Depois de "Amarelo Manga" e "Baixio das Bestas" não pensei que Cláudio Assis iria conseguir se superar, mas conseguiu. Que me perdoem os puritanos e vira-latas (que as vezes são a mesma pessoa) mas essa poesia marginal me encanta demais. "Febre do Rato" é um êxtase que te dá vontade de escrever poesia, de ler A Rosa do Povo do Drummond, de sair, de ver aquela menina que você gosta, sei lá, de viver.
O que dizer também dessa galera que tá sempre nos filmes pernambucanos? Irandhir Santos é o destaque, um GIGANTE do cinema nacional, ponto.
Animado pela onda extasiante de ''Bacurau'', resolvi conferir a filmografia de Kleber Mendonça Filho, desde o começo até agora. Me surpreendi com alguns títulos que eu já conhecia e outras gratas surpresas. Pois bem, ''O Som ao Redor'' é o primeiro longa do diretor e foi muito interessante notar como ele se utilizou de conceitos já trabalhados em obras anteriores dele, como:
No TCC de Jornalismo para UFPE em 1992 ele retratou a falência dos cinemas em Recife. Aqui existe uma cena um pouco escondida, apenas uma referencia, justamente à falência dos cinemas quando João e Sofia estão em Bonito na casa do avô.
A cena de Bia se masturbando na máquina de lavar já havia sido feita no curta ''Eletrodoméstica''.
Essa não é novidade: o medo da classe média na questão da segurança permeia quase toda a obra do KMF, inclusive em um curta MUITO BOM chamado ''Enjaulado'' ele construiu um clima de tensão e terror extraordinário. Tanto é que na cena do menino passando correndo no apartamento eu tomei um susto pensando que ele retornaria com algo voltado para o terror do início da carreira.
Dito isso, encaro ''O Som ao Redor'' como uma obra de maturidade de um cara que já vinha fazendo coisas boas e se soltou no primeiro longa. Porém, não vou mentir, esse estilo pretensamente cult é um pouco cansativo. Custei a acreditar que o filme já estava acabando porque as respostas foram muito poucas dentro do roteiro. No próprio Cinema Novo Pernambucano existem outros cineastas tão bons ou até melhores que o KMF que deveriam ter mais atenção, porém entendo o ''hype'', é merecido.
Para além do cinema como simples hobbie existe a crítica, sendo essa especializada ou não. E aqui elenco ''Crítico'' de Kleber Mendonça Filho como documentário essencial para adquirir a essência de ''crítico de cinema'', mesmo que amador.
Toda arte possui seu método, então por qual motivo a crítica de cinema também não teria desenvolvido um ao longo das décadas? A questão é que sim, ela desenvolveu, só é levemente difícil aplicá-lo à obra. Isso por causa da sua ''impessoalidade'', da sua ''técnica'' e da sua sua sutil ''especificidade''.
É relativamente difícil não se emocionar com um filme de um diretor que gosto, o que põe em jogo a tecnicidade da minha crítica. É difícil não imprimir meu próprio valor na obra; não me proponho a ver o que o diretor quis, mas o que EU QUIS assistir, como em uma reconstrução do que foi assistido. Não é bem assim que a coisa funciona.
A avaliação de uma obra de cinema passa por toda uma interpretação diretor-obra-espectador que conflui tudo em apenas uma coisa. É preciso entender o que foi proposto, como foi proposto, como foi executado, LIMITAR a execução da obra. Esse documentário do KMF ao entrevistar dezenas de críticos e diretores traz para o público uma diversidade de pensamentos de gente que está dentro da indústria, que lida com isso, que sofre com isso. Muito interessante e muito enriquecedor para quem está atrás da teoria da sétima arte.
''Sociedade dos Poetas Mortos'' começa como uma turminha do barulho encarando altas aventuras junto com um professor legal e do nada te dá um soco na cara. Eu não estava preparado.
O filme já tem ao seu favor logo de cara o fator nostalgia, é difícil encontrar alguém que nunca leu A Turma da Mônica quando criança, e o filme entrega justamente isso: cheirinho de infância. A fotografia é perfeita, a caracterização tá muito boa e a estória também te prende o suficiente. Mil destaques para o Louco do Rodrigo Santoro, que roubou a cena demaaaais nos poucos minutos em tela, aparição memorável.
Já anunciaram que vai ter continuação, então que venha o próximo!
Já havia ouvido falar de Garota, Interrompida porém decidi definitivamente assisti-lo após ler seu nome referenciado em um Manual de Psicologia Forense, como exemplo de transtorno antissocial. Não me decepcionei nem um pouco e inclusive acho que o filme é riquíssimo em interpretações, ao qual tomo a liberdade de dar a minha:
O primeiro trunfo da obra é dar a visão do paciente contra o sistema psiquiátrico vigente: silenciador. Interessante notar como logo de cara AFIRMAM que Susanna tentou suicídio, algo que ela contesta mas sua palavra não é levada em consideração. Logo após ela entra em um processo enlouquecedor do meio psiquiátrico: a loucura ''corrompe'' o indivíduo. De garota ''triste'' ela passa para realmente ''interrompida''; nem ela mais sabe quem é ela ou que é real. Dentro do instituto psiquiátrico ela vira mais uma paciente, um número a ser tratado e não recuperado (voltaremos aqui). Válido dizer também que essa instituição era até muito boa comparada com outras de filmes e também reais, como disse a personagem de Whoopi Goldberg, a inspetora Valerie.
Aí entra o mais interessante, que tomarei como base a dialética de Hegel: a construção do Eu a partir do Eu, do Outro, com o Outro e para o Outro. Tudo muda no filme quando Susanna começa a interagir com Lisa, personagem magistralmente interpretada por Angelina Jolie. A existência e posição de Susanna dentro da obra muda TOTALMENTE com essa interação: ela se solta, ri, diverte, enlouquece. Ora, não poderia ser Lisa uma metáfora inicial para algum tipo de droga? O sujeito também se solta, ri, diverte e enlouquece com o álcool, cigarro, maconha, cocaína, ponografia, qualquer coisa. PORÉM, Lisa também é destrutiva, como também as drogas o são. Susanna passa dois anos nessa ''loucura'' pensando ser feliz, visto que rejeitou o convite do namorado para fugir pois amava as ''amigas'', mas no final vimos que aquilo não era a sua felicidade total. Relacionamentos, assim como drogas, podem ser destrutivos. O processo do Eu a partir do Outro é doloroso, e Garota, Interrompida mostra justamente isso, a relação de uma garota aparentemente normal com Lisa, uma sociopata (estranha, algo a parte).
MAIS UMA VEZ o filme se mostra genial ao HUMANIZAR Lisa. Nos diálogos finais Susanna diz lindamente que dói sorrir, dói ser ela mesmo; e realmente dói, querem que sejamos felizes o tempo todo, mas sequer nos escutam. Enquanto correm nos porões do instituto as duas personagens principais entram em um embate verbal onde Lisa finalmente desaba, ela reconhece o quão ruim ela realmente era, e o quanto esse personagem que ela criou para ela mesmo a fazia mal. No fim, num gesto de AMOR e EMPATIA, Susanna age como uma amiga e num pequeno mas grande gesto passa um esmalte rosa nas unhas de Lisa. Bom, não se mudará o mundo somente a partir desses pequenos gestos, mas quantos não estão carentes de afeto e atenção, prontos a reconhecer que ainda há tempo para ser humano?
Outra indicação de filme na mesma pegada que vale a pena assistir: Bicho de Sete Cabeças.
Filme que geralmente abre as portas para o subgênero do trash. Lançado posteriormente ao ''boom'', mesmo assim foi um dos que mais fizeram sucesso e pode ser que assuste algumas pessoas: a ruptura entre um suspense policial entre irmãos muito diferentes entre si e o horror macabro e cômico dentro do bar é BRUTAL.
O roteiro é inteligente até o meio e depois descamba para o verdadeiro trash: nudez, drogas, violência, sangue, efeitos especiais de qualidade duvidosa, humor e até certa irracionalidade (ora, não diga. Sim, irracionalidade dentro de um filme que já é de ficção e blá, blá, blá.)
O filme é bom, clássico e costuma agradar até quem não é o maior fã do tipo, você deveria assistir, nem que seja para ser hipnotizado pela Salma Hayek.
''Uma Noite de Crime'' é um misto de emoções: poderia ser muito mais do que é mas também não é de todo ruim. Se encararmos como uma premissa ótima que poderia ser desenvolvida de uma forma melhor, aí vai ser uma decepção. Agora, se você levar em consideração que é um filme de 85 minutos de violência gratuita, aí fica bom.
Sei que fizeram mais filmes, não sei ainda até que ponto eles tentaram ''surfar na onda'' ou desenvolver a estória proposta. O que importa aqui é um filme rápido, eletrizante e teatral. A teatralidade de como tudo acontece me deixou fascinado: a riqueza, as máscaras, os personagens, os jeitos como eles falam nas cenas, é tudo pensado para ser trágico e um pouco cômico também. Entendo que o expurgo funciona como uma banalização do mal, mas novamente travamos na falta de explicações que o roteiro traz.
Enfim, poucas explicações, muita violência: vale a pena conferir nem que seja pra falar mal e ficar com raiva. Aliás, pode ser que você fique com raiva de tudo que acontece, é tudo muito absurdo (isso é bom e ruim ao mesmo tempo, faz parte).
Um dos melhores besterois já feitos. Clássico demais, parodiando o horror de forma sensacional. Se falar mal desse filme perto de mim eu caio na porrada com o individuo!
O trunfo de Moonlight é representar as três fases da vida de Chiron. Essa definição de espaço-tempo alargado e a troca de atores ficou muito boa, todos representaram muito bem.
São temas sensíveis e infelizmente reais, então o filme se faz necessário. Sobre homossexualidade, sobre lares desfeitos, sobre crescer sob pressão, construção da personalidade; Moonlight aborda tudo isso em seus personagens, principalmente no principal.
Muito interessante como Chiron se transformou em Juan ao longo da obra.
É profundo na medida certa, ao passo que não se aprofunda tanto para não ser pedante. A fotografia é linda e quando a voz de Caetano Veloso soa em tela é uma surpresa pra lá de grata.
O filme brinca com a forma de contar a estória que faz até você duvidar do que está vendo. Será que é isso? Será que acertei? E nesse meio, dividido em atos como numa Ópera, a Netflix trouxe algo agradável, bem nos moldes do horror que anda fazendo sucesso nos últimos tempos.
Particularmente apoio mais roteiros e menos jumpscares na maioria dos filmes do gênero, então esse acertou minimamente bem. Tem algum clichê? Sim, mas não necessariamente busquei a perfeição (Como quiseram no filme), e sim algo bacana pra assistir. "The Perfection" é justamente isso: um bom filme pra sair um pouco da casinha e se surpreender por ter ido com poucas expectativas.
A função do filme as vezes é retratar situações reais de forma artística. Lanthimos faz uma crítica bizarra, porém pesadamente real, sobre os relacionamentos amorosos humanos. Será que gosto mesmo? Será que preciso? E esse amor é profundo e real? Pra sempre? ''O Lagosta'' brinca com isso, num cenário temeroso, um hotel bizarro, com personagens inquietantes e um violino que te leva a loucura em algumas partes.
Reconheço que pode ser uma questão de ''amar ou odiar'' muitas das vezes, mas eu achei ok, num meio termo. É bom, a proposta é boa, mas não endeusarei também como se fosse o suprassumo do cult porque não é. É interessante e é isso.
Excelente critica ao capitalismo utilizando-se de meios mágicos e fantásticos feitos pela.... Disney hahaha curioso. O filme é bom, Julie Andrews está maravilhosa, as músicas são envolventes e o sotaque britânico é lindo.
O filme é maravilhoso, só não dou 5 estrelas porque pensei que a Merida seria muito mais ''forte'' do que foi (com base no que eu sempre vi pela internet). Um bom divertimento com certeza.
Eu vinha ouvindo um ''buzz'' muito grande em cima desse filme e resolvi assistir. MALUCO, QUE FILME F#DA PRA CARALH#.
A história te cativa no primeiro momento pra começar numa segunda parte intensa. Você vibra junto com o Doss a cada resgate. A tensão do campo de batalha é muito real
O que foi aquilo quando os japoneses dão uma blitz pra cima dos americanos em cima do cume? Até eu fiquei com medo, que cena assustadora (em um bom sentido).
A série Sobrenatural tem um episódio parecido com esse, só que melhor e com menos tempo.
Agora sério? A parte mais chamativa do filme é a beleza da Laura Cohen. O suspense é fraco e por vezes mal explicado. Mais um filme de ''terror'' lançado com muita mídia e pouco conteúdo, não chega nem a ser novidade.
Wow, que viagem. ''Um Cadáver Para Sobreviver'' é aquele puta filme indie que começa maluco e termina maluco também, mas que te enche de orgulho por ter assistido algo tão foda.
A premissa inicial é bizarra e confusa, mas ao longo dos acontecimentos você vai criando um vínculo com os personagens. As perguntas feitas por Manny, tão banais, mas tão reais. O processo de socialização e o tido como ''normal'' é que é o bizarro. Por fim, entramos todos na cabeça de um sonhador louco no final do filme. Não existe certo e errado aqui, somente sonhos, desejos flashbacks.
Reconheço que pode não ser um filme pra todos, é amar ou odiar. Eu amei demais.
Não entendi a nota tão baixa. O filme não é lá o melhor do mundo mesmo, mas é uma ótima diversão. Fizeram o que dava pra ser feito em 1994, é um clássico nostálgico. Merecia pelo menos uns 3.5 da galera.
Enfim, a ideia de trazer à tela com atores reais o desenho deu até que certo, garantindo um bom entretenimento.
Estamira é uma triste história que nos mostra o quanto a sociedade pode ser cruel e destrutiva com a saúde mental. Abandonada pelo pai, depois problemas com o marido e mais um abandono, estuprada, na miséria; Estamira não aguentou e ''enlouqueceu''. Quem sou eu para julgar? Esse mundo que ela construiu só pra ela é como se fosse um mecanismo de defesa contra tudo isso.
Em um dos relatos finais parece que ela personificou todos os abusos sofridos na figura de ''Deus''. Ela relata invasão, estupro, fome, etc; mas dá pra perceber que a revolta é contra as pessoas que passaram em sua vida.
O clima em preto e branco dá um toque especial ao documentário que é muito bom. ACHO que é longo demais, mas nada maçante ou que atrapalhe a ''experiência''.
Por fim, Estamira é caso pra fazer pensar. Nela, por ela e junto com ela.
Terrível história retratada em Holocausto Brasileiro. Não estou falando mal do documentário, e sim dos horrores vivenciados pelas pessoas que ali passaram e morreram. O tempo vai rolando na tela e você vai sendo tomado por um sentimento de impotência frente ao acontecido que te arrepia.
Parte escura da história brasileira que não deve ser negada, e sim lembrada sempre para que sigamos em frente na ainda necessária luta antimanicomial.
Febre do Rato
4.0 657Depois de "Amarelo Manga" e "Baixio das Bestas" não pensei que Cláudio Assis iria conseguir se superar, mas conseguiu. Que me perdoem os puritanos e vira-latas (que as vezes são a mesma pessoa) mas essa poesia marginal me encanta demais. "Febre do Rato" é um êxtase que te dá vontade de escrever poesia, de ler A Rosa do Povo do Drummond, de sair, de ver aquela menina que você gosta, sei lá, de viver.
O que dizer também dessa galera que tá sempre nos filmes pernambucanos? Irandhir Santos é o destaque, um GIGANTE do cinema nacional, ponto.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraAnimado pela onda extasiante de ''Bacurau'', resolvi conferir a filmografia de Kleber Mendonça Filho, desde o começo até agora. Me surpreendi com alguns títulos que eu já conhecia e outras gratas surpresas. Pois bem, ''O Som ao Redor'' é o primeiro longa do diretor e foi muito interessante notar como ele se utilizou de conceitos já trabalhados em obras anteriores dele, como:
No TCC de Jornalismo para UFPE em 1992 ele retratou a falência dos cinemas em Recife. Aqui existe uma cena um pouco escondida, apenas uma referencia, justamente à falência dos cinemas quando João e Sofia estão em Bonito na casa do avô.
A cena de Bia se masturbando na máquina de lavar já havia sido feita no curta ''Eletrodoméstica''.
Essa não é novidade: o medo da classe média na questão da segurança permeia quase toda a obra do KMF, inclusive em um curta MUITO BOM chamado ''Enjaulado'' ele construiu um clima de tensão e terror extraordinário. Tanto é que na cena do menino passando correndo no apartamento eu tomei um susto pensando que ele retornaria com algo voltado para o terror do início da carreira.
Dito isso, encaro ''O Som ao Redor'' como uma obra de maturidade de um cara que já vinha fazendo coisas boas e se soltou no primeiro longa. Porém, não vou mentir, esse estilo pretensamente cult é um pouco cansativo. Custei a acreditar que o filme já estava acabando porque as respostas foram muito poucas dentro do roteiro. No próprio Cinema Novo Pernambucano existem outros cineastas tão bons ou até melhores que o KMF que deveriam ter mais atenção, porém entendo o ''hype'', é merecido.
Crítico
4.0 31 Assista AgoraPara além do cinema como simples hobbie existe a crítica, sendo essa especializada ou não. E aqui elenco ''Crítico'' de Kleber Mendonça Filho como documentário essencial para adquirir a essência de ''crítico de cinema'', mesmo que amador.
Toda arte possui seu método, então por qual motivo a crítica de cinema também não teria desenvolvido um ao longo das décadas? A questão é que sim, ela desenvolveu, só é levemente difícil aplicá-lo à obra. Isso por causa da sua ''impessoalidade'', da sua ''técnica'' e da sua sua sutil ''especificidade''.
É relativamente difícil não se emocionar com um filme de um diretor que gosto, o que põe em jogo a tecnicidade da minha crítica. É difícil não imprimir meu próprio valor na obra; não me proponho a ver o que o diretor quis, mas o que EU QUIS assistir, como em uma reconstrução do que foi assistido. Não é bem assim que a coisa funciona.
A avaliação de uma obra de cinema passa por toda uma interpretação diretor-obra-espectador que conflui tudo em apenas uma coisa. É preciso entender o que foi proposto, como foi proposto, como foi executado, LIMITAR a execução da obra. Esse documentário do KMF ao entrevistar dezenas de críticos e diretores traz para o público uma diversidade de pensamentos de gente que está dentro da indústria, que lida com isso, que sofre com isso. Muito interessante e muito enriquecedor para quem está atrás da teoria da sétima arte.
A Convenção das Bruxas
3.5 1K Assista AgoraUm nome: Anjelica Huston, maravilhosa!
Sociedade dos Poetas Mortos
4.3 2,3K Assista Agora''Sociedade dos Poetas Mortos'' começa como uma turminha do barulho encarando altas aventuras junto com um professor legal e do nada te dá um soco na cara. Eu não estava preparado.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraEssa parte do Filmow é maravilhosa, sempre venho aqui dar gostosíssimas gargalhadas com os comentários.
Turma da Mônica: Laços
3.6 607 Assista AgoraO filme já tem ao seu favor logo de cara o fator nostalgia, é difícil encontrar alguém que nunca leu A Turma da Mônica quando criança, e o filme entrega justamente isso: cheirinho de infância. A fotografia é perfeita, a caracterização tá muito boa e a estória também te prende o suficiente. Mil destaques para o Louco do Rodrigo Santoro, que roubou a cena demaaaais nos poucos minutos em tela, aparição memorável.
Já anunciaram que vai ter continuação, então que venha o próximo!
Garota, Interrompida
4.1 1,9K Assista AgoraJá havia ouvido falar de Garota, Interrompida porém decidi definitivamente assisti-lo após ler seu nome referenciado em um Manual de Psicologia Forense, como exemplo de transtorno antissocial. Não me decepcionei nem um pouco e inclusive acho que o filme é riquíssimo em interpretações, ao qual tomo a liberdade de dar a minha:
O primeiro trunfo da obra é dar a visão do paciente contra o sistema psiquiátrico vigente: silenciador. Interessante notar como logo de cara AFIRMAM que Susanna tentou suicídio, algo que ela contesta mas sua palavra não é levada em consideração. Logo após ela entra em um processo enlouquecedor do meio psiquiátrico: a loucura ''corrompe'' o indivíduo. De garota ''triste'' ela passa para realmente ''interrompida''; nem ela mais sabe quem é ela ou que é real. Dentro do instituto psiquiátrico ela vira mais uma paciente, um número a ser tratado e não recuperado (voltaremos aqui). Válido dizer também que essa instituição era até muito boa comparada com outras de filmes e também reais, como disse a personagem de Whoopi Goldberg, a inspetora Valerie.
Aí entra o mais interessante, que tomarei como base a dialética de Hegel: a construção do Eu a partir do Eu, do Outro, com o Outro e para o Outro. Tudo muda no filme quando Susanna começa a interagir com Lisa, personagem magistralmente interpretada por Angelina Jolie. A existência e posição de Susanna dentro da obra muda TOTALMENTE com essa interação: ela se solta, ri, diverte, enlouquece. Ora, não poderia ser Lisa uma metáfora inicial para algum tipo de droga? O sujeito também se solta, ri, diverte e enlouquece com o álcool, cigarro, maconha, cocaína, ponografia, qualquer coisa. PORÉM, Lisa também é destrutiva, como também as drogas o são. Susanna passa dois anos nessa ''loucura'' pensando ser feliz, visto que rejeitou o convite do namorado para fugir pois amava as ''amigas'', mas no final vimos que aquilo não era a sua felicidade total. Relacionamentos, assim como drogas, podem ser destrutivos. O processo do Eu a partir do Outro é doloroso, e Garota, Interrompida mostra justamente isso, a relação de uma garota aparentemente normal com Lisa, uma sociopata (estranha, algo a parte).
MAIS UMA VEZ o filme se mostra genial ao HUMANIZAR Lisa. Nos diálogos finais Susanna diz lindamente que dói sorrir, dói ser ela mesmo; e realmente dói, querem que sejamos felizes o tempo todo, mas sequer nos escutam. Enquanto correm nos porões do instituto as duas personagens principais entram em um embate verbal onde Lisa finalmente desaba, ela reconhece o quão ruim ela realmente era, e o quanto esse personagem que ela criou para ela mesmo a fazia mal. No fim, num gesto de AMOR e EMPATIA, Susanna age como uma amiga e num pequeno mas grande gesto passa um esmalte rosa nas unhas de Lisa. Bom, não se mudará o mundo somente a partir desses pequenos gestos, mas quantos não estão carentes de afeto e atenção, prontos a reconhecer que ainda há tempo para ser humano?
Outra indicação de filme na mesma pegada que vale a pena assistir: Bicho de Sete Cabeças.
Um Drink no Inferno
3.7 1,4K Assista AgoraFilme que geralmente abre as portas para o subgênero do trash. Lançado posteriormente ao ''boom'', mesmo assim foi um dos que mais fizeram sucesso e pode ser que assuste algumas pessoas: a ruptura entre um suspense policial entre irmãos muito diferentes entre si e o horror macabro e cômico dentro do bar é BRUTAL.
O roteiro é inteligente até o meio e depois descamba para o verdadeiro trash: nudez, drogas, violência, sangue, efeitos especiais de qualidade duvidosa, humor e até certa irracionalidade (ora, não diga. Sim, irracionalidade dentro de um filme que já é de ficção e blá, blá, blá.)
O filme é bom, clássico e costuma agradar até quem não é o maior fã do tipo, você deveria assistir, nem que seja para ser hipnotizado pela Salma Hayek.
Uma Noite de Crime
3.2 2,2K Assista Agora''Uma Noite de Crime'' é um misto de emoções: poderia ser muito mais do que é mas também não é de todo ruim. Se encararmos como uma premissa ótima que poderia ser desenvolvida de uma forma melhor, aí vai ser uma decepção. Agora, se você levar em consideração que é um filme de 85 minutos de violência gratuita, aí fica bom.
Sei que fizeram mais filmes, não sei ainda até que ponto eles tentaram ''surfar na onda'' ou desenvolver a estória proposta. O que importa aqui é um filme rápido, eletrizante e teatral. A teatralidade de como tudo acontece me deixou fascinado: a riqueza, as máscaras, os personagens, os jeitos como eles falam nas cenas, é tudo pensado para ser trágico e um pouco cômico também. Entendo que o expurgo funciona como uma banalização do mal, mas novamente travamos na falta de explicações que o roteiro traz.
Enfim, poucas explicações, muita violência: vale a pena conferir nem que seja pra falar mal e ficar com raiva. Aliás, pode ser que você fique com raiva de tudo que acontece, é tudo muito absurdo (isso é bom e ruim ao mesmo tempo, faz parte).
Todo Mundo em Pânico
3.3 1,2K Assista AgoraUm dos melhores besterois já feitos. Clássico demais, parodiando o horror de forma sensacional. Se falar mal desse filme perto de mim eu caio na porrada com o individuo!
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraO trunfo de Moonlight é representar as três fases da vida de Chiron. Essa definição de espaço-tempo alargado e a troca de atores ficou muito boa, todos representaram muito bem.
São temas sensíveis e infelizmente reais, então o filme se faz necessário. Sobre homossexualidade, sobre lares desfeitos, sobre crescer sob pressão, construção da personalidade; Moonlight aborda tudo isso em seus personagens, principalmente no principal.
Muito interessante como Chiron se transformou em Juan ao longo da obra.
É profundo na medida certa, ao passo que não se aprofunda tanto para não ser pedante. A fotografia é linda e quando a voz de Caetano Veloso soa em tela é uma surpresa pra lá de grata.
The Perfection
3.3 720 Assista AgoraO filme brinca com a forma de contar a estória que faz até você duvidar do que está vendo. Será que é isso? Será que acertei? E nesse meio, dividido em atos como numa Ópera, a Netflix trouxe algo agradável, bem nos moldes do horror que anda fazendo sucesso nos últimos tempos.
Particularmente apoio mais roteiros e menos jumpscares na maioria dos filmes do gênero, então esse acertou minimamente bem. Tem algum clichê? Sim, mas não necessariamente busquei a perfeição (Como quiseram no filme), e sim algo bacana pra assistir. "The Perfection" é justamente isso: um bom filme pra sair um pouco da casinha e se surpreender por ter ido com poucas expectativas.
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraA função do filme as vezes é retratar situações reais de forma artística. Lanthimos faz uma crítica bizarra, porém pesadamente real, sobre os relacionamentos amorosos humanos. Será que gosto mesmo? Será que preciso? E esse amor é profundo e real? Pra sempre? ''O Lagosta'' brinca com isso, num cenário temeroso, um hotel bizarro, com personagens inquietantes e um violino que te leva a loucura em algumas partes.
Reconheço que pode ser uma questão de ''amar ou odiar'' muitas das vezes, mas eu achei ok, num meio termo. É bom, a proposta é boa, mas não endeusarei também como se fosse o suprassumo do cult porque não é. É interessante e é isso.
Requisitos para Ser uma Pessoa Normal
3.9 265Esse filme é como receber um abraço gostoso num dia ruim :) te faz um pouco mais felizinho.
Mary Poppins
4.0 612 Assista AgoraExcelente critica ao capitalismo utilizando-se de meios mágicos e fantásticos feitos pela.... Disney hahaha curioso. O filme é bom, Julie Andrews está maravilhosa, as músicas são envolventes e o sotaque britânico é lindo.
Valente
3.8 2,8K Assista AgoraO filme é maravilhoso, só não dou 5 estrelas porque pensei que a Merida seria muito mais ''forte'' do que foi (com base no que eu sempre vi pela internet). Um bom divertimento com certeza.
A Rainha como Urso ficou IMPECÁVEL, muito simpática, um dos pontos altos do filme.
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraEu vinha ouvindo um ''buzz'' muito grande em cima desse filme e resolvi assistir. MALUCO, QUE FILME F#DA PRA CARALH#.
A história te cativa no primeiro momento pra começar numa segunda parte intensa. Você vibra junto com o Doss a cada resgate. A tensão do campo de batalha é muito real
O que foi aquilo quando os japoneses dão uma blitz pra cima dos americanos em cima do cume? Até eu fiquei com medo, que cena assustadora (em um bom sentido).
Com toda a certeza um dos melhores da década.
Boneco do Mal
2.7 1,2K Assista AgoraA série Sobrenatural tem um episódio parecido com esse, só que melhor e com menos tempo.
Agora sério? A parte mais chamativa do filme é a beleza da Laura Cohen. O suspense é fraco e por vezes mal explicado. Mais um filme de ''terror'' lançado com muita mídia e pouco conteúdo, não chega nem a ser novidade.
Um Cadáver para Sobreviver
3.5 936 Assista AgoraVocê começa rindo e termina quase chorando (ou chorando mesmo).
Paul Dano e Daniel Radcliffe formaram uma dupla de respeito, excelentes atuações.
Do cômico ao trágico, do sorriso ao choro, esse filme é sensacional em sua proposta.
Um Cadáver para Sobreviver
3.5 936 Assista AgoraWow, que viagem. ''Um Cadáver Para Sobreviver'' é aquele puta filme indie que começa maluco e termina maluco também, mas que te enche de orgulho por ter assistido algo tão foda.
A premissa inicial é bizarra e confusa, mas ao longo dos acontecimentos você vai criando um vínculo com os personagens. As perguntas feitas por Manny, tão banais, mas tão reais. O processo de socialização e o tido como ''normal'' é que é o bizarro. Por fim, entramos todos na cabeça de um sonhador louco no final do filme. Não existe certo e errado aqui, somente sonhos, desejos flashbacks.
Reconheço que pode não ser um filme pra todos, é amar ou odiar. Eu amei demais.
Os Flintstones: O Filme
2.7 272 Assista AgoraNão entendi a nota tão baixa. O filme não é lá o melhor do mundo mesmo, mas é uma ótima diversão. Fizeram o que dava pra ser feito em 1994, é um clássico nostálgico. Merecia pelo menos uns 3.5 da galera.
Enfim, a ideia de trazer à tela com atores reais o desenho deu até que certo, garantindo um bom entretenimento.
Estamira
4.3 375 Assista AgoraEstamira é uma triste história que nos mostra o quanto a sociedade pode ser cruel e destrutiva com a saúde mental. Abandonada pelo pai, depois problemas com o marido e mais um abandono, estuprada, na miséria; Estamira não aguentou e ''enlouqueceu''. Quem sou eu para julgar? Esse mundo que ela construiu só pra ela é como se fosse um mecanismo de defesa contra tudo isso.
Em um dos relatos finais parece que ela personificou todos os abusos sofridos na figura de ''Deus''. Ela relata invasão, estupro, fome, etc; mas dá pra perceber que a revolta é contra as pessoas que passaram em sua vida.
O clima em preto e branco dá um toque especial ao documentário que é muito bom. ACHO que é longo demais, mas nada maçante ou que atrapalhe a ''experiência''.
Por fim, Estamira é caso pra fazer pensar. Nela, por ela e junto com ela.
Holocausto Brasileiro
4.4 145Terrível história retratada em Holocausto Brasileiro. Não estou falando mal do documentário, e sim dos horrores vivenciados pelas pessoas que ali passaram e morreram. O tempo vai rolando na tela e você vai sendo tomado por um sentimento de impotência frente ao acontecido que te arrepia.
Parte escura da história brasileira que não deve ser negada, e sim lembrada sempre para que sigamos em frente na ainda necessária luta antimanicomial.