1. Caricaturização dos personagens. Se há mesmo essa caricaturização (ou mero acentuamento de determinadas características), ela não é menor. A caricaturização não é defeito, tem sido desde sempre usada como instrumento de crítica como qualquer outro recurso narrativo. Oscar Wilde já fazia em The Importance of being Ernest, em 1800 e bolinhas (e tantos outros, milhares de anos antes até, como Aristófanes fez com Sócrates). A caricaturização é proposital. Bacurau é como a poesia de Sophia de Mello Breyner, quer ser concreto. É como os haicais, não é pra ser altamente intelectualizado. É pra ser direto, real, sentido. É o "quero que esse canto torto feito faca corte a carne de vocês" que Belchior cantava. O diálogo de que quem nasce em Bacarau é gente e que não é passarinho -mas sim pássaro (gentinha não, gente)- não pode ser mais direto. Os 'sulistas' estão com roupas espalhafatosas, um rosa neon, um azul forte, parecem uns power rangers. Crente que estão abafando, mas estão literalmente ali pintados de palhaço. É ridicularização, ou revelação do papel de ridículo que eles estão de sujeitando. O maluco beleza lá da guitarra canta zombando deles. O que é rir de alguém? Que tipo de riso é esse que Bacarau oferece? Bacurau não esconde o que tem a dizer. Bacurau quer muito dizer. E não economiza. Não me doeu, mas eu tenho certeza que incomodou muita gente. É por isso que o filme não poupa. Não é pra ser abstrato ou etéreo, mas pra ser afiado. Incomodar, alfinetar, abrir e cutucar ferida. Os gringos como caricatura também foram alvo de reclamação. Mas cara, aquela cena de eles brigando porque um deles matou uma criança, um ofendendo o outro de nazi, não é a coisa mais hilária? Eu achei uma delícia. É um povo todinho no Brasil reproduzindo diversos discursos de ódio e jurando de pé junto que não é preconceituoso. E quando o cara diz que Deus deu oportunidade para ele? Rachei o bico jaajajjaj Tem ainda aquele dialógo de que a criançã poderia ter "16 anos" e supostamente com arma, que não é aleatório, idade para poder ser punida. Vemos novamente como Bacurau não faz rodeios. Enfim, sinto falta da comicidade dos filósofos e intelectuais atuais (ainda mais nas artes), parece que foi se perdendo com o tempo. A Utopia do More é maravilhosa nesse sentido. E as utopias têm muito disso também. Por que não na distopia (ainda que esse filme não seja purista)? Por que ela teria que ser séria, verossímil?
2. Violência. A violência em Bacurau é Tarantinesca? Acho difícil. Como eu disse, o filme não é purista. Há um flerte o tempo todo com os mais diversos gêneros, estilos, referências. Eu não conheço Tarantino a fundo, mas a violência nele me parece significar muitas coisas diferentes. Há beleza e certa comicidade; o que eu não vejo em Bacurau. A violência em Bacurau não parece ser de entretenimento, apesar de o filme ter essa pegada mais "pop", "industrial", mal falando. E isso é delicioso porque me gerou um estranhamento danado. Eu achei que seria divertido, mas só sabia doer. Eu sentia. Como eu disse, Bacurau quer ser sentido. Quando a gringa lá está entre a vida e a morte, eu me perguntei se apagariam ela ali. Não. Tentaram salvá-la. Isso pesa. Eu que no momento de fervor achei que eliminariam ela ali, fiquei preocupada se ela sobreviveria ou não. É um movimento interessante que o filme nos põe a fazer. É por isso que essas e tantas outras que o mais interessante para mim sobre esse filme sempre vai ser querer saber da recepção dos outros. Da maneira que o filme é feito, com um contexto muito real, próximo e marcado, pra mim é muito importante. A morte e o luto vem na primeira cena do filme com os caixões, na apresentação dos personagens principais e perpassa todo o filme. Quando o caminhão pipa vem trazendo água, manutenção da vida e se choca contra caixões que simboliza a morte, é a resistência. É a matar a sede que te mata. Os personagens em Bacurau, com ameaça gringa ou não, já lutam para sobreviver: vivem na insegurança alimentar, com vulnerabilidade social, entre a vida e a morte. Há uma espécie de luta deles para captar recursos, não é fácil, é preciso recursos, jeitos. Viver nessa situação também é violência. Acho que a violência em Bacurau é mais por aí...
Per-fei-to! (E a nota aqui tá baixa pra ele) Há tantas camadas nesse longa e elas estão tão bem interligadas que eu mal posso acreditar. Não há um único plano que não seja extramente significativo nesse filme. Além da diversidade de temas muito bem trabalhados e tocados ao longo do filme, é especial, pelo menos pra mim, quais são os termas abordados:
sabedoria e ancestralidade; transmissão do conhecimento ancestral (Anna aprendeu a preparar comida, Marnie aprendeu a selecionar cogumelos); a comida; ancestralidade e origem; o conhecer-se, a descoberta; o outro, o estrangeiro (Anna sempre deslocada); aceitação e reconciliação (presilha de Anna); a natureza e a saberia; a beleza e poesia da natureza; a sabedoria através da natureza (Anna se sujando na grama, na água, pelo contato); simplicidade; ancestralidade e seus ritos (como, por exemplo, como preparar a comida); memória e verdade; relações e conexões humanas; família; amor de todas as formas; a arte, criação, reflexão e expressão (a pintora e o exercício de Anna de desenhar); relação maternal/entre mulheres; o feminino; o ser mãe e criação de filhos; universo infantil; amadurecimento (Anna deixando de ser criança, virando adolescente, iniciando a transição para a maioridade; independência identitária; identidade; As memórias de Marnie e, também, as memórias de Anna; conexão por identificação (familiar ou não); saúde do corpo como saúde da mente (?); noção de tempo superada; diferença de épocas, costumes, comportamentos;
É interessante notar como as pessoas relacionaram muito o amor romântico ao amor entre Marnie e Anna e isso se dá, muito provavelmente, pelo comportamento. É como se maneira que elas se olham, por exemplo, pausada e admiradamente (entre outras coisas) nos dá a entender que o único amor possível acontecendo ali é o romântico e o filme põe isso em discussão.
O modo de Anna de se vestir também me interessa muito, mas ainda não sei como processar muito sistematicamente isso É incrível como a gente sente o tomate sendo cortado, a pisada na areia e na água, etc. O sentir, nesse filme e mais que em muitos outros, é substancial
Eu poderia falar desse filme o dia inteiro... nota 5, claro
Obs: Parabenizando a tradução do título que, mesmo sendo praticamente uma tradução literal do original, não deixa de ser lindo e muito significativo em relação à narrativa.
Eu realmente gostei da história criada que não existia no conto original e gostei muito como ela foi explorada também. No conto original, a corte tomada pela loucura, aqui, além disso, mostra a loucura deles através dos "shows" promovidos no castelo.
Uma análise que encontrei por aí, sobre outro assunto, mas que se encaixa bem aqui, pois justifica as cenas criadas:
"Os bobos da corte ou bufões eram, na maioria das vezes, além de deficientes físicos ou anões, pessoas loucas. Havendo surgido no Império Bizantino, eles divertiam os reis fazendo-se acompanhar daquelas que são consideradas as melhores sequazes da loucura [...]" "Dai que, em Pensamentos, Pascal fala sobre a distração dos reis, analisando friamente a verdade de que “um rei sem divertimento é um homem cheio de misérias”. E esclarece que é por isso que a corte cuida para que: "nunca deixe de haver junto da pessoa do rei um grande número de pessoas que velam por fazer suceder o divertimento aos seus negócios, e que observam todo o tempo do seu lazer para lhe fornecer prazeres e jogos de sorte que não haja vazio; isto é, fica cercado de pessoas que têm um cuidado maravilhoso de zelar para que o rei não fique só e em estado de pensar em si, sabendo bem que ele será miserável, por mais rei que seja, se o pensar (PASCAL, 2002)"."
Alguém por favor me explica a referência aos indígenas/nativos norte-americanos no filme (o brinquedo que a menina entra é um tal de Shaman). Vale lembrar que nada no filme do Jordan Peele é de graça
Muito bom! Amei mesmo, assistam sem preconceitos. Não é simplão nem parado demais, como nós, do séc xxi, poderíamos imaginar. Pessoalmente, só achei que faltou mais tiros
Eu simplesmente AMEI a cena em que a tia Julia canta! Pra mim, eu não consigo imaginar como ele poderia ter feito melhor. A cena final também foi muito bem reproduzida (com otom e tratamento adequado, na ninha opinião), embora eu de alguma maneira esperasse mais (a incial da Lily também).
O filme em si é uma grande ótima ideia, mas pecou um pouco na execução. Algumas sátiras superficiais (ou abordadas superficialmente), às vezes confuso, às vezes corre, às vezes a piada cai bem, às vezes não... Entendi que era pra ser leve, mas acho que dava pra fazer melhor mesmo assim. Contudo, ainda é interessante pra quem tem pouca noção do assunto.
Ps: um dos pontos positivos é causar um riso desconfortável, faz refletir bastante. Alguns momentos eu me senti bem mal, então em certa parte a sátira funciona bem. O filme todo dá uma certa vergonha alheia, mas só porque nos acostumamos com esses absurdos em uma das partes...
Se vc ver o filme achando que vai o diretor vai te dar tudo de mão beijada, vai ser um porre. Vc n vai entender nada, vai achar tudo um exagero. Mas se você tiver bravura de reassistí-lo quantas vezes forem necessárias, vc vai entendenfo cada vez mais. Como não poderia deixar de ser, esse filme de Aronofsky é repleto de metáforas e simbolismos. Fiz um ensaio acadêmico sobre ele e, depois de uma análise minuciosa, me senti na obrigação de vir aqui e aumentar a nota.
Pelo que eu entendi é um young adult onde um dos pontos fortes é o desenvolvimento da personagem principal (que se mostra em forma de flashback). Infelizmente, o que desencadeia a saída da borboleta do casulo é seu namorado rosqueiro revoltadinho que praticamente estragou o filme. Um personagem cliché super mal construído que solta uma drama ou outro ali meio aleatório, q surta com ela por coisa pouca sendo q ela é um xuxuzinho (depois pede desculpa e faz merda de novo), enfim, dá até raiva dessa criatura.
E depois é esse namorado modelo que salva o dia, sendo o motivo pra ela continuar vivendo (oi?)
A relação com a família dela é super gostosa, eu poderia ver o filme 1000 outras vezes só por isso, serio. Enfim, pra quem é menos exigente, vai conseguir aproveitar o filme
A experiência em si é muito interessante, nos faz refletir sobre uma gama de coisas como a gente pode ver nos comentários dos amigos aqui em baixo, mas como um filme inspirado em história real eu acho que dava para ser ainda melhor sim. Fui atrás do que realmente aconteceu e descibri detalhes muitos interessantes que infelizmente deixaram passar. O ponto forte fica para as atuações que são muito boas no geral, que te prendem e agoniam do começo ao fim. Ezra se saiu muito bem (were not surprised) mas o destaque mesmo vai para Michael Angarano
Achei um pouco confuso, um pouco corrido e as falas dos gêmeos (que são médicos) me incomodava porque não consigo acreditar que eles não sabiam de coisas tão básicas como a relação da gordura com a diabetes. Mas ainda é interessante, bom pra quem sabe pouco sobre o assunto.
Para um filme, ele não surpreende. Mas para um livro young adult, demais. 4 estrelas pela adaptação satisfatória (acho que se tivessem inovado um pouco, a experiência seria melhor)
Que comédia, amigos! O filme além de acertar muito nas piadas (nunca forçadas ou fora de contexto), carrega também um mistério que te enche de perguntas e te prende até o fim. A resposta para esse mistério é bem simples, a gente se sente meio bobo de não ter pensado nisso antes mas acho que essa é a graça, de ficarmos tão perdidos quanto os personagens. Não é um filme genial nem revolucionário, mas é bem equilibrado e bem amarrado. O cenário dos anos 70 e a trilha sonora também são de grande agrado. Ah, e pra fechar bem, também contém umas alfinetadas gostosas.
Filmes sobre romances deveriam ser mais assim, mais realísticos. Se vc fizer seu dever de casa direitinho, vc aprende bastante com o filme (inclusive conhece mais si mesmo) Veja essa filme de novo daqui a 5 anos que já será outro filme.
Quanto mais eu vejo, com mais profundidade eu entendo as sutilezas do filme. Eu simplesmente amo como a(S) violência(S) é/são abordada(s) nesse filme. Desde trocadilhos
psicopata que mata várias pessoas numa escola a sangue frio
. É muito mais sobre a relação de Kevin com a mãe, não so como ela é afetada mas como talvez ela já tenha o afetado antes mesmo de nascer. E sobre ciclos de violência sem fim nos mais diversos níveis que só geram mais é mais violência. Esse filme é completo, sem "mas".
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraHá dois pontos sobre a recepção do filme que eu gostaria de comentar:
1. Caricaturização dos personagens. Se há mesmo essa caricaturização (ou mero acentuamento de determinadas características), ela não é menor. A caricaturização não é defeito, tem sido desde sempre usada como instrumento de crítica como qualquer outro recurso narrativo. Oscar Wilde já fazia em The Importance of being Ernest, em 1800 e bolinhas (e tantos outros, milhares de anos antes até, como Aristófanes fez com Sócrates). A caricaturização é proposital. Bacurau é como a poesia de Sophia de Mello Breyner, quer ser concreto. É como os haicais, não é pra ser altamente intelectualizado. É pra ser direto, real, sentido. É o "quero que esse canto torto feito faca corte a carne de vocês" que Belchior cantava. O diálogo de que quem nasce em Bacarau é gente e que não é passarinho -mas sim pássaro (gentinha não, gente)- não pode ser mais direto.
Os 'sulistas' estão com roupas espalhafatosas, um rosa neon, um azul forte, parecem uns power rangers. Crente que estão abafando, mas estão literalmente ali pintados de palhaço. É ridicularização, ou revelação do papel de ridículo que eles estão de sujeitando. O maluco beleza lá da guitarra canta zombando deles. O que é rir de alguém? Que tipo de riso é esse que Bacarau oferece?
Bacurau não esconde o que tem a dizer. Bacurau quer muito dizer. E não economiza. Não me doeu, mas eu tenho certeza que incomodou muita gente. É por isso que o filme não poupa. Não é pra ser abstrato ou etéreo, mas pra ser afiado. Incomodar, alfinetar, abrir e cutucar ferida.
Os gringos como caricatura também foram alvo de reclamação. Mas cara, aquela cena de eles brigando porque um deles matou uma criança, um ofendendo o outro de nazi, não é a coisa mais hilária? Eu achei uma delícia. É um povo todinho no Brasil reproduzindo diversos discursos de ódio e jurando de pé junto que não é preconceituoso. E quando o cara diz que Deus deu oportunidade para ele? Rachei o bico jaajajjaj Tem ainda aquele dialógo de que a criançã poderia ter "16 anos" e supostamente com arma, que não é aleatório, idade para poder ser punida. Vemos novamente como Bacurau não faz rodeios.
Enfim, sinto falta da comicidade dos filósofos e intelectuais atuais (ainda mais nas artes), parece que foi se perdendo com o tempo. A Utopia do More é maravilhosa nesse sentido. E as utopias têm muito disso também. Por que não na distopia (ainda que esse filme não seja purista)? Por que ela teria que ser séria, verossímil?
2. Violência. A violência em Bacurau é Tarantinesca? Acho difícil. Como eu disse, o filme não é purista. Há um flerte o tempo todo com os mais diversos gêneros, estilos, referências. Eu não conheço Tarantino a fundo, mas a violência nele me parece significar muitas coisas diferentes. Há beleza e certa comicidade; o que eu não vejo em Bacurau. A violência em Bacurau não parece ser de entretenimento, apesar de o filme ter essa pegada mais "pop", "industrial", mal falando. E isso é delicioso porque me gerou um estranhamento danado. Eu achei que seria divertido, mas só sabia doer. Eu sentia. Como eu disse, Bacurau quer ser sentido. Quando a gringa lá está entre a vida e a morte, eu me perguntei se apagariam ela ali. Não. Tentaram salvá-la. Isso pesa. Eu que no momento de fervor achei que eliminariam ela ali, fiquei preocupada se ela sobreviveria ou não. É um movimento interessante que o filme nos põe a fazer. É por isso que essas e tantas outras que o mais interessante para mim sobre esse filme sempre vai ser querer saber da recepção dos outros. Da maneira que o filme é feito, com um contexto muito real, próximo e marcado, pra mim é muito importante.
A morte e o luto vem na primeira cena do filme com os caixões, na apresentação dos personagens principais e perpassa todo o filme. Quando o caminhão pipa vem trazendo água, manutenção da vida e se choca contra caixões que simboliza a morte, é a resistência. É a matar a sede que te mata. Os personagens em Bacurau, com ameaça gringa ou não, já lutam para sobreviver: vivem na insegurança alimentar, com vulnerabilidade social, entre a vida e a morte. Há uma espécie de luta deles para captar recursos, não é fácil, é preciso recursos, jeitos. Viver nessa situação também é violência. Acho que a violência em Bacurau é mais por aí...
E Bacurau é (a) gente!
As Memórias de Marnie
4.3 668 Assista AgoraPer-fei-to! (E a nota aqui tá baixa pra ele)
Há tantas camadas nesse longa e elas estão tão bem interligadas que eu mal posso acreditar. Não há um único plano que não seja extramente significativo nesse filme.
Além da diversidade de temas muito bem trabalhados e tocados ao longo do filme, é especial, pelo menos pra mim, quais são os termas abordados:
sabedoria e ancestralidade; transmissão do conhecimento ancestral (Anna aprendeu a preparar comida, Marnie aprendeu a selecionar cogumelos); a comida; ancestralidade e origem; o conhecer-se, a descoberta; o outro, o estrangeiro (Anna sempre deslocada); aceitação e reconciliação (presilha de Anna); a natureza e a saberia; a beleza e poesia da natureza; a sabedoria através da natureza (Anna se sujando na grama, na água, pelo contato); simplicidade; ancestralidade e seus ritos (como, por exemplo, como preparar a comida); memória e verdade; relações e conexões humanas; família; amor de todas as formas; a arte, criação, reflexão e expressão (a pintora e o exercício de Anna de desenhar); relação maternal/entre mulheres; o feminino; o ser mãe e criação de filhos; universo infantil; amadurecimento (Anna deixando de ser criança, virando adolescente, iniciando a transição para a maioridade; independência identitária; identidade; As memórias de Marnie e, também, as memórias de Anna; conexão por identificação (familiar ou não); saúde do corpo como saúde da mente (?); noção de tempo superada; diferença de épocas, costumes, comportamentos;
É interessante notar como as pessoas relacionaram muito o amor romântico ao amor entre Marnie e Anna e isso se dá, muito provavelmente, pelo comportamento. É como se maneira que elas se olham, por exemplo, pausada e admiradamente (entre outras coisas) nos dá a entender que o único amor possível acontecendo ali é o romântico e o filme põe isso em discussão.
O modo de Anna de se vestir também me interessa muito, mas ainda não sei como processar muito sistematicamente isso
É incrível como a gente sente o tomate sendo cortado, a pisada na areia e na água, etc. O sentir, nesse filme e mais que em muitos outros, é substancial
Eu poderia falar desse filme o dia inteiro... nota 5, claro
Cenas de destaque: O tomate maduro
(o momento "frutificar" do filme)
(o som, a cor, o brilho e a questão transmissão de conhecimento ancestral envolvida)
(como ela, ansiosa, sob pressão, fragmentada)
Obs: Parabenizando a tradução do título que, mesmo sendo praticamente uma tradução literal do original, não deixa de ser lindo e muito significativo em relação à narrativa.
Merece ser assistido repetidas vezes!
A Orgia da Morte
3.8 112Eu realmente gostei da história criada que não existia no conto original e gostei muito como ela foi explorada também. No conto original, a corte tomada pela loucura, aqui, além disso, mostra a loucura deles através dos "shows" promovidos no castelo.
Uma análise que encontrei por aí, sobre outro assunto, mas que se encaixa bem aqui, pois justifica as cenas criadas:
"Os bobos da corte ou bufões eram, na maioria das vezes, além de deficientes físicos ou anões, pessoas loucas. Havendo surgido no Império Bizantino, eles divertiam os reis fazendo-se acompanhar daquelas que são consideradas as melhores sequazes da loucura [...]"
"Dai que, em Pensamentos, Pascal fala sobre a distração dos reis, analisando friamente a verdade de que “um rei sem divertimento é um homem cheio de misérias”. E esclarece que é por isso que a corte cuida para que:
"nunca deixe de haver junto da pessoa do rei um grande número de pessoas que velam por fazer suceder o divertimento aos seus negócios, e que observam todo o tempo do seu lazer para lhe fornecer prazeres e jogos de sorte que não haja vazio; isto é, fica cercado de pessoas que têm um cuidado maravilhoso de zelar para que o rei não fique só e em estado de pensar em si, sabendo bem que ele será miserável, por mais rei que seja, se o pensar (PASCAL, 2002)"."
A Orgia da Morte
3.8 112Maravilhoso. Quem ainda acha que adaptação tem que ser fiel tá perdendo um mundo.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraAlguém por favor me explica a referência aos indígenas/nativos norte-americanos no filme (o brinquedo que a menina entra é um tal de Shaman). Vale lembrar que nada no filme do Jordan Peele é de graça
Relíquia Macabra
4.0 182 Assista AgoraMuito bom! Amei mesmo, assistam sem preconceitos. Não é simplão nem parado demais, como nós, do séc xxi, poderíamos imaginar. Pessoalmente, só achei que faltou mais tiros
ou mortes
Sociedade dos Poetas Mortos
4.3 2,3K Assista AgoraAinda não terminei, mas os primeiros 100min de filme só souberam me causar vergonha alheia
Os Vivos e os Mortos
3.8 29Eu simplesmente AMEI a cena em que a tia Julia canta! Pra mim, eu não consigo imaginar como ele poderia ter feito melhor. A cena final também foi muito bem reproduzida (com otom e tratamento adequado, na ninha opinião), embora eu de alguma maneira esperasse mais (a incial da Lily também).
Eu Não Sou um Homem Fácil
3.5 737 Assista AgoraO filme em si é uma grande ótima ideia, mas pecou um pouco na execução. Algumas sátiras superficiais (ou abordadas superficialmente), às vezes confuso, às vezes corre, às vezes a piada cai bem, às vezes não... Entendi que era pra ser leve, mas acho que dava pra fazer melhor mesmo assim. Contudo, ainda é interessante pra quem tem pouca noção do assunto.
Ps: um dos pontos positivos é causar um riso desconfortável, faz refletir bastante. Alguns momentos eu me senti bem mal, então em certa parte a sátira funciona bem. O filme todo dá uma certa vergonha alheia, mas só porque nos acostumamos com esses absurdos em uma das partes...
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista AgoraSe vc ver o filme achando que vai o diretor vai te dar tudo de mão beijada, vai ser um porre. Vc n vai entender nada, vai achar tudo um exagero. Mas se você tiver bravura de reassistí-lo quantas vezes forem necessárias, vc vai entendenfo cada vez mais. Como não poderia deixar de ser, esse filme de Aronofsky é repleto de metáforas e simbolismos. Fiz um ensaio acadêmico sobre ele e, depois de uma análise minuciosa, me senti na obrigação de vir aqui e aumentar a nota.
Se Eu Ficar
3.5 1,9K Assista AgoraPelo que eu entendi é um young adult onde um dos pontos fortes é o desenvolvimento da personagem principal (que se mostra em forma de flashback). Infelizmente, o que desencadeia a saída da borboleta do casulo é seu namorado rosqueiro revoltadinho que praticamente estragou o filme. Um personagem cliché super mal construído que solta uma drama ou outro ali meio aleatório, q surta com ela por coisa pouca sendo q ela é um xuxuzinho (depois pede desculpa e faz merda de novo), enfim, dá até raiva dessa criatura.
E depois é esse namorado modelo que salva o dia, sendo o motivo pra ela continuar vivendo (oi?)
A relação com a família dela é super gostosa, eu poderia ver o filme 1000 outras vezes só por isso, serio.
Enfim, pra quem é menos exigente, vai conseguir aproveitar o filme
O Experimento de Aprisionamento de Stanford
3.8 332 Assista AgoraA experiência em si é muito interessante, nos faz refletir sobre uma gama de coisas como a gente pode ver nos comentários dos amigos aqui em baixo, mas como um filme inspirado em história real eu acho que dava para ser ainda melhor sim. Fui atrás do que realmente aconteceu e descibri detalhes muitos interessantes que infelizmente deixaram passar. O ponto forte fica para as atuações que são muito boas no geral, que te prendem e agoniam do começo ao fim. Ezra se saiu muito bem (were not surprised) mas o destaque mesmo vai para Michael Angarano
como o guarda mais sádico
A gramática da felicidade
3.8 2Só digo uma coisa: tretaaaaaaa
Sugar vs. Fat
3.0 22Achei um pouco confuso, um pouco corrido e as falas dos gêmeos (que são médicos) me incomodava porque não consigo acreditar que eles não sabiam de coisas tão básicas como a relação da gordura com a diabetes. Mas ainda é interessante, bom pra quem sabe pouco sobre o assunto.
A Culpa é das Estrelas
3.7 4,0K Assista AgoraPara um filme, ele não surpreende. Mas para um livro young adult, demais. 4 estrelas pela adaptação satisfatória (acho que se tivessem inovado um pouco, a experiência seria melhor)
Dois Caras Legais
3.6 637 Assista AgoraQue comédia, amigos!
O filme além de acertar muito nas piadas (nunca forçadas ou fora de contexto), carrega também um mistério que te enche de perguntas e te prende até o fim. A resposta para esse mistério é bem simples, a gente se sente meio bobo de não ter pensado nisso antes mas acho que essa é a graça, de ficarmos tão perdidos quanto os personagens. Não é um filme genial nem revolucionário, mas é bem equilibrado e bem amarrado. O cenário dos anos 70 e a trilha sonora também são de grande agrado. Ah, e pra fechar bem, também contém umas alfinetadas gostosas.
O Orfanato
3.7 1,3KAdorei o final, faz tanto sentido
(500) Dias com Ela
4.0 5,7K Assista AgoraFilmes sobre romances deveriam ser mais assim, mais realísticos. Se vc fizer seu dever de casa direitinho, vc aprende bastante com o filme (inclusive conhece mais si mesmo)
Veja essa filme de novo daqui a 5 anos que já será outro filme.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraQuanto mais eu vejo, com mais profundidade eu entendo as sutilezas do filme. Eu simplesmente amo como a(S) violência(S) é/são abordada(s) nesse filme. Desde trocadilhos
(Kevin mordendo a fruta enquanto nega ter feito mal à irmã/quanto mais Eva tenta se limpar, mas ela se suja de vermelho durante todo o filme)
psicopata que mata várias pessoas numa escola a sangue frio
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraEsse filmes tem fortes pontos negativos e positivos. Ainda não sei o que sentir, mas recomendo a experiência
O Homem Lobo e os Pestinhas
3.0 25Eu nem sei se eu tenho psicológico para avaliar esse filme, mas eu amo demais meu deus
Irmão Urso
3.9 623 Assista AgoraEu acho esse filme tão lindo, tão lindo...
Mogli: O Menino Lobo
3.8 1,0K Assista AgoraNecessariuuuuu, somente o necessariuu
Rogue One: Uma História Star Wars
4.2 1,7K Assista AgoraNão entendi pra que esse filme existe