandiosos. Um belo encerramento.
E só mais um destaque (estou empolgado! 😅): percebam como eles tiveram o cuidado de trazer maquiadoras negras para maquiar as noivas de pele negra. É um detalhe que parece irrelevante, mas que faz toda a diferença, pois o tipo de pele é diferente, a tonalidade da maquiagem deve se adaptar a isso e trazer alguém que sabe o que está fazendo e não buscará o "padrão" é uma demonstração de cuidado.
Entre altos e baixos, é um proposta interessante com olhares diversos sobre a tragédia do nosso século. Agora, é inevitável que uns curtas se destaquem mais do que outros e que, sinceramente, alguns são bem fraquinhos... Deixo aqui minha análise de cada curta-metragem.
01 (França, menino com drone) ⭐⭐⭐ Tocante ver as filas com imigrantes e como o garoto conseguiu uma perspectiva de silêncio.
02 (Itália, papa e a rainha) ⭐⭐⭐⭐ Como, como?, não ficar entregue à criatividade deste curta? Sejamos sensatos; quer duas figuras mais isoladas do que o papa e a rainha da Inglaterra? Trazer essas suas perspectivas de modo tão lúdico foi diferente e inesperado.
03 (EUA, mensagem para o filho) ⭐⭐⭐⭐⭐ Esse eu revi diversas vezes. É um dos destaques do projeto. Belíssima mensagem. Simples, direta, tocante, familiar, poética, sincera, atual. É sobre o futuro, é sobre medos, traumas, esperança e angústias. É sobre a vida. Muito muito bonito.
04 (Argentina, "Last Call") ⭐⭐⭐⭐⭐ Me pegou desprevenido. No começo, achei que fosse um documentário sobre aquele idoso que, na iminência do fim, se despede da pessoa amada. E aí... 😂😂😂😂 Muito bom! Eu ri de vergonha alheia, ri de divertimento... Um outro destaque, dessa vez pela surpresa que me causou.
05 (Portugal, casal no whatsapp) ⭐⭐⭐ É legal porque trouxe a realidade do isolamento: contato por redes sociais, casais presos dentro de casa, conflitos expostos... Mas não me tocou tanto, confesso.
06 (Espanha, garotinha em casa entediada) ⭐⭐⭐ Bonito pela mensagem de amadurecimento que as nossas crianças, umas mais, outras menos, estão vivendo diante do caos. E é interessante como o curta mostra que, apesar de tudo, ainda é uma criança. A criança ainda vive.
07 (Alemanha, homem apartamento com vários dele mesmo) ⭐⭐⭐ Estamos todos assim, né? Em um forçoso convívio com nós mesmos... Grande maneira de trazer esse sentimento.
08 (Japão, "Última mensagem") ⭐⭐ Entendi e não entendi, confesso. Passou por mim sem deixar nada.
09 (Escócia, menina e irmão entediados) ⭐⭐ Um relato da adolescência, da vida cotidiana, mas nada mais do que isso.
10 (Vermont, distúrbios gravitacionais causados pelo vírus, homem sozinho viúvo) ⭐⭐⭐⭐⭐ Mais um destaque. Melancólico, silencioso, angustiante, reflexivo, tranquilo. Creio que seja não apenas UM dos destaques, como O DESTAQUE do projeto. Gostei muito.
11 (Beirut, menina no escritório do pai com unicórnio) ⭐⭐ Interessante mais pelo fato de a garota ter feito isso de modo espontâneo, do que pelo conteúdo em si. E, confesso, por ser em Beitut, Líbano, passei 7 minutos mais angustiado para saber como essa família esta após a explosão que abalou a capital libanesa... 😧
12 (Springs, Nova York, casal de mulheres encontra homem desacordado na praia) ⭐⭐⭐⭐ É um dos melhores, mas para mim não chega a ser um destaque ele não foca exatamente em uma mensagem sobre a pandemia. Apesar disso, é muito, muito bem filmado e tenso. Muito tenso. Vale a pena.
13 (San Sebastian del Oeste, México, carta para a mãe) ⭐⭐ Não me encantou. É atual por apontar o distanciamento que o distanciamento reforçou, um distanciamento que sempre existiu nesse caso, mas não senti nada. É bonitinho, só.
14 (Los Angeles, EUA, "Grilos") ⭐⭐⭐⭐⭐ Kristen Stewart maravilhosa, atuação com o olhar, angustiante. A insônia tem acometido muitas, muitas pessoas; Essa incerteza, o medo, a dúvida, a paralisia do mundo... Isso é demonstrado de forma inteligente, ainda mais diante "da voz" que persegue a todos nós. Um destaque.
15 (Londres, reconexão com os costumes indianos) ⭐⭐⭐⭐ O diferente aqui é ver perspectivas de um mesmo tema. Este curta, por exemplo, se assemelha muito ao 09 (Escócia), com a diferença que o foco é mais na mãe. É bonito ver o lado "positivo" da pandemia para algumas famílias, que foi reconectar a casa. Muito bonito.
16 (Santiago, Chile, musical) ⭐⭐⭐⭐⭐ Comecei com um pensamento de "que p*rra é essa???" 😅😂 e terminei calado, aplaudindo. Mais um destaque do projeto. É surrealista, é incômodo, é viciante, é penetrante, é diferente, é sem noção, é maravilhoso. A letra da música pode parecer louca e sem sentido, mas tem encaixe perfeito no que estamos vivendo. Me surpreendeu MUITO! Muito mesmo.
17 (Los Angeles, EUA, mulher na bicicleta pela cidade) ⭐⭐⭐⭐⭐ Só vou dizer um nome: Cate Blancett. Parece "mais do mesmo" a primeira vista, mas por ser filmado em Hollywood, em uma cidade que recebe milhões de pessoas todo mês, e trazer o vazio - e esse é o ponto, o vazio - ganhou minha atenção. É sobre a pandemia, sim, mas também é sobre como olhamos para esse momento. Terminar o conjunto de curtos com ele é significativo devido a última frase, arrepiante:
"VOCÊ CONTA O QUE PERDEU OU CONTA O QUE AINDA RESTA?"
Requentados Repaginados (1ª Temporada)
3.2 9 Assista AgoraEntrei sem esperar muita coisa, terminei leve e ainda inspirado a cozinhar. A Jackie Tohn é uma apresentadora de carisma altíssimo. Sem contar como conseguiu integrar o David So e a Rosemary Shrager ao clima divertido do reality. É divertido, dinâmico e diferenciado.
Avatar: A Lenda de Korra (4ª Temporada)
4.2 192Algo que ficou em minha mente é como não há unidade em "A Lenda de Korra". Ao meu ver, após maratonar as 4 temporadas, me parece que os criadores pensaram:
"vamos fazer uma temporada com final semiaberto e, se a Nickelodeon gostar, pensamos em outra temporada. Senão, acaba aqui e vida que segue".
E assim fizeram nas duas primeiras temporadas, tentado acertar algumas coisas nas temporadas 3 e 4 e criando algo totalmente inconsistente. Vendo pelo lado narrativo, fica claro que o quarteto de temporadas é um quebra-cabeça sem unidade. Além disso, a Korra é uma protagonista que não evolui. Sabe a velho ditado de "dar dois passos para frente e cinco para trás"? É exatamente o que experimentei ao longo destes episódios.
Ela não evoluiu. Para ser justo, a curva de evolução da personagem de fato só muda no final desta 4ª temporada. Não há uma jornada, um processo de aprendizado. Não é algo fluído. É forçado e exagerado.
Outro ponto que me intrigou desde a 2ª temporada é um detalhe que pode até ser explicado, mas que, simbolicamente, me incomodou MUITO: se da segunda temporada ao final ela enfrenta aquele que seria praticamente um deus vivo da maldade, que tipo de desafios seriam piores que esses? Ao criarem mais vilões, os criadores enfraqueceram Vaatu.
Por fim, tanto não há uma linha de amadurecimento da Korra que a cada final de temporada, no momento crucial, ela precisa daquela "ajudinha parceira" para resolver as coisas, né? Veja bem: isso não seria um problema se o contexto narrativo justificasse isso. Mas não. A cada temporada a Korra corre, corre, corre e... morre na praia.
Na 1ª, os avatares.
Na 2ª, Jinora.
Na 3ª, os dominadores de ar.
Na 4ª, os espíritos.
Sinceramente, terminei decepcionado. Fui de peito aberto, até engoli as 2 primeiras temporadas (e até boa parte da 3ª), mas esta última temporada azedou o que para mim já era agridoce. É uma pena.
Glow Up (1ª Temporada)
3.6 69 Assista AgoraNão sei como cheguei a "Glow Up", só sei que fiquei surpreso ao me ver diante de uma competição sobre algo que sempre ignorei: maquiagem. E foi ótimo. Ótimo para aprender, ótimo para quebrar preconceitos, ótimo para me entreter, sim, mas adquirindo conhecimento. Apesar de questionar a forma de eliminação ao final de cada semana (sério, é igual prova de colégio/Universidade: avaliam não o percurso da pessoa até ali, mas só um fragmento do conhecimento do talento... injusto demais 😡), eu fiquei admirado com os jurados e como eles não têm aquele ar de "sou jurado e não me envolvo". Trouxe mais humanidade, eu achei. Além disso, a diversidade de estilos, de pessoas, de temas... sério: fiquei inspirado.
Avatar: A Lenda de Korra (2ª Temporada)
4.1 214 Assista AgoraEste segundo livro me fez entender o porquê de muitas pessoas não gostarem de Korra. Simplesmente, não há uma unidade entre os livros. É sejamos honestos: se a Korra
derrota o DEUS TODO PODEROSO DO MAL
Move (1ª Temporada)
4.7 1Tanta emoção, tanta entrega, tanta inspiração e superação. Eu terminei energizado. Energizado pela dança, é claro. Porém, acima de tudo, energizado pelo sentimento de vida, de luta, de querer mudar as pessoas. E notei como isso é latente nos 5 episódios: não é transformar o mundo, mas sim as pessoas. "Move" é uma cura.
Mandou Bem: Problema ao Dobro (5ª Temporada)
3.8 8Continua engraçado? Sim. MUITO engraçado? Não. Como mencionei já na 3 temporada, a fórmula está cansativa. Sim, é legal, mas no final a gargalhada já vira mero riso e eu só queria assistir ao último episódio para finalizar a temporada. A ideia das duplas foi interessante, mas não teve lá grande efeito diante desse cansaço que sinto perante a fórmula do programa. Há muito tempo, espero que variem e tragam desafios com corte & costura, fabricação de móveis, pintura, esculturas e até escultura com flores. Sinceramente, apesar de amar a Nicole e adorar a dinâmica dela com o Jacques, não sei se tenho paciência para esperar por uma 6 temporada e, de novo, ver mais do mesmo... ao final, fiquei com um gosto agridoce na boca.😐
INTERVENÇÃO CANINA
3.4 8Vale mais pelos ensinamentos quanto ao treinamento e amor que devemos dar aos nossos animais de estimação do que como entretenimento - entendido aqui na forma mais bruta da palavra. O Jas é ótimo no que faz, mas não consegue trazer simpatia para a série. Quando penso em "Apenas Cães", por exemplo, série também sobre cachorros, a diferença emocional chega a ser brutal. No todo, "Intervenção Canina" é bom para quem gosta de cachorros, mas, ao menos pelo o que vi, não consegue sair muito dessa bolha. Há momentos emocionantes, mas não compensam a frieza técnica. Aprendi muito, simpatizei pouco.
Avatar: A Lenda de Korra (1ª Temporada)
4.2 333 Assista AgoraGostei muito do tom mais político da trama. Apesar de achar a Korra meio enfadonha - tanto que a curva de evolução dela retrocede no final ' os assuntos abordados são atuais. A busca por um Salvador, a incapacidade de unir os diferentes, o surgimento de uma espécie de Messias com mil promessas, as consequências de erros passados... enfim, e6uma trama mais séria. Vale a pena.
Days
3.5 6Ah, não evoluí! Já estava irritado. E foi a mesma coisa com "All Out": no capítulo 9, eu comecei a pular capítulos e assisti ao último para constatar que nada havia mudado. Com o "Days", foi a mesma coisa. Passei do 5 para o 9... e nada! Do 9 fui par ao 13. Nada. Tsuke continuava meio bobão, os personagens secundários sem desenvolvimento. Então, passei do 13 para o 16. NADA, Fui par ao último e... Tsuke ainda era o mesmo, praticamente! Não deu...
Sankofa – A África que Te Habita
4.4 22Eu me senti acolhido. E, acima disso, emocionado. emocionado por me reconhecer, reconhecer origens que me foram renegadas na escola. Eu sou neto de uma quilombola e é interessante como, obviamente, eu sei de onde minha família veio. Contudo, a África, nossas origens, nosso povo, sempre foi algo distante. E então, aqui em "Sankofa" eu me vi espelhado. Eu vi as pessoas do quilombo de Jacaréi dos Pretos, eu vi o Tambor de Crioula aqui de São Luís espelhado em outros países, eu vi os olhares de povos que se assemelham aos olhares do quilombo. É necessário.
"Sankofa – A África que Te Habita" nos chacoalha, nos estapeia; nos pega pelos ombros e sacode para que paremos de olhar para "a África" (dito quase como um país gigante e sem identidade) e passemos a olhar para cada país com suas peculiaridades.
Por que aprendemos apenas sobre a história da Europa e ignoramos a história da África?
É triste viver em um país de maioria negra e mestiça, mas que se recusa a se olhar no espelho. É triste viver em um país onde o vice-presidente diz que a família dele foi "embranquecida" e isso passa como um comentário qualquer. É triste não se reconhecer.
"Sankofa – A África que Te Habita" nos pede para exumarmos nossa história. Não é difícil.
A Vida em Outros Planetas (1ª Temporada)
3.6 25 Assista AgoraEstou encantado, inspirado, impressionado, embasbacado, maravilhado, entregue. Essa é a palavra: entregue. É mágico como conseguiram mesclar ficção científica, fantasia e realidade de modo tão palpável. Para mim, confesso, a geologia dos planetas foi o mais deslumbrante. É um exercício de futurologia belíssima, mas também um olhar sobre o momento presente. O último episódio é inesquecível. Fiquei mudo diante daquela usina de energia solar no Saara. É de tirar o fôlego.
Ao final, sinceramente, fica uma sensação de melancolia, pois o documentário mostra as nossas possibilidades, mas sabemos que a evolução esbarra em coisas como o negacionismo e a fome de poder.
Como ser nós se insistimos em sermos eu?
É difícil.
Kino no Tabi: The Beautiful World
3.9 6Continua tão belo quanto a série de 2003/2004, porém, aqui são mais crônicas sobre o mundo do que exatamente uma série sobre a Kino. Enquanto a primeira é mais melancólica, aqui, esse sentimento é diluído principalmente pelo foco em outros personagens, algo que, ao meu ver, tira um pouco do tom filosófico do anime. Mesmo assim, foi agradável mais um vez embarcar nas jornadas de Kino e com uma vantagem: qualidade Ultra HD, paisagens fantásticas, fotografia de tirar o fôlego. Ainda ale a pena.
Seiyou Kottou Yougashiten: Antique
3.8 6Comecei na expectativa de que seria uma grande comedia e terminei de fato sereno, feliz e leve diante do que vi. "Antique Bakery" me ganhou exatamente por fugir do lugar-comum do clichê romântico ou do viés da vingança. Ao invés disso, vi uma trama que traz uma bela reflexão crucial: não julgue as pessoas pela aparência.
Assim como um bolo, doce, bonito, delicado e enfeitado, o trabalho para chegar até esse resultado pode ter sido amargo, demorado e cheio de empecilhos. O anime nos envolve com essa metáfora e, ao longo dos 12 episódios, traduz doçura e amargor, comédia e drama, leveza e serenidade, tudo na mesma dose.
Fiquei tocado também pelas músicas de abertura e de encerramento. No começo, não compreendi a mensagem melancólica de ambas. Contudo, a medida em que assistia, percebi como ambas as canções resumem o sentimento de "Antique Bakery": tudo bem ficar triste, tudo bem um gomem chorar, tudo bem demonstrar fraqueza. A vida segue em frente.
No final de tudo, este é um anime que nos pede para respirarmos fundo, erguermos a cabeça e, mesmo que estejamos chorando, darmos um passo. Depois outro e outro, até que consigamos caminhar com tranquilidade. Essa é a mensagem que ficou para mim. 😊
Vidrados (2ª Temporada)
4.0 30 Assista AgoraEu me sinto tão instigado ao encontrar reality shows que fogem do comum e nos impulsionam a pensar fora da caixa. "Vidrados", mais uma vez, conseguiu reunir sentimentos de tensão, emoção, paixão, reflexão e criatividade. Eu fiquei fascinado - talvez, mais do que na primeira temporada, não sei. Dessa vez, pareceu que foi algo mais intimista, com os artistas em uma entrega mais profunda, colocando mais a alma em cada peça. Sinceramente, a casa episódio eu fiquei na beirada da cadeira, cotovelos nos joelhos, queixo apoiado nas mãos entrecruzadas, agonia em alta. Só o fato de o programa proporcionar isso sem aquele sentimento quase vil e forçado de realitys como "BBB" e "A Fazenda" já e um ganho. No final das contas, "Vidrados" deixa um sentimento de (trocadilhos!) transparência, delicadeza e imersão que faz falta nos dias de hoje. Estou encantado - de novo! 😊
All Out!!
3.5 5Começa muito bem, num ritmo interessante, sem contar o diferencial de ser um anime que retrata um jogo tão distante do contexto brasileiro. Gion é um personagem introdutório que cativa e ver a busca dele foi muito divertido - até a metade do anime.
Para mim, o maior problema de "All Out!" foi exatamente a guinada para imergir nas subtramas de praticamente todos os jogadores da Jinko. Em um primeiro instante, é legal ter essa quebra para fugir de focar apenas no protagonista (Gion). Porém, a partir do episódio 10, começa a ficar cansativo mergulhar em cada história de cada aluno, ao ponto em que algumas cenas que se pretendiam dramáticas perderam o sentido, pois não há como você se apegar a cada uma dessas pessoas ao ponto de chorar com elas.
Sinceramente, fiquei meio decepcionado.
Big Mouth (4ª Temporada)
4.1 62 Assista AgoraGostei de ver como mantiveram a narrativa da série e ainda conseguiram amadurecer os personagens. Melhor ainda é mergulhar na personificação de sentimentos inerentes a todos (insegurança, ansiedade), mas que a sociedade não parece disposta a debater com a seriedade necessária. Mais uma vez, "Big Mouth", por mais sem noção que seja, ajuda o público alvo a refletir sobre os altos e baixos da adolescência sem o fardo de ter de ser isso ou aquilo. Torcendo para uma 5ª temporada equilibrada.
Gilda, Lúcia e o Bode
4.1 22Flui com tanta naturalidade que nem vi i tempo passar. Sem contar que tem uma bela reflexão sobre as escolhas de vida e a família que construímos.
91 Days
3.7 13Acho engraçado algumas pessoas abaixo dizerem que "apresenta uma história bem sem sal e sem graça" Como assim? é o tipo de pessoa que gosta do cliché pelo cliché que não faz pensar - ou talvez nunca tenha assistido aos clássicos de máfia como "O Poderoso Chefão", "Os Intocáveis" e "Os Infiltrados".
"91 Days" é fantástico exatamente por conseguir nos fazer imergir no sentimento de vingança. Este não é um anime bonitinho, fofo, simples. É um anime sobre a incompletude da vida e o modo como nossas ações (ou inações) desembocam em consequências complexas que moldam todo um quebra-cabeça de eventos.
De fato, os personagens não são muito desenvolvidos em suas personalidades, MAS, quando comparo este anime de 12 episódios com longas séries famosas nos serviços de streaming que enchem de capítulos tolos e maçantes, "91 Days" ganha (e muito!) ao trazer uma narrativa enxuta. Em 12 episódios nós temos uma trama redonda, com protagonistas que amadurecem ao longo da jornada, decisões plausíveis com suas personalidades e uma complexidade de trama que escalona capítulo a capítulo.
Não, não é anime perfeito. Os dois primeiros episódios me pareceram confusos no ato de definir as famílias e, confesso, por vezes eu me flagrava com a pergunta "Certo, mas esse personagem é de qual família?" Porém, a medida que me acostumei, isso virou um mero detalhe e eu consegui mergulhar na explosão de emoções.
"91 Days" vale a pena, sim. É intrigante, consegue trabalhar muito bem o cliché da vingança e conseguiu transpor a máfia italiana para os conceitos da animação japonese. Só por isso, pelo trabalho de estudo e de pesquisa dos produtores, já é de se aplaudir.
Seito Kaichou ni Chuukoku
3.7 1Divertidamente engraçadinho.
Vem Cantar! Estados Unidos (1ª Temporada)
3.3 8 Assista AgoraMais um passatempo interessante para quem gosta de música. E o melhor é que é rapidinho e sem muitas firulas. Só fico chateado que não haja muita variedade de músicas. O da Espanha, Alemanha e este são praticamente o mesmo repertório geral com algumas canções locais. Mesmo assim, vale pelo entretenimento e, principalmente, para vermos a personalidade de cada cultura. Enquanto o da Espanha as pessoas brincam mais e o da Alemanha é uma diversão mais serena, o dos Estados Unidos me soou mais... nada. 😅😂 Sério. É como imagino que seria uma versão no Brasil. A proximidade que temos com o país, com todo o bombardeamento de mídia e notícias, acaba nos condicionando a não vermos peculiaridades de lá. Enfim, agora estou na expectativa do "Vem Cantar, Brasil!", 😊
The Home Edit: A Arte de Organizar (1ª Temporada)
3.6 21É inspirador? Sim. Mas, ao menos para mim, foi impossível não comparar com "Ordem na Casa com Marie Kondo". Enquanto esse tem todo um lado quase filosófico que elmbro de ter me inspirado bastante a mudar os meus hábitos, a minha casa, o "Home Edit" me soou algo quanto artificial (não creio que seja a melhor palavra, mas não encontro uma melhor). Ver a organização é fantástico e de fato fiquei tentado a procurar por caixas e suportes giratórios. Contudo, esse é o ponto: se com Marie Kondo eu fui estimulado à uma mudança organizacional interna e externa, com a dupla da Home Edit fi algo apenas externo. Episódios após episódio, a minha dúvida era: essas pessoas vão manter esse organização feita por outras pessoas? Marie Kondo faz todo o processo junto com as pessoas exatamente para ensinar. Elas, não. Uma parte é junto, mas depois a pessoa vai embora e elas fazem tudo. Ao final, a sensação foi de que aprendi a organizar melhor (e sim vou até procurar caixas como as que elas usam), mas essa organização não complementará em nada a energia trazida pela organização da Marie Kondo.
P.S: entendo elas irem na casa dos famosos. É um atrativo para o reality. No entanto, fica uma sensação tão distante...
Vem Cantar! Alemanha (1º Temporada)
3.6 5O mais bonito de programas como o "Vem Cantar!", que passeiam em versões por diversos países, é termos a possibilidade de perceber as nuances de cada povo. É uma experiência bonita e necessário em tempos de nacionalismos e patriotismos exacerbados. Eu mesmo tinha uma visão dos alemães como fechados ao extremo e vi que não. De fato, são mais serenos (é só comparar com o "Vem Cantar! Espanha"), mas nada do que eu achava. Palina é uma host delicada e que, assim como espanhol Ricky, conseguiu dar a personalidade dela para o programa. Foi uma experiência fantástica!
Finalmente... Sim! (1ª Temporada)
4.4 15 Assista AgoraEu tive de me segurar para não passar 8 horas em frente a TV! 😅 Impressionante como não é sobre o cliché romântico, sobre casamentos maravilhosos e o "sonho do casamento perfeito". É sobre vidas. O mais bonito de "Finalmente... Sim!" é desconstruir aquela ideia de "amor romântico de conto de fadas" e nós colocar na vida real: pessoas que lutaram e ainda lutam e só querem um dia, uma noitezinha, para demonstrarem o amor. É uma celebração de vida. E que diversidade e cuidado que esses três têm. As conversas, a vontade de dar aos casais mais do que uma mera festa, o respeito por cada história. Emocionante.
Destaques para mim:
* o 5º episódio, do cara que casa com a melhor amiga e viveu abandonado pelos pais. 😭 Que história bonita. que história de perseverança, paixão pela vida, amor pelo outro, crença nas próprias qualidades. Inspirador.
* o casal com os sobrinhos. 🥰 Ser pai, mãe, não tem a ver com sangue e gravidez. Não apenas. Tem a ver com cuidado e carinho. E isso fica claro aqui. Muito, muito bonito essa entrega às crianças e mais bonito ainda ver como o amor dos adultos se reflete no olhar dos irmãos.
* o último episódio. 🙏🏽 Que tapa! que tapa! É reconstrução, é respeito, é uma aula, sim, de reflorescimento da própria essência. Eu só ficava pensando o quanto é importante uma criança LGBTQ+ ver tudo isso e se sentir parte do mundo. É grandiosos. Um belo encerramento.
E só mais um destaque (estou empolgado! 😅): percebam como eles tiveram o cuidado de trazer maquiadoras negras para maquiar as noivas de pele negra. É um detalhe que parece irrelevante, mas que faz toda a diferença, pois o tipo de pele é diferente, a tonalidade da maquiagem deve se adaptar a isso e trazer alguém que sabe o que está fazendo e não buscará o "padrão" é uma demonstração de cuidado.
Feito em Casa
3.3 12Entre altos e baixos, é um proposta interessante com olhares diversos sobre a tragédia do nosso século. Agora, é inevitável que uns curtas se destaquem mais do que outros e que, sinceramente, alguns são bem fraquinhos... Deixo aqui minha análise de cada curta-metragem.
01 (França, menino com drone) ⭐⭐⭐ Tocante ver as filas com imigrantes e como o garoto conseguiu uma perspectiva de silêncio.
02 (Itália, papa e a rainha) ⭐⭐⭐⭐ Como, como?, não ficar entregue à criatividade deste curta? Sejamos sensatos; quer duas figuras mais isoladas do que o papa e a rainha da Inglaterra? Trazer essas suas perspectivas de modo tão lúdico foi diferente e inesperado.
03 (EUA, mensagem para o filho) ⭐⭐⭐⭐⭐ Esse eu revi diversas vezes. É um dos destaques do projeto. Belíssima mensagem. Simples, direta, tocante, familiar, poética, sincera, atual. É sobre o futuro, é sobre medos, traumas, esperança e angústias. É sobre a vida. Muito muito bonito.
04 (Argentina, "Last Call") ⭐⭐⭐⭐⭐ Me pegou desprevenido. No começo, achei que fosse um documentário sobre aquele idoso que, na iminência do fim, se despede da pessoa amada. E aí... 😂😂😂😂 Muito bom! Eu ri de vergonha alheia, ri de divertimento... Um outro destaque, dessa vez pela surpresa que me causou.
05 (Portugal, casal no whatsapp) ⭐⭐⭐ É legal porque trouxe a realidade do isolamento: contato por redes sociais, casais presos dentro de casa, conflitos expostos... Mas não me tocou tanto, confesso.
06 (Espanha, garotinha em casa entediada) ⭐⭐⭐ Bonito pela mensagem de amadurecimento que as nossas crianças, umas mais, outras menos, estão vivendo diante do caos. E é interessante como o curta mostra que, apesar de tudo, ainda é uma criança. A criança ainda vive.
07 (Alemanha, homem apartamento com vários dele mesmo) ⭐⭐⭐ Estamos todos assim, né? Em um forçoso convívio com nós mesmos... Grande maneira de trazer esse sentimento.
08 (Japão, "Última mensagem") ⭐⭐ Entendi e não entendi, confesso. Passou por mim sem deixar nada.
09 (Escócia, menina e irmão entediados) ⭐⭐ Um relato da adolescência, da vida cotidiana, mas nada mais do que isso.
10 (Vermont, distúrbios gravitacionais causados pelo vírus, homem sozinho viúvo) ⭐⭐⭐⭐⭐ Mais um destaque. Melancólico, silencioso, angustiante, reflexivo, tranquilo. Creio que seja não apenas UM dos destaques, como O DESTAQUE do projeto. Gostei muito.
11 (Beirut, menina no escritório do pai com unicórnio) ⭐⭐ Interessante mais pelo fato de a garota ter feito isso de modo espontâneo, do que pelo conteúdo em si. E, confesso, por ser em Beitut, Líbano, passei 7 minutos mais angustiado para saber como essa família esta após a explosão que abalou a capital libanesa... 😧
12 (Springs, Nova York, casal de mulheres encontra homem desacordado na praia) ⭐⭐⭐⭐ É um dos melhores, mas para mim não chega a ser um destaque ele não foca exatamente em uma mensagem sobre a pandemia. Apesar disso, é muito, muito bem filmado e tenso. Muito tenso. Vale a pena.
13 (San Sebastian del Oeste, México, carta para a mãe) ⭐⭐ Não me encantou. É atual por apontar o distanciamento que o distanciamento reforçou, um distanciamento que sempre existiu nesse caso, mas não senti nada. É bonitinho, só.
14 (Los Angeles, EUA, "Grilos") ⭐⭐⭐⭐⭐ Kristen Stewart maravilhosa, atuação com o olhar, angustiante. A insônia tem acometido muitas, muitas pessoas; Essa incerteza, o medo, a dúvida, a paralisia do mundo... Isso é demonstrado de forma inteligente, ainda mais diante "da voz" que persegue a todos nós. Um destaque.
15 (Londres, reconexão com os costumes indianos) ⭐⭐⭐⭐ O diferente aqui é ver perspectivas de um mesmo tema. Este curta, por exemplo, se assemelha muito ao 09 (Escócia), com a diferença que o foco é mais na mãe. É bonito ver o lado "positivo" da pandemia para algumas famílias, que foi reconectar a casa. Muito bonito.
16 (Santiago, Chile, musical) ⭐⭐⭐⭐⭐ Comecei com um pensamento de "que p*rra é essa???" 😅😂 e terminei calado, aplaudindo. Mais um destaque do projeto. É surrealista, é incômodo, é viciante, é penetrante, é diferente, é sem noção, é maravilhoso. A letra da música pode parecer louca e sem sentido, mas tem encaixe perfeito no que estamos vivendo. Me surpreendeu MUITO! Muito mesmo.
17 (Los Angeles, EUA, mulher na bicicleta pela cidade) ⭐⭐⭐⭐⭐ Só vou dizer um nome: Cate Blancett. Parece "mais do mesmo" a primeira vista, mas por ser filmado em Hollywood, em uma cidade que recebe milhões de pessoas todo mês, e trazer o vazio - e esse é o ponto, o vazio - ganhou minha atenção. É sobre a pandemia, sim, mas também é sobre como olhamos para esse momento. Terminar o conjunto de curtos com ele é significativo devido a última frase, arrepiante:
"VOCÊ CONTA O QUE PERDEU OU CONTA O QUE AINDA RESTA?"