Vez ou outra busco expandir o que consumo sobre cinema, dessa vez, chegou a hora de conhecer alguns trabalhos do diretor Terry Gilliam. A primeira impressão que tive é que ele é um cineasta bastante criativo, além de prever muitos malefícios dos tempos modernos, que futuramente aconteceriam mesmo, ou piorariam muito ao decorrer das décadas. Trata-se de um filme visionário sobre o caos da vida cotidiana corrida e avassaladora.
O filme como era de se esperar, é recheado de críticas políticas e sociais, mostrando diversas situações de dificuldades em lidar com um estado dominado pelo autoritarismo e burocracia. A obra mostra acontecimentos que podem levar a pessoa a ter síndrome de burnout, como a correria para chegar ao local de trabalho em ponto; cargas horárias abusivas; condições de trabalho precárias; dependência da tecnologia; violação de privacidade, etc.
Nada melhor do que 'papel' para representar a burocracia, é tanto papel neste filme que chega a causar desconforto e tontura rsrs. O filme é muito bom no sentido de mostrar como o sistema funciona, por outro lado, deixa a desejar na sua parte fantasiosa, já que os sonhos e viajadas do protagonista não acrescenta praticamente nada a história. Se intencional ou não, o filme acabou sendo 'burocrático', o que é no mínimo contraditório rsrs.
"Brazil: O Filme", possui muitos pontos a se exaltar, principalmente na direção de Terry Gilliam, um diretor que provou não se perder, além de saber o que está fazendo. No entanto, seu filme careceu de uma história mais contundente e interessante, é aquele típico filme que você se distrai facilmente e faz outra coisa durante sua projeção. O filme sofre do mal de muitos longas atuais, que é ficar só nas críticas e ponto final, sendo insuficiente ao contar uma história envolvente e fraco como entretenimento.
O filme se chama "Brazil" devido à música brasileira "Aquarela do Brasil", que ganhou uma versão em inglês e faz parte da trilha sonora do filme. Apesar da coincidência, o nome do filme não tem nada a ver com a situação política do Brasil dos anos 80. Entretanto, o filme retrata muito como é o Brasil atualmente, um país retrógrado e com pouquíssima liberdade econômica.
Maratona Terry Gilliam Assistido em 30 de junho de 2023 Minha avaliação: 6,0/10
Robert Zemeckis é um cineasta que se destacou e fez muito sucesso nos anos 80 e 90. Seu primeiro filme de grande destaque foi "De Volta para o Futuro", de 1985, uma obra muito querida pelo público e também um grande sucesso de bilheteria, que mais tarde se tornaria uma trilogia. Após a conclusão de sua trilogia, Zemeckis dirigiu o filme "Forrest Gump", em 1994, onde ganhou o prêmio de melhor diretor, além de ganhar também o de melhor filme e roteiro. Basicamente com isso, ele zerou sua vida cinéfila, com no mínimo dois de seus filmes podendo ser considerados uns dos melhores da história do cinema.
"Contato" talvez não faça parte desses filmes mais badalados e lembrados do diretor, entretanto, acredito que o filme mereça tanto reconhecimento quanto os outros citados acima. Robert Zemeckis teve sabedoria para não se perder com estrelismo, e novamente entregou mais um grande filme! "Contato" pode parecer arrastado e sem dinâmica em seu início, mas a partir do momento que a protagonista faz sua grande descoberta, você sem perceber já está completamente imersivo na história.
Zemeckis é um grande especialista em conduzir narrativas de forma agradável e correta, seu filme é muito completo! Conseguindo ser convincente no drama; na ficção; no suspense; no romance e até mesmo no debate de fé vs. ciência, onde os assuntos são abordados de forma imparcial, sem atacar e ofender nenhum dos lados. Filme bem atuado, onde Jodie Foster e Matthew McConaugh estão bem à vontade e, em sintonia nos seus respectivos papéis.
Após este filme, sugiram tantos outros sobre o tema vida inteligente fora da terra, como: "A Chegada" (2016) e "Ad Astra: Rumo às Estrelas" (2019). No entanto, nenhum dos dois conseguiu chegar perto desse aqui, principalmente na sua parte filosófica, e mais ainda nos diálogos antológicos entre os personagens principais. Eis um exemplo de filme sobre o tema que não precisa de batalhas intergalácticas para prender a atenção do telespectador. Boa parte do filme ter dado certo foi graças a direção do Zemeckis, que conseguiu fazer algo fora do óbvio e sem ser banal.
Enfim, "Contato" é mais um belíssimo trabalho do competente diretor Robert Zemeckis, com peso emocional de história bastante envolvente, aliado a ótimos efeitos visuais e excelentes imagens espaciais, principalmente levando em conta a época da produção. Os anos 90 foi uma década tão forte para o cinema, que até mesmo os filmes menos conhecidos e os inferiores às principais obras daquele tempo, mesmo assim, conseguem ser muito acima da média em comparação aos filmes da década atual…
Assistido em 24 de junho de 2023 Minha avaliação: 8,5/10
Talvez tenha sido o filme de mais difícil avaliação e o que mais tive dificuldade de escrever uma crítica. Pois é um daqueles seletos filmes muito fora da caixinha, e um dos mais loucos da história do cinema. Seu roteiro não é exatamente ruim e mal escrito, no entanto, para meu gosto pessoal, ficou muito aquém do que eu esperava. Pois ele meio que te força a aceitar, ou querer compreender algo impossível de acontecer.
"O Predestinado" é um filme até em certo ponto interessante, conseguindo fisgar o telespectador com facilidade em seu início. Possui praticamente todos os elementos e características necessárias de um bom sci-fi, em uma obra carregada de mistérios e descobertas impressionantes. Entretanto, pecou demais pelos excessos e exageros em seus desdobramentos, em uma história que literalmente anda em círculos. Infelizmente não o achei essa Coca-Cola toda que muitas pessoas o julgam.
O protagonista é ela; ele; mãe; pai; filha; agente e terrorista. Ela se relaciona com sua própria versão masculina, acaba engravidando e gera uma filha que é ele mesmo, depois ele se sequestra e mais tarde descobre que o terrorista é ele mesmo, e o mata. Fim. Posso tranquilamente aceitar que pai e mãe são a mesma pessoa, devido à viagem no tempo, mas agora dar à luz a si mesmo?! Hahaha! Isso é impossível! E nem essa desculpa furada de ovo e galinha vai me convencer do contrário.
Estava realmente gostando do filme até o desfecho da cena do bar. Mas acabei me sentindo um tremendo 'bocó' vendo a revelação principal desse filme, para mim soou extremamente forçado e, demasiadamente pretensioso e presunçoso. Uma obra que não têm limites com o bom senso, que passa por cima dos conceitos da biologia e física. O filme dos irmãos Spiering deixa aquela sensação desagradável de sua história não chegar a lugar algum.
E eu inocente achava que os dedos de salsicha e plugues anais do filme "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo", seria uma das coisas mais bizarras que veria na vida, estava redondamente enganado! Até gosto de algumas coisas bizarras para assistir, pois no ramo da ficção isso é até "normal", mas neste caso não comprei a ideia do filme, mesmo ele sendo bem curioso de se acompanhar. Além disso, entrega um final bem anticlimático. Enfim, não gostei!
Um detalhe importante a se destacar aqui, é que o apelido do terrorista do filme era 'tolo'. Uma indireta perfeita para os telespectadores, pois é exatamente assim que me senti ao término desta obra. É um filme que não indicaria a ninguém, a não ser para às pessoas com a mente aberta, o que definitivamente não é o meu caso rsrs.
Assistido em 17 de junho de 2023 Minha avaliação: 4,5/10
"Gattaca" é um filme muito à frente de seu tempo, funciona perfeitamente como um espelho do mundo atual, sendo impressionante de se ver que muitas coisas retratadas nesse filme realmente estão acontecendo. Numa era de politicamente correto, se você não for perfeito, você não presta e não serve para nada! Vivemos em um mundo autoritário e extremamente ganancioso! Onde às pessoas no trabalho não podem ficar doentes, que o patrão já pensa em demissão e, em casos mais absurdos pegam no seu pé até quando você precisa ir ao banheiro.
Filme de estreia de Andrew Niccol como diretor e roteirista. Para começar bem, ele teve uma ideia de roteiro interessante e autoral, retratando um tipo de preconceito bem diferente do que estamos acostumados em ver no cinema convencional. Soube também escolher a dedo atores de bons nomes e, graças a isso o filme se sustenta bem! Com bons personagens e atuações exemplares. É um filme muito bom e acima da média, mesmo com algumas falhas no andamento da história.
Trata-se de um filme que aborda um mundo distópico, onde às pessoas que são concebidas de maneira natural serão consideradas inválidas pelo governo e grandes corporações. Com isso, acabam sendo discriminados pelo sistema, passando longe de terem às mesmas oportunidades das pessoas que foram concebidas artificialmente em laboratórios. O filme apresenta uma versão distorcida de realidade, onde os feitos de engenharia mudaram a sociedade atual, tentando explorar às considerações éticas.
Embora tenhamos a sensação de que este futuro mundo distópico ainda não começou a transportar "pessoas imperfeitas" para as câmaras de gás, você se pergunta se isso não será só uma questão de tempo? Além da sensação de que toda essa filosofia de mania "eugênica" deixou o mundo profundamente perdido e infeliz. "Gattaca" é um conto de fadas agridoce, que se concentra no esforço da humanidade pela perfeição em meio à crueldade esmagadora dos preconceitos da sociedade. Um filme ricamente temático e instigante.
Apesar de ter fracassado nas bilheterias em sua época, “Gattaca” com o passar dos anos foi ganhando o reconhecimento que merece. Uma das ficções científicas mais realistas e impactantes já feitas para o cinema e, também um dos grandiosos filmes da década de ouro dos anos 90, mesmo que não sendo um dos mais lembrados. Sem dúvidas é um dos filmes mais importantes de seu gênero, principalmente pelos acontecimentos atuais no mundo em relação à tecnologia.
Assistido em 30 de maio de 2023 Minha avaliação: 8,0/10
"Velozes e Furiosos" é uma franquia que aos poucos foi conquistando muitos fãs ao redor do mundo e, consequentemente foi se tornando cada vez mais lucrativa ao longo dos filmes. Seu sucesso é impressionante! Principalmente por continuar dando lucro mesmo após a fatídica morte de Paul Walker, que era um dos protagonistas da franquia. Além de terem perdido o roteirista Chris Morgan, que estava estabelecido na franquia desde o terceiro filme, sendo um dos responsáveis pelas mudanças e reinvenção da saga para algo mais grandioso! Apesar desses contratempos, "Velozes e Furiosos" seguiu em frente sem perder prestígio dos fãs.
A franquia com este décimo longa estabelece de vez sua terceira década de filmes produzidos, uma marca mais do que expressiva, ainda mais se considerarmos o desgaste natural da franquia. "Velozes e Furiosos 10" arrecadou em seu primeiro final de semana mais de $300 milhões de dólares globais, um faturamento inicial bom demais! Se considerarmos que essa décima parte da saga foi um dos filmes mais avaliados negativamente pelos críticos de cinema. É uma franquia com muita força, pois também vêm ganhando muito hate dos cinéfilos cults, mas mesmo assim, segue com fôlego para mais filmes futuros.
Como fã da franquia, acompanho os filmes desde quando eu era guri, por tanto, a saga para mim têm um grande sentimento de nostalgia, devido aos primeiros filmes serem focados em rachas de rua. Com os carros tunados saindo de moda, aos poucos a franquia foi deixando de lado às corridas, se reinventou e acabou virando uma série de ação policial envolvendo crimes; vingança; missões internacionais e luta pela sobrevivência. Com isso, o objetivo dos filmes subsequentes eram de ser cada vez mais insanos e mirabolantes, funcionando como uma evolução da franquia.
Fui ao cinema e já sabia o que esperar, o filme entrega muitas explosões, destruição de veículos, tiros, porradas e boas doses de mentiradas e exageros, ou seja, a essência atual da saga mais presente do que nunca. Ainda assim, não têm os absurdos estratosféricos como, Tej e Roman terem ido ao espaço numa espécie de carro-foguete improvisado e, Toretto atravessando um penhasco para o outro, com seu carro pendurado em uma corda de ponte. Justin Lin já estava viajando na maionese e perdendo a mão na direção há um bom tempo, sua saída da direção fez muito bem a franquia. Garanto a todos que esse filme dá no mínimo de dez a zero no seu antecessor.
O grande destaque e surpresa do filme é sem dúvidas o vilão Dante (Jason Momoa), além de roubar a cena, o ator entendeu perfeitamente a essência dessa franquia, incorporando um vilão irreverente; caricato; lunático e sem escrúpulos, com uma sede insaciável por vingança! Tirou onda coringando em vários momentos hahaha. Foi de longe a melhor coisa do filme, inclusive superando às cenas de ação do mesmo. Um personagem marcante que trouxe respiro a franquia.
Pode aparentar ser repetitivo, mas todos os filmes "Velozes e Furiosos", ao menos, teve uma cena de ação que jamais foi filmada em outros filmes e, aqui não foi diferente. A cena do submarino do oitavo filme é um bom exemplo disso… Por isso, é sucesso garantido em quase todos os filmes já lançados, sempre dão um jeito de surpreender em uma cena inédita de ação.
Vale ressaltar também o grande trabalho da produção, onde a maioria das cenas de ação foram feitas com efeitos práticos, dispensando o uso exagerado de CGI. Destaque para às cenas de Roma e a cena alucinante da represa, onde Toretto desafia às leis de Newton, em seu lendário Dojão Preto com suspensão de titânio. No mais, gostei da referência a Rocket League e ao caminhão do Optimus Prime.
"Velozes e Furiosos 10" é o primeiro filme da saga a ter um final em aberto, deixando várias lacunas e incertezas sobre o futuro de muitos personagens importantes. Com excesso de personagens coadjuvantes, tudo ficou para o décimo primeiro filme da franquia.
Assistido no cinema em 24 de maio de 2023 Minha avaliação: 8,0/10
Dependendo da situação, nem sempre é fácil de se fazer um filme, ainda mais com poucos recursos e sem experiência na direção de um longa. Duncan Jones faz sua estreia como cineasta, apostando em um sci-fi existencialista de bastante identidade pessoal. Temos mais uma prova de que a criatividade supera a falta de investimentos adequados, pois, "Lunar" surpreende em vários pontos, com o trabalho de Duncan Jones tirando leite de pedra.
Trata-se de um filme enxuto cuja narrativa vai crescendo gradativamente, oferecendo recompensas discretas, mas o roteiro conta com uma boa dose de surpresas que conspiram para a confusão do personagem. Uma obra que cria certo interesse por elementos explorados de maneira econômica, funcionando como segundo plano, como a que envolve a esposa do astronauta, a organização responsável pela base lunar e, até a própria vida na Terra, que se alimenta da energia proporcionada pelo trabalho realizado na Lua.
O filme é pautado em pesquisas científicas e emprega esse cenário para abordar temas como individualidade, identidade, resistência e isolamento. O roteiro é bem escrito e, todas as questões propostas são respondidas satisfatoriamente ao decorrer do filme. Duncan Jones cria sensações excelentes de solidão e rotina, onde Sam Bell é um sujeito fechado em uma estrutura, com uma missão a cumprir. Ele está cansado, desanimado da vida e da solidão de trabalhar numa missão espacial em outro planeta.
"Lunar" funciona basicamente graças ao bom trabalho de atuação de Sam Rockwell, que soube explorar diferentes vertentes de um mesmo personagem. Seja pelo seu lado mais frio ou mais psicodélico, indo de um extremo ao outro sem comprometer a atuação e, sem deixar de fazer o telespectador acreditar que se trata do mesmo personagem, mas que se encontram em momentos distintos daquela mesma jornada.
Não achei o filme lento e maçante como alguns relataram aqui, por ser um filme praticamente de apenas um personagem, seu ritmo é normal para sua proposta. Com certeza, "Lunar" é um dos melhores filmes "pequenos" de seu ano, pois mesmo com orçamento baixíssimo, deixa muitos blockbusters comendo poeira da lua rsrs.
"Contra o Tempo" era um filme que não estava nas minhas prioridades para este ano, entretanto, decidi assisti-lo agora. Com Jake Gyllenhaal em mais um protagonismo de destaque, além da lindona Michelle Monaghan de coadjuvante e, pela direção de Duncan Jones (responsável pelo bom filme do mesmo gênero: "Lunar"). Esses foram os bons motivos para eu antecipar a sessão desse filme.
Os Americanos gostam muito de produzir filmes que se passam em trens, como, por exemplo: "Incontrolável (2010)"; "A Garota no Trem (2016)" e o mais recente de todos; "Trem-Bala (2022)". São obras para todos os gostos, ação; crime; policial; suspense; comédia, etc. O diretor Duncan Jones teve uma ideia bastante original, criou um cenário nos trilhos de um trem e adicionou os principais elementos conhecidos de filmes sci-fi, além da eficiência na criação de tensão (o básico do suspense).
O roteiro acabou ficando um pouco atropelado, devido ao tempo curtíssimo de execução ser menos de 90 minutos (sem contar os créditos finais), e também aparentou ser um filme desconexo em seu início, mas com o desenrolar dos fatos, às peças foram se encaixando gradativamente. Apesar dos defeitos, o filme se sobressai graças a sua objetividade, indo direto ao ponto, com apresentação dos acontecimentos em ritmo frenético e dinâmica satisfatória.
Um ponto crucial que gostei bastante do filme; é que ele é inteligente, mas sem ser pretensioso! Não tentou ser mais do que é na realidade e, isso eu valorizo muito! A história não possui furos e, às explicações são totalmente verossímeis, isso para um filme de ficção científica é muito louvável. A trama além de ser bastante interessante, ainda revela boas surpresas para o telespectador.
É disparado o melhor filme da década desastrosa da Summit Entertainment, onde basicamente somente esse filme se salva. Foi a responsável por grandes porcarias cinematográficas como: "Saga Crepúsculo (2010-2012)"; "Meu Namorado é um Zumbi (2013)" e "Dezesseis Luas (2013)". Além de fracassar com a franquia "Divergente", onde nem final conseguiram entregar. Provavelmente por esses motivos que o estúdio está em baixa atualmente.
O filme não chega a fazer parte da seleta lista dos melhores e maiores clássicos de seu gênero, mas com certeza é um feijão com arroz muito bem-feito e bem temperado na medida certa. Duncan Jones assina mais um bom filme de ficção, espero que ele não demore anos para fazer mais filmes nesse estilo.
Assistido em 3 de maio de 2023 Minha avaliação: 7,5/10
"Donnie Darko" é mais um filme sci-fi bem famoso que fiquei devendo, mesmo sendo da época em que praticamente todo brasileiro só tinha a TV aberta como opção para ver filmes. Decidi assistir à versão do diretor com 20 minutos de cenas extras, sendo provavelmente mais abrangente e completo que a versão de cinema, além de um facilitador na compreensão do filme.
É um dos principais patrimônios históricos do cinema anos 2000, onde felizmente o cinema estadunidense ainda estava longe de enfrentar a sua pior crise. Os avanços tecnológicos fizeram bem aos filmes no sentido visual, porém às facilidades das tecnologias afetou o processo criativo dos filmes da década atual, deixando muitos produtores, diretores e roteiristas mais relaxados em seus projetos. "Donnie Darko" foi bem-sucedido em um filme de ficção científica, sem depender completamente de CGI de última geração.
Richard Kelly é um diretor conhecido por uma obra só, será que foi golpe de sorte? Sim ou não… o que importa é que aqui ele conseguiu realizar um filme interessantíssimo, intrigante, inusitado e cheio de camadas, que apesar do ritmo lento, deixa o telespectador vidrado em tela graças a imprevisibilidade de sua trama. O filme possui um grande roteiro intrincado, com complexidade na medida certa aliada a muitas bizarrices e demências (até lembrou alguns filmes asiáticos, mas infelizmente sem o mesmo nível de extremismo e visceralidade do oriente).
Embora seja um filme sobre adolescentes, passou longe de todos os clichês e chatices da temática e acabou sendo o grande diferencial do filme. Jake Gyllenhaal na época bem gurizão já mostrava ser um ator bem acima da média, passou com convicção toda a confusão existente na mente de seu personagem, em uma apresentação sublime. A obra conta com bons personagens secundários e bem misteriosos.
Apesar de ser bem focado no drama e suspense, os elementos de um bom filme de ficção científica estão bem presentes e consistentes no filme. O diretor e produtores deram um olhar diferente para os subgêneros de sci-fi, com conceitos poucos ortodoxos e um grande grau de ineditismo em sua história. O filme têm uma pegada bem doida, é totalmente fora da caixinha e com um final de explodir a mente. Na minha opinião, só vale a pena assistir se você tiver experiência com filmes de difícil discernimento.
Gostei bastante do filme, talvez se eu fosse direto ver a versão de cinema não teria a mesma opinião, já que não costumo gostar tanto de filmes que deixam várias pontas soltas. Essa versão do diretor foi uma ótima ideia, para dar uma direção um pouco mais lógica aos acontecimentos, além de proporcionar aos telespectadores interpretações mais certeiras.
Assistido em 21 de abril de 2023 Minha avaliação: 8,0/10
Vou começar agradecendo a militância woke, por novamente me fazerem dar gargalhadas, ao opinarem e chorarem muito devido a um filme feito para "macho". Frases como: "É masculinidade tóxica branca"; "É uma ode sádica, e interminável, à testosterona" e a pior de todas; "É a fantasia do macho imbroxável" (essa última escrita por um jornal do RS, fazendo os gaúchos passarem vergonha 🤦♂️). Toda essa repercussão negativa por parte de uma minoria, me deixou animado a conferir "John Wick 4: Baba Yaga" nos cinemas. Já que quase tudo que essa galerinha não gosta, costuma ser maravilhoso para o bom cinéfilo.
Com uma trajetória ascendente nas bilheterias, os produtores da franquia resolveram apostar muito alto neste filme, ousaram na duração e num investimento maior, com o intuito de proporcionar a melhor qualidade possível. A longa duração não comprometeu o entretenimento, já que os minutos a mais foram muito bem utilizados para a apresentação dos novos personagens. Às quase três horas de filme passam muito rápido, pois souberam esticar o filme inteligentemente, sem encheção de linguiça.
Adorei todas às novas adições de personagens. Com exceção do "Marquês", ninguém é fraco e souberam valorizar bem os coadjuvantes, onde todos participam ativamente do filme, sem ficar preso somente ao Keanu Reeves. O Donnie Yen (Caine), em minha visão, foi o melhor personagem secundário, tirou muita onda e humilhou geral! Acho ele um ator muito subestimado, e já tinha passado da hora de finalmente ganhar um papel de destaque em Hollywood. Torço muito para um possível spin-off de seu personagem.
Este filme deu um belo exemplo de como se fazer representatividade sem vitimismo, sem militância, sem diminuir o sexo oposto para exaltar o outro e sem cansar o telespectador. Temos negros, asiáticos e até mesmo um cego; em personagens interessantes bem desenvolvidos, que não são insuportáveis. Um excelente exemplo a ser seguido por todos os estúdios do mundo!
Acredito que não faz sentido algumas pessoas reclamarem demais pelo fato do filme ser muito mentiroso, já que isso fica evidente desde seu segundo filme, ou seja, desde o início a franquia é bem honesta com seu público. Quem esperava algo diferente disso viajou na maionese, já que franquias como: "Missão: Impossível" e "Velozes & Furiosos", foram ficando cada vez mais mirabolantes em suas sequências. "John Wick" apenas seguiu o padrão das sagas de ação mais famosas.
Os telespectadores podem reclamar dos ternos a prova de balas, que praticamente tornaram os personagens semi-imortais. Mas isso trouxe dificuldade e desafio a mais nos confrontos, já que simplesmente matar uma pessoa com uma arma de fogo, pode ser uma ação extremamente difícil dependendo da situação. Desde o primeiro filme, a franquia "John Wick" nunca teve compromisso com a verossimilhança.
Keanu Reeves não emplacava uma franquia de sucesso desde a trilogia "Matrix", a sina chegou ao fim com seu personagem John Wick. Todos os quatro filmes da franquia são acima da média, e o mais impressionante disso tudo é que todos os filmes são a mesma coisa; repetitivo ao extremo. Entretanto, não deixa de ser sensacional, empolgante e visceral. É mais do que merecido ao Keanu Reeves esse sucesso todo, principalmente pela sua história de vida.
"John Wick 4: Baba Yaga" e os outros filmes da franquia resgataram o bom e velho cinema de ação dos anos 80 e 90, com uma pegada moderna, mas sem perder a essência dessa época. Um respiro ao cinema escapista, que vinha sendo dominado e monopolizado pelos blockbusters de super-heróis. Os telespectadores precisam de mais filmes com esse tipo de entretenimento.
Assistido no cinema em 3 de abril de 2023 Minha avaliação: 9,0/10
Esse foi mais um filme em que esperava ver mais foco na ficção, mas infelizmente não foi o que aconteceu, acabou ficando em segundo plano. Novamente fui tapeado. Mas ao menos compensa com um roteiro contundente, com conteúdo interessante (mas pouco explorado), premissa bem desenvolvida e que foge dos padrões mais vistos ultimamente do gênero.
Muitos filmes de hoje em dia sobram em investimento, com orçamentos astronômicos! Mas no fim das contas acaba faltando roteiro e desenvolvimento de personagens. Com "A Outra Terra" aconteceu o oposto, roteiro e bons personagens tivemos, mas faltou orçamento e mais tempo em tela para explorar melhor seu conteúdo; realidades paralelas, visual científico, etc.
O filme apostou mais em um drama clássico, que aborda tragédia, perdas, dores emocionais e degradação humana. Trabalha muito bem a atmosfera de melancolia e sentimento de culpa da protagonista, com clímax de vazio existencial crescente ao decorrer da trama. Nisso o filme conseguiu ser bem-sucedido, contando uma história de acontecimentos pesados.
Imagina o soco na mente que seria se você descobrisse que a mulher que você deu uma trepadinha e se apaixonou, matou o seu filho e sua mulher grávida no passado em um acidente de carro e ainda te deixou em coma...
O drama só tem valor devido aos interessantes elementos da ficção científica na trama, que ficaram infelizmente ofuscados. O desenrolar do pós-tragédia é comovente, mas soa convencional em sua essência. Além disso, o longa pode cansar o telespectador pelo didatismo (toda a complexidade teórica é bastante esmiuçada), pelo ritmo lento e por ter uma narrativa de traços existencialistas carregados de depressão e compaixão.
Ainda que o diretor e roteirista Mike Cahill erre a mão em alguns detalhes, como na direção pesada em alguns momentos, em alguns furos de roteiro e na condução da câmera em alguns planos e zoons exagerados. Mas acerta em outros, trabalha bem a fotografia azulada e a trilha sonora na composição da atmosfera do longa. “A Outra Terra” funciona como drama, mas talvez fosse ainda melhor se realmente fosse um filme de ficção científica.
Assistido em 2 de abril de 2023 Minha avaliação: 6,5/10
Não costumo ser um telespectador muito assíduo dos filmes europeus, mas ainda assim, ocasionalmente costumo pegar alguns para assistir. Recentemente me surpreendi com o diretor Espanhol Oriol Paulo, seus poucos filmes na carreira foram mais que suficientes para entrar na minha lista de diretores favoritos. "Sr. Ninguém" me pareceu uma boa alternativa de diversificação, já que sempre gosto de estar por dentro das novidades do gênero Ficção Científica.
Infelizmente não tive a mesma experiência dos demais telespectadores com este filme. Não me agradou à edição e montagem da obra, achei tudo muito excessivamente aleatório, hora era o adolescente "Nemo Ninguém" em tela, em outra cena ele já adulto e logo em seguida volta o personagem como criança, e assim segue o filme até o seu final. A direção para mim também deixou a desejar, filme com muitos cortes em meio a uma edição caótica, em alguns momentos desconexa e principalmente sem foco (lembrando muito às características do filme "TENET", de 2020).
Outro ponto decepcionante a ser destacado é que os termos científicos praticamente nem foram explorados neste filme, nem mesmo parecia ser um filme de ficção científica, além de alguns conceitos apresentados serem desinteressantes. Também achei o peso emocional da história fraco, filmes como "Vingadores: Guerra Infinita" e "Top Gun: Maverick", por exemplo, conseguiram ser mais emocionantes, mesmo sem ter essa finalidade.
Para não dizer que não curti nada, gostei da escolha dos atores jovens serem parecidos com suas versões adultas, das atuações de todo o elenco e da maquiagem do protagonista na sua versão de velhinho. Entretanto, isso é muito pouco para um filme muito positivamente conceituado pelo público, ainda mais quando o filme não consegue surpreender na sua própria proposta.
O filme nada mais é que uma colagem de "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Efeito Borboleta", "Déjà Vu", entre outros do gênero, só que bem inferiores aos filmes citados, principalmente no nível de entretenimento. Com isso, não consegui enxergar esse tal de ineditismo que muitos elogiam nesse filme. Com um ritmo morno acabei perdendo o interesse em boa parte da obra, com exceção da meia hora final, onde o filme melhora significativamente, mas ainda assim, insuficiente para que ao menos o considera-se um bom filme.
Assistido em 29 de março de 2023 Minha avaliação: 5,5/10
Com grandes chances de "Shazam! Fúria dos Deuses" fracassar nas bilheterias, é capaz de sair dos cinemas primeiro que "Avatar 2", que estreou ano passado. Isso se deve provavelmente porque o primeiro filme foi bem fraquinho, sendo um dos piores do DCEU. Parece que a DC irá pagar muito caro pelas cagadas que fez de demitir o Zack Snyder e Henry Cavill...
Em início de maio já deve estar disponível o filme em HD no Torrent. [Edit]: Já saiu o bluray 100% para baixar em 9 de abril de 2023. Flop total kkkkkkk.
Sou um grande admirador de filmes de ficção científica, é o gênero que está há tempos em alta no mercado cinematográfico, e também oferecendo, em minha opinião, às maiores possibilidades de um filme ficar bom. "Efeito Borboleta" é um dos principais e mais lembrados do gênero no início do século XXI, ficando também bastante famoso no Brasil e sendo febre nas locadoras da sua época. Apesar disso, foi um filme que fiquei devendo por anos…
A forma de como a história é contada é muito interessante, com roteiro super criativo e original, em uma sucessão de desdobramentos surpreendentes. O ritmo do filme é bastante agradável, já que a cada volta ao passado não dá para prever o que irá acontecer nas cenas seguintes. Com isso, já ganha o status de filme acima da média, graças a sua imprevisibilidade, ousadia e montagem diferenciada.
Apesar dos elementos sci-fi, é um filme mais voltado para o drama, em um enredo bastante melancólico, que foca em traumas, perdas, dores emocionais, sofrimento psíquico, etc. A situação do protagonista é bem delicada e desesperadora, chega a dar pena dele tamanho o azarão que ele é… Apesar de poder mudar o passado e trilhar novos futuros, os erros e escolhas equivocadas custam caro e a vida não perdoa…
Um filme sobre o lado bom e obscuro da vida, abordando diversos temas distintos como, amizade, amor, pedofilia, alcoolismo, vícios, sadismo, violência, etc. "Efeito Borboleta" é uma obra alucinante e dolorosa, sobre às consequências de nossos atos, de como somos capazes, com simples gestos, de produzir tragédias homéricas para terceiros e para nós mesmos. Filme complexo e profundo, para te fazer refletir sobre a vida e te deixar pensante durante dias…
Sempre achei o Ashton Kutcher um ator mediado, onde a maioria dos seus filmes são irrelevantes e fracos para a sétima arte. Mas aqui, foi uma boa surpresa. O ator se mostrou apto para atuar em filmes fora da sua bolha de comédias românticas batidas e sem graça, provavelmente não deu sorte e praticamente seguiu sua carreira com agente ruim. "Efeito Borboleta" é disparado seu melhor filme na carreira, já "Jobs (2013)", considero a sua melhor atuação.
Descobri por acaso que este filme possui quatro finais. O primeiro é a versão oficial de cinema (a que assisti). O segundo é a versão do diretor, com um desfecho bem diferente da versão normal, contendo alguns minutos a mais, sendo o mais comum de se encontrar para baixar online. Já os outros dois finais alternativos, segue mais ou menos o desfecho da versão oficial de cinema, com pequenas mudanças nas cenas finais. Particularmente gosto mais da versão normal do filme, achei mais coeso e sensato que a versão do diretor, essa versão dos diretores apela demais! Com um final para tentar chocar o telespectador, mas não passa de um desfecho sem sentido e inverossímil.
Assistido em 10 de março de 2023 Minha avaliação: 8,5/10
Descobri esse filme por acaso, já que ele não é muito conhecido no Brasil, nem mesmo ganhou dublagem. Ganhou minha atenção por se tratar de algo super interessante, com uma ótima ideia na teoria e um certo ineditismo em sua história. Adoro filmes sobre ficção científica, por tanto, não poderia deixar essa obra passar em branco.
Esqueça tudo que você crê ser muito complexo e impossível de entender à primeira vista. "Primer" certamente é um dos filmes mais complexos da história do cinema, ganha fácil de qualquer outro filme famoso de difícil compreensão. Seu desenvolvimento não-linear aumenta e muito o desafio para a mente.
O filme se caracteriza por ser quase cem por cento desenvolvido por diálogos, e em nenhum momento é mencionado do que realmente se trata, conta com um roteiro super intricado que exige muita atenção e interpretação do espectador. Se você busca um grande desafio mental, esse filme é ideal para rachar a cuca e resolver um grande quebra-cabeça.
Saquei que se tratava de um filme sobre viagem no tempo, mesmo não sendo muito claro isso, só que aqui é apresentado um novo conceito sobre o tema, tornando o filme muito instigante e único sobre o que retrata.
Não gostei muito da edição do filme. Entretanto, têm que considerar o baixíssimo orçamento, o improviso e criatividade para realizar um filme sci-fi sem o uso de efeitos visuais. O filme surpreende ainda mais por ser atuado por atores amadores e também por ser a estreia de um diretor promissor.
Altamente recomendável para quem quer assistir algo que foge dos roteiros e histórias convencionais. No Entanto, exige muita paciência do espectador, já que o filme foi feito propositalmente para ser assistido mais de uma vez, para a obra poder ser compreendida com mais clareza.
Uma sequência ainda mais desconhecida que o filme original "O Homem da Terra", de 2007, lançada dez anos depois… Só descobri essa continuação devido à minha curiosidade em vasculhar praticamente tudo do site, caso contrário, jamais teria visto este filme. Apesar de toda a boa vontade do diretor e produtores, infelizmente, essa segunda parte não oferece a mesma experiência do primeiro filme. Tudo ficou fraco devido ao roteiro extremamente comum, sem alma e sem encanto.
Tudo de legal que foi construído no primeiro filme; diálogos, desenvolvimento de personagens, história interessante, etc. Lamentavelmente não teve o prosseguimento adequado para a história do protagonista John Oldman (David Lee Smith), onde o filme percorreu pelo caminho mais fácil, mais comum, mais desinteressante, etc. Aqui os personagens coadjuvantes são chatos, mal desenvolvidos e em diálogos pobres de conteúdo, ou seja, foi tudo o oposto que o filme original proporcionou.
Antes do filme começar, há um pequeno depoimento do diretor Richard Schenkman, pedindo doações para quem viu o filme via download. Bom… Não dá para crucificar e exigir muito de um diretor que trabalhou num projeto praticamente sem apoio e recursos. No entanto, o filme original deu muito certo! Graças ao já falecido roteirista Jerome Bixby, sem a mão dele, este filme simplesmente não saiu do lugar, não expande a história do protagonista e nem acrescenta nada de relevante a história.
Não gostei que inseriram adolescentes num contexto extremamente maduro, acho que não combinou com a proposta do filme. O andamento da trama não empolga em nenhum momento.
Embora melhore um pouco quando o protagonista resolve falar a verdade para um de seus alunos, e às coisas começam a sair de controle…
Preferiram deixar o final em aberto, com o desejo de produzirem um terceiro filme, mas creio que seja difícil pela recepção negativa. Com isso, deixaram mais perguntas do que respostas…
Filme de ficção científica pouco conhecido no mundo em relação a outros do gênero, especialmente no Brasil, onde nem mesmo ganhou dublagem. Possui um desenvolvimento diferente do que estamos acostumados; apenas uma locação, com um grupo de amigos conversando em uma sala, seguindo assim até o seu final, apostando apenas nos diálogos. Acredito ser muito difícil essa fórmula dar certo, pois o roteiro do filme tem que ser impecável e certeiro no assunto retratado.
Tenho que tirar o chapéu para os produtores desse filme, criar um longa-metragem de ficção sem efeitos visuais e praticamente sem orçamento não é para qualquer um, é um grande desafio até mesmo para os melhores diretores da atualidade. Com isso, só sobrou o roteiro como base do filme, sendo a alma de toda a projeção da obra e o único quesito cinematográfico que poderia surpreender o telespectador.
"O Homem da Terra", conseguiu me deixar intrigado, pois nunca imaginei ser possível fazer um filme de ficção científica apenas com diálogos, principalmente no século XXI. Logo de cara, já deu para perceber que seria muito interessante e envolvente acompanhar a surpreendente história do personagem John Oldman, e toda a discussão e questionamentos levantados durante o filme. Temos um roteiro incrível muito bem escrito pelo já falecido Jerome Bixby, que fala de tudo um pouco; história do mundo, filosofia, psicologia e religião.
O filme aborda de forma inteligente como o ser humano reage ao descobrir uma verdade chocante e inconveniente, pondo em xeque tudo em que acredita, e que aprende ao longo da vida em escolas, livros, internet, etc. Além de presenciarmos uma pessoa que fala uma verdade que ninguém gostaria de saber, ser tratado como louco (algo que acontece constantemente no Brasil). Um bom exemplo disso no país foi com o político Enéas Carneiro, que era considero louco por muitos nos anos 90, hoje é visto como um gênio incompreendido.
Enfim, "O Homem da Terra" é um grande achado e uma ótima opção para sair um pouco da bolha do mainstream. Filme bastante reflexivo, com força de te fazer mudar sua visão do mundo, e te fazer pensar por semanas sobre assuntos pertinentes da humanidade. Só não recomendo para pessoas religiosas muito fanáticas, de resto, é um filme que merece ser mais popular entre todos os tipos de cinéfilos.
"Mad Max" foi uma franquia de sucesso nos anos 70 e 80, com três filmes lançados e protagonizados por Mel Gibson. A exatos 30 anos depois do último filme lançado, a franquia ganha uma repaginada, uma nova releitura para o cinema moderno. Muitos pensam se tratar de um remake do primeiro filme, mas, na verdade, é um reboot da franquia como um todo, já que neste filme Max Rockatansky já não têm mais a família por perto.
"Mad Max: Estrada da Fúria" é simplesmente um dos melhores filmes de ação da história do cinema, e os motivos parecem ser infinitos, tamanha a perfeição dessa obra de arte. Acho um filme muito especial, já assisti ao menos umas 5 vezes e não enjoo nunca! Dá para contar nos dedos filmes que nos empolgam tanto e fazem nós revemos várias vezes, quando o filme consegue essa proeza, ele está muito à frente de outros filmes semelhantes à sua proposta e estilo.
George Miller brilhou na direção desse grandiosíssimo clássico contemporâneo, criando um excelente clímax. Num mundo pós-apocalíptico onde a água e gasolina valem mais que a vida humana, e aqui vale-tudo para conseguir o "novo ouro" da raça humana, em um mundo completamente dominado pelos loucos! A direção de George Miller é esplêndida! O diretor conseguiu a difícil façanha de um reboot/remake superar o original, e com muitíssima folga em relação a qualquer outro filme da trilogia clássica.
Pode até aparentar ser, mas "Mad Max: Estrada da Fúria" não é apenas um simples filme de ação qualquer, ele vai muito além disso, mostrando um mundo caótico e quente, em um deserto sem esperança para às pessoas. Aborda questões pertinentes e sociais sobre o futuro do planeta terra; seca, temperaturas extremas e falta de recursos naturais devido à poluição e degradação da natureza. Serve como um prelúdio para o nosso futuro (talvez) não muito distante.
Charlize Theron (Furiosa), que mulher! Que personagem! Uma guerreira fodona! Foda com um grandiosíssimo "F" maiúsculo! Isso que eu chamo de empoderamento feminino de verdade, sem lacração e sem militâncias insuportáveis! Pega o exemplo aí Disney, Netflix, entre outros... e aprende como se faz. Tom Hardy (Max) também se sai bem, e ao contrário do que muitos pensam, seu personagem não passa despercebido, dividiu bem o protagonismo com a Furiosa.
Parte técnica do filme é um deleite visual, um colírio para os olhos do telespectador, em um show de imagens de muitíssimo bom gosto! Tenho que destacar aqui a criatividade da produção na construção, visual e design dos carros, um mais doido e insano que o outro, lembrando que os mesmos não são CGI, deixando tudo o mais realístico possível! Maior parte do filme foi utilizado efeitos práticos, um grande diferencial em meio a era digital.
Um filme que dá aulas de entretenimento, aulas de cinema moderno e aulas de produção. Uma obra alucinante, eletrizante, envolvente, extravagante, viciante, visceral, insana, tensa e implacável! É impressionante de se ver como acertaram em tudo! Zero defeitos! Um filme de ação como todos do gênero deveriam ser; frenético, dinâmico, ágil, sagaz, objetivo, de tirar o fôlego, etc.
"O Predador (2018)" é o sétimo filme da franquia (contando com os crossovers Alien vs. Predador 1 e 2), sendo até agora o último filme da saga lançado na ordem cronológica. Foi dirigido por Shane Black, que também é ator e foi um dos personagens coadjuvantes do filme original de 1987, fazendo o papel de um dos soldados da missão na América Central.
Assistir a mais um filme da série "Predador", que fez muito sucesso inicialmente, mas se tornou uma franquia um pouco cansativa e até um pouco sem noção, trocando o sentimento de inteligência e estratégia, por situações mais rasas e quase sem graça. Aqui não muda muito isso, mas que mostra que mesmo não sendo muito a cara do original, dá para fazer um bom filme.
Curioso constatar que essa obra chega não para reinventar a franquia, mas dar um gás diante do desgaste natural que surgiu ao longo dos anos com filmes derivados (em parte até consegue). A começar pela longa lista de integrantes do carismático elenco que se unem na caça contra o Predador, gerando não somente situações para lá de inusitadas, mas recheadas de piadas e sarcasmos que quase sempre casam com a situação; valendo destacar também que a mão do diretor Shane Black fica visível nas pitadas de humor negro típicas de seu histórico cinematográfico.
Pela média geral aqui do site, esperava um filme muito ruim e acabei me surpreendendo positivamente, pois o filme para mim passa longe de ser uma bomba e não condiz com essa avaliação. Ficou bem melhor que "Alien vs. Predador 2", filme com praticamente a mesma nota de média. É verdade que a edição, a direção, e o filme em si é bem bagunçado, com alguns lances bem toscos, mas não acho que isso estrague o filme por completo.
Por ser um filme de 2018, acreditei que a violência iria ser bem modesta devida às frescuras dos tempos atuais, ainda bem que eu estava enganado. O filme entrega bastante mortes bem brutais! Fora o bom ritmo da narrativa e boas sequências de ação em seu terceiro ato. Logicamente é um longa-metragem que não se deve levar a sério demais, é um mero entretenimento como qualquer outro…
O sentimento de que o filme passa rápido é bom! Como a história não empolga, a boa expectativa de ver o que vai acontecer no fim é interessante, e assim se faz. O fim é cheio de mortes, explosões, muito sangue, muita loucura, muito de tudo o que importa num filme de ação. Mostrando bem que vale a pena se importar menos com o roteiro e mais com um grupo de loucos explodindo e matando tudo o que vê pela frente…
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Assistido em 24 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
Apesar do grande fracasso de "Alien vs. Predador 2", a 20th Century Fox não desanimou e acabou lançando mais um filme para a franquia, sem ligações com os crossovers lançados anteriormente. "Predadores" é uma nova releitura e tentativa de trazer a franquia às origens, voltando com os cenários de florestas, com a novidade de ser o primeiro filme da saga a se passar fora do planeta terra.
Ao contrário dos crossovers, este filme têm um elenco de nomes conhecidos, como o icônico Laurence Fishburne e o rei do trash Danny Trejo, mas infelizmente ambos foram mal aproveitados. Outros coadjuvantes desinteressantes acabaram tendo mais destaque, o que considero um dos principais erros desse filme, faltou dar um direcionamento melhor para os personagens mais promissores.
Ficou evidente que este filme tem mais elementos de ficção científica em relação aos outros da franquia, mas perde aquela sensação de ser um filme amedrontador e no clima de terror. Já o ritmo até é bom, apesar de a demora do primeiro Predador dar às caras. O maior problema do filme é que ele é muito previsível, logo de cara já dá para adivinhar quem irá morrer e quem irá sobreviver.
Os efeitos visuais estão melhorzinho em relação aos crossovers lançados, já que a 20th Century Fox resolveu abrir mais a mão para este filme, o resultado obviamente ficou satisfatório dentro do disponível. Às cenas de ação são boas, destaco a parte da luta de espadas e o confronto final com o Predador principal. O filme até é um bom passatempo, apesar de que em alguns pontos poderia ter sido bem melhor, mas consegue compensar com algumas surpresas e reviravoltas finais.
Enfim, apesar da tentativa, "Predadores" é mais um filme da franquia que passa longe de ser tão marcante e importante quanto o original. E achei demais pretensioso entregarem um desfecho em aberto, já que este filme nunca teve continuação, além de ser antiquado para esse tipo de filme. Sem muitas exigências, dá para classificá-lo como um filme bonzinho.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Assistido em 15 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 6,5/10
TEXTO A SEGUIR COM SPOILERS, JÁ QUE O FILME É RUINZINHO E ACREDITO QUE ISSO NÃO IMPORTE MUITO…
"Alien vs. Predador 2" é uma sequência direta das cenas finais do filme antecessor, cena essa que dá origem ao híbrido entre Predador e Alien, sendo a principal novidade para este filme. Como já mencionado, achei o filme ruim em seu geral, tendo de positivo apenas o fato de ser o filme mais violento da franquia e ter um clima de terror convincente. Logo em seus primeiros minutos, já sai um filhote de Alien da barriga de uma criança, e mais adiante o "PredAlien" socando larvas pela garganta das mulheres grávidas na maternidade da cidade.
Como mencionado por muitos, o filme é bastante incompreensível devido às excessivas tomadas escuras durante toda a projeção. Para piorar a situação, tiveram a "brilhante ideia" de filmar cenas em esgotos, logo em seguida acontece o apagão em toda a cidade, devido à treta do Predador com o Alien na estação de energia. Ou seja, produção totalmente equivocada, que só deu bola fora.
O filme ainda apresenta aquele clichê de jovens brigando devido a uma mulher gostosa, também não poderia faltar o xerife burro e ingênuo que acreditou no governo, e acabou tomando naquele lugar… Têm os outros personagens que do nada aprendem a manusear todo tipo de arma de fogo, etc. Com isso, os arcos humanos ficaram bem inúteis, só servindo de cenas aleatórias de morte.
20th Century Fox foi bastante gananciosa e mão de vaca para o desenvolvimento desse filme, contrataram diretores de rua, além do orçamento reduzido de 20 milhões em relação ao filme anterior, com certeza essa diferença de 20 milhões fez falta. A direção dos irmãos Strause é um grande desastre! Jogo de câmeras ruins, direção amadora, incompetência, etc. Aí você junta orçamento insuficiente com diretores pífios, o resultado é um puro caça-níquel dos mais sem-vergonha já lançado para os cinemas.
De fato, a produção do filme é bem precária, isso fica mais evidente quando a bomba caí na cidade e praticamente nem têm explosões, e também no finalzinho com a queda do helicóptero, sem mostrar como foi o acidente. O filme foi um tapa na cara para quem mete o pau no Paul W. S. Anderson, se com ele na direção o filme anterior não foi bom para muitos, sem ele a situação ficou muito pior…
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Revisto em 13 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 4,0/10
Após a franquia "Predador" ficar engavetada por quase 15 anos, resolveram voltar com a franquia de um jeito diferente, dessa vez em um crossover com "Alien". O cargo de direção acabou ficando nas mãos do rei dos orçamentos médios Paul W.S. Anderson, diretor com experiência de sobra com filmes de criaturas/monstros. Paul Anderson é um dos diretores mais odiados pela galera gourmet, principalmente pela sua adaptação de RE para os cinemas.
Tanto esse filme quanto o diretor acho-os subestimados, para começar, o filme é no mínimo mil vezes melhor do que muitas porcarias lançadas pela Disney e serviços de streamings atualmente. Já o Paul Anderson pode ser considerado limitado, mas ao menos na ação nunca ficou devendo, e neste filme não foi diferente. Pecou somente nos personagens coadjuvantes, que só serviram de isca para a carnificina dos Aliens e Predadores.
O filme até começa sem graça em seus primeiros 30 minutos, mas depois engrena de vez com o primeiro embate de Predador vs. Alien, e vai seguindo assim até o final com boas sequências de ação de destaque. Depois da floresta e cidade, a franquia consegue se reinventar no quesito ambientação, dessa vez se passando na Antártida com belas paisagens gélidas.
Os efeitos visuais estão ok para o orçamento que foi disponibilizado, a fotografia mescla bem o escuro com a claridade, facilitando a compreensão das cenas. A obra tem um ótimo clímax, além de ser o filme da franquia que mais se aproxima de um clima de terror. Em uma cena específica, há um resumo interessante da origem das guerras entre Predadores e Aliens que atravessam séculos!
Enfim, "Alien vs. Predador" não chega a ser épico e grandioso, mas é divertido e é mais um bom acerto na carreira do Paul W.S. Anderson. Afirmo ainda que faz frente aos outros filmes da franquia (com exceção do original, é claro). Merecia uma média geral maior em todos os sites de avaliações de filmes.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Revisto em 8 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 7,5/10
Devido ao sucesso e grande popularidade do filme original do "Predador", uma sequência foi planejada e lançada no início dos anos 90. Obviamente não fez frente ao filme original, pois infelizmente o astro dos filmes de ação Arnold Schwarzenegger recusou reprisar seu papel na sequência, e também o ótimo diretor John McTiernan não voltou para a direção dessa continuação. "Predador 2: A Caçada Continua" foi dirigido por Stephen Hopkins, que na época era apenas o seu segundo trabalho como cineasta.
Não desmerecendo o trabalho de Danny Glover, que por sinal foi bom e aqui ele lembra o seu icônico personagem da franquia "Máquina Mortífera". Entretanto, não têm como negar que essa sequência não é a mesma sem a presença do Arnoldão e da direção do mestre dos filmes de ação, John McTiernan. Por tanto, "Predador 2" é uma continuação de altos e baixos, que apesar de ter bons momentos, suas cenas de ação são inferiores ao filme original.
O filme possui dois momentos de destaque. Onde em seu início já começa com ação desenfreada, em um embate entre policiais e traficantes, com o Predador apenas observando tudo e estudando o humano mais inteligente envolvido no confronto. Gostei muito desse estilo justiceiro do Predador, passando a vala sem dó em gente que não merece a vida, ironicamente acabou ajudando a polícia de Los Angeles no combate à criminalidade hahaha.
Já o outro momento bom acontece em seu final, com o personagem de Danny Glover adentrando na nave espacial dos Predadores, é nessa hora que algumas surpresas são reveladas. Mostrando que os Predadores caçam humanos por "esporte", utilizando seus ossos como uma espécie de exposição e também como troféus. No mais, um dos Predadores entrega ao protagonista uma arma de fogo do século XVIII (provavelmente a mesma que aparece no novo filme do Predador lançado em 2022, referência foda). Com isso, os Predadores são seres que atravessam séculos!
Enfim, essa segunda parte do "Predador" é até um bom filme, mas deixa a desejar em alguns pontos da direção, especialmente na parte do trem, que acabou ficando com cenas incompreensíveis devido a tomadas escuras e filmagem irregular. No mais, achei válida e interessante a mudança de cenário; da selva para às guerras urbanas.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Assistido em 5 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
Certamente quando se pensa em um grandioso clássico, "O Predador" é um dos principais filmes que vêm à cabeça de muitos. É um dos melhores filmes de monstro alienígena da história do cinema, e um dos melhores e mais importantes filmes protagonizados pelo Arnoldão na carreira, fazendo parte do top 5 dos filmes do ator. Um patrimônio histórico dos filmes de ação e dos saudosos anos 80, década importantíssima na história do cinema mundial.
Eu até hoje não entendo como o diretor John McTiernan não decolou em Hollywood, o cara para mim é dono do melhor filme do "Predador" e também do melhor "Duro de Matar" (Duro de Matar: A Vingança), dirigiu no mínimo três grandes clássicos do cinema de ação e deixou legado no gênero. Achei um pecado Hollywood esquecer desse cara no início do século XXI.
"O Predador" é o mais puro suco do cinema brucutu dos anos 80, frases de efeito, badass, protagonista bombadão, muito tiro, porrada, bombas e explosões, além do charme único que só os anos 80 proporcionavam. Predador é um vilão diferente, evoluído, praticamente imparável e cheio de vantagens em relação os humanos, principalmente a apelona camuflagem transparente. Um personagem icônico e imortalizado no mundo da ficção, com objetivo de matar sem dó nem piedade.
Apesar do filme aparentar ser trash, os efeitos visuais práticos não deixam a desejar, e diria ainda que o filme envelheceu super bem! Uma obra feita sem frescuras, numa época que se fazia heróis que todo moleque sonhava em ser. Acho impossível alguém que se diga homem não se divertir e se empolgar com esse filme, pois possui vários momentos impagáveis e inesquecíveis!
Concebido de um suspense inquietante e cenas carregadas de aflição e tensão, o filme mostra soldados altamente treinados se borrando de medo do temível Predador, provando que o vilão foi otimamente bem construído. O duelo final é melhor ainda, Major Dutch cheio das estratégias para enfrentar o Predador, cenas finais dignas de um filmão de ação de respeito! Me entristece ver que hoje em dia filmes desse naipe estejam fora de moda, e que o cinema atual prefere dar ênfase a desconstrução de personagens.
Enfim, temos mais um exemplo de que o simples e a ausência de complexidade nem sempre são ruins, o filme é eficaz e certeiro na sua proposta. De ideias básicas e narrativa previsível, mas que nesse caso não prejudicam a experiência do telespectador. Numa mistura de ação com terror fictício de primeira linha.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Revisto em 21 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 8,5/10
Acompanhei às guerras narrativas nos comentários sobre esse filme e cheguei a conclusão de que ambos os lados exageraram muito. Primeiramente fiquei feliz por não ter visto essa lacração toda que muitos citaram, no meu ponto de vista, o fato da protagonista ser mulher não comprometeu com a história e qualidade do filme. Por outro lado, os progressistas que afirmam que esse filme é melhor que o original, estão de sacanagem e vão muito na onda do Rotten Tomatoes.
"O Predador: A Caçada" é uma nova tentativa de trazer de volta os anos de glória da clássica antologia oitentista, uma nova releitura que bebe muito da fonte do original. A proposta de trazer um Predador no século XVIII em um contexto indígena foi uma grande ideia, porém, acaba pecando com maneirismos modernos, diálogos bobos e simplistas. Ainda que essa parte do filme dê para relevar e ignorar.
Acertaram em cheio na ambientação e no desenvolvimento de um clima de terror/suspense variante entre a luz do dia e a noite, às cenas de violência me chamaram a atenção, são até bem brutais para os padrões de Hollywood. Vale destacar também a direção de fotografia estupenda e a direção de arte impecável. Às cenas de ação são bem legais e ágeis, aliada a bons efeitos visuais, considerando o poder de investimento limitado.
No final das contas, o resultado geral foi bem positivo, o filme veio como uma visão refrescante para a franquia que não andava bem já há um bom tempo. Lançado direto para streaming, o filme até surpreende em vários aspectos, ainda mais considerando o baixo orçamento. Fizeram o básico bem executado, em um filme curto, sólido, objetivo e de ritmo muito bom!
Não se dá para exigir muito de algo vindo dos streaming, logicamente têm seus erros e o público acaba ficando dividido. No entanto, também têm muitos acertos e esse novo Predador acaba sendo um entretenimento de bom nível e uma adição muito bem-vinda a franquia.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Assistido em 20 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 7,5/10
Brazil, o Filme
3.8 404 Assista AgoraVez ou outra busco expandir o que consumo sobre cinema, dessa vez, chegou a hora de conhecer alguns trabalhos do diretor Terry Gilliam. A primeira impressão que tive é que ele é um cineasta bastante criativo, além de prever muitos malefícios dos tempos modernos, que futuramente aconteceriam mesmo, ou piorariam muito ao decorrer das décadas. Trata-se de um filme visionário sobre o caos da vida cotidiana corrida e avassaladora.
O filme como era de se esperar, é recheado de críticas políticas e sociais, mostrando diversas situações de dificuldades em lidar com um estado dominado pelo autoritarismo e burocracia. A obra mostra acontecimentos que podem levar a pessoa a ter síndrome de burnout, como a correria para chegar ao local de trabalho em ponto; cargas horárias abusivas; condições de trabalho precárias; dependência da tecnologia; violação de privacidade, etc.
Nada melhor do que 'papel' para representar a burocracia, é tanto papel neste filme que chega a causar desconforto e tontura rsrs. O filme é muito bom no sentido de mostrar como o sistema funciona, por outro lado, deixa a desejar na sua parte fantasiosa, já que os sonhos e viajadas do protagonista não acrescenta praticamente nada a história. Se intencional ou não, o filme acabou sendo 'burocrático', o que é no mínimo contraditório rsrs.
"Brazil: O Filme", possui muitos pontos a se exaltar, principalmente na direção de Terry Gilliam, um diretor que provou não se perder, além de saber o que está fazendo. No entanto, seu filme careceu de uma história mais contundente e interessante, é aquele típico filme que você se distrai facilmente e faz outra coisa durante sua projeção. O filme sofre do mal de muitos longas atuais, que é ficar só nas críticas e ponto final, sendo insuficiente ao contar uma história envolvente e fraco como entretenimento.
O filme se chama "Brazil" devido à música brasileira "Aquarela do Brasil", que ganhou uma versão em inglês e faz parte da trilha sonora do filme. Apesar da coincidência, o nome do filme não tem nada a ver com a situação política do Brasil dos anos 80. Entretanto, o filme retrata muito como é o Brasil atualmente, um país retrógrado e com pouquíssima liberdade econômica.
Maratona Terry Gilliam
Assistido em 30 de junho de 2023
Minha avaliação: 6,0/10
Contato
4.1 804 Assista AgoraRobert Zemeckis é um cineasta que se destacou e fez muito sucesso nos anos 80 e 90. Seu primeiro filme de grande destaque foi "De Volta para o Futuro", de 1985, uma obra muito querida pelo público e também um grande sucesso de bilheteria, que mais tarde se tornaria uma trilogia. Após a conclusão de sua trilogia, Zemeckis dirigiu o filme "Forrest Gump", em 1994, onde ganhou o prêmio de melhor diretor, além de ganhar também o de melhor filme e roteiro. Basicamente com isso, ele zerou sua vida cinéfila, com no mínimo dois de seus filmes podendo ser considerados uns dos melhores da história do cinema.
"Contato" talvez não faça parte desses filmes mais badalados e lembrados do diretor, entretanto, acredito que o filme mereça tanto reconhecimento quanto os outros citados acima. Robert Zemeckis teve sabedoria para não se perder com estrelismo, e novamente entregou mais um grande filme! "Contato" pode parecer arrastado e sem dinâmica em seu início, mas a partir do momento que a protagonista faz sua grande descoberta, você sem perceber já está completamente imersivo na história.
Zemeckis é um grande especialista em conduzir narrativas de forma agradável e correta, seu filme é muito completo! Conseguindo ser convincente no drama; na ficção; no suspense; no romance e até mesmo no debate de fé vs. ciência, onde os assuntos são abordados de forma imparcial, sem atacar e ofender nenhum dos lados. Filme bem atuado, onde Jodie Foster e Matthew McConaugh estão bem à vontade e, em sintonia nos seus respectivos papéis.
Após este filme, sugiram tantos outros sobre o tema vida inteligente fora da terra, como: "A Chegada" (2016) e "Ad Astra: Rumo às Estrelas" (2019). No entanto, nenhum dos dois conseguiu chegar perto desse aqui, principalmente na sua parte filosófica, e mais ainda nos diálogos antológicos entre os personagens principais. Eis um exemplo de filme sobre o tema que não precisa de batalhas intergalácticas para prender a atenção do telespectador. Boa parte do filme ter dado certo foi graças a direção do Zemeckis, que conseguiu fazer algo fora do óbvio e sem ser banal.
Enfim, "Contato" é mais um belíssimo trabalho do competente diretor Robert Zemeckis, com peso emocional de história bastante envolvente, aliado a ótimos efeitos visuais e excelentes imagens espaciais, principalmente levando em conta a época da produção. Os anos 90 foi uma década tão forte para o cinema, que até mesmo os filmes menos conhecidos e os inferiores às principais obras daquele tempo, mesmo assim, conseguem ser muito acima da média em comparação aos filmes da década atual…
Assistido em 24 de junho de 2023
Minha avaliação: 8,5/10
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraTalvez tenha sido o filme de mais difícil avaliação e o que mais tive dificuldade de escrever uma crítica. Pois é um daqueles seletos filmes muito fora da caixinha, e um dos mais loucos da história do cinema. Seu roteiro não é exatamente ruim e mal escrito, no entanto, para meu gosto pessoal, ficou muito aquém do que eu esperava. Pois ele meio que te força a aceitar, ou querer compreender algo impossível de acontecer.
"O Predestinado" é um filme até em certo ponto interessante, conseguindo fisgar o telespectador com facilidade em seu início. Possui praticamente todos os elementos e características necessárias de um bom sci-fi, em uma obra carregada de mistérios e descobertas impressionantes. Entretanto, pecou demais pelos excessos e exageros em seus desdobramentos, em uma história que literalmente anda em círculos. Infelizmente não o achei essa Coca-Cola toda que muitas pessoas o julgam.
O protagonista é ela; ele; mãe; pai; filha; agente e terrorista. Ela se relaciona com sua própria versão masculina, acaba engravidando e gera uma filha que é ele mesmo, depois ele se sequestra e mais tarde descobre que o terrorista é ele mesmo, e o mata. Fim. Posso tranquilamente aceitar que pai e mãe são a mesma pessoa, devido à viagem no tempo, mas agora dar à luz a si mesmo?! Hahaha! Isso é impossível! E nem essa desculpa furada de ovo e galinha vai me convencer do contrário.
Estava realmente gostando do filme até o desfecho da cena do bar. Mas acabei me sentindo um tremendo 'bocó' vendo a revelação principal desse filme, para mim soou extremamente forçado e, demasiadamente pretensioso e presunçoso. Uma obra que não têm limites com o bom senso, que passa por cima dos conceitos da biologia e física. O filme dos irmãos Spiering deixa aquela sensação desagradável de sua história não chegar a lugar algum.
E eu inocente achava que os dedos de salsicha e plugues anais do filme "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo", seria uma das coisas mais bizarras que veria na vida, estava redondamente enganado! Até gosto de algumas coisas bizarras para assistir, pois no ramo da ficção isso é até "normal", mas neste caso não comprei a ideia do filme, mesmo ele sendo bem curioso de se acompanhar. Além disso, entrega um final bem anticlimático. Enfim, não gostei!
Um detalhe importante a se destacar aqui, é que o apelido do terrorista do filme era 'tolo'. Uma indireta perfeita para os telespectadores, pois é exatamente assim que me senti ao término desta obra. É um filme que não indicaria a ninguém, a não ser para às pessoas com a mente aberta, o que definitivamente não é o meu caso rsrs.
Assistido em 17 de junho de 2023
Minha avaliação: 4,5/10
Gattaca, uma Experiência Genética
3.9 649 Assista Agora"Gattaca" é um filme muito à frente de seu tempo, funciona perfeitamente como um espelho do mundo atual, sendo impressionante de se ver que muitas coisas retratadas nesse filme realmente estão acontecendo. Numa era de politicamente correto, se você não for perfeito, você não presta e não serve para nada! Vivemos em um mundo autoritário e extremamente ganancioso! Onde às pessoas no trabalho não podem ficar doentes, que o patrão já pensa em demissão e, em casos mais absurdos pegam no seu pé até quando você precisa ir ao banheiro.
Filme de estreia de Andrew Niccol como diretor e roteirista. Para começar bem, ele teve uma ideia de roteiro interessante e autoral, retratando um tipo de preconceito bem diferente do que estamos acostumados em ver no cinema convencional. Soube também escolher a dedo atores de bons nomes e, graças a isso o filme se sustenta bem! Com bons personagens e atuações exemplares. É um filme muito bom e acima da média, mesmo com algumas falhas no andamento da história.
Trata-se de um filme que aborda um mundo distópico, onde às pessoas que são concebidas de maneira natural serão consideradas inválidas pelo governo e grandes corporações. Com isso, acabam sendo discriminados pelo sistema, passando longe de terem às mesmas oportunidades das pessoas que foram concebidas artificialmente em laboratórios. O filme apresenta uma versão distorcida de realidade, onde os feitos de engenharia mudaram a sociedade atual, tentando explorar às considerações éticas.
Embora tenhamos a sensação de que este futuro mundo distópico ainda não começou a transportar "pessoas imperfeitas" para as câmaras de gás, você se pergunta se isso não será só uma questão de tempo? Além da sensação de que toda essa filosofia de mania "eugênica" deixou o mundo profundamente perdido e infeliz. "Gattaca" é um conto de fadas agridoce, que se concentra no esforço da humanidade pela perfeição em meio à crueldade esmagadora dos preconceitos da sociedade. Um filme ricamente temático e instigante.
Apesar de ter fracassado nas bilheterias em sua época, “Gattaca” com o passar dos anos foi ganhando o reconhecimento que merece. Uma das ficções científicas mais realistas e impactantes já feitas para o cinema e, também um dos grandiosos filmes da década de ouro dos anos 90, mesmo que não sendo um dos mais lembrados. Sem dúvidas é um dos filmes mais importantes de seu gênero, principalmente pelos acontecimentos atuais no mundo em relação à tecnologia.
Assistido em 30 de maio de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Velozes e Furiosos 10
3.0 296 Assista Agora"Velozes e Furiosos" é uma franquia que aos poucos foi conquistando muitos fãs ao redor do mundo e, consequentemente foi se tornando cada vez mais lucrativa ao longo dos filmes. Seu sucesso é impressionante! Principalmente por continuar dando lucro mesmo após a fatídica morte de Paul Walker, que era um dos protagonistas da franquia. Além de terem perdido o roteirista Chris Morgan, que estava estabelecido na franquia desde o terceiro filme, sendo um dos responsáveis pelas mudanças e reinvenção da saga para algo mais grandioso! Apesar desses contratempos, "Velozes e Furiosos" seguiu em frente sem perder prestígio dos fãs.
A franquia com este décimo longa estabelece de vez sua terceira década de filmes produzidos, uma marca mais do que expressiva, ainda mais se considerarmos o desgaste natural da franquia. "Velozes e Furiosos 10" arrecadou em seu primeiro final de semana mais de $300 milhões de dólares globais, um faturamento inicial bom demais! Se considerarmos que essa décima parte da saga foi um dos filmes mais avaliados negativamente pelos críticos de cinema. É uma franquia com muita força, pois também vêm ganhando muito hate dos cinéfilos cults, mas mesmo assim, segue com fôlego para mais filmes futuros.
Como fã da franquia, acompanho os filmes desde quando eu era guri, por tanto, a saga para mim têm um grande sentimento de nostalgia, devido aos primeiros filmes serem focados em rachas de rua. Com os carros tunados saindo de moda, aos poucos a franquia foi deixando de lado às corridas, se reinventou e acabou virando uma série de ação policial envolvendo crimes; vingança; missões internacionais e luta pela sobrevivência. Com isso, o objetivo dos filmes subsequentes eram de ser cada vez mais insanos e mirabolantes, funcionando como uma evolução da franquia.
Fui ao cinema e já sabia o que esperar, o filme entrega muitas explosões, destruição de veículos, tiros, porradas e boas doses de mentiradas e exageros, ou seja, a essência atual da saga mais presente do que nunca. Ainda assim, não têm os absurdos estratosféricos como, Tej e Roman terem ido ao espaço numa espécie de carro-foguete improvisado e, Toretto atravessando um penhasco para o outro, com seu carro pendurado em uma corda de ponte. Justin Lin já estava viajando na maionese e perdendo a mão na direção há um bom tempo, sua saída da direção fez muito bem a franquia. Garanto a todos que esse filme dá no mínimo de dez a zero no seu antecessor.
O grande destaque e surpresa do filme é sem dúvidas o vilão Dante (Jason Momoa), além de roubar a cena, o ator entendeu perfeitamente a essência dessa franquia, incorporando um vilão irreverente; caricato; lunático e sem escrúpulos, com uma sede insaciável por vingança! Tirou onda coringando em vários momentos hahaha. Foi de longe a melhor coisa do filme, inclusive superando às cenas de ação do mesmo. Um personagem marcante que trouxe respiro a franquia.
Pode aparentar ser repetitivo, mas todos os filmes "Velozes e Furiosos", ao menos, teve uma cena de ação que jamais foi filmada em outros filmes e, aqui não foi diferente. A cena do submarino do oitavo filme é um bom exemplo disso… Por isso, é sucesso garantido em quase todos os filmes já lançados, sempre dão um jeito de surpreender em uma cena inédita de ação.
Vale ressaltar também o grande trabalho da produção, onde a maioria das cenas de ação foram feitas com efeitos práticos, dispensando o uso exagerado de CGI. Destaque para às cenas de Roma e a cena alucinante da represa, onde Toretto desafia às leis de Newton, em seu lendário Dojão Preto com suspensão de titânio. No mais, gostei da referência a Rocket League e ao caminhão do Optimus Prime.
"Velozes e Furiosos 10" é o primeiro filme da saga a ter um final em aberto, deixando várias lacunas e incertezas sobre o futuro de muitos personagens importantes. Com excesso de personagens coadjuvantes, tudo ficou para o décimo primeiro filme da franquia.
Assistido no cinema em 24 de maio de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Lunar
3.8 686 Assista AgoraDependendo da situação, nem sempre é fácil de se fazer um filme, ainda mais com poucos recursos e sem experiência na direção de um longa. Duncan Jones faz sua estreia como cineasta, apostando em um sci-fi existencialista de bastante identidade pessoal. Temos mais uma prova de que a criatividade supera a falta de investimentos adequados, pois, "Lunar" surpreende em vários pontos, com o trabalho de Duncan Jones tirando leite de pedra.
Trata-se de um filme enxuto cuja narrativa vai crescendo gradativamente, oferecendo recompensas discretas, mas o roteiro conta com uma boa dose de surpresas que conspiram para a confusão do personagem. Uma obra que cria certo interesse por elementos explorados de maneira econômica, funcionando como segundo plano, como a que envolve a esposa do astronauta, a organização responsável pela base lunar e, até a própria vida na Terra, que se alimenta da energia proporcionada pelo trabalho realizado na Lua.
O filme é pautado em pesquisas científicas e emprega esse cenário para abordar temas como individualidade, identidade, resistência e isolamento. O roteiro é bem escrito e, todas as questões propostas são respondidas satisfatoriamente ao decorrer do filme. Duncan Jones cria sensações excelentes de solidão e rotina, onde Sam Bell é um sujeito fechado em uma estrutura, com uma missão a cumprir. Ele está cansado, desanimado da vida e da solidão de trabalhar numa missão espacial em outro planeta.
"Lunar" funciona basicamente graças ao bom trabalho de atuação de Sam Rockwell, que soube explorar diferentes vertentes de um mesmo personagem. Seja pelo seu lado mais frio ou mais psicodélico, indo de um extremo ao outro sem comprometer a atuação e, sem deixar de fazer o telespectador acreditar que se trata do mesmo personagem, mas que se encontram em momentos distintos daquela mesma jornada.
Não achei o filme lento e maçante como alguns relataram aqui, por ser um filme praticamente de apenas um personagem, seu ritmo é normal para sua proposta. Com certeza, "Lunar" é um dos melhores filmes "pequenos" de seu ano, pois mesmo com orçamento baixíssimo, deixa muitos blockbusters comendo poeira da lua rsrs.
16 de maio de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Contra o Tempo
3.8 2,0K Assista Agora"Contra o Tempo" era um filme que não estava nas minhas prioridades para este ano, entretanto, decidi assisti-lo agora. Com Jake Gyllenhaal em mais um protagonismo de destaque, além da lindona Michelle Monaghan de coadjuvante e, pela direção de Duncan Jones (responsável pelo bom filme do mesmo gênero: "Lunar"). Esses foram os bons motivos para eu antecipar a sessão desse filme.
Os Americanos gostam muito de produzir filmes que se passam em trens, como, por exemplo: "Incontrolável (2010)"; "A Garota no Trem (2016)" e o mais recente de todos; "Trem-Bala (2022)". São obras para todos os gostos, ação; crime; policial; suspense; comédia, etc. O diretor Duncan Jones teve uma ideia bastante original, criou um cenário nos trilhos de um trem e adicionou os principais elementos conhecidos de filmes sci-fi, além da eficiência na criação de tensão (o básico do suspense).
O roteiro acabou ficando um pouco atropelado, devido ao tempo curtíssimo de execução ser menos de 90 minutos (sem contar os créditos finais), e também aparentou ser um filme desconexo em seu início, mas com o desenrolar dos fatos, às peças foram se encaixando gradativamente. Apesar dos defeitos, o filme se sobressai graças a sua objetividade, indo direto ao ponto, com apresentação dos acontecimentos em ritmo frenético e dinâmica satisfatória.
Um ponto crucial que gostei bastante do filme; é que ele é inteligente, mas sem ser pretensioso! Não tentou ser mais do que é na realidade e, isso eu valorizo muito! A história não possui furos e, às explicações são totalmente verossímeis, isso para um filme de ficção científica é muito louvável. A trama além de ser bastante interessante, ainda revela boas surpresas para o telespectador.
É disparado o melhor filme da década desastrosa da Summit Entertainment, onde basicamente somente esse filme se salva. Foi a responsável por grandes porcarias cinematográficas como: "Saga Crepúsculo (2010-2012)"; "Meu Namorado é um Zumbi (2013)" e "Dezesseis Luas (2013)". Além de fracassar com a franquia "Divergente", onde nem final conseguiram entregar. Provavelmente por esses motivos que o estúdio está em baixa atualmente.
O filme não chega a fazer parte da seleta lista dos melhores e maiores clássicos de seu gênero, mas com certeza é um feijão com arroz muito bem-feito e bem temperado na medida certa. Duncan Jones assina mais um bom filme de ficção, espero que ele não demore anos para fazer mais filmes nesse estilo.
Assistido em 3 de maio de 2023
Minha avaliação: 7,5/10
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista Agora"Donnie Darko" é mais um filme sci-fi bem famoso que fiquei devendo, mesmo sendo da época em que praticamente todo brasileiro só tinha a TV aberta como opção para ver filmes. Decidi assistir à versão do diretor com 20 minutos de cenas extras, sendo provavelmente mais abrangente e completo que a versão de cinema, além de um facilitador na compreensão do filme.
É um dos principais patrimônios históricos do cinema anos 2000, onde felizmente o cinema estadunidense ainda estava longe de enfrentar a sua pior crise. Os avanços tecnológicos fizeram bem aos filmes no sentido visual, porém às facilidades das tecnologias afetou o processo criativo dos filmes da década atual, deixando muitos produtores, diretores e roteiristas mais relaxados em seus projetos. "Donnie Darko" foi bem-sucedido em um filme de ficção científica, sem depender completamente de CGI de última geração.
Richard Kelly é um diretor conhecido por uma obra só, será que foi golpe de sorte? Sim ou não… o que importa é que aqui ele conseguiu realizar um filme interessantíssimo, intrigante, inusitado e cheio de camadas, que apesar do ritmo lento, deixa o telespectador vidrado em tela graças a imprevisibilidade de sua trama. O filme possui um grande roteiro intrincado, com complexidade na medida certa aliada a muitas bizarrices e demências (até lembrou alguns filmes asiáticos, mas infelizmente sem o mesmo nível de extremismo e visceralidade do oriente).
Embora seja um filme sobre adolescentes, passou longe de todos os clichês e chatices da temática e acabou sendo o grande diferencial do filme. Jake Gyllenhaal na época bem gurizão já mostrava ser um ator bem acima da média, passou com convicção toda a confusão existente na mente de seu personagem, em uma apresentação sublime. A obra conta com bons personagens secundários e bem misteriosos.
Apesar de ser bem focado no drama e suspense, os elementos de um bom filme de ficção científica estão bem presentes e consistentes no filme. O diretor e produtores deram um olhar diferente para os subgêneros de sci-fi, com conceitos poucos ortodoxos e um grande grau de ineditismo em sua história. O filme têm uma pegada bem doida, é totalmente fora da caixinha e com um final de explodir a mente. Na minha opinião, só vale a pena assistir se você tiver experiência com filmes de difícil discernimento.
Gostei bastante do filme, talvez se eu fosse direto ver a versão de cinema não teria a mesma opinião, já que não costumo gostar tanto de filmes que deixam várias pontas soltas. Essa versão do diretor foi uma ótima ideia, para dar uma direção um pouco mais lógica aos acontecimentos, além de proporcionar aos telespectadores interpretações mais certeiras.
Assistido em 21 de abril de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
John Wick 4: Baba Yaga
3.9 692 Assista AgoraVou começar agradecendo a militância woke, por novamente me fazerem dar gargalhadas, ao opinarem e chorarem muito devido a um filme feito para "macho". Frases como: "É masculinidade tóxica branca"; "É uma ode sádica, e interminável, à testosterona" e a pior de todas; "É a fantasia do macho imbroxável" (essa última escrita por um jornal do RS, fazendo os gaúchos passarem vergonha 🤦♂️). Toda essa repercussão negativa por parte de uma minoria, me deixou animado a conferir "John Wick 4: Baba Yaga" nos cinemas. Já que quase tudo que essa galerinha não gosta, costuma ser maravilhoso para o bom cinéfilo.
Com uma trajetória ascendente nas bilheterias, os produtores da franquia resolveram apostar muito alto neste filme, ousaram na duração e num investimento maior, com o intuito de proporcionar a melhor qualidade possível. A longa duração não comprometeu o entretenimento, já que os minutos a mais foram muito bem utilizados para a apresentação dos novos personagens. Às quase três horas de filme passam muito rápido, pois souberam esticar o filme inteligentemente, sem encheção de linguiça.
Adorei todas às novas adições de personagens. Com exceção do "Marquês", ninguém é fraco e souberam valorizar bem os coadjuvantes, onde todos participam ativamente do filme, sem ficar preso somente ao Keanu Reeves. O Donnie Yen (Caine), em minha visão, foi o melhor personagem secundário, tirou muita onda e humilhou geral! Acho ele um ator muito subestimado, e já tinha passado da hora de finalmente ganhar um papel de destaque em Hollywood. Torço muito para um possível spin-off de seu personagem.
Este filme deu um belo exemplo de como se fazer representatividade sem vitimismo, sem militância, sem diminuir o sexo oposto para exaltar o outro e sem cansar o telespectador. Temos negros, asiáticos e até mesmo um cego; em personagens interessantes bem desenvolvidos, que não são insuportáveis. Um excelente exemplo a ser seguido por todos os estúdios do mundo!
Acredito que não faz sentido algumas pessoas reclamarem demais pelo fato do filme ser muito mentiroso, já que isso fica evidente desde seu segundo filme, ou seja, desde o início a franquia é bem honesta com seu público. Quem esperava algo diferente disso viajou na maionese, já que franquias como: "Missão: Impossível" e "Velozes & Furiosos", foram ficando cada vez mais mirabolantes em suas sequências. "John Wick" apenas seguiu o padrão das sagas de ação mais famosas.
Os telespectadores podem reclamar dos ternos a prova de balas, que praticamente tornaram os personagens semi-imortais. Mas isso trouxe dificuldade e desafio a mais nos confrontos, já que simplesmente matar uma pessoa com uma arma de fogo, pode ser uma ação extremamente difícil dependendo da situação. Desde o primeiro filme, a franquia "John Wick" nunca teve compromisso com a verossimilhança.
Keanu Reeves não emplacava uma franquia de sucesso desde a trilogia "Matrix", a sina chegou ao fim com seu personagem John Wick. Todos os quatro filmes da franquia são acima da média, e o mais impressionante disso tudo é que todos os filmes são a mesma coisa; repetitivo ao extremo. Entretanto, não deixa de ser sensacional, empolgante e visceral. É mais do que merecido ao Keanu Reeves esse sucesso todo, principalmente pela sua história de vida.
"John Wick 4: Baba Yaga" e os outros filmes da franquia resgataram o bom e velho cinema de ação dos anos 80 e 90, com uma pegada moderna, mas sem perder a essência dessa época. Um respiro ao cinema escapista, que vinha sendo dominado e monopolizado pelos blockbusters de super-heróis. Os telespectadores precisam de mais filmes com esse tipo de entretenimento.
Assistido no cinema em 3 de abril de 2023
Minha avaliação: 9,0/10
A Outra Terra
3.7 874 Assista AgoraEsse foi mais um filme em que esperava ver mais foco na ficção, mas infelizmente não foi o que aconteceu, acabou ficando em segundo plano. Novamente fui tapeado. Mas ao menos compensa com um roteiro contundente, com conteúdo interessante (mas pouco explorado), premissa bem desenvolvida e que foge dos padrões mais vistos ultimamente do gênero.
Muitos filmes de hoje em dia sobram em investimento, com orçamentos astronômicos! Mas no fim das contas acaba faltando roteiro e desenvolvimento de personagens. Com "A Outra Terra" aconteceu o oposto, roteiro e bons personagens tivemos, mas faltou orçamento e mais tempo em tela para explorar melhor seu conteúdo; realidades paralelas, visual científico, etc.
O filme apostou mais em um drama clássico, que aborda tragédia, perdas, dores emocionais e degradação humana. Trabalha muito bem a atmosfera de melancolia e sentimento de culpa da protagonista, com clímax de vazio existencial crescente ao decorrer da trama. Nisso o filme conseguiu ser bem-sucedido, contando uma história de acontecimentos pesados.
Imagina o soco na mente que seria se você descobrisse que a mulher que você deu uma trepadinha e se apaixonou, matou o seu filho e sua mulher grávida no passado em um acidente de carro e ainda te deixou em coma...
O drama só tem valor devido aos interessantes elementos da ficção científica na trama, que ficaram infelizmente ofuscados. O desenrolar do pós-tragédia é comovente, mas soa convencional em sua essência. Além disso, o longa pode cansar o telespectador pelo didatismo (toda a complexidade teórica é bastante esmiuçada), pelo ritmo lento e por ter uma narrativa de traços existencialistas carregados de depressão e compaixão.
Ainda que o diretor e roteirista Mike Cahill erre a mão em alguns detalhes, como na direção pesada em alguns momentos, em alguns furos de roteiro e na condução da câmera em alguns planos e zoons exagerados. Mas acerta em outros, trabalha bem a fotografia azulada e a trilha sonora na composição da atmosfera do longa. “A Outra Terra” funciona como drama, mas talvez fosse ainda melhor se realmente fosse um filme de ficção científica.
Assistido em 2 de abril de 2023
Minha avaliação: 6,5/10
Sr. Ninguém
4.3 2,7KNão costumo ser um telespectador muito assíduo dos filmes europeus, mas ainda assim, ocasionalmente costumo pegar alguns para assistir. Recentemente me surpreendi com o diretor Espanhol Oriol Paulo, seus poucos filmes na carreira foram mais que suficientes para entrar na minha lista de diretores favoritos. "Sr. Ninguém" me pareceu uma boa alternativa de diversificação, já que sempre gosto de estar por dentro das novidades do gênero Ficção Científica.
Infelizmente não tive a mesma experiência dos demais telespectadores com este filme. Não me agradou à edição e montagem da obra, achei tudo muito excessivamente aleatório, hora era o adolescente "Nemo Ninguém" em tela, em outra cena ele já adulto e logo em seguida volta o personagem como criança, e assim segue o filme até o seu final. A direção para mim também deixou a desejar, filme com muitos cortes em meio a uma edição caótica, em alguns momentos desconexa e principalmente sem foco (lembrando muito às características do filme "TENET", de 2020).
Outro ponto decepcionante a ser destacado é que os termos científicos praticamente nem foram explorados neste filme, nem mesmo parecia ser um filme de ficção científica, além de alguns conceitos apresentados serem desinteressantes. Também achei o peso emocional da história fraco, filmes como "Vingadores: Guerra Infinita" e "Top Gun: Maverick", por exemplo, conseguiram ser mais emocionantes, mesmo sem ter essa finalidade.
Para não dizer que não curti nada, gostei da escolha dos atores jovens serem parecidos com suas versões adultas, das atuações de todo o elenco e da maquiagem do protagonista na sua versão de velhinho. Entretanto, isso é muito pouco para um filme muito positivamente conceituado pelo público, ainda mais quando o filme não consegue surpreender na sua própria proposta.
O filme nada mais é que uma colagem de "2001: Uma Odisseia no Espaço", "Efeito Borboleta", "Déjà Vu", entre outros do gênero, só que bem inferiores aos filmes citados, principalmente no nível de entretenimento. Com isso, não consegui enxergar esse tal de ineditismo que muitos elogiam nesse filme. Com um ritmo morno acabei perdendo o interesse em boa parte da obra, com exceção da meia hora final, onde o filme melhora significativamente, mas ainda assim, insuficiente para que ao menos o considera-se um bom filme.
Assistido em 29 de março de 2023
Minha avaliação: 5,5/10
Shazam! Fúria dos Deuses
2.8 354 Assista AgoraCom grandes chances de "Shazam! Fúria dos Deuses" fracassar nas bilheterias, é capaz de sair dos cinemas primeiro que "Avatar 2", que estreou ano passado. Isso se deve provavelmente porque o primeiro filme foi bem fraquinho, sendo um dos piores do DCEU. Parece que a DC irá pagar muito caro pelas cagadas que fez de demitir o Zack Snyder e Henry Cavill...
Em início de maio já deve estar disponível o filme em HD no Torrent.
[Edit]: Já saiu o bluray 100% para baixar em 9 de abril de 2023. Flop total kkkkkkk.
20 de março de 2023
Efeito Borboleta
4.0 2,9K Assista AgoraSou um grande admirador de filmes de ficção científica, é o gênero que está há tempos em alta no mercado cinematográfico, e também oferecendo, em minha opinião, às maiores possibilidades de um filme ficar bom. "Efeito Borboleta" é um dos principais e mais lembrados do gênero no início do século XXI, ficando também bastante famoso no Brasil e sendo febre nas locadoras da sua época. Apesar disso, foi um filme que fiquei devendo por anos…
A forma de como a história é contada é muito interessante, com roteiro super criativo e original, em uma sucessão de desdobramentos surpreendentes. O ritmo do filme é bastante agradável, já que a cada volta ao passado não dá para prever o que irá acontecer nas cenas seguintes. Com isso, já ganha o status de filme acima da média, graças a sua imprevisibilidade, ousadia e montagem diferenciada.
Apesar dos elementos sci-fi, é um filme mais voltado para o drama, em um enredo bastante melancólico, que foca em traumas, perdas, dores emocionais, sofrimento psíquico, etc. A situação do protagonista é bem delicada e desesperadora, chega a dar pena dele tamanho o azarão que ele é… Apesar de poder mudar o passado e trilhar novos futuros, os erros e escolhas equivocadas custam caro e a vida não perdoa…
Um filme sobre o lado bom e obscuro da vida, abordando diversos temas distintos como, amizade, amor, pedofilia, alcoolismo, vícios, sadismo, violência, etc. "Efeito Borboleta" é uma obra alucinante e dolorosa, sobre às consequências de nossos atos, de como somos capazes, com simples gestos, de produzir tragédias homéricas para terceiros e para nós mesmos. Filme complexo e profundo, para te fazer refletir sobre a vida e te deixar pensante durante dias…
Sempre achei o Ashton Kutcher um ator mediado, onde a maioria dos seus filmes são irrelevantes e fracos para a sétima arte. Mas aqui, foi uma boa surpresa. O ator se mostrou apto para atuar em filmes fora da sua bolha de comédias românticas batidas e sem graça, provavelmente não deu sorte e praticamente seguiu sua carreira com agente ruim. "Efeito Borboleta" é disparado seu melhor filme na carreira, já "Jobs (2013)", considero a sua melhor atuação.
Descobri por acaso que este filme possui quatro finais. O primeiro é a versão oficial de cinema (a que assisti). O segundo é a versão do diretor, com um desfecho bem diferente da versão normal, contendo alguns minutos a mais, sendo o mais comum de se encontrar para baixar online. Já os outros dois finais alternativos, segue mais ou menos o desfecho da versão oficial de cinema, com pequenas mudanças nas cenas finais. Particularmente gosto mais da versão normal do filme, achei mais coeso e sensato que a versão do diretor, essa versão dos diretores apela demais! Com um final para tentar chocar o telespectador, mas não passa de um desfecho sem sentido e inverossímil.
Assistido em 10 de março de 2023
Minha avaliação: 8,5/10
Primer
3.5 489 Assista AgoraDescobri esse filme por acaso, já que ele não é muito conhecido no Brasil, nem mesmo ganhou dublagem. Ganhou minha atenção por se tratar de algo super interessante, com uma ótima ideia na teoria e um certo ineditismo em sua história. Adoro filmes sobre ficção científica, por tanto, não poderia deixar essa obra passar em branco.
Esqueça tudo que você crê ser muito complexo e impossível de entender à primeira vista. "Primer" certamente é um dos filmes mais complexos da história do cinema, ganha fácil de qualquer outro filme famoso de difícil compreensão. Seu desenvolvimento não-linear aumenta e muito o desafio para a mente.
O filme se caracteriza por ser quase cem por cento desenvolvido por diálogos, e em nenhum momento é mencionado do que realmente se trata, conta com um roteiro super intricado que exige muita atenção e interpretação do espectador. Se você busca um grande desafio mental, esse filme é ideal para rachar a cuca e resolver um grande quebra-cabeça.
Saquei que se tratava de um filme sobre viagem no tempo, mesmo não sendo muito claro isso, só que aqui é apresentado um novo conceito sobre o tema, tornando o filme muito instigante e único sobre o que retrata.
Não gostei muito da edição do filme. Entretanto, têm que considerar o baixíssimo orçamento, o improviso e criatividade para realizar um filme sci-fi sem o uso de efeitos visuais. O filme surpreende ainda mais por ser atuado por atores amadores e também por ser a estreia de um diretor promissor.
Altamente recomendável para quem quer assistir algo que foge dos roteiros e histórias convencionais. No Entanto, exige muita paciência do espectador, já que o filme foi feito propositalmente para ser assistido mais de uma vez, para a obra poder ser compreendida com mais clareza.
4 de março de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
O Homem da Terra: Holoceno
2.4 30Uma sequência ainda mais desconhecida que o filme original "O Homem da Terra", de 2007, lançada dez anos depois… Só descobri essa continuação devido à minha curiosidade em vasculhar praticamente tudo do site, caso contrário, jamais teria visto este filme. Apesar de toda a boa vontade do diretor e produtores, infelizmente, essa segunda parte não oferece a mesma experiência do primeiro filme. Tudo ficou fraco devido ao roteiro extremamente comum, sem alma e sem encanto.
Tudo de legal que foi construído no primeiro filme; diálogos, desenvolvimento de personagens, história interessante, etc. Lamentavelmente não teve o prosseguimento adequado para a história do protagonista John Oldman (David Lee Smith), onde o filme percorreu pelo caminho mais fácil, mais comum, mais desinteressante, etc. Aqui os personagens coadjuvantes são chatos, mal desenvolvidos e em diálogos pobres de conteúdo, ou seja, foi tudo o oposto que o filme original proporcionou.
Antes do filme começar, há um pequeno depoimento do diretor Richard Schenkman, pedindo doações para quem viu o filme via download. Bom… Não dá para crucificar e exigir muito de um diretor que trabalhou num projeto praticamente sem apoio e recursos. No entanto, o filme original deu muito certo! Graças ao já falecido roteirista Jerome Bixby, sem a mão dele, este filme simplesmente não saiu do lugar, não expande a história do protagonista e nem acrescenta nada de relevante a história.
Não gostei que inseriram adolescentes num contexto extremamente maduro, acho que não combinou com a proposta do filme. O andamento da trama não empolga em nenhum momento.
Embora melhore um pouco quando o protagonista resolve falar a verdade para um de seus alunos, e às coisas começam a sair de controle…
Preferiram deixar o final em aberto, com o desejo de produzirem um terceiro filme, mas creio que seja difícil pela recepção negativa. Com isso, deixaram mais perguntas do que respostas…
2 de março de 2023
Minha avaliação: 5,0/10
O Homem da Terra
4.0 454 Assista AgoraFilme de ficção científica pouco conhecido no mundo em relação a outros do gênero, especialmente no Brasil, onde nem mesmo ganhou dublagem. Possui um desenvolvimento diferente do que estamos acostumados; apenas uma locação, com um grupo de amigos conversando em uma sala, seguindo assim até o seu final, apostando apenas nos diálogos. Acredito ser muito difícil essa fórmula dar certo, pois o roteiro do filme tem que ser impecável e certeiro no assunto retratado.
Tenho que tirar o chapéu para os produtores desse filme, criar um longa-metragem de ficção sem efeitos visuais e praticamente sem orçamento não é para qualquer um, é um grande desafio até mesmo para os melhores diretores da atualidade. Com isso, só sobrou o roteiro como base do filme, sendo a alma de toda a projeção da obra e o único quesito cinematográfico que poderia surpreender o telespectador.
"O Homem da Terra", conseguiu me deixar intrigado, pois nunca imaginei ser possível fazer um filme de ficção científica apenas com diálogos, principalmente no século XXI. Logo de cara, já deu para perceber que seria muito interessante e envolvente acompanhar a surpreendente história do personagem John Oldman, e toda a discussão e questionamentos levantados durante o filme. Temos um roteiro incrível muito bem escrito pelo já falecido Jerome Bixby, que fala de tudo um pouco; história do mundo, filosofia, psicologia e religião.
O filme aborda de forma inteligente como o ser humano reage ao descobrir uma verdade chocante e inconveniente, pondo em xeque tudo em que acredita, e que aprende ao longo da vida em escolas, livros, internet, etc. Além de presenciarmos uma pessoa que fala uma verdade que ninguém gostaria de saber, ser tratado como louco (algo que acontece constantemente no Brasil). Um bom exemplo disso no país foi com o político Enéas Carneiro, que era considero louco por muitos nos anos 90, hoje é visto como um gênio incompreendido.
Enfim, "O Homem da Terra" é um grande achado e uma ótima opção para sair um pouco da bolha do mainstream. Filme bastante reflexivo, com força de te fazer mudar sua visão do mundo, e te fazer pensar por semanas sobre assuntos pertinentes da humanidade. Só não recomendo para pessoas religiosas muito fanáticas, de resto, é um filme que merece ser mais popular entre todos os tipos de cinéfilos.
28 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista Agora"Mad Max" foi uma franquia de sucesso nos anos 70 e 80, com três filmes lançados e protagonizados por Mel Gibson. A exatos 30 anos depois do último filme lançado, a franquia ganha uma repaginada, uma nova releitura para o cinema moderno. Muitos pensam se tratar de um remake do primeiro filme, mas, na verdade, é um reboot da franquia como um todo, já que neste filme Max Rockatansky já não têm mais a família por perto.
"Mad Max: Estrada da Fúria" é simplesmente um dos melhores filmes de ação da história do cinema, e os motivos parecem ser infinitos, tamanha a perfeição dessa obra de arte. Acho um filme muito especial, já assisti ao menos umas 5 vezes e não enjoo nunca! Dá para contar nos dedos filmes que nos empolgam tanto e fazem nós revemos várias vezes, quando o filme consegue essa proeza, ele está muito à frente de outros filmes semelhantes à sua proposta e estilo.
George Miller brilhou na direção desse grandiosíssimo clássico contemporâneo, criando um excelente clímax. Num mundo pós-apocalíptico onde a água e gasolina valem mais que a vida humana, e aqui vale-tudo para conseguir o "novo ouro" da raça humana, em um mundo completamente dominado pelos loucos! A direção de George Miller é esplêndida! O diretor conseguiu a difícil façanha de um reboot/remake superar o original, e com muitíssima folga em relação a qualquer outro filme da trilogia clássica.
Pode até aparentar ser, mas "Mad Max: Estrada da Fúria" não é apenas um simples filme de ação qualquer, ele vai muito além disso, mostrando um mundo caótico e quente, em um deserto sem esperança para às pessoas. Aborda questões pertinentes e sociais sobre o futuro do planeta terra; seca, temperaturas extremas e falta de recursos naturais devido à poluição e degradação da natureza. Serve como um prelúdio para o nosso futuro (talvez) não muito distante.
Charlize Theron (Furiosa), que mulher! Que personagem! Uma guerreira fodona! Foda com um grandiosíssimo "F" maiúsculo! Isso que eu chamo de empoderamento feminino de verdade, sem lacração e sem militâncias insuportáveis! Pega o exemplo aí Disney, Netflix, entre outros... e aprende como se faz. Tom Hardy (Max) também se sai bem, e ao contrário do que muitos pensam, seu personagem não passa despercebido, dividiu bem o protagonismo com a Furiosa.
Parte técnica do filme é um deleite visual, um colírio para os olhos do telespectador, em um show de imagens de muitíssimo bom gosto! Tenho que destacar aqui a criatividade da produção na construção, visual e design dos carros, um mais doido e insano que o outro, lembrando que os mesmos não são CGI, deixando tudo o mais realístico possível! Maior parte do filme foi utilizado efeitos práticos, um grande diferencial em meio a era digital.
Um filme que dá aulas de entretenimento, aulas de cinema moderno e aulas de produção. Uma obra alucinante, eletrizante, envolvente, extravagante, viciante, visceral, insana, tensa e implacável! É impressionante de se ver como acertaram em tudo! Zero defeitos! Um filme de ação como todos do gênero deveriam ser; frenético, dinâmico, ágil, sagaz, objetivo, de tirar o fôlego, etc.
26 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 10/10
O Predador
2.5 649"O Predador (2018)" é o sétimo filme da franquia (contando com os crossovers Alien vs. Predador 1 e 2), sendo até agora o último filme da saga lançado na ordem cronológica. Foi dirigido por Shane Black, que também é ator e foi um dos personagens coadjuvantes do filme original de 1987, fazendo o papel de um dos soldados da missão na América Central.
Assistir a mais um filme da série "Predador", que fez muito sucesso inicialmente, mas se tornou uma franquia um pouco cansativa e até um pouco sem noção, trocando o sentimento de inteligência e estratégia, por situações mais rasas e quase sem graça. Aqui não muda muito isso, mas que mostra que mesmo não sendo muito a cara do original, dá para fazer um bom filme.
Curioso constatar que essa obra chega não para reinventar a franquia, mas dar um gás diante do desgaste natural que surgiu ao longo dos anos com filmes derivados (em parte até consegue). A começar pela longa lista de integrantes do carismático elenco que se unem na caça contra o Predador, gerando não somente situações para lá de inusitadas, mas recheadas de piadas e sarcasmos que quase sempre casam com a situação; valendo destacar também que a mão do diretor Shane Black fica visível nas pitadas de humor negro típicas de seu histórico cinematográfico.
Pela média geral aqui do site, esperava um filme muito ruim e acabei me surpreendendo positivamente, pois o filme para mim passa longe de ser uma bomba e não condiz com essa avaliação. Ficou bem melhor que "Alien vs. Predador 2", filme com praticamente a mesma nota de média. É verdade que a edição, a direção, e o filme em si é bem bagunçado, com alguns lances bem toscos, mas não acho que isso estrague o filme por completo.
Por ser um filme de 2018, acreditei que a violência iria ser bem modesta devida às frescuras dos tempos atuais, ainda bem que eu estava enganado. O filme entrega bastante mortes bem brutais! Fora o bom ritmo da narrativa e boas sequências de ação em seu terceiro ato. Logicamente é um longa-metragem que não se deve levar a sério demais, é um mero entretenimento como qualquer outro…
O sentimento de que o filme passa rápido é bom! Como a história não empolga, a boa expectativa de ver o que vai acontecer no fim é interessante, e assim se faz. O fim é cheio de mortes, explosões, muito sangue, muita loucura, muito de tudo o que importa num filme de ação. Mostrando bem que vale a pena se importar menos com o roteiro e mais com um grupo de loucos explodindo e matando tudo o que vê pela frente…
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Assistido em 24 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
Predadores
3.0 896 Assista AgoraApesar do grande fracasso de "Alien vs. Predador 2", a 20th Century Fox não desanimou e acabou lançando mais um filme para a franquia, sem ligações com os crossovers lançados anteriormente. "Predadores" é uma nova releitura e tentativa de trazer a franquia às origens, voltando com os cenários de florestas, com a novidade de ser o primeiro filme da saga a se passar fora do planeta terra.
Ao contrário dos crossovers, este filme têm um elenco de nomes conhecidos, como o icônico Laurence Fishburne e o rei do trash Danny Trejo, mas infelizmente ambos foram mal aproveitados. Outros coadjuvantes desinteressantes acabaram tendo mais destaque, o que considero um dos principais erros desse filme, faltou dar um direcionamento melhor para os personagens mais promissores.
Ficou evidente que este filme tem mais elementos de ficção científica em relação aos outros da franquia, mas perde aquela sensação de ser um filme amedrontador e no clima de terror. Já o ritmo até é bom, apesar de a demora do primeiro Predador dar às caras. O maior problema do filme é que ele é muito previsível, logo de cara já dá para adivinhar quem irá morrer e quem irá sobreviver.
Os efeitos visuais estão melhorzinho em relação aos crossovers lançados, já que a 20th Century Fox resolveu abrir mais a mão para este filme, o resultado obviamente ficou satisfatório dentro do disponível. Às cenas de ação são boas, destaco a parte da luta de espadas e o confronto final com o Predador principal. O filme até é um bom passatempo, apesar de que em alguns pontos poderia ter sido bem melhor, mas consegue compensar com algumas surpresas e reviravoltas finais.
Enfim, apesar da tentativa, "Predadores" é mais um filme da franquia que passa longe de ser tão marcante e importante quanto o original. E achei demais pretensioso entregarem um desfecho em aberto, já que este filme nunca teve continuação, além de ser antiquado para esse tipo de filme. Sem muitas exigências, dá para classificá-lo como um filme bonzinho.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Assistido em 15 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 6,5/10
Alien vs. Predador 2
2.4 413 Assista AgoraTEXTO A SEGUIR COM SPOILERS, JÁ QUE O FILME É RUINZINHO E ACREDITO QUE ISSO NÃO IMPORTE MUITO…
"Alien vs. Predador 2" é uma sequência direta das cenas finais do filme antecessor, cena essa que dá origem ao híbrido entre Predador e Alien, sendo a principal novidade para este filme. Como já mencionado, achei o filme ruim em seu geral, tendo de positivo apenas o fato de ser o filme mais violento da franquia e ter um clima de terror convincente. Logo em seus primeiros minutos, já sai um filhote de Alien da barriga de uma criança, e mais adiante o "PredAlien" socando larvas pela garganta das mulheres grávidas na maternidade da cidade.
Como mencionado por muitos, o filme é bastante incompreensível devido às excessivas tomadas escuras durante toda a projeção. Para piorar a situação, tiveram a "brilhante ideia" de filmar cenas em esgotos, logo em seguida acontece o apagão em toda a cidade, devido à treta do Predador com o Alien na estação de energia. Ou seja, produção totalmente equivocada, que só deu bola fora.
O filme ainda apresenta aquele clichê de jovens brigando devido a uma mulher gostosa, também não poderia faltar o xerife burro e ingênuo que acreditou no governo, e acabou tomando naquele lugar… Têm os outros personagens que do nada aprendem a manusear todo tipo de arma de fogo, etc. Com isso, os arcos humanos ficaram bem inúteis, só servindo de cenas aleatórias de morte.
20th Century Fox foi bastante gananciosa e mão de vaca para o desenvolvimento desse filme, contrataram diretores de rua, além do orçamento reduzido de 20 milhões em relação ao filme anterior, com certeza essa diferença de 20 milhões fez falta. A direção dos irmãos Strause é um grande desastre! Jogo de câmeras ruins, direção amadora, incompetência, etc. Aí você junta orçamento insuficiente com diretores pífios, o resultado é um puro caça-níquel dos mais sem-vergonha já lançado para os cinemas.
De fato, a produção do filme é bem precária, isso fica mais evidente quando a bomba caí na cidade e praticamente nem têm explosões, e também no finalzinho com a queda do helicóptero, sem mostrar como foi o acidente. O filme foi um tapa na cara para quem mete o pau no Paul W. S. Anderson, se com ele na direção o filme anterior não foi bom para muitos, sem ele a situação ficou muito pior…
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Revisto em 13 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 4,0/10
Alien vs. Predador
2.7 474 Assista AgoraApós a franquia "Predador" ficar engavetada por quase 15 anos, resolveram voltar com a franquia de um jeito diferente, dessa vez em um crossover com "Alien". O cargo de direção acabou ficando nas mãos do rei dos orçamentos médios Paul W.S. Anderson, diretor com experiência de sobra com filmes de criaturas/monstros. Paul Anderson é um dos diretores mais odiados pela galera gourmet, principalmente pela sua adaptação de RE para os cinemas.
Tanto esse filme quanto o diretor acho-os subestimados, para começar, o filme é no mínimo mil vezes melhor do que muitas porcarias lançadas pela Disney e serviços de streamings atualmente. Já o Paul Anderson pode ser considerado limitado, mas ao menos na ação nunca ficou devendo, e neste filme não foi diferente. Pecou somente nos personagens coadjuvantes, que só serviram de isca para a carnificina dos Aliens e Predadores.
O filme até começa sem graça em seus primeiros 30 minutos, mas depois engrena de vez com o primeiro embate de Predador vs. Alien, e vai seguindo assim até o final com boas sequências de ação de destaque. Depois da floresta e cidade, a franquia consegue se reinventar no quesito ambientação, dessa vez se passando na Antártida com belas paisagens gélidas.
Os efeitos visuais estão ok para o orçamento que foi disponibilizado, a fotografia mescla bem o escuro com a claridade, facilitando a compreensão das cenas. A obra tem um ótimo clímax, além de ser o filme da franquia que mais se aproxima de um clima de terror. Em uma cena específica, há um resumo interessante da origem das guerras entre Predadores e Aliens que atravessam séculos!
Enfim, "Alien vs. Predador" não chega a ser épico e grandioso, mas é divertido e é mais um bom acerto na carreira do Paul W.S. Anderson. Afirmo ainda que faz frente aos outros filmes da franquia (com exceção do original, é claro). Merecia uma média geral maior em todos os sites de avaliações de filmes.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Revisto em 8 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 7,5/10
Predador 2: A Caçada Continua
3.2 293 Assista AgoraDevido ao sucesso e grande popularidade do filme original do "Predador", uma sequência foi planejada e lançada no início dos anos 90. Obviamente não fez frente ao filme original, pois infelizmente o astro dos filmes de ação Arnold Schwarzenegger recusou reprisar seu papel na sequência, e também o ótimo diretor John McTiernan não voltou para a direção dessa continuação. "Predador 2: A Caçada Continua" foi dirigido por Stephen Hopkins, que na época era apenas o seu segundo trabalho como cineasta.
Não desmerecendo o trabalho de Danny Glover, que por sinal foi bom e aqui ele lembra o seu icônico personagem da franquia "Máquina Mortífera". Entretanto, não têm como negar que essa sequência não é a mesma sem a presença do Arnoldão e da direção do mestre dos filmes de ação, John McTiernan. Por tanto, "Predador 2" é uma continuação de altos e baixos, que apesar de ter bons momentos, suas cenas de ação são inferiores ao filme original.
O filme possui dois momentos de destaque. Onde em seu início já começa com ação desenfreada, em um embate entre policiais e traficantes, com o Predador apenas observando tudo e estudando o humano mais inteligente envolvido no confronto. Gostei muito desse estilo justiceiro do Predador, passando a vala sem dó em gente que não merece a vida, ironicamente acabou ajudando a polícia de Los Angeles no combate à criminalidade hahaha.
Já o outro momento bom acontece em seu final, com o personagem de Danny Glover adentrando na nave espacial dos Predadores, é nessa hora que algumas surpresas são reveladas. Mostrando que os Predadores caçam humanos por "esporte", utilizando seus ossos como uma espécie de exposição e também como troféus. No mais, um dos Predadores entrega ao protagonista uma arma de fogo do século XVIII (provavelmente a mesma que aparece no novo filme do Predador lançado em 2022, referência foda). Com isso, os Predadores são seres que atravessam séculos!
Enfim, essa segunda parte do "Predador" é até um bom filme, mas deixa a desejar em alguns pontos da direção, especialmente na parte do trem, que acabou ficando com cenas incompreensíveis devido a tomadas escuras e filmagem irregular. No mais, achei válida e interessante a mudança de cenário; da selva para às guerras urbanas.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Assistido em 5 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
O Predador
3.8 819 Assista AgoraCertamente quando se pensa em um grandioso clássico, "O Predador" é um dos principais filmes que vêm à cabeça de muitos. É um dos melhores filmes de monstro alienígena da história do cinema, e um dos melhores e mais importantes filmes protagonizados pelo Arnoldão na carreira, fazendo parte do top 5 dos filmes do ator. Um patrimônio histórico dos filmes de ação e dos saudosos anos 80, década importantíssima na história do cinema mundial.
Eu até hoje não entendo como o diretor John McTiernan não decolou em Hollywood, o cara para mim é dono do melhor filme do "Predador" e também do melhor "Duro de Matar" (Duro de Matar: A Vingança), dirigiu no mínimo três grandes clássicos do cinema de ação e deixou legado no gênero. Achei um pecado Hollywood esquecer desse cara no início do século XXI.
"O Predador" é o mais puro suco do cinema brucutu dos anos 80, frases de efeito, badass, protagonista bombadão, muito tiro, porrada, bombas e explosões, além do charme único que só os anos 80 proporcionavam. Predador é um vilão diferente, evoluído, praticamente imparável e cheio de vantagens em relação os humanos, principalmente a apelona camuflagem transparente. Um personagem icônico e imortalizado no mundo da ficção, com objetivo de matar sem dó nem piedade.
Apesar do filme aparentar ser trash, os efeitos visuais práticos não deixam a desejar, e diria ainda que o filme envelheceu super bem! Uma obra feita sem frescuras, numa época que se fazia heróis que todo moleque sonhava em ser. Acho impossível alguém que se diga homem não se divertir e se empolgar com esse filme, pois possui vários momentos impagáveis e inesquecíveis!
Concebido de um suspense inquietante e cenas carregadas de aflição e tensão, o filme mostra soldados altamente treinados se borrando de medo do temível Predador, provando que o vilão foi otimamente bem construído. O duelo final é melhor ainda, Major Dutch cheio das estratégias para enfrentar o Predador, cenas finais dignas de um filmão de ação de respeito! Me entristece ver que hoje em dia filmes desse naipe estejam fora de moda, e que o cinema atual prefere dar ênfase a desconstrução de personagens.
Enfim, temos mais um exemplo de que o simples e a ausência de complexidade nem sempre são ruins, o filme é eficaz e certeiro na sua proposta. De ideias básicas e narrativa previsível, mas que nesse caso não prejudicam a experiência do telespectador. Numa mistura de ação com terror fictício de primeira linha.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Revisto em 21 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 8,5/10
O Predador: A Caçada
3.6 665Acompanhei às guerras narrativas nos comentários sobre esse filme e cheguei a conclusão de que ambos os lados exageraram muito. Primeiramente fiquei feliz por não ter visto essa lacração toda que muitos citaram, no meu ponto de vista, o fato da protagonista ser mulher não comprometeu com a história e qualidade do filme. Por outro lado, os progressistas que afirmam que esse filme é melhor que o original, estão de sacanagem e vão muito na onda do Rotten Tomatoes.
"O Predador: A Caçada" é uma nova tentativa de trazer de volta os anos de glória da clássica antologia oitentista, uma nova releitura que bebe muito da fonte do original. A proposta de trazer um Predador no século XVIII em um contexto indígena foi uma grande ideia, porém, acaba pecando com maneirismos modernos, diálogos bobos e simplistas. Ainda que essa parte do filme dê para relevar e ignorar.
Acertaram em cheio na ambientação e no desenvolvimento de um clima de terror/suspense variante entre a luz do dia e a noite, às cenas de violência me chamaram a atenção, são até bem brutais para os padrões de Hollywood. Vale destacar também a direção de fotografia estupenda e a direção de arte impecável. Às cenas de ação são bem legais e ágeis, aliada a bons efeitos visuais, considerando o poder de investimento limitado.
No final das contas, o resultado geral foi bem positivo, o filme veio como uma visão refrescante para a franquia que não andava bem já há um bom tempo. Lançado direto para streaming, o filme até surpreende em vários aspectos, ainda mais considerando o baixo orçamento. Fizeram o básico bem executado, em um filme curto, sólido, objetivo e de ritmo muito bom!
Não se dá para exigir muito de algo vindo dos streaming, logicamente têm seus erros e o público acaba ficando dividido. No entanto, também têm muitos acertos e esse novo Predador acaba sendo um entretenimento de bom nível e uma adição muito bem-vinda a franquia.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Assistido em 20 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 7,5/10