É um bom filme, realmente é bem longo, mas possui história suficiente para ocupar este tempo.
Lembra o filme "Tarde Demais" (1949), com a Olivia de Havilland, inclusive a atriz Lily Gladstone é parecida com ela, ambas possuem o mesmo olhar e as cenas finais das duas são semelhantes nos dois filmes. Gostei da escolha dessa atriz.
Em contrapartida, o filme possui problemas de edição. A primeira parte do filme é interessante, pois descreve o contexto histórico das famílias e de toda a situação criminosa que ocorria no local que necessitava de investigação.
Entretanto, a segunda parte é muito extensa e poderia ter sido reduzida, pois deu um grande foco nos diálogos e planos dos assassinos. Acredito que a maioria das pessoas já tinha entendido a intenção deles desde os primeiros minutos, inclusive a personagem feminina principal: interesse no dinheiro deles.
Na segunda parte do filme, o protagonismo indígena se torna secundário, eles perdem tempo de tela e só aparecem para serem manipulados e sofrer. Não gostei dessa parte, pois mostrou muito abuso e poucas cenas de indignação, parecia mais um filme de máfia do Scorsese.
A terceira parte, envolvendo o surgimento do FBI e as cenas de julgamento, retoma o ritmo do filme. O nome do J. Edgar Hoover, primeiro diretor do FBI, foi citado várias vezes, mas ele não aparece em nenhuma cena. Coincidentemente, o ator Leonardo DiCaprio fez um filme sobre ele, em que ele era J. Edgar Hoover, o nome do filme é "J. Edgar" (2011), o diretor foi o Clint Eastwood. Além disso, o aparecimento dos atores Brendan Fraser e Jesse Plemons melhora o andamento do filme.
O final do filme é corrido, gostei da homenagem ao rádio, mas acredito que era necessário ter dado mais atenção para o desfecho mostrando as cenas, pois ficou meio "Orson Welles narrando Guerra dos Mundos", isto é, o assunto ficou meio teatral, como se a história do filme fosse baseada em ficção, sendo uma radionovela. Assim, apesar do diretor aparecer no final, a cena poderia ter sido mesclada com cenas que retratassem os fatos narrados, elas poderiam ser narradas só por ele.
O roteiro é bom, é adaptado de um livro de mesmo nome, mas o filme passou a mensagem que estava mais interessado em mostrar os assassinos ambiciosos e as interpretações de Leonardo DiCaprio e Robert De Niro do que defender os indígenas, pois a maior parte do tempo de tela é ocupada por eles, os indígenas são mostrados como pessoas extremamente ingênuas e manipuláveis, que aceitavam as injustiças de forma passiva a maior parte do tempo.
A trilha sonora é sombria e é utilizada como um "Bolero de Ravel", mas acredito que eles poderiam ter utilizado mais músicas folk indígenas, pois com certeza existiam centenas e isto evitaria a utilização da mesma música várias vezes. Visto ser um filme que fala dos indígenas, seria legal ter utilizado as músicas folclóricas dos indígenas.
Em resumo, é uma história triste, pesada, como citado, chegou um momento que parecia mais um filme de máfia que o Scorsese fez no passado, mas acredito que realmente foi um problema de edição.
Dessa forma, este filme retrata uma história importante e que precisava ser contada.
"Vidas Passadas" é do tipo de filme que abre muitas ilusões nas pessoas, mas também pode ajudar a fechar.
"Almas Gêmeas", no sentido amoroso, são aquelas pessoas que escolhem ficar juntas e são felizes juntas, porque elas se complementam.
O casal de amigos mostrado neste filme vive se separando e por longos períodos de tempo, é uma vida de ausência, tão ausente que é possível construir uma vida dentro desta ausência, e foi o que aconteceu.
Logo, eles não eram "almas gêmeas" no sentido amoroso, pois é impossível ter um relacionamento estável assim. A amizade deles era alimentada por memórias e muitas suposições, que geravam estagnação mental e depois causaram sofrimento em ambos.
O filme mostra a história de amigos que vivem só de memórias da infância e projeções do passado, que idealizam como a vida poderia ter "sido", mas não foi e não é.
As pessoas possuem uma inclinação para romantizar e idealizar amores passados não concretizados, mas muitas vezes é necessário se curar e seguir em frente. É fácil falar isso e complexo de exercer, mas é a verdade.
Aceitar fins de ciclo é difícil, mas cada pessoa que passa pela nossa vida tenta ensinar algo, mesmo que de forma inconsciente, mesmo que ela não saiba que ensinou, são poucas as que conseguem fazer isto, por isto elas ficam na nossa memória e se a presença delas foi intensa, talvez vamos lembrar com detalhes da sua passagem.
O homem que casou com ela e a escutou falar de pessoas do passado era o verdadeiro "destino" dela, pois só uma pessoa que ama a outra tem paciência suficiente para aguentar este tipo de situação e não ir embora. Além disso, ele nunca se esquivou de responsabilidades e prestou atenção em detalhes importantes, se esforçando para manter o relacionamento, como aprender o idioma dela. Enquanto o amigo, quando questionado sobre a possibilidade de visitá-la elencou uma lista de prioridades pessoais, sendo que a primeira não incluía vê-la.
Desde o início do filme o amigo disse que só estava com "saudade", depois estabeleceu um prazo muito grande para vê-la e por fim disse que estava de "passagem". Essas não são atitudes muito firmes e nem que conferem a ideia de "permanência".
Acredito que o filme quis ensinar a ficarmos com as pessoas que permanecem conosco.
Se duas pessoas não ficam juntas, nem por todo diálogo, memória afetiva ou esforço do mundo, elas não são almas gêmeas, no sentido amoroso. Se elas se afastam, mas realmente é "destino", elas se reencontram e ficam juntas sem muito drama, é simples.
Ficar pensando em amores do passado não concretizados gera estagnação, alimenta ilusões, é desrespeitoso com os parceiros atuais, mesmo que eles sejam compreensivos, e não torna aquela situação "destino", isto não faz nem sentido, porque o "destino" da protagonista direcionou ela para outros caminhos.
O passado pode ser consultado nos momentos certos, mas não pode dirigir a vida das pessoas, pois é o presente que determina o futuro e não o passado. O final do filme foi coerente.
O roteiro não é original, mas é bem feito e tenta ser sensível ao mesmo tempo que é realista.
Na verdade, parece uma junção dos filmes da franquia "Antes do Amanhecer" com "Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo", em que a protagonista ficava criando realidades diferentes da que ela tinha e verificando em qual delas seria mais feliz, só foi tirada a parte da fantasia e ao invés da filha é um amigo.
A fotografia do filme é bonita. É um dos melhores filmes atuais que conseguiu captar a grandeza e a beleza de New York. A trilha sonora é sutil e combina com o filme. A duração do filme é adequada.
Em uma análise aprofundada é um filme mediano, mas nesses aspectos que mencionei é bom.
É um filme regular. A diretora deu bastante ênfase na parte de arte do filme, principalmente nos quesitos de figurino, maquiagem e produção de arte. Dessa forma, é um filme tecnicamente bem trabalhado e ambientado nestas áreas.
Exceto pela escolha das músicas ter ficado um pouco repetitiva, pois os estilos de músicas utilizados neste filme já foram aplicados em outros filmes biográficos dirigidos por ela, principalmente em "Maria Antonieta" (2006). Isto não é um problema, mas demonstra uma certa "zona de conforto" por parte da diretora, no sentido que não são músicas ruins, só a aplicação delas não é mais nenhuma novidade, se tornando uma espécie de assinatura.
Além disso, apesar do filme ser sobre a Priscilla Beaulieu e expor a visão dela em relação ao relacionamento dela com o Elvis, a falta de canções do Elvis, principalmente no final, nas cenas de shows dele, deixou a experiência imersiva da história um pouco incompleta e até mesmo trouxe uma sensação de vazio e silêncio.
Vale ressaltar, que muitas partes ficaram um pouco exageradas, como tentar retratar a Priscilla, o tempo todo, desde a primeira cena, como uma "boneca", vestindo ela como uma boneca, colocando e retirando os cílios toda hora, pintando as unhas, penteando o cabelo e trocando de roupa o tempo todo. Antes mesmo de qualquer pedido do Elvis e depois intensificando com as exigências. Isto deixou tudo artificial.
A relação dos dois é mostrada de uma forma idealizada e turbulenta, contudo, em alguns momentos, sinceramente, parecia que estava assistindo o filme "Lolita" (1997).
Isto gerou um sentimento de incômodo, não sei se foi esta a intenção da diretora, mas foi o que senti. Em alguns momentos, mesmo com toda aquela atmosfera de "arte", parecia um pouco perturbador e doentio, principalmente quando inseriram drogas alucinógenas e para dormir.
Em outros momentos, lembrava a série "Euphoria", inclusive o Jacob Elordi que interpreta o Elvis participa dessa série, ou um clipe da cantora Lana Del Rey, que já utilizou a obra "Lolita" e a Priscilla Presley como inspirações. Assim, a intenção de algumas cenas é um pouco incerta, visto que a obra "Lolita" retrata um crime, apesar dos diálogos deste filme sugerirem o contrário. Então, fica um questionamento do que é realmente uma crítica e do que é uso intencional romantizado.
Bom, fora esses pontos. Gostei de como o filme mostrou que apesar do tratamento que ela recebeu, do desrespeito e das traições que ela sofreu a Priscilla conseguiu seguir em frente, desenvolveu uma carreira de sucesso no cinema como atriz, se tornou uma escritora e uma grande empresária. Essas partes não passam no filme, mas foi legal ver a partida.
Gostei mais da interpretação desse ator, Jacob Elordi, como Elvis e gostei mais desse filme sobre parte da vida dele com a Priscilla Beaulieu do que do filme "Elvis" lançado no ano passado, pois este é um filme menos frenético, a atriz que interpretou a Priscilla foi mais competente e a aparência desse ator e sobretudo a voz dele é mais parecida com a do Elvis e é mais agradável.
Em resumo, é um filme interessante que mostra o crescimento e amadurecimento da Priscilla Beaulieu da adolescência na Alemanha até a independência na fase adulta. No final, temos Dolly Parton.
Não é um filme muito longo, então não é cansativo. Baseado em um livro escrito pela própria Priscilla Beaulieu, que inclusive auxiliou a produzir o filme, ele é basicamente um resumo da história de vida dela e da relação dela com o Elvis.
Assim, algumas cenas podem ser meio incômodas, mas, como a própria Priscilla Beaulieu auxiliou a produzir este filme, ele é baseado no livro que ela escreveu sobre a relação dos dois, os atores são maiores de idade e ele foi aprovado para exibição, ele deve ser o material mais "fiel" que temos sobre esta história e pelo menos serve para refletir sobre a vida.
Honestamente, é um filme muito longo para o que retrata.
A história em si é meio absurda, pois basicamente tenta discutir e enaltecer uma situação de genocídio em massa como um ato heroico e fruto de genialidade.
Os diálogos começam a ficar cansativos e repetitivos depois de 2 horas.
A edição entre os períodos (colorido e preto e branco) ficou um pouco bagunçada do meio para o final, principalmente em relação ao personagem do Robert Downey Jr, que teve diálogos muito chatos.
Neste sentido, o personagem do Casey Affleck, com pouco tempo de tela, pareceu mais interessante e convincente.
Cillian Murphy está bem, só a edição ficou estranha dele passando de um estudante com saudade de casa, meio perturbado, para um cientista genial, sem ter mostrado a genialidade primária dele, considerando que eles tiveram 3 horas para mostrar isso.
Pareceu que o diretor supôs que o público conhecia a biografia do Oppenheimer, provavelmente porque ele e a equipe pesquisaram muito sobre ele.
A personagem da Emily Blunt é pouco aproveitada, é mostrada como uma mãe irresponsável e que sofre de alcoolismo, ao mesmo tempo que serve como "a consciência estrategista" do personagem do Cillian Murphy, falando frases motivacionais em momentos decisivos.
Ficou meio sem sentido essa parte da história, visto que uma pessoa instável emocionalmente, que está doente e precisava de ajuda, não teria discernimento para auxiliar ninguém a tomar decisões de segurança nacional e internacional, mas esse é o roteiro.
A personagem da Florence Pugh foi menos aproveitada ainda, parece que só escolheram esta atriz, pois ela já tinha trabalhado em filmes que precisou tirar a roupa e era meio "viciada" em sexo, tipo "Lady Macbeth" (2016), pois basicamente os closes foram nos peitos dela, não há um desenvolvimento da personagem, ela aparece, faz o que "precisa fazer" e some. Parece uma objetificação consentida da personagem dela que parecia ser uma espiã frustrada e triste.
A fotografia desse filme é legal. A trilha sonora é repetitiva, acompanha o desenvolvimento dos capítulos, parece que o compositor se inspirou nos antigos trabalhos do Hans Zimmer com o Nolan e adicionou mais algumas influências minimalistas, mas combina com o filme.
Em resumo, a edição é ruim. A fotografia é boa. A trilha sonora é mediana e repetitiva. As atuações estão adequadas para um roteiro fraco e cansativo.
Para um filme sobre a Segunda Guerra Mundial, dirigido pelo Nolan, ainda prefiro "Dunkirk".
É um filme muito bom, mas acredito que hoje ele seria problematizado, pois a situação poderia se configurar como abuso de incapaz.
Além disso, se uma pessoa precisa ficar mentindo para ter uma "vingança", acho que ela gasta energia, recursos e envolve muita gente de forma desnecessária, só uma pessoa com amnésia para acreditar nessa história. O marido dela nesse filme é um covarde, o ator fez um bom papel. O final foi coerente.
Assisti o remake com a Anna Faris, é legal, os papéis foram invertidos, talvez por esse receio de ser problematizado, mas esse é mais engraçado, pois o casal conseguiu convencer.
O legal é que o casal de atores desse filme continua junto até hoje, é difícil encontrar casais assim. É bom ver pessoas que se gostam de verdade e que buscam trazer felicidade através do trabalho que desempenham.
Acredito que todo mundo deveria assistir esse filme, principalmente estudantes de Rádio e TV e profissões ligadas à Comunicação.
Estou observando que muitos estudantes destas áreas estão esquecendo a essência do que é ser um locutor de Rádio e a função do Rádio.
Atualmente, ligamos em algumas estações de rádio e nos deparamos com locutores totalmente despreparados.
Primeiro, que a maioria deles não tem voz de locutor de rádio, muitos precisam fazer preparação de voz, pois possuem as vozes mais comuns do mundo, não há mais uma personalização da voz dos locutores atuais, uma característica importante dos locutores clássicos que ainda resistem mesmo com a diminuição dos salários e como brilhantemente demonstrou o ator Robin Williams nesse filme ♡
Depois, muitos deles ficam conversando entre si de forma debochada sobre temas igualmente fúteis, problemas sociais ou notícias da atualidade ficam atrás das fofocas e risadas fora do tempo.
Por último e o que considero o maior absurdo de todos: muitas rádios não tocam músicas inteiras, não falam sobre as músicas que tocam, quando falam é sobre a vida pessoal do cantor ou cantora. Uma rádio FM que não toca músicas está fazendo algo errado.
Entendo que as rádios atuais perderam muita audiência para outros meios de comunicação e até mesmo para podcasts, que na realidade são programas de rádio filmados, e precisaram cortar despesas e capital humano profissional, mas não é possível que não existam estudantes de Rádio e TV com vozes melhores e formação cultural mais preparada para assumir programas.
Enfim, faltam radialistas na sociedade que consigam levar alegria, entusiasmo, comentar notícias com respeito e passar músicas boas para a sociedade, mesmo em tempos difíceis, como esse filme mostra.
Esse filme é muito bom, mostra a batalha do bem contra o mal.
Muitas pessoas têm preconceito em relação a esse filme, mas ele é bem realista, principalmente para as pessoas que estudam sobre espiritualidade, apesar de ser baseado em uma categoria literária de ficção.
Conta a história de John Constantine que tenta ajudar uma policial cética a descobrir o que aconteceu com a irmã gêmea dela. Constantine utiliza os dons e o conhecimento que recebeu para fazer o bem. Ele é um exorcista, consegue enxergar a verdade por trás das pessoas e das intenções das pessoas, portanto, a aparência dele é sombria e se destaca na figura dele, pois os segredos das pessoas e do mundo nem sempre são leves.
É um filme bem interessante para aqueles que buscam entender mais sobre esse assunto, sem preconceito ou falso moralismo. As pessoas revelam quem elas são, basta prestar atenção e não ter medo. Keanu Reeves já comentou que é um dos personagens que ele mais gostou de interpretar e que se pudesse interpretaria novamente.
O filme mostra que quando fazemos o bem nos libertamos de doenças, espirituais ou físicas, o contrário também é verdade. Recomendo ♡
"The Notebook" é um filme muito bonito, baseado em um livro de mesmo nome, do Nicolas Sparks.
É uma história emocionante, não considero inverossímil, visto que no contexto que ela é inserida as distinções entre as classes sociais eram mais marcantes do que são hoje, apesar desse preconceito ainda existir.
Além disso, o filme fala da questão do Alzheimer, uma realidade presente na vida de inúmeras famílias e que afetou a vida de inúmeros casais. A diferença desse filme para os demais filmes baseados em obras do Nicolas Sparks é que esse possui uma singularidade que é a sutileza na construção do enredo.
Os filmes posteriores utilizaram essa receita "pronta" o que os tornou previsíveis. A sutileza e a construção da relação dos dois personagens neste filme ficou gradual e mais realista do que as paixões "instantâneas" e dramas apresentados no final dos seguintes.
Gosto como o filme revela como pessoas más tentam culpabilizar as vítimas para tentar encobrir as maldades e injustiças que fizeram para suprir seus próprios interesses, geralmente ligados à ganância e preconceitos. Os pais da personagem da Rachel McAdams dizem que o Noah não era "bom" para ela, mas queriam um casamento arranjado para aumentar a própria fortuna, escondem as cartas, inventam histórias, tentam transformá-lo em vilão, dizem que ele é um sem futuro quando ele era bastante esforçado. Assim, também gosto como o filme demonstra que o tempo sempre revela a verdade sobre tudo, pois realmente não existe nada oculto que não apareça na luz.
Recomendo, pois é um dos melhores filmes da Rachel McAdams e do Ryan Gosling, eles eram bem jovens, mas representaram os papéis com bastante maturidade e respeito ♡
Considero a melhor adaptação feita sobre o livro do Flaubert. O filme é visualmente bonito e a narração nos lembra que estamos vendo uma adaptação literária.
Entretanto, não entrou para os meus favoritos, apesar de ter tentado colocá-lo lá várias vezes, assisti em 2014, pois não me identifico em nada com a personagem, assim minha empatia com as decisões que ela tomou são muito limitadas.
Entendo todos os motivos que a levaram a ter aquele comportamento, principalmente sobre a influência da leitura de romances e revistas de tendência da época, ela era uma sonhadora insatisfeita, pois vivia sempre comparando a própria vida com idealizações escritas por outras pessoas. Além disso, entendo que ela vivia um casamento arranjado, nem sempre mas geralmente fadado ao fracasso, as pessoas podem não se casar somente por "amor", mas conseguem se manter unidas por causa dele por mais tempo.
Assim, considero que a procura pelos amantes também não é justificável, pois era possível observar o caráter de "interesse" neles, eles só se relacionavam com ela porque ela era casada e tinha uma vida estável, a partir do momento que ela perdesse aquilo eles também perderiam o "interesse" por ela, isto é básico.
Enfim, Flaubert precisou se defender e defender o livro perante uma sociedade moralista, cumpriu seu papel e o livro é um importante instrumento de estudo do comportamento humano, não fazia sentido nenhum censurar o livro e nem condená-lo, pois o que a personagem fez não é e nunca foi incomum, o adultério sempre aconteceu na história da humanidade, está na Bíblia, Jesus diz para Maria Madalena ir e não pecar mais, porque ela iria sofrer, então é algo que acontece, mas é aconselhado desde sempre a não ser realizado, pois traz sofrimento.
Em "Madame Bovary" não considero certo, pois é desrespeitoso com o marido que depois de se tornar viúvo ainda escolheu lhe dar dignidade e uma vida decente, ele parecia ser uma boa pessoa e parecia gostar dela de verdade, pelo menos nas adaptações feitas e no livro foi o que captei. Além disso, lembro que ela tinha uma filha e aquele final parece egoísta, pois prejudicou o futuro da criança. Por fim, isso parece gastar muita energia que poderia ser utilizada em algo útil e duradouro.
Nenhum excesso de ambição e fantasia é bom, assim não é possível "favoritar" esta história, principalmente pelo final, mas vale a leitura do livro e é um bom filme, mas não é possível "romantizar" a traição, pois o final é sempre o mesmo: infelicidade para todos os envolvidos.
A Emma é uma heroína que leva à morte, depois que ela morre, o marido dela também morre e a filha fica órfã. Não é uma história muito boa, só serve de aprendizado ♡
É um bom filme, fala de desilusões. A história é bem realista e por isso pode chocar algumas pessoas acostumadas a assistir filmes mais fantasiosos.
O filme fala sobre abusos, a perda da inocência, conflitos familiares, preconceitos e principalmente sobre não querer enxergar as pessoas e as situações como elas realmente são.
A personagem da Jena Malone é uma adolescente ingênua que é constantemente enganada e traída pelo "namorado" que só a usa para se satisfazer, em seguida, ela é abandonada por ele quando fica grávida. Na realidade, ele age com indiferença, demonstrando que não irá oferecer nenhum tipo de apoio. Tentando encontrar uma saída para melhorar a situação, ela tenta imaginar um futuro melhor com a "família reunida", faz isso se baseando em "memórias" da infância em que tinha a presença do pai, só que ela não possui memórias completas, possui apenas fragmentos de memórias, mas pensa que é o suficiente. Entretanto, ao longo do filme vemos que esse esforço da personagem é baseado somente em ilusões.
Nunca passei por nenhuma dessas situações, nunca fiquei grávida, mas achei importante os tópicos abordados pelo filme.
Não recomendo esse filme para pessoas que possuem gatilhos psicológicos, mas por ser um filme realista pode auxiliar outras pessoas a não cometerem os mesmos erros da protagonista, pois são evitáveis.
As pessoas são o que elas são. As pessoas são o que elas podem ser, elas só mudam se as circunstâncias da vida as forçarem e se elas quiserem e mesmo assim é aceitar ou seguir em frente, felizmente ela escolheu a segunda opção ♡
Assisti na época da escola, é um filme muito necessário, pois fala sobre as consequências do vício em drogas na vida dos jovens, mas que vale para todas as idades, para os homens e para as mulheres, pois é algo que prejudica a vida não somente deles, mas também de todas as pessoas ao redor, principalmente de pessoas inocentes. Pelo menos ela, a moça desse filme, não ficou grávida do colega. Para ser mãe e pai é necessário ter responsabilidade e gestão financeira, caso contrário o ciclo iria se repetir, o bebê deles iria sofrer, eles eram imaturos, porém eles precisavam ter mais autocontrole. Ter um filho não pode ser um "modo de vida", as pessoas descobrem e as crianças precisam de proteção ♡ Baseado na história real da escritora Christiane Vera Felscherinow. O cantor David Bowie faz participação especial.
Gosto desse filme porque é verdadeiro. Mostra a realidade da vida de um homem que possui uma doença que o impede de ter relacionamentos saudáveis e duradouros, pois o escraviza, deixando-o com sentimento de vazio e angústia. Ele não sente prazer nas relações, mas dor e vulnerabilidade. O filme também mostra a relação desajustada que ele tinha com a irmã, que provavelmente via nele um modelo de conduta desde jovem, por isso imitava o comportamento. Contudo, o filme deixa transparecer que ele se importava com ela, mas provavelmente eles tiveram uma infância conturbada, abusiva, sem amor e encontraram nas relações casuais uma forma de fuga da realidade, mesmo que de forma momentânea. Só que ela era mais sensível, estava doente e precisava de cuidado profissional, assim como ele, mas infelizmente ela não teve. Então, ele busca resistir para não ter o mesmo fim, não ser mais escravo da doença, busca aprender a se relacionar para ser livre do vício. É um dos melhores filmes do Steve McQueen junto com o Michael Fassbender, além desse filme, eles trabalharam juntos em "Hunger" e "12 Anos de Escravidão", que também são muito importantes. Recomendo.
Assisti esse filme faz muitos anos, mas basicamente ele fala da maldade humana. Conta a história de uma moça que busca abrigo em uma nova cidade, acredita que encontrou um lugar seguro, o líder da cidade a recebe e convence a cidade a aceitá-la, pois ela poderia ser "útil" no futuro. Conforme o tempo passa, as pessoas da cidade começam a mostrar as verdadeiras intenções para com a moça. Ela as ajuda, mas nunca é o suficiente. O líder deles era maldoso e queria usar ela como os outros. Mostra que fingiu que estava a ajudando, mas queria ser "recompensado" por isso, contudo, aos poucos ele começou a achar que ela seria uma "ameaça", pois era arrogante, no final ele admite isso, então começou a perseguí-la como os outros, utilizando de um discurso decorado. No final estava tentando fazer negócios com os perseguidores da cidade, pois era igual a eles. O filme pode ser visto como uma alegoria cristã que mostra a Grace, a graça entrando na vida das pessoas tentando ajudá-las, muitas vezes na forma de pessoas, mas como o excesso de ambição, covardia, mentiras, manipulação e maldade humanas tentam corrompê-la e destruí-la para benefício próprio e como o universo observa essas situações e julga. O filme fala sobre os diferentes tipos de abuso que os seres humanos infligem uns sobre os outros, fala dos limites da tolerância da bondade, que torna as pessoas coniventes para a continuidade de ciclos de abuso sobre outras pessoas inocentes. É um filme pesado, mas verdadeiro ♡
Esse filme apesar de triste é muito importante. Ele fala da morte, da finitude das pessoas de forma muito respeitosa. Utiliza os animais de forma respeitosa como símbolos da pós-vida. Assisti ele meses antes do falecimento da minha avó e nunca esqueci, venho de uma família Espírita e tenho mediunidade avançada, portanto, o tema é importante para mim.
As pessoas "doentes", pacientes com doenças terminais e pessoas já falecidas precisam ser respeitadas, porém estou observando que a maioria das pessoas dessa geração não entende isso, muitas debocham, riem e acham que são eternas ou esquecem dos familiares que já faleceram e que se não tivessem tido a presença deles eles não teriam existido, não honram a memória de ninguém, provavelmente nem os visitam. Talvez os "doentes" sejam eles. Em uma sociedade cada vez mais narcisista, onde tudo é sobre eles, deve ser difícil enxergar o "outro". ♡
Todo mundo tem uma história que merece ser respeitada até no momento da pós-vida, mas acredito que é necessário ser demasiadamente sensível e humano para entendê-la. Talvez eu seja muito sensível, mas ter a consciência limpa de sempre ter respeitado as pessoas e nunca ter machucado alguém que era inocente não tem preço. ♡
Por mais pessoas sensíveis, respeitosas e verdadeiramente humanas em um mundo cada vez mais frio de "Amor" ♡
Esse filme é muito interessante, pois mostra como muitas pessoas se ofendem com a verdade, quando possuem a consciência pesada. Para tentar aliviar a dor na consciência e conseguir apoio de grupos de pessoas, inventam histórias ou pedem para outras pessoas fazerem isso por elas. A cena em que o marido confessa que inventou histórias para colocar a culpa na esposa das coisas que ele fez no passado para encobrir o próprio vício, como dizer que ela era depressiva, agressiva, tentou se machucar e machucá-lo, só para ele chamar atenção dos outros e conseguir manter um emprego, demonstra isso. Pelo menos ele confessou. A maioria não confessa e continua inventando desculpas e culpando os outros. Não é culpa da pessoa, é uma doença, que provavelmente vai se agravar sem cuidado. É o que a pessoa pode ser, até decidir se curar. A esposa decidiu ficar com ele, pois estavam juntos faziam mais de 10 anos. Assim, penso que atualmente o final não seria muito diferente, pois a maioria das mulheres continua fazendo isso, inclusive se o marido é agressivo, neste caso ele só era mentiroso. Na vida real, os homens se unem para auxiliar o colega a sair do vício ou para "passar o pano" nas coisas erradas que ele faz, como retratado neste filme. Claro que o contrário não ocorre. As mulheres só recebem ajuda da família se possuírem uma ou quando pagam uma consulta. A sociedade não mudou tanto assim. Grace Kelly mereceu os prêmios Oscar, entregue em 1955, e o Globo de Ouro pela interpretação. Bom filme ♡
É um grande alerta e uma boa advertência tanto para os homens quanto para as mulheres que tentam construir e manter relacionamentos baseados apenas na aparência, que é mutável e enganosa.
Homens costumam cair mais em histórias como as mostradas neste filme, são atraídos por mulheres que só querem o dinheiro deles, obcecados pela aparência e ideia de juventude. Só que a aparência sempre se esvai e só é mantida com custos, sendo assim, eles podem gastar tudo o que possuem para "manter" essas mulheres que pouco fazem em troca.
A única exceção é quando eles as ajudam a se desenvolver como pessoa e em troca elas fazem o mesmo com eles, caso contrário é uma relação de parasitismo, como as relações mostradas neste filme. A esposa do personagem principal parasita ele emocionalmente e financeiramente, depois ele é parasitado financeiramente por outra mulher que era parasitada por um gigôlo mentiroso.
Atualmente, contudo, esse cenário está se invertendo com mais moças caindo nesses golpes. Mulheres que se submetem a "sustentar" homens que nada fazem por elas, convivendo com gigôlos, que nem valem o que cobram, que as oprimem, mentem e ameaçam de abandono constantemente, com medo de ficarem sozinhas.
O final do filme apesar de não ter agradado muitas pessoas, considero muito importante.
As pessoas tomam decisões sem pensar muito nas consequências das suas escolhas. Não colocam limites em como as pessoas podem as tratar e depois podem colher sofrimento.
É importante aprender a lição para não cometer os mesmos erros, se afastar de vampiros afetivos e emocionais, evitar dessa situação se transformar em um padrão repetitivo.
Esse filme é com o mesmo elenco de "Um Retrato de Mulher" (1944), acredito que se tivesse o mesmo final do outro filme a frase final utilizada naquele filme continuaria valendo para este:
"Nem por um milhão de dólares!" ♡
Acredito que se um deles tivesse quebrado o ciclo de exploração o final seria diferente para todos, mas o filme quis ser realista, porque muitas vezes parece que as pessoas sabem o que devem fazer e se libertar, mas preferem sofrer. Ninguém nasceu para sofrer, mas para ser feliz.
Enfim, é um filme pesado e triste, mas é um bom filme. ♡
Terminei de assistir o filme, é uma pornochanchada criminal, este estilo de filme mais grosseiro, malicioso e erótico era comum durante a época que ocorreu o caso, anos 70. Neste tipo de filme o adultério e a falta de diálogo são comuns. Em "Angela", os personagens não conversam direito, o rapaz tratava ela como um animal... De cada três cenas, apenas uma era de diálogo e durava um pouco mais de um minuto. Os atores coadjuvantes não são bem aproveitados, todos são maliciosos e nem a existência deles é explicada, exceto pela moça que trabalhava na casa, eles aparecem e somem da tela de forma abrupta. Os filhos da Ângela só aparecem uma vez. A personagem da Bianca Bin é pouco desenvolvida e tratada como se não fosse importante, alienada, triste e descartável, não entendi o papel dela, em uma das cenas ela "foge" e deixa a Ângela para apanhar, sua "melhor amiga", e a cena mais longa dela é de conteúdo adulto. Todas as cenas do filme que envolvem outros atores parecem querer levar para cenas de conteúdo adulto. Lembra realmente um filme privê, que passaria de madrugada. O roteiro é pobre, assim como a produção, a maquiagem e o figurino, não parece um filme que busca trazer respeito ou justiça para a socialite Ângela Diniz, na verdade, a história dela nem é contada, sabemos mais sobre a reforma de uma casa. A fotografia do filme também é fraca, algumas cenas são muito escuras, não é possível enxergar as cenas direito, precisam trabalhar iluminação em cenas filmadas de noite... A Isis Valverde fez um bom papel, mas o roteiro não ajudou. O filme termina de forma decepcionante e sem defendê-la, a última tomada é sobre o rapaz. Não recomendo, tomara que um dia façam um filme decente sobre ela e a defendam, esse parece uma fantasia pessoal do diretor.
Este filme é baseado em uma novela escrita por Stefan Zweig, um escritor vienense, de origem judaica, ele escreveu diversos livros importantes, entre eles biografias e contos. A novela original foi publicada em 1922. Neste filme Joan Fontaine faz uma mártir autoimposta "de amor", que se apaixona por um pianista mulherengo. Algumas pessoas citaram uma possível alusão à santificação da personagem, isto é verdade em certo ponto, mas se observarmos a história de um aspecto mais amplo e profundo, ela se apaixonou por uma forma ilusória do pianista, uma forma que nunca existiu, pois até o mordomo dele prestava mais atenção nela do que o próprio pianista. No filme, em alguns momentos ela assume que tudo aquilo poderia se tratar de uma ilusão, mas até nestes momentos ela demonstra uma baixa autoestima e se culpa por ele "não amá-la", mesmo após muitos anos... É uma cegueira incontornável. A verdade é que se tratava de uma obsessão, pois ele não era nada daquilo que ela imaginava, o final do filme inclusive mostra que ele estava sempre a caminho da decadência. Não é possível julgar a personagem, pois a situação dela é bem comum, algumas mulheres tendem a colocar homens em pedestais, principalmente quando são rejeitadas de alguma forma, não aceitam o fim de uma relação ou simplesmente não aceitam que o homem não está ou nunca esteve interessado, não aceitam que os homens podem se envolver casualmente e simplesmente não sentir nada, nem antes e nem depois. Não aceitam, pois é uma dor que elas não querem sentir, é a dor da realidade humana, da superficialidade das relações, que não é exclusividade da "modernidade", ela sempre existiu. Sempre existiram os filhos "ilegítimos" e as "mulheres para casar". Da mesma forma, sempre existiram homens que não servem para casar e sempre existirá, pois é a realidade humana acreditar que sempre merece "o melhor" para si, mesmo quando é uma ilusão e outra máxima é que ninguém força ninguém a amar. A personagem de Joan então cria ilusões e se alimenta delas, esperando que "um dia" as coisas mudem, se talvez ela se "esforçar" ou se sacrificar de alguma forma, se não se casar, se não se relacionar com outras pessoas. Algumas mulheres fazem isso, elas fazem "tudo" por um homem esperando que ele retribua com "amor". Algumas tentam comprar o amor dele, comprando o tempo da companhia dele, etc. O problema deste último caso é que no dia que o dinheiro acabar e sumir, o "amor" dele também vai. Acredito que não é culpa das mulheres, elas só foram ensinadas "a amar", mesmo que isto signifique deixarem de "se amar". Acontece que este filme ensina outra lição importante, mostra que reciprocidade não é sinônimo de sacrifício, mostra que toda obsessão leva à uma tragédia, seja física, mental ou financeira. Quando as pessoas se gostam mutuamente não dói, o filme mostra que ela passa a vida em infelicidade, esperando... até mesmo quando bons homens a pedem em casamento, ela só aceita por causa do filho, para sustentá-lo, porém mesmo nesses momentos parece que ela só quer mantê-lo vivo pois ele era filho "dele", contudo, não falava nada para "ele" para não "incomodá-lo"... Mas "ele" nem lembrava da existência "dela" e continuava a viver a vida "dele" de solteiro, não se importando, portanto, com nenhum "filho dele"... Logo, essa "abnegação" ou sacrifício autoimposto da personagem era irracional e doentio, ela estava longe de ser uma mártir. Os santos libertam as pessoas e não são apegados ao mundo material, ela foi apegada até o último dia. Um verdadeiro mártir morre por uma causa que realmente existe, a sua morte não é premeditada por ele, por isto ele é um mártir, pois ele é inocente, geralmente ele é traído ou as condições são levadas ao extremo e o pegam. A personagem de Joan estava doente mentalmente, em parte ela sabia, só que a doença aos poucos a consumiu. Algumas pessoas podem se simpatizar com a personagem, mas sinceramente acredito que pessoas que vivem conflitos parecidos com os que ela vive precisam de algum tipo de ajuda, pois ninguém pode forçar amor ou tentar fazer o outro se sentir culpado, mesmo que de forma não intencional, a amar. Não é um filme sobre "amor" é um filme sobre obsessão, escravidão mental e martírio autoimposto. Joan Fontaine fez muito bem este papel, auxiliou a produzir o filme, o que foi uma conquista para as mulheres da época, pois foram poucas as atrizes que se arriscavam e foram autorizadas a produzir filmes. Ela fez um excelente trabalho. Entretanto, acredito que o filme ensina que é melhor enxergamos as pessoas como elas realmente são, para evitarmos causar sofrimento, não somente em nós mesmos, mas nos outros, que são tão inocentes quanto nós somos, principalmente as crianças que não deveriam sofrer com as consequências das nossas escolhas ♡
Esse filme é ideal para começar a estudar Arqueologia da Arquitetura, área não muito estudada no Brasil. É lindo observar o amor que a personagem da Rachel Weisz tem em falar dos objetos e das construções, não somente da parte histórica, mas de como tudo aquilo representava simbolicamente a cultura e a vida deles, ela fez outro filme também muito bom que é possível estudar a estética das edificações e dos artefatos, se chama "Alexandria" (no orginal "Ágora"), nele ela faz a filósofa grega, matemática e polímata Hipátia de Alexandria, que foi professora na Academia Neoplatônica, em um período em que as mulheres não tinham muito acesso ao conhecimento, sofriam preconceito, eram limitadas de lecionar e precisavam buscá-lo praticamente sozinhas, um cenário não muito diferente do atual.
Essa área de estudo da Arqueologia é importante para reconstruir e preservar estes patrimônios, pois quando se entende que tudo o que foi construído, criado e pintado ao longo de milhares de anos (pois não existiam fotografias, era a única forma do homem criar e construir imagens) se percebe que a história humana é escrita em pedra, cerâmica, âmbar, marfim, ouro e ossos, além das palavras... Se consegue entender a essência humana e da humanidade, visto que muitas construções e artefatos são produtos das relações humanas, relações sociais, das mais edificantes inspiradas pelo gênio e pelo gosto até às edificações fruto da corrupção e maldade, como às que são resultado de escravidão como às construções do Egito e até mesmo das edificações das civilizações latino-americanas, elas mostram e refletem como era o comportamento humano naquelas épocas.
Excelente filme, assistam ele também por este ângulo ♡
"Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo; do fogo brota a luz.” "Nada pensou de importante que não fosse escrito na pedra." (Victor Hugo, escritor francês)
Esse filme é muito importante, pois ensina a importância de não perdermos a fé e a humanidade, mesmo quando em face da morte. O mundo possui muitas ilusões, assim, o caminho mais fácil pode parecer revoltar-se com a vida, corromper-se ou entregar-se à desilusão. Entretanto, o filme mostra que a única coisa que levamos dessa vida são os resultados dos nossos relacionamentos, das pessoas que tocamos, das palavras que dissemos, do bem ou do mal que desejamos ou fizemos uns para os outros. Ele foca, sobretudo, no bem, pois as pessoas que nos fazem o bem jamais são esquecidas mesmo quando partem, não necessariamente quando falecem, mas quando deixam em nossas vidas a ternura de sua passagem. Além disso, mostra que nem mesmo a injustiça consegue tornar pessoas boas naquilo que a sociedade espera que elas se tornem. É um filme que ensina e fala de compaixão, mesmo que tardia. O personagem John Coffey é inesquecível, um homem simples que não gostava da escuridão e que tentou tirá-la de dentro das pessoas, que tentou curá-las quando foi permitido fazê-lo, mas o filme também mostrou que algumas pessoas não querem ser curadas. O personagem dele faz uma alusão à história de Jesus Cristo, que ao tentar curar e aconselhar foi mal interpretado e condenado, muito por inveja, muito por ignorância, pois as pessoas possuem preconceito com aquilo que não entendem ou não querem entender, os dois são mártires. Foi a melhor interpretação feita por Michael Clarke Duncan. ♡
"Moulin Rouge" é um filme muito profundo, lançado no começo do século XXI, ele se passa no contexto da Belle Époque francesa, no histórico edifício do Moulin Rouge, aberto originalmente em 1889, na cidade de Paris. Assim, é necessário ter um pouco mais de sensibilidade para entender a história, visto que é um drama, não apenas um filme musical ou um simples filme de romance. As músicas são um personagem a parte, a maior parte dos personagens foram inspirados em pessoas reais, Satine foi inspirada em diversas atrizes, cantoras e cortesãs que frequentaram o Moulin Rouge desde 1889, inclusive o sonho dela era se tornar uma grande atriz, assim como Mistinguett, uma jovem francesa que tinha o sonho de tornar-se uma grande atriz e começou cantando em diversos cabarés, incluindo o Moulin Rouge, no final do século XIX e início do século XX. A maioria das moças que se apresentavam no local tinham as mesmas esperanças. O personagem do Ewan McGregor foi inspirado em diversos artistas, em especial escritores, poetas, que vivenciaram a Belle Époque francesa, possuíam uma vida boêmia e frequentaram o local. Além deles, o filme também traz como personagem real o pintor Henri de Toulouse-Lautrec, assíduo frequentador do Moulin Rouge e que pintou diversas telas representando as cenas cotidianas no local. A ideia do colocar músicas contemporâneas foi uma proposta bem interessante e diferente, estão presentes versões de canções de Whitney Houston, The Police e David Bowie. Todas as canções foram cantadas pelos atores, inclusive Nicole Kidman está muito bem, é afinada, inclusive o final da personagem é condizente com a situação da saúde naquela época. O diretor Baz Luhrmann possui um olhar único para a Arte e a maioria dos seus filmes possuem o mesmo estilo de Estética: "Romeu e Julieta" e "O Grande Gatsby", seguem a mesma linha artística deste filme. Dessa forma, "Moulin Rouge" é bem trabalhado na área da Arte, inclusive ganhou os prêmios Oscar de Melhor Figurino e Oscar de Melhor Direção de Arte ♡
Este filme é sensacional, ensina que não devemos desistir de fazer aquilo que é o certo. Não devemos abandonar nossos princípios, nossa ética, mesmo quando a maioria escolheu se corromper, pois se todos fizessem isto não teríamos conquistado tantos direitos que nos possibilitam uma existência mais digna enquanto seres humanos que vivem em sociedade.
Recomendo que todos assistam para ficarem vigilantes sobre os conselhos que recebem e para nunca desistirem de lutar por aquilo que é justo ♡
Como muitas pessoas perguntam sobre o significado do título vou deixar a explicação abaixo, sem maiores spoilers.
O filme leva esse nome "A Mulher Faz o Homem", pois como os pôsteres do filme informam o personagem principal acaba utilizando da ajuda de uma secretária chamada Clarissa, que ao longo do filme se torna amiga dele e por já conhecer o ambiente o ajuda com bons conselhos. Ela aparece ao lado dele nos pôsteres e no filme, é interpretada pela atriz Jean Arthur. Não posso falar muito mais do que isso, pois seria muito spoiler, mas é por isto.
O filme quis passar que ter uma mulher sábia ao lado de um homem pode tanto elevá-lo quanto não ter pode derrubá-lo ou estagná-lo, por isto é preciso saber escolher com quem se trabalha e com quem se casa.
Uma mulher insensata do lado de um homem que está tentando fazer um trabalho sério que para ele é importante, ainda mais quando ele está começando na carreira, aconselhando de forma errônea pode deixá-lo confuso e fazê-lo tomar decisões erradas, que podem prejudicar a sua imagem e seu trabalho.
Ela era a secretária dele, portanto, essa função ficava sendo ainda mais importante, principalmente porque ele era novo, era um líder de escoteiros antes de assumir a função e foi escolhido de forma estratégica para assumir o cargo, pois era inteligente, esforçado e carismático, idealista. Acreditavam que pela ingenuidade dele e por ele ser jovem poderia ser mais fácil manipulá-lo e corrompê-lo. Assim, ela contou como as coisas funcionavam de verdade, sem interesses.
Na teoria ela tinha mais experiência na área em questão de anos, então ela cumpriu bem a função, com integridade e honestidade, não era corrompida e não queria corrompê-lo para benefício dela ou permitir que fizessem isso com ele.
Ela falou a verdade, falou das manobras políticas, da propina, da corrupção. Explicou que apesar do sistema possuir corrupção, ele não deveria desistir de fazer a coisa certa, porque nem tudo é uma "causa perdida" ♡
Neste filme ela auxiliou ele com bons conselhos e apoio, principalmente pelo fato exposto na sinopse de que ele era novo no ambiente e ingênuo por ser ainda muito jovem, como falei anteriormente ele era escoteiro, mudou de área e assim ele precisava receber bons conselhos para continuar na profissão e ser respeitado e não virar fantoche e recebeu de uma boa mulher no momento em que mais precisava, que na tradução fez justiça à sua existência, pois o título original é "Mr. Smith Goes To Washington", pois o nome do personagem principal é Jefferson Smith e ele está indo para Washington D.C assumir uma cadeira no Senado, de forma inesperada.
Este filme foi importante para a história do cinema, ele ganhou o Oscar de Melhor Roteiro escrito no ano de 1939, vencendo, inclusive, o roteiro de "E O Vento Levou..." no Oscar daquele ano. Só para você entender a força desta história.
"I guess this is just another lost cause, Mr. Paine. All you people don't know about lost causes. Mr. Paine does. He said once they were the only causes worth fighting for. " ♡
Assassinos da Lua das Flores
4.1 614 Assista AgoraÉ um bom filme, realmente é bem longo, mas possui história suficiente para ocupar este tempo.
Lembra o filme "Tarde Demais" (1949), com a Olivia de Havilland, inclusive a atriz Lily Gladstone é parecida com ela, ambas possuem o mesmo olhar e as cenas finais das duas são semelhantes nos dois filmes. Gostei da escolha dessa atriz.
Em contrapartida, o filme possui problemas de edição. A primeira parte do filme é interessante, pois descreve o contexto histórico das famílias e de toda a situação criminosa que ocorria no local que necessitava de investigação.
Entretanto, a segunda parte é muito extensa e poderia ter sido reduzida, pois deu um grande foco nos diálogos e planos dos assassinos. Acredito que a maioria das pessoas já tinha entendido a intenção deles desde os primeiros minutos, inclusive a personagem feminina principal: interesse no dinheiro deles.
Na segunda parte do filme, o protagonismo indígena se torna secundário, eles perdem tempo de tela e só aparecem para serem manipulados e sofrer. Não gostei dessa parte, pois mostrou muito abuso e poucas cenas de indignação, parecia mais um filme de máfia do Scorsese.
A terceira parte, envolvendo o surgimento do FBI e as cenas de julgamento, retoma o ritmo do filme. O nome do J. Edgar Hoover, primeiro diretor do FBI, foi citado várias vezes, mas ele não aparece em nenhuma cena.
Coincidentemente, o ator Leonardo DiCaprio fez um filme sobre ele, em que ele era J. Edgar Hoover, o nome do filme é "J. Edgar" (2011), o diretor foi o Clint Eastwood.
Além disso, o aparecimento dos atores Brendan Fraser e Jesse Plemons melhora o andamento do filme.
O final do filme é corrido, gostei da homenagem ao rádio, mas acredito que era necessário ter dado mais atenção para o desfecho mostrando as cenas, pois ficou meio "Orson Welles narrando Guerra dos Mundos", isto é, o assunto ficou meio teatral, como se a história do filme fosse baseada em ficção, sendo uma radionovela. Assim, apesar do diretor aparecer no final, a cena poderia ter sido mesclada com cenas que retratassem os fatos narrados, elas poderiam ser narradas só por ele.
O roteiro é bom, é adaptado de um livro de mesmo nome, mas o filme passou a mensagem que estava mais interessado em mostrar os assassinos ambiciosos e as interpretações de Leonardo DiCaprio e Robert De Niro do que defender os indígenas, pois a maior parte do tempo de tela é ocupada por eles, os indígenas são mostrados como pessoas extremamente ingênuas e manipuláveis, que aceitavam as injustiças de forma passiva a maior parte do tempo.
A trilha sonora é sombria e é utilizada como um "Bolero de Ravel", mas acredito que eles poderiam ter utilizado mais músicas folk indígenas, pois com certeza existiam centenas e isto evitaria a utilização da mesma música várias vezes. Visto ser um filme que fala dos indígenas, seria legal ter utilizado as músicas folclóricas dos indígenas.
Em resumo, é uma história triste, pesada, como citado, chegou um momento que parecia mais um filme de máfia que o Scorsese fez no passado, mas acredito que realmente foi um problema de edição.
Dessa forma, este filme retrata uma história importante e que precisava ser contada.
Vidas Passadas
4.2 759 Assista Agora"Vidas Passadas" é do tipo de filme que abre muitas ilusões nas pessoas, mas também pode ajudar a fechar.
"Almas Gêmeas", no sentido amoroso, são aquelas pessoas que escolhem ficar juntas e são felizes juntas, porque elas se complementam.
O casal de amigos mostrado neste filme vive se separando e por longos períodos de tempo, é uma vida de ausência, tão ausente que é possível construir uma vida dentro desta ausência, e foi o que aconteceu.
Logo, eles não eram "almas gêmeas" no sentido amoroso, pois é impossível ter um relacionamento estável assim. A amizade deles era alimentada por memórias e muitas suposições, que geravam estagnação mental e depois causaram sofrimento em ambos.
O filme mostra a história de amigos que vivem só de memórias da infância e projeções do passado, que idealizam como a vida poderia ter "sido", mas não foi e não é.
As pessoas possuem uma inclinação para romantizar e idealizar amores passados não concretizados, mas muitas vezes é necessário se curar e seguir em frente. É fácil falar isso e complexo de exercer, mas é a verdade.
Aceitar fins de ciclo é difícil, mas cada pessoa que passa pela nossa vida tenta ensinar algo, mesmo que de forma inconsciente, mesmo que ela não saiba que ensinou, são poucas as que conseguem fazer isto, por isto elas ficam na nossa memória e se a presença delas foi intensa, talvez vamos lembrar com detalhes da sua passagem.
O homem que casou com ela e a escutou falar de pessoas do passado era o verdadeiro "destino" dela, pois só uma pessoa que ama a outra tem paciência suficiente para aguentar este tipo de situação e não ir embora.
Além disso, ele nunca se esquivou de responsabilidades e prestou atenção em detalhes importantes, se esforçando para manter o relacionamento, como aprender o idioma dela. Enquanto o amigo, quando questionado sobre a possibilidade de visitá-la elencou uma lista de prioridades pessoais, sendo que a primeira não incluía vê-la.
Desde o início do filme o amigo disse que só estava com "saudade", depois estabeleceu um prazo muito grande para vê-la e por fim disse que estava de "passagem". Essas não são atitudes muito firmes e nem que conferem a ideia de "permanência".
Acredito que o filme quis ensinar a ficarmos com as pessoas que permanecem conosco.
Se duas pessoas não ficam juntas, nem por todo diálogo, memória afetiva ou esforço do mundo, elas não são almas gêmeas, no sentido amoroso. Se elas se afastam, mas realmente é "destino", elas se reencontram e ficam juntas sem muito drama, é simples.
Ficar pensando em amores do passado não concretizados gera estagnação, alimenta ilusões, é desrespeitoso com os parceiros atuais, mesmo que eles sejam compreensivos, e não torna aquela situação "destino", isto não faz nem sentido, porque o "destino" da protagonista direcionou ela para outros caminhos.
O passado pode ser consultado nos momentos certos, mas não pode dirigir a vida das pessoas, pois é o presente que determina o futuro e não o passado. O final do filme foi coerente.
O roteiro não é original, mas é bem feito e tenta ser sensível ao mesmo tempo que é realista.
Na verdade, parece uma junção dos filmes da franquia "Antes do Amanhecer" com "Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo", em que a protagonista ficava criando realidades diferentes da que ela tinha e verificando em qual delas seria mais feliz, só foi tirada a parte da fantasia e ao invés da filha é um amigo.
A fotografia do filme é bonita. É um dos melhores filmes atuais que conseguiu captar a grandeza e a beleza de New York.
A trilha sonora é sutil e combina com o filme. A duração do filme é adequada.
Em uma análise aprofundada é um filme mediano, mas nesses aspectos que mencionei é bom.
Priscilla
3.4 167 Assista AgoraÉ um filme regular. A diretora deu bastante ênfase na parte de arte do filme, principalmente nos quesitos de figurino, maquiagem e produção de arte. Dessa forma, é um filme tecnicamente bem trabalhado e ambientado nestas áreas.
Exceto pela escolha das músicas ter ficado um pouco repetitiva, pois os estilos de músicas utilizados neste filme já foram aplicados em outros filmes biográficos dirigidos por ela, principalmente em "Maria Antonieta" (2006).
Isto não é um problema, mas demonstra uma certa "zona de conforto" por parte da diretora, no sentido que não são músicas ruins, só a aplicação delas não é mais nenhuma novidade, se tornando uma espécie de assinatura.
Além disso, apesar do filme ser sobre a Priscilla Beaulieu e expor a visão dela em relação ao relacionamento dela com o Elvis, a falta de canções do Elvis, principalmente no final, nas cenas de shows dele, deixou a experiência imersiva da história um pouco incompleta e até mesmo trouxe uma sensação de vazio e silêncio.
Vale ressaltar, que muitas partes ficaram um pouco exageradas, como tentar retratar a Priscilla, o tempo todo, desde a primeira cena, como uma "boneca", vestindo ela como uma boneca, colocando e retirando os cílios toda hora, pintando as unhas, penteando o cabelo e trocando de roupa o tempo todo. Antes mesmo de qualquer pedido do Elvis e depois intensificando com as exigências. Isto deixou tudo artificial.
A relação dos dois é mostrada de uma forma idealizada e turbulenta, contudo, em alguns momentos, sinceramente, parecia que estava assistindo o filme "Lolita" (1997).
Isto gerou um sentimento de incômodo, não sei se foi esta a intenção da diretora, mas foi o que senti. Em alguns momentos, mesmo com toda aquela atmosfera de "arte", parecia um pouco perturbador e doentio, principalmente quando inseriram drogas alucinógenas e para dormir.
Em outros momentos, lembrava a série "Euphoria", inclusive o Jacob Elordi que interpreta o Elvis participa dessa série, ou um clipe da cantora Lana Del Rey, que já utilizou a obra "Lolita" e a Priscilla Presley como inspirações.
Assim, a intenção de algumas cenas é um pouco incerta, visto que a obra "Lolita" retrata um crime, apesar dos diálogos deste filme sugerirem o contrário. Então, fica um questionamento do que é realmente uma crítica e do que é uso intencional romantizado.
Bom, fora esses pontos. Gostei de como o filme mostrou que apesar do tratamento que ela recebeu, do desrespeito e das traições que ela sofreu a Priscilla conseguiu seguir em frente, desenvolveu uma carreira de sucesso no cinema como atriz, se tornou uma escritora e uma grande empresária. Essas partes não passam no filme, mas foi legal ver a partida.
Gostei mais da interpretação desse ator, Jacob Elordi, como Elvis e gostei mais desse filme sobre parte da vida dele com a Priscilla Beaulieu do que do filme "Elvis" lançado no ano passado, pois este é um filme menos frenético, a atriz que interpretou a Priscilla foi mais competente e a aparência desse ator e sobretudo a voz dele é mais parecida com a do Elvis e é mais agradável.
Em resumo, é um filme interessante que mostra o crescimento e amadurecimento da Priscilla Beaulieu da adolescência na Alemanha até a independência na fase adulta. No final, temos Dolly Parton.
Não é um filme muito longo, então não é cansativo. Baseado em um livro escrito pela própria Priscilla Beaulieu, que inclusive auxiliou a produzir o filme, ele é basicamente um resumo da história de vida dela e da relação dela com o Elvis.
Assim, algumas cenas podem ser meio incômodas, mas, como a própria Priscilla Beaulieu auxiliou a produzir este filme, ele é baseado no livro que ela escreveu sobre a relação dos dois, os atores são maiores de idade e ele foi aprovado para exibição, ele deve ser o material mais "fiel" que temos sobre esta história e pelo menos serve para refletir sobre a vida.
Oppenheimer
4.0 1,1KHonestamente, é um filme muito longo para o que retrata.
A história em si é meio absurda, pois basicamente tenta discutir e enaltecer uma situação de genocídio em massa como um ato heroico e fruto de genialidade.
Os diálogos começam a ficar cansativos e repetitivos depois de 2 horas.
A edição entre os períodos (colorido e preto e branco) ficou um pouco bagunçada do meio para o final, principalmente em relação ao personagem do Robert Downey Jr, que teve diálogos muito chatos.
Neste sentido, o personagem do Casey Affleck, com pouco tempo de tela, pareceu mais interessante e convincente.
Cillian Murphy está bem, só a edição ficou estranha dele passando de um estudante com saudade de casa, meio perturbado, para um cientista genial, sem ter mostrado a genialidade primária dele, considerando que eles tiveram 3 horas para mostrar isso.
Pareceu que o diretor supôs que o público conhecia a biografia do Oppenheimer, provavelmente porque ele e a equipe pesquisaram muito sobre ele.
A personagem da Emily Blunt é pouco aproveitada, é mostrada como uma mãe irresponsável e que sofre de alcoolismo, ao mesmo tempo que serve como "a consciência estrategista" do personagem do Cillian Murphy, falando frases motivacionais em momentos decisivos.
Ficou meio sem sentido essa parte da história, visto que uma pessoa instável emocionalmente, que está doente e precisava de ajuda, não teria discernimento para auxiliar ninguém a tomar decisões de segurança nacional e internacional, mas esse é o roteiro.
A personagem da Florence Pugh foi menos aproveitada ainda, parece que só escolheram esta atriz, pois ela já tinha trabalhado em filmes que precisou tirar a roupa e era meio "viciada" em sexo, tipo "Lady Macbeth" (2016), pois basicamente os closes foram nos peitos dela, não há um desenvolvimento da personagem, ela aparece, faz o que "precisa fazer" e some.
Parece uma objetificação consentida da personagem dela que parecia ser uma espiã frustrada e triste.
A fotografia desse filme é legal. A trilha sonora é repetitiva, acompanha o desenvolvimento dos capítulos, parece que o compositor se inspirou nos antigos trabalhos do Hans Zimmer com o Nolan e adicionou mais algumas influências minimalistas, mas combina com o filme.
Em resumo, a edição é ruim. A fotografia é boa. A trilha sonora é mediana e repetitiva. As atuações estão adequadas para um roteiro fraco e cansativo.
Para um filme sobre a Segunda Guerra Mundial, dirigido pelo Nolan, ainda prefiro "Dunkirk".
Um Salto Para a Felicidade
3.6 173 Assista AgoraÉ um filme muito bom, mas acredito que hoje ele seria problematizado, pois a situação poderia se configurar como abuso de incapaz.
Além disso, se uma pessoa precisa ficar mentindo para ter uma "vingança", acho que ela gasta energia, recursos e envolve muita gente de forma desnecessária, só uma pessoa com amnésia para acreditar nessa história. O marido dela nesse filme é um covarde, o ator fez um bom papel. O final foi coerente.
Assisti o remake com a Anna Faris, é legal, os papéis foram invertidos, talvez por esse receio de ser problematizado, mas esse é mais engraçado, pois o casal conseguiu convencer.
O legal é que o casal de atores desse filme continua junto até hoje, é difícil encontrar casais assim. É bom ver pessoas que se gostam de verdade e que buscam trazer felicidade através do trabalho que desempenham.
Assistido em 23/12/2023
Bom Dia, Vietnã
3.8 243 Assista AgoraAcredito que todo mundo deveria assistir esse filme, principalmente estudantes de Rádio e TV e profissões ligadas à Comunicação.
Estou observando que muitos estudantes destas áreas estão esquecendo a essência do que é ser um locutor de Rádio e a função do Rádio.
Atualmente, ligamos em algumas estações de rádio e nos deparamos com locutores totalmente despreparados.
Primeiro, que a maioria deles não tem voz de locutor de rádio, muitos precisam fazer preparação de voz, pois possuem as vozes mais comuns do mundo, não há mais uma personalização da voz dos locutores atuais, uma característica importante dos locutores clássicos que ainda resistem mesmo com a diminuição dos salários e como brilhantemente demonstrou o ator Robin Williams nesse filme ♡
Depois, muitos deles ficam conversando entre si de forma debochada sobre temas igualmente fúteis, problemas sociais ou notícias da atualidade ficam atrás das fofocas e risadas fora do tempo.
Por último e o que considero o maior absurdo de todos: muitas rádios não tocam músicas inteiras, não falam sobre as músicas que tocam, quando falam é sobre a vida pessoal do cantor ou cantora. Uma rádio FM que não toca músicas está fazendo algo errado.
Entendo que as rádios atuais perderam muita audiência para outros meios de comunicação e até mesmo para podcasts, que na realidade são programas de rádio filmados, e precisaram cortar despesas e capital humano profissional, mas não é possível que não existam estudantes de Rádio e TV com vozes melhores e formação cultural mais preparada para assumir programas.
Enfim, faltam radialistas na sociedade que consigam levar alegria, entusiasmo, comentar notícias com respeito e passar músicas boas para a sociedade, mesmo em tempos difíceis, como esse filme mostra.
Recomendo, assistam e aprendam ♡
Constantine
3.8 1,7K Assista AgoraEsse filme é muito bom, mostra a batalha do bem contra o mal.
Muitas pessoas têm preconceito em relação a esse filme, mas ele é bem realista, principalmente para as pessoas que estudam sobre espiritualidade, apesar de ser baseado em uma categoria literária de ficção.
Conta a história de John Constantine que tenta ajudar uma policial cética a descobrir o que aconteceu com a irmã gêmea dela. Constantine utiliza os dons e o conhecimento que recebeu para fazer o bem. Ele é um exorcista, consegue enxergar a verdade por trás das pessoas e das intenções das pessoas, portanto, a aparência dele é sombria e se destaca na figura dele, pois os segredos das pessoas e do mundo nem sempre são leves.
É um filme bem interessante para aqueles que buscam entender mais sobre esse assunto, sem preconceito ou falso moralismo. As pessoas revelam quem elas são, basta prestar atenção e não ter medo. Keanu Reeves já comentou que é um dos personagens que ele mais gostou de interpretar e que se pudesse interpretaria novamente.
O filme mostra que quando fazemos o bem nos libertamos de doenças, espirituais ou físicas, o contrário também é verdade. Recomendo ♡
Diário de uma Paixão
4.1 2,6K Assista Agora"The Notebook" é um filme muito bonito, baseado em um livro de mesmo nome, do Nicolas Sparks.
É uma história emocionante, não considero inverossímil, visto que no contexto que ela é inserida as distinções entre as classes sociais eram mais marcantes do que são hoje, apesar desse preconceito ainda existir.
Além disso, o filme fala da questão do Alzheimer, uma realidade presente na vida de inúmeras famílias e que afetou a vida de inúmeros casais. A diferença desse filme para os demais filmes baseados em obras do Nicolas Sparks é que esse possui uma singularidade que é a sutileza na construção do enredo.
Os filmes posteriores utilizaram essa receita "pronta" o que os tornou previsíveis. A sutileza e a construção da relação dos dois personagens neste filme ficou gradual e mais realista do que as paixões "instantâneas" e dramas apresentados no final dos seguintes.
Gosto como o filme revela como pessoas más tentam culpabilizar as vítimas para tentar encobrir as maldades e injustiças que fizeram para suprir seus próprios interesses, geralmente ligados à ganância e preconceitos. Os pais da personagem da Rachel McAdams dizem que o Noah não era "bom" para ela, mas queriam um casamento arranjado para aumentar a própria fortuna, escondem as cartas, inventam histórias, tentam transformá-lo em vilão, dizem que ele é um sem futuro quando ele era bastante esforçado. Assim, também gosto como o filme demonstra que o tempo sempre revela a verdade sobre tudo, pois realmente não existe nada oculto que não apareça na luz.
Recomendo, pois é um dos melhores filmes da Rachel McAdams e do Ryan Gosling, eles eram bem jovens, mas representaram os papéis com bastante maturidade e respeito ♡
A Sedutora Madame Bovary
3.6 15Considero a melhor adaptação feita sobre o livro do Flaubert. O filme é visualmente bonito e a narração nos lembra que estamos vendo uma adaptação literária.
Entretanto, não entrou para os meus favoritos, apesar de ter tentado colocá-lo lá várias vezes, assisti em 2014, pois não me identifico em nada com a personagem, assim minha empatia com as decisões que ela tomou são muito limitadas.
Entendo todos os motivos que a levaram a ter aquele comportamento, principalmente sobre a influência da leitura de romances e revistas de tendência da época, ela era uma sonhadora insatisfeita, pois vivia sempre comparando a própria vida com idealizações escritas por outras pessoas. Além disso, entendo que ela vivia um casamento arranjado, nem sempre mas geralmente fadado ao fracasso, as pessoas podem não se casar somente por "amor", mas conseguem se manter unidas por causa dele por mais tempo.
Assim, considero que a procura pelos amantes também não é justificável, pois era possível observar o caráter de "interesse" neles, eles só se relacionavam com ela porque ela era casada e tinha uma vida estável, a partir do momento que ela perdesse aquilo eles também perderiam o "interesse" por ela, isto é básico.
Enfim, Flaubert precisou se defender e defender o livro perante uma sociedade moralista, cumpriu seu papel e o livro é um importante instrumento de estudo do comportamento humano, não fazia sentido nenhum censurar o livro e nem condená-lo, pois o que a personagem fez não é e nunca foi incomum, o adultério sempre aconteceu na história da humanidade, está na Bíblia, Jesus diz para Maria Madalena ir e não pecar mais, porque ela iria sofrer, então é algo que acontece, mas é aconselhado desde sempre a não ser realizado, pois traz sofrimento.
Em "Madame Bovary" não considero certo, pois é desrespeitoso com o marido que depois de se tornar viúvo ainda escolheu lhe dar dignidade e uma vida decente, ele parecia ser uma boa pessoa e parecia gostar dela de verdade, pelo menos nas adaptações feitas e no livro foi o que captei. Além disso, lembro que ela tinha uma filha e aquele final parece egoísta, pois prejudicou o futuro da criança. Por fim, isso parece gastar muita energia que poderia ser utilizada em algo útil e duradouro.
Nenhum excesso de ambição e fantasia é bom, assim não é possível "favoritar" esta história, principalmente pelo final, mas vale a leitura do livro e é um bom filme, mas não é possível "romantizar" a traição, pois o final é sempre o mesmo: infelicidade para todos os envolvidos.
A Emma é uma heroína que leva à morte, depois que ela morre, o marido dela também morre e a filha fica órfã. Não é uma história muito boa, só serve de aprendizado ♡
Confissões de uma Garota Americana
3.4 16 Assista AgoraÉ um bom filme, fala de desilusões. A história é bem realista e por isso pode chocar algumas pessoas acostumadas a assistir filmes mais fantasiosos.
O filme fala sobre abusos, a perda da inocência, conflitos familiares, preconceitos e principalmente sobre não querer enxergar as pessoas e as situações como elas realmente são.
A personagem da Jena Malone é uma adolescente ingênua que é constantemente enganada e traída pelo "namorado" que só a usa para se satisfazer, em seguida, ela é abandonada por ele quando fica grávida. Na realidade, ele age com indiferença, demonstrando que não irá oferecer nenhum tipo de apoio. Tentando encontrar uma saída para melhorar a situação, ela tenta imaginar um futuro melhor com a "família reunida", faz isso se baseando em "memórias" da infância em que tinha a presença do pai, só que ela não possui memórias completas, possui apenas fragmentos de memórias, mas pensa que é o suficiente. Entretanto, ao longo do filme vemos que esse esforço da personagem é baseado somente em ilusões.
Nunca passei por nenhuma dessas situações, nunca fiquei grávida, mas achei importante os tópicos abordados pelo filme.
Não recomendo esse filme para pessoas que possuem gatilhos psicológicos, mas por ser um filme realista pode auxiliar outras pessoas a não cometerem os mesmos erros da protagonista, pois são evitáveis.
As pessoas são o que elas são. As pessoas são o que elas podem ser, elas só mudam se as circunstâncias da vida as forçarem e se elas quiserem e mesmo assim é aceitar ou seguir em frente, felizmente ela escolheu a segunda opção ♡
O Som do Coração
3.9 1,5K Assista AgoraGosto do pôster desse filme parece um "tornado" de música 🌪 ❤️
Eu, Christiane F.,13 Anos, Drogada e Prostituída
3.6 1,2K Assista AgoraAssisti na época da escola, é um filme muito necessário, pois fala sobre as consequências do vício em drogas na vida dos jovens, mas que vale para todas as idades, para os homens e para as mulheres, pois é algo que prejudica a vida não somente deles, mas também de todas as pessoas ao redor, principalmente de pessoas inocentes.
Pelo menos ela, a moça desse filme, não ficou grávida do colega. Para ser mãe e pai é necessário ter responsabilidade e gestão financeira, caso contrário o ciclo iria se repetir, o bebê deles iria sofrer, eles eram imaturos, porém eles precisavam ter mais autocontrole.
Ter um filho não pode ser um "modo de vida", as pessoas descobrem e as crianças precisam de proteção ♡
Baseado na história real da escritora Christiane Vera Felscherinow.
O cantor David Bowie faz participação especial.
Shame
3.6 2,0K Assista AgoraGosto desse filme porque é verdadeiro. Mostra a realidade da vida de um homem que possui uma doença que o impede de ter relacionamentos saudáveis e duradouros, pois o escraviza, deixando-o com sentimento de vazio e angústia. Ele não sente prazer nas relações, mas dor e vulnerabilidade.
O filme também mostra a relação desajustada que ele tinha com a irmã, que provavelmente via nele um modelo de conduta desde jovem, por isso imitava o comportamento. Contudo, o filme deixa transparecer que ele se importava com ela, mas provavelmente eles tiveram uma infância conturbada, abusiva, sem amor e encontraram nas relações casuais uma forma de fuga da realidade, mesmo que de forma momentânea. Só que ela era mais sensível, estava doente e precisava de cuidado profissional, assim como ele, mas infelizmente ela não teve. Então, ele busca resistir para não ter o mesmo fim, não ser mais escravo da doença, busca aprender a se relacionar para ser livre do vício.
É um dos melhores filmes do Steve McQueen junto com o Michael Fassbender, além desse filme, eles trabalharam juntos em "Hunger" e "12 Anos de Escravidão", que também são muito importantes. Recomendo.
Dogville
4.3 2,0K Assista AgoraAssisti esse filme faz muitos anos, mas basicamente ele fala da maldade humana. Conta a história de uma moça que busca abrigo em uma nova cidade, acredita que encontrou um lugar seguro, o líder da cidade a recebe e convence a cidade a aceitá-la, pois ela poderia ser "útil" no futuro. Conforme o tempo passa, as pessoas da cidade começam a mostrar as verdadeiras intenções para com a moça. Ela as ajuda, mas nunca é o suficiente. O líder deles era maldoso e queria usar ela como os outros. Mostra que fingiu que estava a ajudando, mas queria ser "recompensado" por isso, contudo, aos poucos ele começou a achar que ela seria uma "ameaça", pois era arrogante, no final ele admite isso, então começou a perseguí-la como os outros, utilizando de um discurso decorado. No final estava tentando fazer negócios com os perseguidores da cidade, pois era igual a eles.
O filme pode ser visto como uma alegoria cristã que mostra a Grace, a graça entrando na vida das pessoas tentando ajudá-las, muitas vezes na forma de pessoas, mas como o excesso de ambição, covardia, mentiras, manipulação e maldade humanas tentam corrompê-la e destruí-la para benefício próprio e como o universo observa essas situações e julga. O filme fala sobre os diferentes tipos de abuso que os seres humanos infligem uns sobre os outros, fala dos limites da tolerância da bondade, que torna as pessoas coniventes para a continuidade de ciclos de abuso sobre outras pessoas inocentes.
É um filme pesado, mas verdadeiro ♡
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraEsse filme apesar de triste é muito importante. Ele fala da morte, da finitude das pessoas de forma muito respeitosa. Utiliza os animais de forma respeitosa como símbolos da pós-vida. Assisti ele meses antes do falecimento da minha avó e nunca esqueci, venho de uma família Espírita e tenho mediunidade avançada, portanto, o tema é importante para mim.
As pessoas "doentes", pacientes com doenças terminais e pessoas já falecidas precisam ser respeitadas, porém estou observando que a maioria das pessoas dessa geração não entende isso, muitas debocham, riem e acham que são eternas ou esquecem dos familiares que já faleceram e que se não tivessem tido a presença deles eles não teriam existido, não honram a memória de ninguém, provavelmente nem os visitam. Talvez os "doentes" sejam eles. Em uma sociedade cada vez mais narcisista, onde tudo é sobre eles, deve ser difícil enxergar o "outro". ♡
Todo mundo tem uma história que merece ser respeitada até no momento da pós-vida, mas acredito que é necessário ser demasiadamente sensível e humano para entendê-la. Talvez eu seja muito sensível, mas ter a consciência limpa de sempre ter respeitado as pessoas e nunca ter machucado alguém que era inocente não tem preço. ♡
Por mais pessoas sensíveis, respeitosas e verdadeiramente humanas em um mundo cada vez mais frio de "Amor" ♡
Amar é Sofrer
3.6 35Esse filme é muito interessante, pois mostra como muitas pessoas se ofendem com a verdade, quando possuem a consciência pesada.
Para tentar aliviar a dor na consciência e conseguir apoio de grupos de pessoas, inventam histórias ou pedem para outras pessoas fazerem isso por elas.
A cena em que o marido confessa que inventou histórias para colocar a culpa na esposa das coisas que ele fez no passado para encobrir o próprio vício, como dizer que ela era depressiva, agressiva, tentou se machucar e machucá-lo, só para ele chamar atenção dos outros e conseguir manter um emprego, demonstra isso. Pelo menos ele confessou. A maioria não confessa e continua inventando desculpas e culpando os outros.
Não é culpa da pessoa, é uma doença, que provavelmente vai se agravar sem cuidado. É o que a pessoa pode ser, até decidir se curar. A esposa decidiu ficar com ele, pois estavam juntos faziam mais de 10 anos.
Assim, penso que atualmente o final não seria muito diferente, pois a maioria das mulheres continua fazendo isso, inclusive se o marido é agressivo, neste caso ele só era mentiroso.
Na vida real, os homens se unem para auxiliar o colega a sair do vício ou para "passar o pano" nas coisas erradas que ele faz, como retratado neste filme.
Claro que o contrário não ocorre. As mulheres só recebem ajuda da família se possuírem uma ou quando pagam uma consulta.
A sociedade não mudou tanto assim.
Grace Kelly mereceu os prêmios Oscar, entregue em 1955, e o Globo de Ouro pela interpretação.
Bom filme ♡
Almas Perversas
4.2 76 Assista AgoraEsse filme é muito importante.
É um grande alerta e uma boa advertência tanto para os homens quanto para as mulheres que tentam construir e manter relacionamentos baseados apenas na aparência, que é mutável e enganosa.
Homens costumam cair mais em histórias como as mostradas neste filme, são atraídos por mulheres que só querem o dinheiro deles, obcecados pela aparência e ideia de juventude.
Só que a aparência sempre se esvai e só é mantida com custos, sendo assim, eles podem gastar tudo o que possuem para "manter" essas mulheres que pouco fazem em troca.
A única exceção é quando eles as ajudam a se desenvolver como pessoa e em troca elas fazem o mesmo com eles, caso contrário é uma relação de parasitismo, como as relações mostradas neste filme.
A esposa do personagem principal parasita ele emocionalmente e financeiramente, depois ele é parasitado financeiramente por outra mulher que era parasitada por um gigôlo mentiroso.
Atualmente, contudo, esse cenário está se invertendo com mais moças caindo nesses golpes. Mulheres que se submetem a "sustentar" homens que nada fazem por elas, convivendo com gigôlos, que nem valem o que cobram, que as oprimem, mentem e ameaçam de abandono constantemente, com medo de ficarem sozinhas.
O final do filme apesar de não ter agradado muitas pessoas, considero muito importante.
As pessoas tomam decisões sem pensar muito nas consequências das suas escolhas. Não colocam limites em como as pessoas podem as tratar e depois podem colher sofrimento.
É importante aprender a lição para não cometer os mesmos erros, se afastar de vampiros afetivos e emocionais, evitar dessa situação se transformar em um padrão repetitivo.
Esse filme é com o mesmo elenco de "Um Retrato de Mulher" (1944), acredito que se tivesse o mesmo final do outro filme a frase final utilizada naquele filme continuaria valendo para este:
"Nem por um milhão de dólares!" ♡
Acredito que se um deles tivesse quebrado o ciclo de exploração o final seria diferente para todos, mas o filme quis ser realista, porque muitas vezes parece que as pessoas sabem o que devem fazer e se libertar, mas preferem sofrer.
Ninguém nasceu para sofrer, mas para ser feliz.
Enfim, é um filme pesado e triste, mas é um bom filme. ♡
Angela
2.5 83Terminei de assistir o filme, é uma pornochanchada criminal, este estilo de filme mais grosseiro, malicioso e erótico era comum durante a época que ocorreu o caso, anos 70. Neste tipo de filme o adultério e a falta de diálogo são comuns.
Em "Angela", os personagens não conversam direito, o rapaz tratava ela como um animal... De cada três cenas, apenas uma era de diálogo e durava um pouco mais de um minuto.
Os atores coadjuvantes não são bem aproveitados, todos são maliciosos e nem a existência deles é explicada, exceto pela moça que trabalhava na casa, eles aparecem e somem da tela de forma abrupta. Os filhos da Ângela só aparecem uma vez.
A personagem da Bianca Bin é pouco desenvolvida e tratada como se não fosse importante, alienada, triste e descartável, não entendi o papel dela, em uma das cenas ela "foge" e deixa a Ângela para apanhar, sua "melhor amiga", e a cena mais longa dela é de conteúdo adulto.
Todas as cenas do filme que envolvem outros atores parecem querer levar para cenas de conteúdo adulto.
Lembra realmente um filme privê, que passaria de madrugada.
O roteiro é pobre, assim como a produção, a maquiagem e o figurino, não parece um filme que busca trazer respeito ou justiça para a socialite Ângela Diniz, na verdade, a história dela nem é contada, sabemos mais sobre a reforma de uma casa.
A fotografia do filme também é fraca, algumas cenas são muito escuras, não é possível enxergar as cenas direito, precisam trabalhar iluminação em cenas filmadas de noite...
A Isis Valverde fez um bom papel, mas o roteiro não ajudou. O filme termina de forma decepcionante e sem defendê-la, a última tomada é sobre o rapaz.
Não recomendo, tomara que um dia façam um filme decente sobre ela e a defendam, esse parece uma fantasia pessoal do diretor.
Carta de uma Desconhecida
4.2 59 Assista AgoraEste filme é baseado em uma novela escrita por Stefan Zweig, um escritor vienense, de origem judaica, ele escreveu diversos livros importantes, entre eles biografias e contos. A novela original foi publicada em 1922.
Neste filme Joan Fontaine faz uma mártir autoimposta "de amor", que se apaixona por um pianista mulherengo. Algumas pessoas citaram uma possível alusão à santificação da personagem, isto é verdade em certo ponto, mas se observarmos a história de um aspecto mais amplo e profundo, ela se apaixonou por uma forma ilusória do pianista, uma forma que nunca existiu, pois até o mordomo dele prestava mais atenção nela do que o próprio pianista.
No filme, em alguns momentos ela assume que tudo aquilo poderia se tratar de uma ilusão, mas até nestes momentos ela demonstra uma baixa autoestima e se culpa por ele "não amá-la", mesmo após muitos anos... É uma cegueira incontornável.
A verdade é que se tratava de uma obsessão, pois ele não era nada daquilo que ela imaginava, o final do filme inclusive mostra que ele estava sempre a caminho da decadência.
Não é possível julgar a personagem, pois a situação dela é bem comum, algumas mulheres tendem a colocar homens em pedestais, principalmente quando são rejeitadas de alguma forma, não aceitam o fim de uma relação ou simplesmente não aceitam que o homem não está ou nunca esteve interessado, não aceitam que os homens podem se envolver casualmente e simplesmente não sentir nada, nem antes e nem depois. Não aceitam, pois é uma dor que elas não querem sentir, é a dor da realidade humana, da superficialidade das relações, que não é exclusividade da "modernidade", ela sempre existiu. Sempre existiram os filhos "ilegítimos" e as "mulheres para casar". Da mesma forma, sempre existiram homens que não servem para casar e sempre existirá, pois é a realidade humana acreditar que sempre merece "o melhor" para si, mesmo quando é uma ilusão e outra máxima é que ninguém força ninguém a amar.
A personagem de Joan então cria ilusões e se alimenta delas, esperando que "um dia" as coisas mudem, se talvez ela se "esforçar" ou se sacrificar de alguma forma, se não se casar, se não se relacionar com outras pessoas. Algumas mulheres fazem isso, elas fazem "tudo" por um homem esperando que ele retribua com "amor".
Algumas tentam comprar o amor dele, comprando o tempo da companhia dele, etc. O problema deste último caso é que no dia que o dinheiro acabar e sumir, o "amor" dele também vai.
Acredito que não é culpa das mulheres, elas só foram ensinadas "a amar", mesmo que isto signifique deixarem de "se amar".
Acontece que este filme ensina outra lição importante, mostra que reciprocidade não é sinônimo de sacrifício, mostra que toda obsessão leva à uma tragédia, seja física, mental ou financeira.
Quando as pessoas se gostam mutuamente não dói, o filme mostra que ela passa a vida em infelicidade, esperando... até mesmo quando bons homens a pedem em casamento, ela só aceita por causa do filho, para sustentá-lo, porém mesmo nesses momentos parece que ela só quer mantê-lo vivo pois ele era filho "dele", contudo, não falava nada para "ele" para não "incomodá-lo"... Mas "ele" nem lembrava da existência "dela" e continuava a viver a vida "dele" de solteiro, não se importando, portanto, com nenhum "filho dele"...
Logo, essa "abnegação" ou sacrifício autoimposto da personagem era irracional e doentio, ela estava longe de ser uma mártir.
Os santos libertam as pessoas e não são apegados ao mundo material, ela foi apegada até o último dia.
Um verdadeiro mártir morre por uma causa que realmente existe, a sua morte não é premeditada por ele, por isto ele é um mártir, pois ele é inocente, geralmente ele é traído ou as condições são levadas ao extremo e o pegam.
A personagem de Joan estava doente mentalmente, em parte ela sabia, só que a doença aos poucos a consumiu.
Algumas pessoas podem se simpatizar com a personagem, mas sinceramente acredito que pessoas que vivem conflitos parecidos com os que ela vive precisam de algum tipo de ajuda, pois ninguém pode forçar amor ou tentar fazer o outro se sentir culpado, mesmo que de forma não intencional, a amar.
Não é um filme sobre "amor" é um filme sobre obsessão, escravidão mental e martírio autoimposto.
Joan Fontaine fez muito bem este papel, auxiliou a produzir o filme, o que foi uma conquista para as mulheres da época, pois foram poucas as atrizes que se arriscavam e foram autorizadas a produzir filmes. Ela fez um excelente trabalho.
Entretanto, acredito que o filme ensina que é melhor enxergamos as pessoas como elas realmente são, para evitarmos causar sofrimento, não somente em nós mesmos, mas nos outros, que são tão inocentes quanto nós somos, principalmente as crianças que não deveriam sofrer com as consequências das nossas escolhas ♡
A Múmia
3.5 1,0K Assista AgoraEsse filme é ideal para começar a estudar Arqueologia da Arquitetura, área não muito estudada no Brasil. É lindo observar o amor que a personagem da Rachel Weisz tem em falar dos objetos e das construções, não somente da parte histórica, mas de como tudo aquilo representava simbolicamente a cultura e a vida deles, ela fez outro filme também muito bom que é possível estudar a estética das edificações e dos artefatos, se chama "Alexandria" (no orginal "Ágora"), nele ela faz a filósofa grega, matemática e polímata Hipátia de Alexandria, que foi professora na Academia Neoplatônica, em um período em que as mulheres não tinham muito acesso ao conhecimento, sofriam preconceito, eram limitadas de lecionar e precisavam buscá-lo praticamente sozinhas, um cenário não muito diferente do atual.
Essa área de estudo da Arqueologia é importante para reconstruir e preservar estes patrimônios, pois quando se entende que tudo o que foi construído, criado e pintado ao longo de milhares de anos (pois não existiam fotografias, era a única forma do homem criar e construir imagens) se percebe que a história humana é escrita em pedra, cerâmica, âmbar, marfim, ouro e ossos, além das palavras... Se consegue entender a essência humana e da humanidade, visto que muitas construções e artefatos são produtos das relações humanas, relações sociais, das mais edificantes inspiradas pelo gênio e pelo gosto até às edificações fruto da corrupção e maldade, como às que são resultado de escravidão como às construções do Egito e até mesmo das edificações das civilizações latino-americanas, elas mostram e refletem como era o comportamento humano naquelas épocas.
Excelente filme, assistam ele também por este ângulo ♡
"Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo; do fogo brota a luz.”
"Nada pensou de importante que não fosse escrito na pedra."
(Victor Hugo, escritor francês)
♡♡
À Espera de Um Milagre
4.4 2,1K Assista AgoraEsse filme é muito importante, pois ensina a importância de não perdermos a fé e a humanidade, mesmo quando em face da morte.
O mundo possui muitas ilusões, assim, o caminho mais fácil pode parecer revoltar-se com a vida, corromper-se ou entregar-se à desilusão.
Entretanto, o filme mostra que a única coisa que levamos dessa vida são os resultados dos nossos relacionamentos, das pessoas que tocamos, das palavras que dissemos, do bem ou do mal que desejamos ou fizemos uns para os outros.
Ele foca, sobretudo, no bem, pois as pessoas que nos fazem o bem jamais são esquecidas mesmo quando partem, não necessariamente quando falecem, mas quando deixam em nossas vidas a ternura de sua passagem.
Além disso, mostra que nem mesmo a injustiça consegue tornar pessoas boas naquilo que a sociedade espera que elas se tornem. É um filme que ensina e fala de compaixão, mesmo que tardia.
O personagem John Coffey é inesquecível, um homem simples que não gostava da escuridão e que tentou tirá-la de dentro das pessoas, que tentou curá-las quando foi permitido fazê-lo, mas o filme também mostrou que algumas pessoas não querem ser curadas.
O personagem dele faz uma alusão à história de Jesus Cristo, que ao tentar curar e aconselhar foi mal interpretado e condenado, muito por inveja, muito por ignorância, pois as pessoas possuem preconceito com aquilo que não entendem ou não querem entender, os dois são mártires.
Foi a melhor interpretação feita por Michael Clarke Duncan. ♡
Moulin Rouge: Amor em Vermelho
4.1 1,8K Assista Agora"Moulin Rouge" é um filme muito profundo, lançado no começo do século XXI, ele se passa no contexto da Belle Époque francesa, no histórico edifício do Moulin Rouge, aberto originalmente em 1889, na cidade de Paris.
Assim, é necessário ter um pouco mais de sensibilidade para entender a história, visto que é um drama, não apenas um filme musical ou um simples filme de romance. As músicas são um personagem a parte, a maior parte dos personagens foram inspirados em pessoas reais, Satine foi inspirada em diversas atrizes, cantoras e cortesãs que frequentaram o Moulin Rouge desde 1889, inclusive o sonho dela era se tornar uma grande atriz, assim como Mistinguett, uma jovem francesa que tinha o sonho de tornar-se uma grande atriz e começou cantando em diversos cabarés, incluindo o Moulin Rouge, no final do século XIX e início do século XX. A maioria das moças que se apresentavam no local tinham as mesmas esperanças.
O personagem do Ewan McGregor foi inspirado em diversos artistas, em especial escritores, poetas, que vivenciaram a Belle Époque francesa, possuíam uma vida boêmia e frequentaram o local.
Além deles, o filme também traz como personagem real o pintor Henri de Toulouse-Lautrec, assíduo frequentador do Moulin Rouge e que pintou diversas telas representando as cenas cotidianas no local.
A ideia do colocar músicas contemporâneas foi uma proposta bem interessante e diferente, estão presentes versões de canções de Whitney Houston, The Police e David Bowie. Todas as canções foram cantadas pelos atores, inclusive Nicole Kidman está muito bem, é afinada, inclusive o final da personagem é condizente com a situação da saúde naquela época.
O diretor Baz Luhrmann possui um olhar único para a Arte e a maioria dos seus filmes possuem o mesmo estilo de Estética: "Romeu e Julieta" e "O Grande Gatsby", seguem a mesma linha artística deste filme.
Dessa forma, "Moulin Rouge" é bem trabalhado na área da Arte, inclusive ganhou os prêmios Oscar de Melhor Figurino e Oscar de Melhor Direção de Arte ♡
Recomendo para todas e todos ♡
Resistência
3.3 265 Assista AgoraParece uma mistura de Blade Runner, Star Wars, Filhos da Esperança (Children Of Men) e A.I Inteligência Artificial.
A Mulher Faz o Homem
4.3 172 Assista AgoraEste filme é sensacional, ensina que não devemos desistir de fazer aquilo que é o certo. Não devemos abandonar nossos princípios, nossa ética, mesmo quando a maioria escolheu se corromper, pois se todos fizessem isto não teríamos conquistado tantos direitos que nos possibilitam uma existência mais digna enquanto seres humanos que vivem em sociedade.
Recomendo que todos assistam para ficarem vigilantes sobre os conselhos que recebem e para nunca desistirem de lutar por aquilo que é justo ♡
Como muitas pessoas perguntam sobre o significado do título vou deixar a explicação abaixo, sem maiores spoilers.
O filme leva esse nome "A Mulher Faz o Homem", pois como os pôsteres do filme informam o personagem principal acaba utilizando da ajuda de uma secretária chamada Clarissa, que ao longo do filme se torna amiga dele e por já conhecer o ambiente o ajuda com bons conselhos. Ela aparece ao lado dele nos pôsteres e no filme, é interpretada pela atriz Jean Arthur. Não posso falar muito mais do que isso, pois seria muito spoiler, mas é por isto.
O filme quis passar que ter uma mulher sábia ao lado de um homem pode tanto elevá-lo quanto não ter pode derrubá-lo ou estagná-lo, por isto é preciso saber escolher com quem se trabalha e com quem se casa.
Uma mulher insensata do lado de um homem que está tentando fazer um trabalho sério que para ele é importante, ainda mais quando ele está começando na carreira, aconselhando de forma errônea pode deixá-lo confuso e fazê-lo tomar decisões erradas, que podem prejudicar a sua imagem e seu trabalho.
Ela era a secretária dele, portanto, essa função ficava sendo ainda mais importante, principalmente porque ele era novo, era um líder de escoteiros antes de assumir a função e foi escolhido de forma estratégica para assumir o cargo, pois era inteligente, esforçado e carismático, idealista.
Acreditavam que pela ingenuidade dele e por ele ser jovem poderia ser mais fácil manipulá-lo e corrompê-lo. Assim, ela contou como as coisas funcionavam de verdade, sem interesses.
Na teoria ela tinha mais experiência na área em questão de anos, então ela cumpriu bem a função, com integridade e honestidade, não era corrompida e não queria corrompê-lo para benefício dela ou permitir que fizessem isso com ele.
Ela falou a verdade, falou das manobras políticas, da propina, da corrupção. Explicou que apesar do sistema possuir corrupção, ele não deveria desistir de fazer a coisa certa, porque nem tudo é uma "causa perdida" ♡
Neste filme ela auxiliou ele com bons conselhos e apoio, principalmente pelo fato exposto na sinopse de que ele era novo no ambiente e ingênuo por ser ainda muito jovem, como falei anteriormente ele era escoteiro, mudou de área e assim ele precisava receber bons conselhos para continuar na profissão e ser respeitado e não virar fantoche e recebeu de uma boa mulher no momento em que mais precisava, que na tradução fez justiça à sua existência, pois o título original é "Mr. Smith Goes To Washington", pois o nome do personagem principal é Jefferson Smith e ele está indo para Washington D.C assumir uma cadeira no Senado, de forma inesperada.
Este filme foi importante para a história do cinema, ele ganhou o Oscar de Melhor Roteiro escrito no ano de 1939, vencendo, inclusive, o roteiro de "E O Vento Levou..." no Oscar daquele ano. Só para você entender a força desta história.
"I guess this is just another lost cause, Mr. Paine. All you people don't know about lost causes. Mr. Paine does. He said once they were the only causes worth fighting for. " ♡
Espero ter ajudado ♡