Histórias em quadrinhos são um forma de arte moderna, recente, contudo é possível perceber a existência da comunicação através de imagens e desenhos desde os tempos mais antigos, das pinturas rupestres feitas nas paredes das cavernas, passando por hieróglifos egípcios até seu expoente contemporâneo que são as histórias em quadrinhos. Todas as grandes civilizações tiveram seus deuses, seus heróis, suas histórias, contadas de forma oral a princípio. É justo considerarmos os super heróis como o panteão dos dias de hoje, com seus deuses e heróis. A própria correlação entre a Liga da Justiça e o panteão grego é constantemente feita em histórias da DC Comics, e dentro dessa corte de deuses e heróis, temos uma deusa propriamente dita. Diana de Temiscira, filha de Hipólita, moldada a partir do barro e com a vida soprada para seus pulmões pelo rei dos deuses, Zeus.
A Mulher Maravilha é de forma equivalente como o símbolo de heroísmo e ícone cultural feminino da mesma maneira que o Superman funciona para o gênero oposto. Criada a mais de 75 anos pelo psicólogo William Mouton Marston propriamente como um símbolo feminista. Entre seus equipamentos, incluíam originalmente e permaneceram ao longo dos anos, os braceletes e o laço, propositalmente incluídos na personagem como referências de uma dominatrix, mulheres que exercem um papel de dominadoras nas praticas sexuais do BDSM.
Era de se esperar que o filme da maior heroína das histórias em quadrinhos e também o primeiro filme solo de um super heroína fosse realmente bom, entretanto nem tudo é "maravilhoso" na nova produção cinematográfica da Warner Bros e da DC Comics. Dirigido por Patty Jenkins, de Monster: Desejo Assassino, o filme da Mulher Maravilha veio com a missão de salvar o DCEU nas criticas negativas e da maldição do Rotten Tomatoes.
Olharemos para trás um momento. Zack Snyder deu a luz ao universo cinematográfico DC com o Homem de Aço e o consagrou finalmente em Batman vs Superman, criando toda uma assinatura visual de um tom mais sombrio e "realista', totalmente oposto ao que vem sendo feito pela concorrente Marvel. Sendo agora todo esse universo coordenado por Geoff John, roteirista de quadrinhos responsável pela mais recente remodelação dos quadrinhos da DC, a Warner optou por um sistema diferente da Marvel. Dando completa liberdade ao diretor de cada filme baseado nos quadrinhos da DC, para imprimirem suas assinaturas pessoais em seus filmes. Uma medida louvável e digna de aplausos, enquanto que na concorrente o mesmo estilo, o mesmo formato é martelado constantemente em todos os filmes, dando o estranho deja vu de que você já viu o mesmo filme dezenas de vezes.
Patty Jenkins sim imprime seu estilo em Mulher Maravilha, apresentando uma aventura despretensiosa que muito lembra os filmes de Indiana Jones. Existem momento realmente hilários e divertidos no filme que remontam e muito aos filmes do arqueólogo mais famoso do mundo, e outros em que o confrontar da visão de mundo de Diana e seu primeiro contato com um homem em sua vida, Steve Trevor, são fantásticos. Nesses momentos, apesar de feito por meio de humor, a mensagem feminista do filme funciona de forma fantástica, mesmo que sendo bem sutil.
Mas isso não redime o filme de seus problemas sérios. As cenas de ação e combate não são algo divertido de se ver. Com diversos takes para mostrar vários ângulos diferentes num único confronto, acaba por retirar todo o apelo visual de combates que, filmados com bem menos cortes, seriam muito mais gratificantes de assistir. Um exemplo de filme recente de ação cujas cenas fluem com naturalidade e praticamente nenhum corte é a franquia John Wick. O próprio Zack Snyder, tanto em Homem de Aço como em Batman vs Superman atingiu essa façanha de forma primorosa. A cena de combate final de BvS em que a trindade enfrenta o Apocalipse é tão visualmente bem feita, cada personagem tem o seu tempo, com planos sequencias de lutas lindamente orquestradas.
Outro ponto prejudicial do filme é a falta de carisma de Gal Gadot. A atriz funcionou como a princesa guerreira no filme de Snyder principalmente pelo fato de quase não ter diálogos ou cenas emotivas. Aqui, Gadot é requisitada para mostrar emoção e não entrega. Toda a química e diálogos interessantes é carregada por Chris Pine, que não apenas brilha como o novo capitão Kirk nos filmes recentes de Star Trek, mas como foi desperdiçado pela Warner nesse papel único quando poderia interpretar um fantástico Hal Jordan no vindouro filme da Tropa dos Lanternas Verdes.
Alguns momentos dramáticos em que Diana contempla pela primeira vez a desgraça do mundo dos homens, deixa a desejar pela artificialidade dessas reações de surpresa, não só nas tragédias do fronte como na chegada a Londres. Certos momentos de humor me incomodaram um pouco pelo tom pastelão e irreal que foram feitos, contudo entendi que a diretora queria fazer algo alá Indiana Jones, como já citei anteriormente, por esse motivo deixei passar por ser uma licença poética.
Muitos podem ter gostado de Mulher Maravilha e é totalmente compreensível isso, onde as tramas excessivamente complicadas e a atmosfera sombria de Snyder dão lugar para algo mais leve. Particularmente prefiro o estilo Snyderiano no cinema de herói, mesmo com minhas ressalvas a seu Superman. Jenkins fez um filme extremamente importante e que será um marco para o cinema de heróis, mas não é um filme para mim, da mesma maneira que o estilo Marvel de cinema também não é para mim. Aguardo ansiosamente por Liga da Justiça de Zack Snyder para novamente provar de sua "sobriedade e escuridão", assim como aguardo os novos filmes de heróis solos da DC Comics que muito provavelmente me surpreenderão por suas particularidades pessoais.
Alegria, excitação, Silvinhos sentia-se vivo enquanto perseguia seu barquinho de papel elaborado a partir de uma novíssima nota de cem reais, navegando pelas águas da sarjeta rumo a terras não desbravadas. Como um bravo capitão guiando sua caravela a descoberta de novos continentes, Silvinho guiava o veloz "Baú da Felicidade" através de sua jornada vizinhança afora.
Pego em uma forte corrente de águas pluviais, rasgando a encosta da rua em sua tênue fronteira com a calçada, a caravela de Silvinho fora arrastada pela força das águas selvagens rumo ao abismo. Seria esta a beirada do mundo como dito nas lendas? Talvez um vertedouro titânico criado em meio ao próprio oceano com fins de tragar navegadores desavisados como ocorre nas terríveis águas do triangulo das bermudas? Não, Silvinho viu seu navio ser levado por uma criação humana: um bueiro!
Amaldiçoando os deuses do mar com toda a fúria de seu coração, Silvinho gritou a plenos pulmões para o céu tempestuoso: Netuno, por quê fizestes isso comigo?! Como ousas levar de mim a razão pela qual meu coração bate? Maldito seja, cassá-lo-ei até o fim dos tempos em busca de meu Baú da Felicidade!!!
Desanimado, Silvinho observava o negro abismo onde jazia agora seu amado navio. Quando seu cansaço superou sua angustia, Silvinho voltava-se para regressar a suas terras de origem, contudo um som tenebroso emergiu da ruína sombria. Uma voz, tão demoníaca quanto as provindas de pesadelos febris.
O jovem Silvinho, agora não mais o destemido e capaz lobo do mar, olhou nas profundezas dos olhos da criatura. Trêmulo, assustado, desamparado, o que Silvinho viu ali o assombraria pelo resto de seus dias. O olhar, oh Deus, o olhar daquele demônio! Como um predador secando sua futura refeição. Pele pálida como a neve de invernos capazes de congelar não somente carne e ossos, mas até mesmo almas. Com cabelos vermelhos como chamas da perdição despontando apenas nas laterais de sua cabeça. E o nariz, Deus meu proteja! O nariz, vermelho como o sangue acumulado de mil inocentes condenadas ao tormento.
A besta lhe sorriu, um sorriso digno do próprio Satã. E lhe farejando com seu nariz escarlate, salpicado do branco de cocaína, a criatura lhe falou novamente. A voz se assemelhava com o lamento de todos os condenados do inferno cantando juntos em um coro profano. Suas únicas palavras, as quais foram as ultimas ouvidas por Silvinho antes de ser encontrado entorpecido da mais pura alegria foram: Alô criançada, o Bozo chegou! Quem quer um balão?!
O que veio a ocorrer depois disso, Silvinhos nunca foi capaz de dizer, contudo foi encontrado catatônico de alegria horas depois ao lado do mesmo bueiro com um balão vermelho preso a um barbante em sua mão direita e vários aviõezinhos moldados a partir de lustrosas notas de cinquenta e cem reais ao seu lado. A partir daquele dia, Silvinho não mais navegaria pelos mares, Silvinho voaria pelos céus.
Clima de suspense fantástico que somente o mestre John Carpenter consegue criar, ainda mais com a trilha sonora sinistra e respiração angustiante de Michael Myers. Ouso dizer que consegue ser um suspense ainda mais competente do que o Psicose de Hitchcock.
Talvez o principal inimigo de Esquadrão Suicida, assim como foi de Batman vs Superman e provavelmente de todo o universo cinematográfico DC até que alguém faça alguma coisa é a edição. Há um problema gigantesco de comunicação entre os produtores e os diretores nesse DCCU. Enquanto os putos da contabilidade e produção ficarem metendo a mão no trabalho dos diretores e fazendo cortes e edições onde não deviam, os filmes da DC infelizmente vão ser um fracasso de crítica e assim por conseguinte de bilheteria. E esse é o menor dos problemas, até mesmo fãs da DC, eu como exemplo, saem decepcionados desses filmes picotados e recortados de maneira grotesca. Não é de se espantar que a versão estendida de BVS seja infinitamente melhor e mais bem amarrada do que a versão de cinema. Assim aconteceu com Esquadrão Suicida aqui, o filme foi mexido e remexido, é visível que a versão "original" do filme não é essa. Muita coisa dos trailers não estão ali, muito do Coringa não está ali além da primeira meia hora do filme com todos os efeitos coloridinhos e alegrinhos parecerem ter saído de uma abertura da Malhação.
Batman vs Superman sofreu com a edição, mas foi muito menos do que SS. Quando saiu a notícia de que o filme estava passando por refilmagens para dar um tom mais "divertido" após as críticas a Batman vs Superman, eu já soube que ia dar merda. No entanto, passando esses primeiros 30~45min iniciais, o filme funciona bem. Nesse inicio de filme eu já estava pensando que todas aquelas criticas estavam certas e que o filme estava condenado. É um inicio de filme tão ruim, com uma edição de efeitos de flashbacks tão nojenta, além de uma apresentação de personagens com aqueles letreiros coloridinhos e estilizados tão preguiçosa que eu já estava achando que o filme não tinha salvação.
Contudo o filme andou, e por incrível que pareça, passado essa apresentação de personagens preguiçosa e mal feita e colocados os personagens em ação, o filme começou a ficar divertido. Ele não tem muito o tom dos outros dois filmes do universo cinematográfico DC até o momento, o tempo todo ele me lembrou uma animação da DC, principalmente Batman: Ataque ao Arkham, que é com o esquadrão suicida. Os pontos altos do filme, (por incrível que pareça) o Pistoleiro, Arlequina, Amanda Waller e o Sr. Coringa! (calma, já vou chegar nele). Por incrível que pareça, Will Smitho é o menor dos problemas do filme, muito pelo contrário, ele estava ótimo como Pistoleiro. Amanda Waller foi outra personagem excelente incorporada por Viola Davis, quero muito ver Waller no filme da Liga tretando com o Batman. Mas não há como negar que esse foi o filme da Arlequina. Margot Robbie estava incrível na personagem.
Agora vamos ao que interessa: Joker, o palhaço do crime. O que foi Jared Leto como Coringa nesse filme? Há muita controvérsia, muitas opiniões diversas a respeito desse novo Coringa. No entanto, eu gostei muito desse novo Coringa e novamente reclamo da edição do filme pois muito do material e cenas do Coringa foram cortadas do filme. Pra mim o Coringa absoluto e insuperável sempre será (não, não é o Heath Ledger) Mark Hamill como o dublador da franquia de jogos Batman Arkham. Quanto a atores, antes de Leto tivemos César Romero que era o Coringa galhofa, depois tivemos o que pra mim é o melhor Coringa live action até agora, Jack Nicholson que foi uma espécie de Coringa gangster/mafioso, depois o pop e endeusado por todos, Heath Ledger como um Coringa caótico e anarquista. O que as pessoas que estão criticando o Coringa do Leto não entendem é que o Coringa, assim como o Batman possui diferentes versões e interpretações tanto no cinema quanto nos quadrinhos. O Coringa de 'A Piada Mortal" não é o mesmo Coringa da HQ 'Coringa' de Brian Azzarello. E eu gostei muito dessa versão gangster/drug lord/Tony Montana do Coringa, tanto visualmente quanto em atuação. Quando foi revelado o visual do Coringa há um bom tempo atrás com as tatuagens e tudo mais, eu detestei, porém agora, vendo o filme meu problema com isso diminuiu e achei interessante essa versão moderna de Coringa chefão da máfia, rei do tráfico. Sem contar com o romance entre Coringa e Harley que criou algo novo, uma reciprocidade no amor que a Arlequina sente por Joker. Antes (quadrinhos, animações, jogos, etc ) Harley era apenas um brinquedo do Coringa, agora ele sente algo por ela também, o que torna essa relação mais interessante. Eu quero muito ver esse Coringa do Jared Leto no filme solo do Batman mostrando, quem sabe, a morte de Jason Todd na base do pé de cabra.
Além disso tudo, a ação do filme foi interessante, dando destaque para o final. Os alívios cômicos, principalmente Crocodilo e Capitão Bumerangue estavam muito bons, queria mais deles. Outra personagem que foi muito pouco aproveitada foi a Katana, muito poucas cenas, diálogos e desenvolvimento. Ponto negativo: O(s) vilões do filme foram muito fracos. No final das contas (SPOILER) O grupo que a Waller reuniu pra resolver altas tretas teve que resolver uma treta que ela mesma causou, resumindo o filme bem por cima (FIM DO SPOILER). Tirando esses problemas de edição e um roteiro que não faz sentido, além de subaproveitamento de personagens, o filme é divertido. A DC tentou fazer um Guardiões da Galaxia com muitas musicas legais e tal, mas nem a trilha sonora do filme encaixa bem como no filme da Marvel. O que resta para o universo DC nos cinemas é a promessa. Mulher Maravilha tem a difícil missão de salvar de uma vez por todas a DC nos cinemas antes que as críticas as bilheterias ruins causem um dano irremediável à esse universo que tanto amamos que é a DC Comics.
Preto e azul, deus vs homem, dia vs noite. Assim definiu Lex Luthor o embate entre o filho de Krypton e o morcego de Gotham em Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Mas por que essa definição de Luthor é tão errada para esses dois ícones e somente uma mente doentia como a de Lex Luthor poderia conceber algo assim?
O dia e a noite são um ciclo, um não existe sem o outro, assim como esses dois grandes heróis. Superman e Batman sempre foram representados como grandes amigos nos quadrinhos e apesar de serem completos opostos, se completam. Um precisa do outro como uma bússola moral. Clark para guiar Bruce um pouco além de sua visão soturna e pessimista da sociedade, e Bruce para mostrar para Clark que o mundo não é todo flores.
O erro começa quando o Superman é considerado um deus, sendo que ele sempre foi apenas um cara "diferente" querendo fazer o que é certo. Mas para Luthor, o fato de Kal-El vir de outro mundo e ser todo poderoso o torna um deus vivo em terra, e a premissa do personagem no filme é desmenti-lo como tal.
Mas se o vermos como um deus, então deus vs homem também não existe pois o homem e deus sempre viveram em harmonia em suas crenças. Batman é a representação do homem falho e violento, Superman representa a idealização do que o homem deve se tornar em sua evolução. Um não pode entrar em conflito com o outro pois assim nunca haverá a ascensão do homem Batman para o Super-Homem.
Na cena em que Batman está com a lança de kryptonita prestes a matar o Superman e este diz que Batman deve salvar Martha, neste momento Batman e Superman se dão conta que ambos são um só. Os dois tem a mesma história, os dois passaram pelo mesmo trauma de perder seu mundo. o ambiente ao redor os tornou diferentes, porém iguais. Ambos lutam pelos inocentes e indefesos, pela justiça e igualdade por conta desse trauma sofrido.
Já que estou falando da característica divina do Superman, existe também a clara relação entre o personagem e Jesus Cristo, fato especialmente destacado nos filmes de Zack Snyder. Ambos os personagens vieram de um mundo distante enviados por seu pai como a salvação da humanidade. Os dois também foram criados por um casal de camponeses.
As narrações dos dois filmes do Superman mostram bem essa relação, tanto a do Superman de Richard Donner quanto a do Homem de aço de Zack Snyder:
"Você vai viajar para longe, meu pequeno Kal-El. Mas nós nunca iremos te deixar... mesmo após a nossa morte. A riqueza de nossas vidas será tua. Tudo o que eu tenho, tudo o que aprendi, tudo o que sinto... tudo isso, e mais, eu... eu deixo para ti, meu filho. Você me levará dentro de ti, todos os dias da tua vida. Tu farás da minha força a tua própria, e verás a minha vida através dos teus olhos, assim como a tua vida será vista através dos meus. O filho se torna o pai, e o pai se torna o filho. Isso é tudo o que eu... tudo o que eu posso te dar, Kal-El." (Jor-El, Superman 1978)
"Você vai dar às pessoas um ideal para lutar. Vão correr atrás de você, vão tropeçar, vão cair. Mas com o tempo, eles vão acompanhá-lo ao sol. Com o tempo, você vai ajudá-los a realizar maravilhas." (Jor-El, Homem de Aço 2013)
O conceito da divindade do Superman e da relação com Cristo é constante nos filmes de Snyder. Em Man of Steel, Superman diz que está na Terra há 33 anos, idade de Cristo quando foi crucificado. Em Batman vs Superman, Batman cria uma lança de kryptonita para matar o Superman, lembrando a lança do destino que perfurou o coração de Jesus por Longinus para averiguar se Cristo já estava morto na cruz.
Voltando quanto a questão do Homem de Aço contra o Cavaleiro das Trevas, eles não podem se opor tanto quanto a noite não se opõe ao dia pois ambos representam facetas da mesma moeda.
Neste mesmo raciocínio, este é o porque do Coringa não matar o Batman. O Batman representa ordem onde que o Coringa representa o caos. Um necessita do outro para existir. Os inimigos do Batman todos sofrem de distúrbios mentais ou loucura, reflexo da própria loucura do Batman.
Como é mostrado em A Piada Mortal, basta apenas um dia ruim na vida de uma pessoa para ela enlouquecer, e foi o que aconteceu com Bruce Wayne para se tornar o Batman.
O motivo do porquê dos principais inimigos dos grandes heróis de quadrinhos sempre existirem e sempre voltaram não apenas porque as vendas cairiam se eles desaparecessem mas também por serem os extremos opostos de nossos heróis e assim como serem completamente diferentes entre si, eles se completam, cuja existência depende um do outro. Que seria de Batman sem Coringa? Que seria de Superman sem Lex Luthor? E a questão em discussão, não inimigos mas arquétipos opostos e complementares: Que seria de Batman sem Superman e vice versa?
Eu tenho esperado por esse momento há tanto tempo que agora que chegou me faltam palavras. Eu sou fanboy assumido da DC Comics, o que a maioria das pessoas tem de paixão por times de futebol, eu tenho por essa editora de quadrinhos. Cresci assistindo as séries animadas do Batman, Superman e da Liga da Justiça. Um pouco mais velho, passei a gostar de quadrinhos e ler bastante HQs do Batman, Superman e Lanterna Verde principalmente. Nos games, a série Arkham e o jogo de luta Injustice me conquistaram de imediato. Apesar dos pesares, sempre gostei dos filmes da DC, Batman de Tim Burton, Superman na era Christopher Reeve, o tão criticado Superman O Retorno que na época e até hoje gosto muito. A trilogia Batman de Nolan. Porém, nenhum desses filmes recriava fielmente as sensações que eu sentia ao ler, assistir ou jogar as obras da DC Comics. Até que um dia veio um filme que mudou tudo pra mim. O Homem de Aço.
Na época ninguém esperava que esse filme fosse ser o inicio de uma nova era para a DC nos cinemas, e eu me apaixonei de imediato por ele. Quando então foi anunciado uma continuação, fiquei ansioso, porém, quando os atores foram escolhidos fiquei com um pé atrás. Hoje, bato na minha boca por algum dia ter duvidado da competência de qualquer um desses atores para seus papéis. Hoje, assim como em Man of Steel, eu senti novamente a emoção dos quadrinhos, das animações e dos jogos em um filme. É como um sonho se realizando, ver os maiores ícones das histórias em quadrinhos, juntos em uma super produção cinematográfica de qualidade.
É um retrato fiel dos personagens? Não, não é, é uma adaptação, mas uma adaptação digna. O próprio Superman, a figura mais problemática de todo esse universo cinematográfico é retratado como um deus que a qualquer momento pode se tornar um tirano mortal, mas ao invés disso dedica-se à ajudar a humanidade. Batman, diferentemente dos quadrinhos, não possuí o código de ética de não matar aqui e elimina quem ver pela frente. É difícil analisar a Mulher Maravilha dado o curto espaço de tempo em tela. O que eu considero aqui não é que essas adaptações sejam algo ruim ou que isso estrague os personagens. O conceito de multiverso é algo muito presente nos quadrinhos da DC, então para mim esse DCCU é uma realidade alternativa, um dos muitos universos presentes no multiverso DC onde cada autor, cada criador tem sua liberdade para criar em cima disso.
Em questões de qualidade e de o quanto eu devo pedir desculpa a Ben Affleck, só preciso dizer que apenas o Batman desse filme consegue engolir por completo Christian Bale da trilogia Nolan e seu câncer na garganta. Uma das poucas ressalvas que eu tenho com o filme é o Lex Luthor de Jesse Eisenberg. Achei muito forçado, cheirado a cocaína, ligado no 220 e cheio de faniquito. Quanto à Mulher Maravilha, o pouco que apareceu só posso dizer que sua cena de luta roubou o filme! Estou louco para ver seu filme solo.
Em relação às criticas negativas que o filme tem recebido e comparações com o universo Marvel: As pessoas andam muito acostumadas com os filmes coloridinhos, engraçadinhos e bonitinhos da Marvel. O que a DC fez aqui é um serviço de utilidade pública aos fãs de quadrinhos. A escola de cinema Marvel apenas incentiva as pessoas que pensam que quadrinhos e filmes de super heróis são coisas de crianças a continuarem a pensar assim e a reforçarem esse tipo de pensamento preconceituoso. Zack Snyder nos dá aqui algo totalmente diferente do que o cinema de super heróis vem mostrando atualmente. Algo sombrio, violento, dramático, algo que nem mesmo nos pesadelos mais terríveis do Mickey Mouse seria feito. Batman vs Superman é um filme necessário para trazer uma mudança de paradigma na visão de que filmes de heróis são para crianças, assim como foi feito nos quadrinhos na década de oitenta por Alan Moore e Frank Miller.
Para quem é fã como eu, vai ver muita coisa tirada dos quadrinhos, de O Cavaleiro das Trevas a A Morte do Superman. Os próprios movimentos de luta do Batman lembram muito os jogos da série Arkham. O que mais há nesse filme é fan service e isso de maneira alguma é um ponto negativo. O filme deixa um claro gancho para um futuro filme da Liga da Justiça e futuros filmes solos de outros heróis.
Hoje, eu realizei um sonho, de ver a santíssima trindade dos quadrinhos unida nos cinemas. Vi cenas das páginas das HQs saltarem para as telas. Me emocionei com o que eu considero agora o melhor filme de quadrinhos já feito e estou ansiosíssimo pelo que o universo cinematográfico DC vai trazer pela frente.
Melhor filme de video game já feito. Esteticamente parece muito com Gears of War, conceitualmente com essa questão de morrer e reiniciar parece muito com Dark Souls.
Há algum tempo atrás eu me descobri um entusiasta a aprender conhecimentos de ocultismo, esoterismo e satanismo em especial. Quem me conhece sabe o meu interesse por demonologia e magia do caminho da mão esquerda, apesar de meus conhecimentos serem extremamente rasos e eu não passar de um simples apreciador desse tipo de conhecimento, e não praticante. Sou também um grande defensor de figuras marginalizadas da mitologia como Set, Kali e Lúcifer, principalmente.
Esse meu gosto pessoal pelo proibido, o oculto muito provavelmente se deve à questão de eu ter uma família em parte muito católica, e em parte muito espirita kardecista. O desejo de me rebelar e quebrar essa corrente cristã de ordem e opressão me levou à profanação e iconoclastia, beirando a heresia criando em mim uma extrema repulsa pela fé cristã.
Mas o que isso tem a ver o filme 'A Bruxa'? Digamos que eu criei uma simpatia por bruxas ao longo de meus estudos e de minha vivência. A adoração do diabo nada mais é do que a adoração de outro ídolo cristão, só que seguindo a lógica do maniqueísmo, ele seria o deus do mal, enquanto Jeová, o deus do bem. Então bruxas adoradoras de Satã, satanistas clássicos com essa mesma doutrina de adoração de seres sobrenaturais não passam de cristãos, diferente do satanismo moderno de Anton LaVey, mas deixemos essa discussão para outra hora.
Vamos então falar do filme 'A Bruxa', nome que apesar da extrema qualidade do filme eu acho bem clichê. O filme é totalmente baseado na fé cristã. Uma família extremamente religiosa, em especial o pai, o sacerdote e guia da família. Então o filme já nos apresenta um ambiente em que não só a bruxa do filme realmente idolatra o diabo, mas como ele realmente existe por ser uma ficção baseada numa mitologia judaico cristã.
O filme me remeteu bastante aos julgamentos de Salém e como a alienação religiosa pode tornar pessoas sãs em completos imbecis. Porém, diferente do caso real de Salém, aqui existe realmente um bruxa e um demônio. O mais genial desse filme é que ele não se prende ao tão comum clichê do gênero do terror do susto. O filme constrói uma tensão e uma situação em que no clímax do filme o espectador já está perturbado e preso demais para argumentar se o diabo realmente existe ou não.
Meu filme de terror favorito de todos os tempo é o clássico 'The Thing' de John Carpenter, e o que eu gosto mais nesse filme é a tensão que ele cria. A desconfiança e o clima perturbador. Apesar de serem filmes completamente diferentes em suas propostas, 'The VVitch' e 'The Thing' são similares em sua construção de tensão e desconfiança. Suas trilhas sonoras, ambas criadoras de ambientes de extremo desconforto.
A inocência de uma criança ao cantarolar uma canção profana sobre um velho bode preto e ao mesmo tempo brincar de ser bruxa. Numa época em que instituições religiosas queimavam pessoas na fogueira por muito menos, qual o risco de ter uma filha supostamente bruxa? Pense nos termos de hoje, sua mãe, evangélica fervorosa, permitiria que você participasse de rituais profanos honrando o príncipe das trevas?
'The VVitch' é uma aula de história. tire o sobrenatural e você verá a ignorância da época ali transposta. O ato de cultuar um deus pagão lhe dava uma passagem só de ida para a fogueira da purificação. Os diálogos geniais do filme sobre batismo e quando o filho mais velho pergunta ao pai se o bebê sequestrado iria para o inferno por ter nascido com o pecado de Adão. Com certeza alguns religiosos mais fervorosos devem ter se sentido incomodados com isso.
Mas eu quero falar sobre o que realmente interessa e o que mais me chamou atenção nesse filme: o final. O final desta película foi a coisa mais gratificante que eu vejo no cinema em muito tempo. A jovem Thomasine, após assassinar sua mãe sob legitima defesa contra a histeria violenta em que a mãe a tentava matar, sem esperanças, desolada e sem a que recorrer, Thomasine segue o bode preto até a cabana e realiza uma das cenas mais corajosas que eu já assisti. Thomasine invoca o demônio, e com ele realiza um acordo onde em seu livro assina o contrato de sua alma. Dançando em uma clareira na floresta, estão as tão temidas bruxas, cultuando a lua e Lúcifer seu mestre. Thomasine então junta-se à elas onde em um orgasmo de liberdade encontra seu lugar legitimo.
Esse final é poético, é lindo. Como se Thomasine finalmente tivesse se libertado das correntes da fé cega e agora seguisse seu próprio caminho. A família opressora que sempre quis guiar seu caminho não mais tem poder sobre si, ela é livre. Uma esposa das trevas, noiva de lúcifer, uma succubus. Onde antes ela vivia para servir a deus e a família vestida comportadamente, agora ela dança nua ao redor do fogo.
"Ahhhh, mas agora Thomasine vai virar uma bruxa má que mata criancinhas e dança com o diabo sob a luz do luar". A verdade é que eu não vejo esse filme como um terror de bruxas más em busca de crianças para fazer feitiços, mas como uma metáfora da busca de uma garota por sua liberdade feminina, até mesmo por sua sexualidade. As primeiras feministas da história foram as bruxas. Hoje, aqueles que se opõem ao sexismo, fanatismo religioso, preconceitos raciais e sexuais, entre outros, são todos descendentes de bruxas e sua busca por liberdade.
Para concluir: 'A Bruxa' não é um filme de terror padrão. Se você busca sustinhos e um terror superficial como 'Atividade Paranormal', vai se frustrar. Aqui você vai encontrar algo denso, um terror psicológico e, sim uma obra de arte. 'The VVitch' é o filme de terror da década e será lembrado como clássico.
Bateu aquela vontade de ver hoje de novo pela milionésima vez essa obra prima de Martin Scorsese, e tenho certeza que muitos vão discordar, mas para mim o filme perfeito e maior obra prima do cinema. Daí, como sempre, dá aquela vontade marota de escrever. Mas eu não vou escrever uma crítica, vou falar sobre minha experiência pessoal com Taxi Driver, afinal assistir Taxi Driver é uma experiência.
Sabe aquela expressão "cabeça vazia é a oficina do diabo"? Então, essa é a história do filme, e de uma certa fase infeliz da minha vida. Eu passava por uma fase difícil de mudança de cidade, afastamento de amigos, solidão e depressão. E um belo dia acabei por assistir um certo filme chamado Taxi Driver. Sempre ouvi falar bem dele e fui levado a assistir por influência principalmente do Jovem Nerd.
Minhas primeiras impressões do filme não foram grande coisa, achei um filme ok, nada de mais, bem feito e tal, mas não era aquela obra prima que todos tanto falavam. Porém, quando eu comecei a comparar a vida de Travis com a minha própria e como a solidão e depressão dele estava destroçando a alma dele, eu vi que eu estava passando pela mesma coisa. Dias passando iguais como uma cadeia de correntes, uma repetição infinita do mesmo, do mesmo, do mesmo...
Os pensamentos de Travis eram assustadoramente parecidos com os meus. Pode parecer loucura, mas a solidão quebra as pessoas de maneiras inimagináveis, somente quem já passou por isso sabe. Travis fez seu moicano, eu raspei minha cabeça (tá, eu faço isso até hoje, mas não que eu seja um psicopata, mas sim porque eu gosto de raspar a cabeça). Travis explodiu e fez um massacre, eu explodi de outra maneira, e tentei suicídio.
Aí você deve estar pensando que eu sou influenciável e levei minha vida como a do filme. Não, a verdade é que eu consigo ver em Travis um pouco de mim, e um pouco de Travis em mim. Mas você pode me dizer também que eu só acho o filme tudo isso porque ele tem um valor sentimental e uma relação muito forte com a minha vida. E qual filme que gostamos não tem? Mas o filme é primoroso em tudo, fotografia, atuações, direção, roteiro, etc.
Uma curiosidade muito legal sobre Taxi Driver é que o mago Alan Moore se inspirou no filme para criar o personagem Rorschach em Watchmen (que não por acaso é minha Graphic Novel favorita), é bem perceptível a influencia de Travis em Rorschach no diário e nas frases por exemplo de como um dia uma chuva caíra e limpará as ruas da imundice.
Taxi Driver pode trazer muitas interpretações, para mim não é um filme sobre um psicopata, é sobre um homem que foi dobrado pela solidão, sobre como a solidão pode quebrar o espirito de alguém a ponto dela mergulhar na psicose. Mais do que um clássico do cinema, um formador de caráter.
Eu vou confessar... Chorei, vibrei, lutei junto com o Adonis. Fazia muito tempo que não me emocionava assim num filme. Quando os acordes do tema clássicos ecoaram no cinema, foi uma sensação indescritível de emoção. Filmaço!!!
Eu não dava nada por esse filme, nunca li Deadpool nem sou fã da Marvel, sou DCzete assumido, X-Men são a unica coisa que eu realmente gosto no universo Marvel. Mas cara, que filme foda, me diverti horrores na sessão.Não ria assim no cinema desde Django Livre e O Lobo de Wall Street. Eu não era de gostar do Ryan Reynolds, mas o cara nasceu pra esse papel. As quebras da quarta parede são sensacionais! O Colossus é muito engraçado também. Os filmes Marvel studios eu gosto bastante, mas tem um humor que eu acho muito infantil, Deadpool tem um humor adulto ácido fantástico.
As piadas com os direitos autorais e linhas temporais dos X-Men são impagáveis, só perdem pras piadas sobre o Lanterna Verde e o Deadpool do filme do Wolverine.
Enfim, o filme é sensacional, me surpreendeu muito positivamente. Pra mim melhor filme da Marvel até agora.
Não sei nem por onde começar... A emoção, o sentimento de poder ver pela primeira vez um Star Wars no cinema é maior do que qualquer coisa, o que eu senti naquele momento em que apareceu na tela a tão famosa frase "A long time ago, in a galaxy far, far away..." é difícil de descrever, ver aquele letreiro passar pela tela, aquela musica... quase escorreu uma lágrima. Todo aquele gosto ruim que a segunda trilogia deixou consegue ser esquecido com esse filme, só esse filme consegue ser melhor do que a "nova trilogia" inteira. Eram tantos momentos de nostalgia, fan service e homenagens que toda hora que eu via um desses momentos eu dava um suspiro. Eu queria bater palmas quando o filme acabou, mas ia ficar que nem um bobo sozinho. E de tudo, o mais surpreendente é que o melhor em O Despertar da Força não é o ressuscitar do passado, mas sim a introdução do novo. Os novos personagens são espetaculares. Me apaixonei pela Rey, adorei o Finn, Kylo Ren é ótimo e Poe Dameron não fica atrás. Ahhhh, não posso me esquecer do BB-8 que já é meu droid favorito ao lado do R2 (odeio o C-3PO). Enfim, esse é um filme feito por fãs, para fãs.
A Lenda
3.4 295 Assista AgoraQue diabão bonito da porra!
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraMulher (nem tão) Maravilha
Histórias em quadrinhos são um forma de arte moderna, recente, contudo é possível perceber a existência da comunicação através de imagens e desenhos desde os tempos mais antigos, das pinturas rupestres feitas nas paredes das cavernas, passando por hieróglifos egípcios até seu expoente contemporâneo que são as histórias em quadrinhos. Todas as grandes civilizações tiveram seus deuses, seus heróis, suas histórias, contadas de forma oral a princípio. É justo considerarmos os super heróis como o panteão dos dias de hoje, com seus deuses e heróis. A própria correlação entre a Liga da Justiça e o panteão grego é constantemente feita em histórias da DC Comics, e dentro dessa corte de deuses e heróis, temos uma deusa propriamente dita. Diana de Temiscira, filha de Hipólita, moldada a partir do barro e com a vida soprada para seus pulmões pelo rei dos deuses, Zeus.
A Mulher Maravilha é de forma equivalente como o símbolo de heroísmo e ícone cultural feminino da mesma maneira que o Superman funciona para o gênero oposto. Criada a mais de 75 anos pelo psicólogo William Mouton Marston propriamente como um símbolo feminista. Entre seus equipamentos, incluíam originalmente e permaneceram ao longo dos anos, os braceletes e o laço, propositalmente incluídos na personagem como referências de uma dominatrix, mulheres que exercem um papel de dominadoras nas praticas sexuais do BDSM.
Era de se esperar que o filme da maior heroína das histórias em quadrinhos e também o primeiro filme solo de um super heroína fosse realmente bom, entretanto nem tudo é "maravilhoso" na nova produção cinematográfica da Warner Bros e da DC Comics. Dirigido por Patty Jenkins, de Monster: Desejo Assassino, o filme da Mulher Maravilha veio com a missão de salvar o DCEU nas criticas negativas e da maldição do Rotten Tomatoes.
Olharemos para trás um momento. Zack Snyder deu a luz ao universo cinematográfico DC com o Homem de Aço e o consagrou finalmente em Batman vs Superman, criando toda uma assinatura visual de um tom mais sombrio e "realista', totalmente oposto ao que vem sendo feito pela concorrente Marvel. Sendo agora todo esse universo coordenado por Geoff John, roteirista de quadrinhos responsável pela mais recente remodelação dos quadrinhos da DC, a Warner optou por um sistema diferente da Marvel. Dando completa liberdade ao diretor de cada filme baseado nos quadrinhos da DC, para imprimirem suas assinaturas pessoais em seus filmes. Uma medida louvável e digna de aplausos, enquanto que na concorrente o mesmo estilo, o mesmo formato é martelado constantemente em todos os filmes, dando o estranho deja vu de que você já viu o mesmo filme dezenas de vezes.
Patty Jenkins sim imprime seu estilo em Mulher Maravilha, apresentando uma aventura despretensiosa que muito lembra os filmes de Indiana Jones. Existem momento realmente hilários e divertidos no filme que remontam e muito aos filmes do arqueólogo mais famoso do mundo, e outros em que o confrontar da visão de mundo de Diana e seu primeiro contato com um homem em sua vida, Steve Trevor, são fantásticos. Nesses momentos, apesar de feito por meio de humor, a mensagem feminista do filme funciona de forma fantástica, mesmo que sendo bem sutil.
Mas isso não redime o filme de seus problemas sérios. As cenas de ação e combate não são algo divertido de se ver. Com diversos takes para mostrar vários ângulos diferentes num único confronto, acaba por retirar todo o apelo visual de combates que, filmados com bem menos cortes, seriam muito mais gratificantes de assistir. Um exemplo de filme recente de ação cujas cenas fluem com naturalidade e praticamente nenhum corte é a franquia John Wick. O próprio Zack Snyder, tanto em Homem de Aço como em Batman vs Superman atingiu essa façanha de forma primorosa. A cena de combate final de BvS em que a trindade enfrenta o Apocalipse é tão visualmente bem feita, cada personagem tem o seu tempo, com planos sequencias de lutas lindamente orquestradas.
Outro ponto prejudicial do filme é a falta de carisma de Gal Gadot. A atriz funcionou como a princesa guerreira no filme de Snyder principalmente pelo fato de quase não ter diálogos ou cenas emotivas. Aqui, Gadot é requisitada para mostrar emoção e não entrega. Toda a química e diálogos interessantes é carregada por Chris Pine, que não apenas brilha como o novo capitão Kirk nos filmes recentes de Star Trek, mas como foi desperdiçado pela Warner nesse papel único quando poderia interpretar um fantástico Hal Jordan no vindouro filme da Tropa dos Lanternas Verdes.
Alguns momentos dramáticos em que Diana contempla pela primeira vez a desgraça do mundo dos homens, deixa a desejar pela artificialidade dessas reações de surpresa, não só nas tragédias do fronte como na chegada a Londres. Certos momentos de humor me incomodaram um pouco pelo tom pastelão e irreal que foram feitos, contudo entendi que a diretora queria fazer algo alá Indiana Jones, como já citei anteriormente, por esse motivo deixei passar por ser uma licença poética.
Muitos podem ter gostado de Mulher Maravilha e é totalmente compreensível isso, onde as tramas excessivamente complicadas e a atmosfera sombria de Snyder dão lugar para algo mais leve. Particularmente prefiro o estilo Snyderiano no cinema de herói, mesmo com minhas ressalvas a seu Superman. Jenkins fez um filme extremamente importante e que será um marco para o cinema de heróis, mas não é um filme para mim, da mesma maneira que o estilo Marvel de cinema também não é para mim. Aguardo ansiosamente por Liga da Justiça de Zack Snyder para novamente provar de sua "sobriedade e escuridão", assim como aguardo os novos filmes de heróis solos da DC Comics que muito provavelmente me surpreenderão por suas particularidades pessoais.
It: Uma Obra Prima do Medo
3.5 1,3KIT- Uma Obra Prima da Teledramaturgia Brasileira
Alegria, excitação, Silvinhos sentia-se vivo enquanto perseguia seu barquinho de papel elaborado a partir de uma novíssima nota de cem reais, navegando pelas águas da sarjeta rumo a terras não desbravadas. Como um bravo capitão guiando sua caravela a descoberta de novos continentes, Silvinho guiava o veloz "Baú da Felicidade" através de sua jornada vizinhança afora.
Pego em uma forte corrente de águas pluviais, rasgando a encosta da rua em sua tênue fronteira com a calçada, a caravela de Silvinho fora arrastada pela força das águas selvagens rumo ao abismo. Seria esta a beirada do mundo como dito nas lendas? Talvez um vertedouro titânico criado em meio ao próprio oceano com fins de tragar navegadores desavisados como ocorre nas terríveis águas do triangulo das bermudas? Não, Silvinho viu seu navio ser levado por uma criação humana: um bueiro!
Amaldiçoando os deuses do mar com toda a fúria de seu coração, Silvinho gritou a plenos pulmões para o céu tempestuoso: Netuno, por quê fizestes isso comigo?! Como ousas levar de mim a razão pela qual meu coração bate? Maldito seja, cassá-lo-ei até o fim dos tempos em busca de meu Baú da Felicidade!!!
Desanimado, Silvinho observava o negro abismo onde jazia agora seu amado navio. Quando seu cansaço superou sua angustia, Silvinho voltava-se para regressar a suas terras de origem, contudo um som tenebroso emergiu da ruína sombria. Uma voz, tão demoníaca quanto as provindas de pesadelos febris.
O jovem Silvinho, agora não mais o destemido e capaz lobo do mar, olhou nas profundezas dos olhos da criatura. Trêmulo, assustado, desamparado, o que Silvinho viu ali o assombraria pelo resto de seus dias. O olhar, oh Deus, o olhar daquele demônio! Como um predador secando sua futura refeição. Pele pálida como a neve de invernos capazes de congelar não somente carne e ossos, mas até mesmo almas. Com cabelos vermelhos como chamas da perdição despontando apenas nas laterais de sua cabeça. E o nariz, Deus meu proteja! O nariz, vermelho como o sangue acumulado de mil inocentes condenadas ao tormento.
A besta lhe sorriu, um sorriso digno do próprio Satã. E lhe farejando com seu nariz escarlate, salpicado do branco de cocaína, a criatura lhe falou novamente. A voz se assemelhava com o lamento de todos os condenados do inferno cantando juntos em um coro profano. Suas únicas palavras, as quais foram as ultimas ouvidas por Silvinho antes de ser encontrado entorpecido da mais pura alegria foram: Alô criançada, o Bozo chegou! Quem quer um balão?!
O que veio a ocorrer depois disso, Silvinhos nunca foi capaz de dizer, contudo foi encontrado catatônico de alegria horas depois ao lado do mesmo bueiro com um balão vermelho preso a um barbante em sua mão direita e vários aviõezinhos moldados a partir de lustrosas notas de cinquenta e cem reais ao seu lado. A partir daquele dia, Silvinho não mais navegaria pelos mares, Silvinho voaria pelos céus.
A Bolha Assassina
3.1 662 Assista AgoraA Amoeba Assassina
A Profecia
3.9 585 Assista AgoraO Bebê de Rosemary Parte 2: A Infância do Anticristo
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
3.2 1,0K Assista AgoraEssa é a verdadeira concha sem alma. Só tem visual, de resto nada salva.
Invasão Zumbi
4.0 2,0K Assista AgoraNa Coréia é assim, se lida com zumbi na base da porrada, sem essas frescuras americanas de arma de fogo, no braço mermo.
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraBruce Willis é realmente duro de matar...
Fragmentado
3.9 2,9K Assista AgoraDeem 23 (digo, 24) Óscares para o McAvoy já!
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraClima de suspense fantástico que somente o mestre John Carpenter consegue criar, ainda mais com a trilha sonora sinistra e respiração angustiante de Michael Myers. Ouso dizer que consegue ser um suspense ainda mais competente do que o Psicose de Hitchcock.
A Morte do Demônio
3.2 3,9K Assista AgoraSão tantas referências que deixariam o Capitão América orgulhoso. Ótimo filme, porém falta uma coisa que o tornaria 1000x melhor: Ash!
Tanto que uma das melhores partes do filme é na cena pós créditos com o Bruce Campbell mandando o seu clássico "groovy".
O Contador
3.7 647 Assista AgoraLuta contra corruptos e mafiosos √
Ajuda o comissário Gordon √
Tem uma Oráculo de sidekick √
Batfleck Begins!
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraEstrelando: Tyler Durden, John Connor e Capitão Sisko
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraTalvez o principal inimigo de Esquadrão Suicida, assim como foi de Batman vs Superman e provavelmente de todo o universo cinematográfico DC até que alguém faça alguma coisa é a edição. Há um problema gigantesco de comunicação entre os produtores e os diretores nesse DCCU. Enquanto os putos da contabilidade e produção ficarem metendo a mão no trabalho dos diretores e fazendo cortes e edições onde não deviam, os filmes da DC infelizmente vão ser um fracasso de crítica e assim por conseguinte de bilheteria. E esse é o menor dos problemas, até mesmo fãs da DC, eu como exemplo, saem decepcionados desses filmes picotados e recortados de maneira grotesca. Não é de se espantar que a versão estendida de BVS seja infinitamente melhor e mais bem amarrada do que a versão de cinema. Assim aconteceu com Esquadrão Suicida aqui, o filme foi mexido e remexido, é visível que a versão "original" do filme não é essa. Muita coisa dos trailers não estão ali, muito do Coringa não está ali além da primeira meia hora do filme com todos os efeitos coloridinhos e alegrinhos parecerem ter saído de uma abertura da Malhação.
Batman vs Superman sofreu com a edição, mas foi muito menos do que SS. Quando saiu a notícia de que o filme estava passando por refilmagens para dar um tom mais "divertido" após as críticas a Batman vs Superman, eu já soube que ia dar merda. No entanto, passando esses primeiros 30~45min iniciais, o filme funciona bem. Nesse inicio de filme eu já estava pensando que todas aquelas criticas estavam certas e que o filme estava condenado. É um inicio de filme tão ruim, com uma edição de efeitos de flashbacks tão nojenta, além de uma apresentação de personagens com aqueles letreiros coloridinhos e estilizados tão preguiçosa que eu já estava achando que o filme não tinha salvação.
Contudo o filme andou, e por incrível que pareça, passado essa apresentação de personagens preguiçosa e mal feita e colocados os personagens em ação, o filme começou a ficar divertido. Ele não tem muito o tom dos outros dois filmes do universo cinematográfico DC até o momento, o tempo todo ele me lembrou uma animação da DC, principalmente Batman: Ataque ao Arkham, que é com o esquadrão suicida. Os pontos altos do filme, (por incrível que pareça) o Pistoleiro, Arlequina, Amanda Waller e o Sr. Coringa! (calma, já vou chegar nele). Por incrível que pareça, Will Smitho é o menor dos problemas do filme, muito pelo contrário, ele estava ótimo como Pistoleiro. Amanda Waller foi outra personagem excelente incorporada por Viola Davis, quero muito ver Waller no filme da Liga tretando com o Batman. Mas não há como negar que esse foi o filme da Arlequina. Margot Robbie estava incrível na personagem.
Agora vamos ao que interessa: Joker, o palhaço do crime. O que foi Jared Leto como Coringa nesse filme? Há muita controvérsia, muitas opiniões diversas a respeito desse novo Coringa. No entanto, eu gostei muito desse novo Coringa e novamente reclamo da edição do filme pois muito do material e cenas do Coringa foram cortadas do filme. Pra mim o Coringa absoluto e insuperável sempre será (não, não é o Heath Ledger) Mark Hamill como o dublador da franquia de jogos Batman Arkham. Quanto a atores, antes de Leto tivemos César Romero que era o Coringa galhofa, depois tivemos o que pra mim é o melhor Coringa live action até agora, Jack Nicholson que foi uma espécie de Coringa gangster/mafioso, depois o pop e endeusado por todos, Heath Ledger como um Coringa caótico e anarquista. O que as pessoas que estão criticando o Coringa do Leto não entendem é que o Coringa, assim como o Batman possui diferentes versões e interpretações tanto no cinema quanto nos quadrinhos. O Coringa de 'A Piada Mortal" não é o mesmo Coringa da HQ 'Coringa' de Brian Azzarello. E eu gostei muito dessa versão gangster/drug lord/Tony Montana do Coringa, tanto visualmente quanto em atuação. Quando foi revelado o visual do Coringa há um bom tempo atrás com as tatuagens e tudo mais, eu detestei, porém agora, vendo o filme meu problema com isso diminuiu e achei interessante essa versão moderna de Coringa chefão da máfia, rei do tráfico. Sem contar com o romance entre Coringa e Harley que criou algo novo, uma reciprocidade no amor que a Arlequina sente por Joker. Antes (quadrinhos, animações, jogos, etc ) Harley era apenas um brinquedo do Coringa, agora ele sente algo por ela também, o que torna essa relação mais interessante. Eu quero muito ver esse Coringa do Jared Leto no filme solo do Batman mostrando, quem sabe, a morte de Jason Todd na base do pé de cabra.
Além disso tudo, a ação do filme foi interessante, dando destaque para o final. Os alívios cômicos, principalmente Crocodilo e Capitão Bumerangue estavam muito bons, queria mais deles. Outra personagem que foi muito pouco aproveitada foi a Katana, muito poucas cenas, diálogos e desenvolvimento. Ponto negativo: O(s) vilões do filme foram muito fracos. No final das contas (SPOILER) O grupo que a Waller reuniu pra resolver altas tretas teve que resolver uma treta que ela mesma causou, resumindo o filme bem por cima (FIM DO SPOILER). Tirando esses problemas de edição e um roteiro que não faz sentido, além de subaproveitamento de personagens, o filme é divertido. A DC tentou fazer um Guardiões da Galaxia com muitas musicas legais e tal, mas nem a trilha sonora do filme encaixa bem como no filme da Marvel. O que resta para o universo DC nos cinemas é a promessa. Mulher Maravilha tem a difícil missão de salvar de uma vez por todas a DC nos cinemas antes que as críticas as bilheterias ruins causem um dano irremediável à esse universo que tanto amamos que é a DC Comics.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraEm uma das terras paralelas, o Flash é o arqueiro verde psicopata.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraSuperman e Batman: Dois lados de uma mesma moeda
Preto e azul, deus vs homem, dia vs noite. Assim definiu Lex Luthor o embate entre o filho de Krypton e o morcego de Gotham em Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Mas por que essa definição de Luthor é tão errada para esses dois ícones e somente uma mente doentia como a de Lex Luthor poderia conceber algo assim?
O dia e a noite são um ciclo, um não existe sem o outro, assim como esses dois grandes heróis. Superman e Batman sempre foram representados como grandes amigos nos quadrinhos e apesar de serem completos opostos, se completam. Um precisa do outro como uma bússola moral. Clark para guiar Bruce um pouco além de sua visão soturna e pessimista da sociedade, e Bruce para mostrar para Clark que o mundo não é todo flores.
O erro começa quando o Superman é considerado um deus, sendo que ele sempre foi apenas um cara "diferente" querendo fazer o que é certo. Mas para Luthor, o fato de Kal-El vir de outro mundo e ser todo poderoso o torna um deus vivo em terra, e a premissa do personagem no filme é desmenti-lo como tal.
Mas se o vermos como um deus, então deus vs homem também não existe pois o homem e deus sempre viveram em harmonia em suas crenças. Batman é a representação do homem falho e violento, Superman representa a idealização do que o homem deve se tornar em sua evolução. Um não pode entrar em conflito com o outro pois assim nunca haverá a ascensão do homem Batman para o Super-Homem.
Na cena em que Batman está com a lança de kryptonita prestes a matar o Superman e este diz que Batman deve salvar Martha, neste momento Batman e Superman se dão conta que ambos são um só. Os dois tem a mesma história, os dois passaram pelo mesmo trauma de perder seu mundo. o ambiente ao redor os tornou diferentes, porém iguais. Ambos lutam pelos inocentes e indefesos, pela justiça e igualdade por conta desse trauma sofrido.
Já que estou falando da característica divina do Superman, existe também a clara relação entre o personagem e Jesus Cristo, fato especialmente destacado nos filmes de Zack Snyder. Ambos os personagens vieram de um mundo distante enviados por seu pai como a salvação da humanidade. Os dois também foram criados por um casal de camponeses.
As narrações dos dois filmes do Superman mostram bem essa relação, tanto a do Superman de Richard Donner quanto a do Homem de aço de Zack Snyder:
"Você vai viajar para longe, meu pequeno Kal-El. Mas nós nunca iremos te deixar... mesmo após a nossa morte. A riqueza de nossas vidas será tua. Tudo o que eu tenho, tudo o que aprendi, tudo o que sinto... tudo isso, e mais, eu... eu deixo para ti, meu filho. Você me levará dentro de ti, todos os dias da tua vida. Tu farás da minha força a tua própria, e verás a minha vida através dos teus olhos, assim como a tua vida será vista através dos meus. O filho se torna o pai, e o pai se torna o filho. Isso é tudo o que eu... tudo o que eu posso te dar, Kal-El." (Jor-El, Superman 1978)
"Você vai dar às pessoas um ideal para lutar. Vão correr atrás de você, vão tropeçar, vão cair. Mas com o tempo, eles vão acompanhá-lo ao sol. Com o tempo, você vai ajudá-los a realizar maravilhas." (Jor-El, Homem de Aço 2013)
O conceito da divindade do Superman e da relação com Cristo é constante nos filmes de Snyder. Em Man of Steel, Superman diz que está na Terra há 33 anos, idade de Cristo quando foi crucificado. Em Batman vs Superman, Batman cria uma lança de kryptonita para matar o Superman, lembrando a lança do destino que perfurou o coração de Jesus por Longinus para averiguar se Cristo já estava morto na cruz.
Voltando quanto a questão do Homem de Aço contra o Cavaleiro das Trevas, eles não podem se opor tanto quanto a noite não se opõe ao dia pois ambos representam facetas da mesma moeda.
Neste mesmo raciocínio, este é o porque do Coringa não matar o Batman. O Batman representa ordem onde que o Coringa representa o caos. Um necessita do outro para existir. Os inimigos do Batman todos sofrem de distúrbios mentais ou loucura, reflexo da própria loucura do Batman.
Como é mostrado em A Piada Mortal, basta apenas um dia ruim na vida de uma pessoa para ela enlouquecer, e foi o que aconteceu com Bruce Wayne para se tornar o Batman.
O motivo do porquê dos principais inimigos dos grandes heróis de quadrinhos sempre existirem e sempre voltaram não apenas porque as vendas cairiam se eles desaparecessem mas também por serem os extremos opostos de nossos heróis e assim como serem completamente diferentes entre si, eles se completam, cuja existência depende um do outro. Que seria de Batman sem Coringa? Que seria de Superman sem Lex Luthor? E a questão em discussão, não inimigos mas arquétipos opostos e complementares: Que seria de Batman sem Superman e vice versa?
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraEu tenho esperado por esse momento há tanto tempo que agora que chegou me faltam palavras. Eu sou fanboy assumido da DC Comics, o que a maioria das pessoas tem de paixão por times de futebol, eu tenho por essa editora de quadrinhos. Cresci assistindo as séries animadas do Batman, Superman e da Liga da Justiça. Um pouco mais velho, passei a gostar de quadrinhos e ler bastante HQs do Batman, Superman e Lanterna Verde principalmente. Nos games, a série Arkham e o jogo de luta Injustice me conquistaram de imediato. Apesar dos pesares, sempre gostei dos filmes da DC, Batman de Tim Burton, Superman na era Christopher Reeve, o tão criticado Superman O Retorno que na época e até hoje gosto muito. A trilogia Batman de Nolan. Porém, nenhum desses filmes recriava fielmente as sensações que eu sentia ao ler, assistir ou jogar as obras da DC Comics. Até que um dia veio um filme que mudou tudo pra mim. O Homem de Aço.
Na época ninguém esperava que esse filme fosse ser o inicio de uma nova era para a DC nos cinemas, e eu me apaixonei de imediato por ele. Quando então foi anunciado uma continuação, fiquei ansioso, porém, quando os atores foram escolhidos fiquei com um pé atrás. Hoje, bato na minha boca por algum dia ter duvidado da competência de qualquer um desses atores para seus papéis. Hoje, assim como em Man of Steel, eu senti novamente a emoção dos quadrinhos, das animações e dos jogos em um filme. É como um sonho se realizando, ver os maiores ícones das histórias em quadrinhos, juntos em uma super produção cinematográfica de qualidade.
É um retrato fiel dos personagens? Não, não é, é uma adaptação, mas uma adaptação digna. O próprio Superman, a figura mais problemática de todo esse universo cinematográfico é retratado como um deus que a qualquer momento pode se tornar um tirano mortal, mas ao invés disso dedica-se à ajudar a humanidade. Batman, diferentemente dos quadrinhos, não possuí o código de ética de não matar aqui e elimina quem ver pela frente. É difícil analisar a Mulher Maravilha dado o curto espaço de tempo em tela. O que eu considero aqui não é que essas adaptações sejam algo ruim ou que isso estrague os personagens. O conceito de multiverso é algo muito presente nos quadrinhos da DC, então para mim esse DCCU é uma realidade alternativa, um dos muitos universos presentes no multiverso DC onde cada autor, cada criador tem sua liberdade para criar em cima disso.
Em questões de qualidade e de o quanto eu devo pedir desculpa a Ben Affleck, só preciso dizer que apenas o Batman desse filme consegue engolir por completo Christian Bale da trilogia Nolan e seu câncer na garganta. Uma das poucas ressalvas que eu tenho com o filme é o Lex Luthor de Jesse Eisenberg. Achei muito forçado, cheirado a cocaína, ligado no 220 e cheio de faniquito. Quanto à Mulher Maravilha, o pouco que apareceu só posso dizer que sua cena de luta roubou o filme! Estou louco para ver seu filme solo.
Em relação às criticas negativas que o filme tem recebido e comparações com o universo Marvel: As pessoas andam muito acostumadas com os filmes coloridinhos, engraçadinhos e bonitinhos da Marvel. O que a DC fez aqui é um serviço de utilidade pública aos fãs de quadrinhos. A escola de cinema Marvel apenas incentiva as pessoas que pensam que quadrinhos e filmes de super heróis são coisas de crianças a continuarem a pensar assim e a reforçarem esse tipo de pensamento preconceituoso. Zack Snyder nos dá aqui algo totalmente diferente do que o cinema de super heróis vem mostrando atualmente. Algo sombrio, violento, dramático, algo que nem mesmo nos pesadelos mais terríveis do Mickey Mouse seria feito. Batman vs Superman é um filme necessário para trazer uma mudança de paradigma na visão de que filmes de heróis são para crianças, assim como foi feito nos quadrinhos na década de oitenta por Alan Moore e Frank Miller.
Para quem é fã como eu, vai ver muita coisa tirada dos quadrinhos, de O Cavaleiro das Trevas a A Morte do Superman. Os próprios movimentos de luta do Batman lembram muito os jogos da série Arkham. O que mais há nesse filme é fan service e isso de maneira alguma é um ponto negativo. O filme deixa um claro gancho para um futuro filme da Liga da Justiça e futuros filmes solos de outros heróis.
Hoje, eu realizei um sonho, de ver a santíssima trindade dos quadrinhos unida nos cinemas. Vi cenas das páginas das HQs saltarem para as telas. Me emocionei com o que eu considero agora o melhor filme de quadrinhos já feito e estou ansiosíssimo pelo que o universo cinematográfico DC vai trazer pela frente.
No Limite do Amanhã
3.8 1,5K Assista AgoraMelhor filme de video game já feito. Esteticamente parece muito com Gears of War, conceitualmente com essa questão de morrer e reiniciar parece muito com Dark Souls.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraSPOILERS ABAIXO!
Há algum tempo atrás eu me descobri um entusiasta a aprender conhecimentos de ocultismo, esoterismo e satanismo em especial. Quem me conhece sabe o meu interesse por demonologia e magia do caminho da mão esquerda, apesar de meus conhecimentos serem extremamente rasos e eu não passar de um simples apreciador desse tipo de conhecimento, e não praticante. Sou também um grande defensor de figuras marginalizadas da mitologia como Set, Kali e Lúcifer, principalmente.
Esse meu gosto pessoal pelo proibido, o oculto muito provavelmente se deve à questão de eu ter uma família em parte muito católica, e em parte muito espirita kardecista. O desejo de me rebelar e quebrar essa corrente cristã de ordem e opressão me levou à profanação e iconoclastia, beirando a heresia criando em mim uma extrema repulsa pela fé cristã.
Mas o que isso tem a ver o filme 'A Bruxa'? Digamos que eu criei uma simpatia por bruxas ao longo de meus estudos e de minha vivência. A adoração do diabo nada mais é do que a adoração de outro ídolo cristão, só que seguindo a lógica do maniqueísmo, ele seria o deus do mal, enquanto Jeová, o deus do bem. Então bruxas adoradoras de Satã, satanistas clássicos com essa mesma doutrina de adoração de seres sobrenaturais não passam de cristãos, diferente do satanismo moderno de Anton LaVey, mas deixemos essa discussão para outra hora.
Vamos então falar do filme 'A Bruxa', nome que apesar da extrema qualidade do filme eu acho bem clichê. O filme é totalmente baseado na fé cristã. Uma família extremamente religiosa, em especial o pai, o sacerdote e guia da família. Então o filme já nos apresenta um ambiente em que não só a bruxa do filme realmente idolatra o diabo, mas como ele realmente existe por ser uma ficção baseada numa mitologia judaico cristã.
O filme me remeteu bastante aos julgamentos de Salém e como a alienação religiosa pode tornar pessoas sãs em completos imbecis. Porém, diferente do caso real de Salém, aqui existe realmente um bruxa e um demônio. O mais genial desse filme é que ele não se prende ao tão comum clichê do gênero do terror do susto. O filme constrói uma tensão e uma situação em que no clímax do filme o espectador já está perturbado e preso demais para argumentar se o diabo realmente existe ou não.
Meu filme de terror favorito de todos os tempo é o clássico 'The Thing' de John Carpenter, e o que eu gosto mais nesse filme é a tensão que ele cria. A desconfiança e o clima perturbador. Apesar de serem filmes completamente diferentes em suas propostas, 'The VVitch' e 'The Thing' são similares em sua construção de tensão e desconfiança. Suas trilhas sonoras, ambas criadoras de ambientes de extremo desconforto.
A inocência de uma criança ao cantarolar uma canção profana sobre um velho bode preto e ao mesmo tempo brincar de ser bruxa. Numa época em que instituições religiosas queimavam pessoas na fogueira por muito menos, qual o risco de ter uma filha supostamente bruxa? Pense nos termos de hoje, sua mãe, evangélica fervorosa, permitiria que você participasse de rituais profanos honrando o príncipe das trevas?
'The VVitch' é uma aula de história. tire o sobrenatural e você verá a ignorância da época ali transposta. O ato de cultuar um deus pagão lhe dava uma passagem só de ida para a fogueira da purificação. Os diálogos geniais do filme sobre batismo e quando o filho mais velho pergunta ao pai se o bebê sequestrado iria para o inferno por ter nascido com o pecado de Adão. Com certeza alguns religiosos mais fervorosos devem ter se sentido incomodados com isso.
Mas eu quero falar sobre o que realmente interessa e o que mais me chamou atenção nesse filme: o final. O final desta película foi a coisa mais gratificante que eu vejo no cinema em muito tempo. A jovem Thomasine, após assassinar sua mãe sob legitima defesa contra a histeria violenta em que a mãe a tentava matar, sem esperanças, desolada e sem a que recorrer, Thomasine segue o bode preto até a cabana e realiza uma das cenas mais corajosas que eu já assisti. Thomasine invoca o demônio, e com ele realiza um acordo onde em seu livro assina o contrato de sua alma. Dançando em uma clareira na floresta, estão as tão temidas bruxas, cultuando a lua e Lúcifer seu mestre. Thomasine então junta-se à elas onde em um orgasmo de liberdade encontra seu lugar legitimo.
Esse final é poético, é lindo. Como se Thomasine finalmente tivesse se libertado das correntes da fé cega e agora seguisse seu próprio caminho. A família opressora que sempre quis guiar seu caminho não mais tem poder sobre si, ela é livre. Uma esposa das trevas, noiva de lúcifer, uma succubus. Onde antes ela vivia para servir a deus e a família vestida comportadamente, agora ela dança nua ao redor do fogo.
"Ahhhh, mas agora Thomasine vai virar uma bruxa má que mata criancinhas e dança com o diabo sob a luz do luar". A verdade é que eu não vejo esse filme como um terror de bruxas más em busca de crianças para fazer feitiços, mas como uma metáfora da busca de uma garota por sua liberdade feminina, até mesmo por sua sexualidade. As primeiras feministas da história foram as bruxas. Hoje, aqueles que se opõem ao sexismo, fanatismo religioso, preconceitos raciais e sexuais, entre outros, são todos descendentes de bruxas e sua busca por liberdade.
Para concluir: 'A Bruxa' não é um filme de terror padrão. Se você busca sustinhos e um terror superficial como 'Atividade Paranormal', vai se frustrar. Aqui você vai encontrar algo denso, um terror psicológico e, sim uma obra de arte. 'The VVitch' é o filme de terror da década e será lembrado como clássico.
Hail Satan!
Rastro de Maldade
3.7 408 Assista AgoraÉ tipo aquelas missões paralelas assustadoras do Red Dead Redemption.
Taxi Driver
4.2 2,5K Assista AgoraBateu aquela vontade de ver hoje de novo pela milionésima vez essa obra prima de Martin Scorsese, e tenho certeza que muitos vão discordar, mas para mim o filme perfeito e maior obra prima do cinema. Daí, como sempre, dá aquela vontade marota de escrever. Mas eu não vou escrever uma crítica, vou falar sobre minha experiência pessoal com Taxi Driver, afinal assistir Taxi Driver é uma experiência.
Sabe aquela expressão "cabeça vazia é a oficina do diabo"? Então, essa é a história do filme, e de uma certa fase infeliz da minha vida. Eu passava por uma fase difícil de mudança de cidade, afastamento de amigos, solidão e depressão. E um belo dia acabei por assistir um certo filme chamado Taxi Driver. Sempre ouvi falar bem dele e fui levado a assistir por influência principalmente do Jovem Nerd.
Minhas primeiras impressões do filme não foram grande coisa, achei um filme ok, nada de mais, bem feito e tal, mas não era aquela obra prima que todos tanto falavam. Porém, quando eu comecei a comparar a vida de Travis com a minha própria e como a solidão e depressão dele estava destroçando a alma dele, eu vi que eu estava passando pela mesma coisa. Dias passando iguais como uma cadeia de correntes, uma repetição infinita do mesmo, do mesmo, do mesmo...
Os pensamentos de Travis eram assustadoramente parecidos com os meus. Pode parecer loucura, mas a solidão quebra as pessoas de maneiras inimagináveis, somente quem já passou por isso sabe. Travis fez seu moicano, eu raspei minha cabeça (tá, eu faço isso até hoje, mas não que eu seja um psicopata, mas sim porque eu gosto de raspar a cabeça). Travis explodiu e fez um massacre, eu explodi de outra maneira, e tentei suicídio.
Aí você deve estar pensando que eu sou influenciável e levei minha vida como a do filme. Não, a verdade é que eu consigo ver em Travis um pouco de mim, e um pouco de Travis em mim. Mas você pode me dizer também que eu só acho o filme tudo isso porque ele tem um valor sentimental e uma relação muito forte com a minha vida. E qual filme que gostamos não tem? Mas o filme é primoroso em tudo, fotografia, atuações, direção, roteiro, etc.
Uma curiosidade muito legal sobre Taxi Driver é que o mago Alan Moore se inspirou no filme para criar o personagem Rorschach em Watchmen (que não por acaso é minha Graphic Novel favorita), é bem perceptível a influencia de Travis em Rorschach no diário e nas frases por exemplo de como um dia uma chuva caíra e limpará as ruas da imundice.
Taxi Driver pode trazer muitas interpretações, para mim não é um filme sobre um psicopata, é sobre um homem que foi dobrado pela solidão, sobre como a solidão pode quebrar o espirito de alguém a ponto dela mergulhar na psicose. Mais do que um clássico do cinema, um formador de caráter.
"I'm God's lonely man."
Creed: Nascido para Lutar
4.0 1,1K Assista AgoraEu vou confessar... Chorei, vibrei, lutei junto com o Adonis. Fazia muito tempo que não me emocionava assim num filme.
Quando os acordes do tema clássicos ecoaram no cinema, foi uma sensação indescritível de emoção. Filmaço!!!
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraEu não dava nada por esse filme, nunca li Deadpool nem sou fã da Marvel, sou DCzete assumido, X-Men são a unica coisa que eu realmente gosto no universo Marvel. Mas cara, que filme foda, me diverti horrores na sessão.Não ria assim no cinema desde Django Livre e O Lobo de Wall Street.
Eu não era de gostar do Ryan Reynolds, mas o cara nasceu pra esse papel. As quebras da quarta parede são sensacionais! O Colossus é muito engraçado também. Os filmes Marvel studios eu gosto bastante, mas tem um humor que eu acho muito infantil, Deadpool tem um humor adulto ácido fantástico.
As piadas com os direitos autorais e linhas temporais dos X-Men são impagáveis, só perdem pras piadas sobre o Lanterna Verde e o Deadpool do filme do Wolverine.
Enfim, o filme é sensacional, me surpreendeu muito positivamente. Pra mim melhor filme da Marvel até agora.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraNão sei nem por onde começar...
A emoção, o sentimento de poder ver pela primeira vez um Star Wars no cinema é maior do que qualquer coisa, o que eu senti naquele momento em que apareceu na tela a tão famosa frase "A long time ago, in a galaxy far, far away..." é difícil de descrever, ver aquele letreiro passar pela tela, aquela musica... quase escorreu uma lágrima.
Todo aquele gosto ruim que a segunda trilogia deixou consegue ser esquecido com esse filme, só esse filme consegue ser melhor do que a "nova trilogia" inteira.
Eram tantos momentos de nostalgia, fan service e homenagens que toda hora que eu via um desses momentos eu dava um suspiro. Eu queria bater palmas quando o filme acabou, mas ia ficar que nem um bobo sozinho.
E de tudo, o mais surpreendente é que o melhor em O Despertar da Força não é o ressuscitar do passado, mas sim a introdução do novo. Os novos personagens são espetaculares. Me apaixonei pela Rey, adorei o Finn, Kylo Ren é ótimo e Poe Dameron não fica atrás. Ahhhh, não posso me esquecer do BB-8 que já é meu droid favorito ao lado do R2 (odeio o C-3PO).
Enfim, esse é um filme feito por fãs, para fãs.