Cinema não pode se restringir somente a "expor a realidade", mesmo porque fazer isso é restringir a própria realidade, é um recorte estereotipado de um micro-universo. Parece que alguns cineastas veem essas cenas polêmicas de filmes envolvendo sexo ou violência lá fora e prontamente querem imitar. É a arte do chocar por chocar. E o pior é que se acham gênios. É visível quando um dos personagens
olha para a câmera após cometer um estupro e diz "A diferença entre a realidade e o cinema, é que No cinema a gente faz o que a gente quer
". É muito pobre, gente. A realidade é muito, mas muuuito mais do que isso, inclusive muito mais violenta. 2021 tá aí pra mostrar isso. Esse filme é um desserviço.
Vejo aqui pessoas querendo um remake de Kill Bill. O próprio filme brinca com essa ideia logo no começo. Concordo sim que é meio fake essa conveniência de homens que tem medo de mulheres sóbrias e se redimem ao passarem por situações assim, mas encaro isso mais como um ponto a ser colocado sobre homens aproveitadores do que um retrato da realidade. Por outro lado, seria óbvio demais se esse fosse mais um daqueles filmes de vingança sanguinolenta tarantinesca na qual a mulher tortura o homem. Primeiro pq no mundo real, isso não é possível (não que ir pra casa de alguém desconhecido e sair ilesa seja tb). Segundo que mostra outros caminhos além da violência para resolver os problemas, seja através da empatia, ou de métodos legais, de apoio das pessoas etc. Resumindo: o filme tem sim deméritos, não é nenhuma obra excepcional, mas também não cai no óbvio e sabe o que está fazendo. Ao contrário do que disseram aqui, não acho que ele tenta ser mais do que é. Ele é o que é. Fim.
Geralmente quando vou assistir a algum filme, quero sair da minha realidade, conhecer personagens interessantes, estórias interessantes fora da minha bolha ou novas possibilidades para minha propria realidade. Nesse filme, que retrata a rivalidade entre duas mulheres no universo do brega, não vi nada disso. Pelo contrário, vi um reforço do estereótipo que esse universo já tem, com mulheres que aparentemente tudo que rivalizam por homem e fama e vão se submeter a qualquer situação pra conseguir o que querem. Seria compreensível se esse estereótipo tivesse apenas na estória, mas a direção faz questão de focar as bundas, os peitos em cenas que nem sequer eram sexuais. E a estória seguiu assim um tanto superficial e repetitiva até o fim. Que bom que teve pessoas que gostaram do filme, pq não é fácil fazer cinema, mas para mim foi bem difícil.
Um retrato melancólico e lindíssimo sobre a vida na estrada, quase documental devido ao ultra realismo do filme e como a direção consegue tecer as personagens de forma natural, sem vilanizar ninguém, sem romantizar aquela vida. Frances McDormand está ainda melhor do que em Três Anúncios Para Um Crime. Que filme incrível!
Filme que provavelmente inspirou Memento (Amnésia), onde um fotógrafo-jornalista dirige pela cidade e faz fotografias usando uma polaroid para encontrar uma estória para contar. A estória é muito fofinha e a química entre Alice e o protagonista é muito bom de ver. O ritmo lento é positivo por dar tempo aos acontecimentos, tornando-os menos forçados, mais orgânicos, embora seja um pouco negativo para quem está acostumado a filmes mais agitados. Confesso que esperava um final um pouco mais forte, mas é um final realista. Rüdiger Vloger é um ator interessantíssimo, muito sutil em suas interpretações. E a garotinha entrega o que dela é requisitado. Filme belo, gostosinho e lento.
Esteticamente belo, sombrio, bem produzido, mas o roteiro é uma montagem de cenas que não fluem entre si como uma obra completa. Eles tentaram ser fieis à estória original, mas a original foi feita em partes, não foi pensada como uma sequência, ou seja, também foi costurada. Então ser muito fiel ao invés de adaptar foi um erro grande, ao meu ver. A melhor cena é quando Pinoquio aprende a andar, logo no início, depois o filme fica bem fraco, e o pior: não é sombrio e complexo suficiente para entreter adultos ou adolescentes e tambem não é leve suficiente para atingir crianças, por conter cenas de violência.
Gostaria de ter gostado mais devido aos temas que são abordados e à deliciooosa estética da parte viva do filme. Achei divertido, bonitinho, fofinho, tem a personagem 22 que é óótima, tem um trabalho de dublagem muito legal, mas também achei clichê e um pouco bobo demais em alguns momentos, mesmo para criança (posso estar enganado), e a facilidade como as personagens são convencidas nos pontos de virada só para a estória andar me incomodou um pouco, porém entendo que o foco da estória não era desenvolver ou complexificar tanto a estória. Em resumo, PRA MIM foi um filme leve, que dá pra dar uma risadinha aqui e acolá e se deliciar com as cores e texturas do filme na parte viva.
As personagens são muito interessantes e complexas, cada uma doente de alguma maneira. A direção e montagem são criativas, misturando surrealismo com cenas quase documentais. Gosto muito do tratamento que dão à protagonista: como o de uma adolescente, e das pessoas como humanas. Muitas vezes os filmes querem mostrar personagens super diferentes, quase super heróis e sempre cientes da intenção do outro. Aqui não, são personagens humanos e cheios de falhas, inseguranças.
O lado negativo do filme é no meio dele, talvez pelo estilo da diretora/roteirista que numa entrevista disse entender melhor o processo na montagem, e aí pode ser um pouco cansativo-barulhento uma parte do filme, que bate numa mesma tecla e ritmo por um tempo, embora não tenha cenas longas, arrastadas, pelo contrário.
Por outro lado, esse ritmo frenético contribui para a ambientação psicológica da protagonista, especialmente no final, quando ela mostra aos outros a versão dela mesma. É tudo o que ela quer: ser ela mesma, e não uma interpretação de outra pessoa, não uma vida controlada e manipulada como se ela fosse apenas um objeto.
Belíssimo filme. Apesar desse cansaço do meio dele ,vale muito a pena.
Me lembrou muito Estou Pensando Em Acabar Com Tudo, mas sem as partes arrastadas e longas, com muito mais dinamismo, personagens mais complexos e interessantes, atuações incríveis de Elizabeth Moss, fotografia, arte, montagem, tudo muito fluído, mesmo tendo seu toque de caos, ainda que mais leve que o filme citado.
Incrível pra um filme escrito em uma semana. Pena que teve tantos problemas de áudio. Poderia também ter mais tempo de roteiro. Irandhir sensacional na atuação. Murilo também!
O filme é muito bonito e interessante por não haver diálogos, mas confesso que achei este filme muito diferente dos outros do Studio Ghibli. Esperava mais tempo acompanhando a tal da tartaruga vermelha, segurando mais o mistério sobre ela. Revela-se muito cedo e acaba que o filme não é sobre essa tartaruga vermelha, e sim sobre um naufrago que em determinado momento encontra uma tartaruga vermelha em uma parte curta do filme (não quero revelar mais). Mas as duas pessoas que conheço que viram também acham muito lindo e tudo. :)
Na camada superficial, o filme parece ser um romancezinho boy-meet-girl que fala sobre o tempo, com direito a uma insistente trilha sonora romântica. Na real, o filme fala sobre um maníaco manipulador e mentiroso que tá fazendo de tudo pra arranjar uma namorada qualquer, inclusive usando cantadas genéricas que o roteiro romantiza, tratando as mulheres do filme apenas como extensão da mente egocêntrica e objetificadora masculina, cheio de reações inconsistentes e que contradizem o proprio roteiro, com direito a mulher ficando excitada porque o cara sabia como tirar o sutiã (tipo "Nossa, você tira o sutiã de uma maneira tão sexy kkk). A atriz, coitada, nem conseguiu disfarçar o incredulidade dos próprios diálogos, deixando escapar algumas caretas ao dizer frases forçadas pelo roteiro como algo romântico (mas que não deveria ser).
Se essas questões te incomodam em 500 Dias Com Ela, esse é pior, pois em 500 Dias, pelo menos o roteiro tá repleto de cenas que justificam a paixão do protagonista por Summer, já que ela o faz sair de seu mundo e viver experiências bem diferentes das que era acostumado. Aqui não, a "mocinha" é só uma mocinha que o protagonista encontrou literalmente às escuras e "encarnou" nela. Outro ponto melhor no outro filme é que lá o assunto "Smiths" não fica só no diálogo, na cena do elevador, ele é dramatizado e tem relação direta com a relação deles (a gente vê o impacto de Smiths no dia-a-dia do casal), ao contrário daqui, que Kate Moss é apenas mencionada.
Maravilhoso esse filme, principalmente em como as camadas metalinguísticas se entrelaçam de forma fluída entre literatura, teatro, TV, cinema etc. Amei o final também
Filme divertido e libertador quando pensamos ser uma protagonista mulher querendo ser uma rock star brasileira. O argumento do filme parece ser muito bom. Fica claro o sistema de causa e consequência na estória, mas no roteiro ela tem um problema grande de transição entre os pontos chave. As atuações e principalmente as dublagens e a mixagem de trilha musical me deram agonia. Pesaram a mão. Vale a pena pra acompanhar a estória dela e se divertir com uma trama leve e que nos tira umas risadas.
Não dá pra sustentar um filme somente pela premissa. E mesmo a premissa não é lá essas coisas para cinéfilos e estudantes de cinema menos inocentes, digamos assim. Na prática, o roteiro e a direção são extremamente rasas e previsíveis. Ele tenta fazer um discurso anti-racista, anti-estereótipo, anti-preconceito (extremamente rasos, por sinal) e acaba caindo exatamente no racismo, estereótipo, preconceito quando coloca as mulheres e não-brancos como figurantes, não dando voz nem argumento a eles. Não discuto o resultado da votação, mas o percurso até chegar lá. Bem ruim. O único ponto positivo do filme é o ritmo.
Quando assisto cinebiografias de bandas ou músicos, percebo que a música em si influencia bastante a percepção das pessoas sobre as cenas e elas associam as músicas à qualidade do filme. Mesmo quando um filme é ruim como Bohemian Rapsody, dá a impressão de ser um filme incrível porque Queen é incrível, mas não foi mérito do filme.
Bem, voltando ao Amadeus, filme indiscutivelmente melhor que Bohemian Rapsody, é interessante acompanhar as tentativas frustradas de Salieri, único personagem não linear da estória, o que é uma pena colocar Mozart apenas como um bobão que fazia grandes músicas, deixando o filme quase todo sustentado por Salieri. É interessante também quando temos cenas de composição, especialmente uma das últimas cenas que faz valer o filme todo quando Salieri transcreve uma música composta por Mozart. Uma verdadeira aula de diálogo, de tensão, imersão musical. A outra cena fantástica também é a entrada do padre no quarto de Salieri no início e as várias quebras de expectativa, as reações das duas personagens.
Tirando essas duas cenas citadas acima, posso dizer que o filme é bastante comum e raso. Nem sequer cita a sinestesia de Mozart. Imagina que incrível seria uma cena com Mozart compondo uma música através de uma imagem! Também como disse: Mozart é linear, levado pela necessidade de dinheiro, aparentemente. Vemos nesse personagem não exatamente uma paixão pela música que faz, mas uma vaidade e arrogância que nós, o público, precisamos acreditar que a música é incrível, quando há poucas cenas que mostram o efeito dessas músicas no público, que somente aplaude, mas não vemos reações das pessoas como acontece em Perfume quando as pessoas sentem as fragrâncias.
Outro ponto negativo é essa narração disfarçada quando o padre tem que sabe-se lá quanto tempo sentado, calado. Se eu fosse o padre, eu teria ido embora na primeira meia hora kkk Poderíamos ali ter usado para aprofundar a estória, a percepção de Salieri sobre seus atos e memórias, mas não, era só pra justificar a narração
Resumindo: o filme é bom, apesar de não aprofundar as camadas de Mozart, e tem duas cenas incríveis. :)
Admiro muito o trabalho de Kaufman como roteirista, mas esse filme aqui me soou muito como um filme de Kaufman para Kaufman, porque achei muito distante mesmo dos filmes dele. Fotografia e figurinos lindos nas cenas internas da casa. No mais, filme cansativo com 50 minutos de cabeças falantes dentro de um carro sobre assuntos específicos metidos a intelectuais e que não tem muita conexão entre si, com uma direção e roteiro que não geram conflito nem no diálogo nem na cena, termina introduzindo elementos que não dão em nada e finalizam com personagens que nem tivemos o prazer de conhecer, portanto não nos importamos, e movimentos que o roteiro não desenvolve durante o filme. O trailer dá uma impressão totalmente diferente do filme, especialmente pra quem já viu os outros filmes de Kaufman. Decepção é a palavra aqui. Ele até começa interessante gerando um certo mistério que dá uma curiosidadezinha, mas também não dá em nada.
Filme redundante (especialmente a conclusão), cansativo, todo apoiado em narração que não aprofunda em nada os personagens, com umas imagens que também não aprofundam, só reforçam a narração. Apresenta personagens desinteressantes sem fortes motivações, conclui as subtramas de qualquer jeito, tenta a todo custo nos fazer sentir pena de Robert: primeiro mostra que não recebeu aplauso pelo assassinato, depois põe ele falando que não recebeu aplauso, depois põe na narração que ele não recebeu aplausos. Facilmente dava pra cortar 1 hora de filme e ainda deixar a estória mais interessante. Senti como uma tortura, praticamente. Fora que as decisões dos personagens não fazem sentido. Muito ruim.
Vi esse filme depois de uma recomendação de um canal no youtube em inglês chamado "Art Of STory". No video, o filme parecia ser mto interessante e cheio de significados, mas vendo aqui, depois de ver e estudar mais de 1000 filmes, vejo que é apenas uma bagunça de roteiro.
Muito bem escrito, equilibrado, quase todas as cenas tem alguma virada. O ritmo também é muito bem desenhado. Só não dá pra dar nota máxima por três motivos:
1) A conclusão teve um tempo muito curto, fraco. Esperava mais tanto do roteiro nesse finalzinho quanto das atuações. Hoffman aqui não pareceu se importar muito com o resultado e o roteiro também não dá espaço para apreciarmos essa conclusão. 2) Faltou contexto social, faltou entendermos o universo que as personagens estavam. Poderia ter aprofundado isso para o filme se tornar maior do que simplesmente uma estória de guarda pelo filho. 3) Os personagens não são muito bem explorados além da trama principal. Não há subtramas e até mesmo no tribunal os argumentos ficam um pouco previsíveis, rasos.
Em suma, o resultado é muito satisfatório, especialmente pelo equilíbrio que o roteiro dá, não demonizando ninguém. É bem dirigido e são bons atores, apesar de Hoffman ter faltado um pouco no final, mas não é um filme pra chamar de incrível ou que nos traz significados profundos sobre a vida.
Baixio das Bestas
3.5 397Cinema não pode se restringir somente a "expor a realidade", mesmo porque fazer isso é restringir a própria realidade, é um recorte estereotipado de um micro-universo. Parece que alguns cineastas veem essas cenas polêmicas de filmes envolvendo sexo ou violência lá fora e prontamente querem imitar. É a arte do chocar por chocar. E o pior é que se acham gênios. É visível quando um dos personagens
olha para a câmera após cometer um estupro e diz "A diferença entre a realidade e o cinema, é que No cinema a gente faz o que a gente quer
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraVejo aqui pessoas querendo um remake de Kill Bill. O próprio filme brinca com essa ideia logo no começo. Concordo sim que é meio fake essa conveniência de homens que tem medo de mulheres sóbrias e se redimem ao passarem por situações assim, mas encaro isso mais como um ponto a ser colocado sobre homens aproveitadores do que um retrato da realidade. Por outro lado, seria óbvio demais se esse fosse mais um daqueles filmes de vingança sanguinolenta tarantinesca na qual a mulher tortura o homem. Primeiro pq no mundo real, isso não é possível (não que ir pra casa de alguém desconhecido e sair ilesa seja tb). Segundo que mostra outros caminhos além da violência para resolver os problemas, seja através da empatia, ou de métodos legais, de apoio das pessoas etc. Resumindo: o filme tem sim deméritos, não é nenhuma obra excepcional, mas também não cai no óbvio e sabe o que está fazendo. Ao contrário do que disseram aqui, não acho que ele tenta ser mais do que é. Ele é o que é. Fim.
Amor, Plástico e Barulho
3.5 75Geralmente quando vou assistir a algum filme, quero sair da minha realidade, conhecer personagens interessantes, estórias interessantes fora da minha bolha ou novas possibilidades para minha propria realidade. Nesse filme, que retrata a rivalidade entre duas mulheres no universo do brega, não vi nada disso. Pelo contrário, vi um reforço do estereótipo que esse universo já tem, com mulheres que aparentemente tudo que rivalizam por homem e fama e vão se submeter a qualquer situação pra conseguir o que querem. Seria compreensível se esse estereótipo tivesse apenas na estória, mas a direção faz questão de focar as bundas, os peitos em cenas que nem sequer eram sexuais. E a estória seguiu assim um tanto superficial e repetitiva até o fim. Que bom que teve pessoas que gostaram do filme, pq não é fácil fazer cinema, mas para mim foi bem difícil.
Nomadland
3.9 896 Assista AgoraUm retrato melancólico e lindíssimo sobre a vida na estrada, quase documental devido ao ultra realismo do filme e como a direção consegue tecer as personagens de forma natural, sem vilanizar ninguém, sem romantizar aquela vida. Frances McDormand está ainda melhor do que em Três Anúncios Para Um Crime. Que filme incrível!
Alice nas Cidades
4.3 96 Assista AgoraFilme que provavelmente inspirou Memento (Amnésia), onde um fotógrafo-jornalista dirige pela cidade e faz fotografias usando uma polaroid para encontrar uma estória para contar. A estória é muito fofinha e a química entre Alice e o protagonista é muito bom de ver. O ritmo lento é positivo por dar tempo aos acontecimentos, tornando-os menos forçados, mais orgânicos, embora seja um pouco negativo para quem está acostumado a filmes mais agitados. Confesso que esperava um final um pouco mais forte, mas é um final realista. Rüdiger Vloger é um ator interessantíssimo, muito sutil em suas interpretações. E a garotinha entrega o que dela é requisitado. Filme belo, gostosinho e lento.
Pinóquio
3.1 227 Assista AgoraEsteticamente belo, sombrio, bem produzido, mas o roteiro é uma montagem de cenas que não fluem entre si como uma obra completa. Eles tentaram ser fieis à estória original, mas a original foi feita em partes, não foi pensada como uma sequência, ou seja, também foi costurada. Então ser muito fiel ao invés de adaptar foi um erro grande, ao meu ver. A melhor cena é quando Pinoquio aprende a andar, logo no início, depois o filme fica bem fraco, e o pior: não é sombrio e complexo suficiente para entreter adultos ou adolescentes e tambem não é leve suficiente para atingir crianças, por conter cenas de violência.
Soul
4.3 1,4KGostaria de ter gostado mais devido aos temas que são abordados e à deliciooosa estética da parte viva do filme. Achei divertido, bonitinho, fofinho, tem a personagem 22 que é óótima, tem um trabalho de dublagem muito legal, mas também achei clichê e um pouco bobo demais em alguns momentos, mesmo para criança (posso estar enganado), e a facilidade como as personagens são convencidas nos pontos de virada só para a estória andar me incomodou um pouco, porém entendo que o foco da estória não era desenvolver ou complexificar tanto a estória. Em resumo, PRA MIM foi um filme leve, que dá pra dar uma risadinha aqui e acolá e se deliciar com as cores e texturas do filme na parte viva.
Devorar
3.7 369 Assista AgoraNão chega a ser uma total perda de tempo. O filme entretém, mas o roteiro é um pouco raso e forçado.
Tatuagem
4.2 923 Assista AgoraIrandhir Santos realmente... que ator!
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraArrasado depois de assistir.
:(
A Madeline de Madeline
3.2 17As personagens são muito interessantes e complexas, cada uma doente de alguma maneira. A direção e montagem são criativas, misturando surrealismo com cenas quase documentais. Gosto muito do tratamento que dão à protagonista: como o de uma adolescente, e das pessoas como humanas. Muitas vezes os filmes querem mostrar personagens super diferentes, quase super heróis e sempre cientes da intenção do outro. Aqui não, são personagens humanos e cheios de falhas, inseguranças.
O lado negativo do filme é no meio dele, talvez pelo estilo da diretora/roteirista que numa entrevista disse entender melhor o processo na montagem, e aí pode ser um pouco cansativo-barulhento uma parte do filme, que bate numa mesma tecla e ritmo por um tempo, embora não tenha cenas longas, arrastadas, pelo contrário.
Por outro lado, esse ritmo frenético contribui para a ambientação psicológica da protagonista, especialmente no final, quando ela mostra aos outros a versão dela mesma. É tudo o que ela quer: ser ela mesma, e não uma interpretação de outra pessoa, não uma vida controlada e manipulada como se ela fosse apenas um objeto.
Belíssimo filme. Apesar desse cansaço do meio dele ,vale muito a pena.
Shirley
3.3 70 Assista AgoraMe lembrou muito Estou Pensando Em Acabar Com Tudo, mas sem as partes arrastadas e longas, com muito mais dinamismo, personagens mais complexos e interessantes, atuações incríveis de Elizabeth Moss, fotografia, arte, montagem, tudo muito fluído, mesmo tendo seu toque de caos, ainda que mais leve que o filme citado.
Não Há Mal Algum
4.0 34O último curta é lindo demais e muuito bem dirigido. Os outros, nem tanto. Se fosse pelos outros, daria nota 3,5. Se fosse pelo último, 4,5 ou 5
O Animal Cordial
3.4 618 Assista AgoraIncrível pra um filme escrito em uma semana. Pena que teve tantos problemas de áudio. Poderia também ter mais tempo de roteiro. Irandhir sensacional na atuação. Murilo também!
A Tartaruga Vermelha
4.1 392 Assista AgoraO filme é muito bonito e interessante por não haver diálogos, mas confesso que achei este filme muito diferente dos outros do Studio Ghibli. Esperava mais tempo acompanhando a tal da tartaruga vermelha, segurando mais o mistério sobre ela. Revela-se muito cedo e acaba que o filme não é sobre essa tartaruga vermelha, e sim sobre um naufrago que em determinado momento encontra uma tartaruga vermelha em uma parte curta do filme (não quero revelar mais). Mas as duas pessoas que conheço que viram também acham muito lindo e tudo. :)
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraNa camada superficial, o filme parece ser um romancezinho boy-meet-girl que fala sobre o tempo, com direito a uma insistente trilha sonora romântica. Na real, o filme fala sobre um maníaco manipulador e mentiroso que tá fazendo de tudo pra arranjar uma namorada qualquer, inclusive usando cantadas genéricas que o roteiro romantiza, tratando as mulheres do filme apenas como extensão da mente egocêntrica e objetificadora masculina, cheio de reações inconsistentes e que contradizem o proprio roteiro, com direito a mulher ficando excitada porque o cara sabia como tirar o sutiã (tipo "Nossa, você tira o sutiã de uma maneira tão sexy kkk). A atriz, coitada, nem conseguiu disfarçar o incredulidade dos próprios diálogos, deixando escapar algumas caretas ao dizer frases forçadas pelo roteiro como algo romântico (mas que não deveria ser).
Se essas questões te incomodam em 500 Dias Com Ela, esse é pior, pois em 500 Dias, pelo menos o roteiro tá repleto de cenas que justificam a paixão do protagonista por Summer, já que ela o faz sair de seu mundo e viver experiências bem diferentes das que era acostumado. Aqui não, a "mocinha" é só uma mocinha que o protagonista encontrou literalmente às escuras e "encarnou" nela. Outro ponto melhor no outro filme é que lá o assunto "Smiths" não fica só no diálogo, na cena do elevador, ele é dramatizado e tem relação direta com a relação deles (a gente vê o impacto de Smiths no dia-a-dia do casal), ao contrário daqui, que Kate Moss é apenas mencionada.
Romance
4.0 574Maravilhoso esse filme, principalmente em como as camadas metalinguísticas se entrelaçam de forma fluída entre literatura, teatro, TV, cinema etc. Amei o final também
Bete Balanço
3.1 114 Assista AgoraFilme divertido e libertador quando pensamos ser uma protagonista mulher querendo ser uma rock star brasileira. O argumento do filme parece ser muito bom. Fica claro o sistema de causa e consequência na estória, mas no roteiro ela tem um problema grande de transição entre os pontos chave. As atuações e principalmente as dublagens e a mixagem de trilha musical me deram agonia. Pesaram a mão. Vale a pena pra acompanhar a estória dela e se divertir com uma trama leve e que nos tira umas risadas.
Bacurau no Mapa
3.7 27Pra quem é da área de cinema, é bem estimulante ver esse making of
Circle
3.0 681 Assista AgoraNão dá pra sustentar um filme somente pela premissa. E mesmo a premissa não é lá essas coisas para cinéfilos e estudantes de cinema menos inocentes, digamos assim. Na prática, o roteiro e a direção são extremamente rasas e previsíveis. Ele tenta fazer um discurso anti-racista, anti-estereótipo, anti-preconceito (extremamente rasos, por sinal) e acaba caindo exatamente no racismo, estereótipo, preconceito quando coloca as mulheres e não-brancos como figurantes, não dando voz nem argumento a eles. Não discuto o resultado da votação, mas o percurso até chegar lá. Bem ruim. O único ponto positivo do filme é o ritmo.
Amadeus
4.4 1,1KQuando assisto cinebiografias de bandas ou músicos, percebo que a música em si influencia bastante a percepção das pessoas sobre as cenas e elas associam as músicas à qualidade do filme. Mesmo quando um filme é ruim como Bohemian Rapsody, dá a impressão de ser um filme incrível porque Queen é incrível, mas não foi mérito do filme.
Bem, voltando ao Amadeus, filme indiscutivelmente melhor que Bohemian Rapsody, é interessante acompanhar as tentativas frustradas de Salieri, único personagem não linear da estória, o que é uma pena colocar Mozart apenas como um bobão que fazia grandes músicas, deixando o filme quase todo sustentado por Salieri. É interessante também quando temos cenas de composição, especialmente uma das últimas cenas que faz valer o filme todo quando Salieri transcreve uma música composta por Mozart. Uma verdadeira aula de diálogo, de tensão, imersão musical. A outra cena fantástica também é a entrada do padre no quarto de Salieri no início e as várias quebras de expectativa, as reações das duas personagens.
Tirando essas duas cenas citadas acima, posso dizer que o filme é bastante comum e raso. Nem sequer cita a sinestesia de Mozart. Imagina que incrível seria uma cena com Mozart compondo uma música através de uma imagem! Também como disse: Mozart é linear, levado pela necessidade de dinheiro, aparentemente. Vemos nesse personagem não exatamente uma paixão pela música que faz, mas uma vaidade e arrogância que nós, o público, precisamos acreditar que a música é incrível, quando há poucas cenas que mostram o efeito dessas músicas no público, que somente aplaude, mas não vemos reações das pessoas como acontece em Perfume quando as pessoas sentem as fragrâncias.
Outro ponto negativo é essa narração disfarçada quando o padre tem que sabe-se lá quanto tempo sentado, calado. Se eu fosse o padre, eu teria ido embora na primeira meia hora kkk Poderíamos ali ter usado para aprofundar a estória, a percepção de Salieri sobre seus atos e memórias, mas não, era só pra justificar a narração
Resumindo: o filme é bom, apesar de não aprofundar as camadas de Mozart, e tem duas cenas incríveis. :)
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraAdmiro muito o trabalho de Kaufman como roteirista, mas esse filme aqui me soou muito como um filme de Kaufman para Kaufman, porque achei muito distante mesmo dos filmes dele. Fotografia e figurinos lindos nas cenas internas da casa. No mais, filme cansativo com 50 minutos de cabeças falantes dentro de um carro sobre assuntos específicos metidos a intelectuais e que não tem muita conexão entre si, com uma direção e roteiro que não geram conflito nem no diálogo nem na cena, termina introduzindo elementos que não dão em nada e finalizam com personagens que nem tivemos o prazer de conhecer, portanto não nos importamos, e movimentos que o roteiro não desenvolve durante o filme. O trailer dá uma impressão totalmente diferente do filme, especialmente pra quem já viu os outros filmes de Kaufman. Decepção é a palavra aqui. Ele até começa interessante gerando um certo mistério que dá uma curiosidadezinha, mas também não dá em nada.
O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
3.6 478 Assista AgoraFilme redundante (especialmente a conclusão), cansativo, todo apoiado em narração que não aprofunda em nada os personagens, com umas imagens que também não aprofundam, só reforçam a narração. Apresenta personagens desinteressantes sem fortes motivações, conclui as subtramas de qualquer jeito, tenta a todo custo nos fazer sentir pena de Robert: primeiro mostra que não recebeu aplauso pelo assassinato, depois põe ele falando que não recebeu aplauso, depois põe na narração que ele não recebeu aplausos. Facilmente dava pra cortar 1 hora de filme e ainda deixar a estória mais interessante. Senti como uma tortura, praticamente. Fora que as decisões dos personagens não fazem sentido. Muito ruim.
Vi esse filme depois de uma recomendação de um canal no youtube em inglês chamado "Art Of STory". No video, o filme parecia ser mto interessante e cheio de significados, mas vendo aqui, depois de ver e estudar mais de 1000 filmes, vejo que é apenas uma bagunça de roteiro.
Kramer vs. Kramer
4.1 546 Assista AgoraMuito bem escrito, equilibrado, quase todas as cenas tem alguma virada. O ritmo também é muito bem desenhado. Só não dá pra dar nota máxima por três motivos:
1) A conclusão teve um tempo muito curto, fraco. Esperava mais tanto do roteiro nesse finalzinho quanto das atuações. Hoffman aqui não pareceu se importar muito com o resultado e o roteiro também não dá espaço para apreciarmos essa conclusão.
2) Faltou contexto social, faltou entendermos o universo que as personagens estavam. Poderia ter aprofundado isso para o filme se tornar maior do que simplesmente uma estória de guarda pelo filho.
3) Os personagens não são muito bem explorados além da trama principal. Não há subtramas e até mesmo no tribunal os argumentos ficam um pouco previsíveis, rasos.
Em suma, o resultado é muito satisfatório, especialmente pelo equilíbrio que o roteiro dá, não demonizando ninguém. É bem dirigido e são bons atores, apesar de Hoffman ter faltado um pouco no final, mas não é um filme pra chamar de incrível ou que nos traz significados profundos sobre a vida.