A quinta temporada aprofunda a relação de Lucky com a memória de sua mãe, envolvendo a conexão de ambas ao circo. Cenas muito bonitas abrangem essa atmosfera. A protagonista parte com os artistas, de modo que aventuras importantes se passem fora de Miradero. Sem embargo, os episódios envolvendo a bicicleta de Maricela e a aula de montaria da senhora Flores também são marcantes.
Lembrei de "A casa de pequenos cubos", pois, embora tenham narrativas e estéticas diferentes, ambos envolvem construções em cubos e transmitem uma mensagem ecológica.
"Another short horror in our apartment." Que coisa louca, eles bagunçam os limites entre o que está dentro e o que está fora dos filmes. Os diretores colocam ficção na realidade e realidade na ficção. Em alguns curtas, aparecerem como casal e [possivelmente] interpretam a si próprios, em situações fictícias.
Fiquei impressionado com os rumos dessa etapa da história. É uma temporada de teor mais denso, com reflexões envolvendo laços familiares, relacionando com conflitos geracionais e de sentimentos. Os conflitos são especialmente voltados à tarefa de educar Lucky, à busca desta por suas raízes e aos vínculos diversos: expectativas de um avô patriarca; pressão sobre o pai; pertencimento de tia Cora à cidade e ao lar; ligação de Lucky com a memória de sua mãe; tentativa da senhora Flores se conectar com Lucky.
Assim como as temporadas anteriores, é interessante a perspectiva de gênero representada. Apesar de um cuidado quanto à pouca idade, envolvendo a ressalva familiar e as obrigações escolares e, em que pese algum antagonismo encontrado, as meninas possuem liberdade de escolha e são respeitadas pela sociedade local. Lucky e suas amigas, cada uma a seu modo, são fortes e aventureiras. Realizam atividades que não são tão esperadas de damas, como explicitado no episódio do Baile do Governador; o enredo envolve uma tentativa de adequação, superada pelo desfecho que privilegia a importância da realização pessoal e da autonomia. Enquanto certos momentos primam por situações cotidianas, outros envolvem perigos iminentes e muitas das soluções do trio não são esperadas de crianças; com feitos heroicos, Pru, Abigail e Fortuna, por vezes, terminam sendo uma espécie de Meninas Superpoderosas, enfrentando as ameaças, mesmo que a comunidade não espere que a salvação venha delas.
Um ponto interessante deste seriado é o pano de fundo. A narrativa abrange os fluxos humanos e as transformações da paisagem: a migração; a estação ferroviária, que, em construção e em operação, contempla o transporte de cargas e de pessoas, favorecendo o crescimento; Miradero, uma pequena cidade de fronteira, ao estilo Velho Oeste, reunindo diferentes povos e objetivos; as tradições locais; a mudança de estação, presente nesta temporada. Javier, Julian e Maricela ganham destaque em certos episódios.
Em um ato de saudosismo ao filme, de 2002, resolvi conferir o seriado. Apesar de certos elos, o destaque está nas muitas diferenças da linha narrativa. Talvez o seriado seja mais direcionado às crianças do que o filme, o que não impede que discussões sérias apareçam, em meio ao clima divertido. De cara, diante do protagonismo feminino, saltam os papéis sociais de gênero, com expectativas (incluindo as de classe) depositadas sobre a filha do chefe da ferrovia. A conexão de Lucky com o cavalo selvagem e sua recepção e integração ao local são pontos importantes nessa primeira temporada. Lucky se adapta à pequena cidade e busca atividades alinhadas aos seus interesses pessoais, ao mesmo tempo em que o seriado mostra, de forma natural, o novo trio em papeis, habitualmente, menos usuais para meninas.
A trama é envolvente. É dramático o pesadelo vivenciado e é bem elaborada a construção da suspeita sobre Karl; geral achando que ele fosse o culpado, sendo essencial a postura crítica de Pia Zach e a determinação de Josefine. O pano de fundo, curiosamente, envolve crueldades do mercado imobiliário. A parte que não gostei está na construção do antagonismo: a vítima do sistema passou a ser o vilão
, enquanto o funcionário cruel e patriarca relapso - diante do risco de morte e contemplando sua decadência social - se tornou o mocinho; bem ao gosto da moral capitalista do "cidadão de bem". Pelo menos, houve alguma reflexão e redenção, especialmente no âmbito da paternidade.
Foi uma grata surpresa. Em meio à direção de arte estupenda, o seriado teve discussões importantes, como: amizade, relações familiares, trote escolar, sequestro de crianças e, principalmente, convenções sociais, gênero, machismo e patriarcado.
"Um presente para toda a vida" (às vezes o título aparece assim), num sentido de que a criança seria adotada por Adeline. Contudo, ao final, descobri que o título brasileiro não era spoiler.
Wow! Quando a câmera deixa de enquadrá-la de frente e passa a enquadrá-la de costas, temos um ponto de vista mais parecido com o dela (sem saber se ainda está sendo seguida). O som da respiração é pura agonia. Ótimas possibilidades de interpretação a partir do diálogo final.
Uma história sobre espera e esperança. Uma boa adaptação para o cinema. A apresentação das personagens se junta com ações iniciais importantes, de modo que tudo acontece muito rápido, evidenciando que as viagens e a fragmentação são constantes. Mas, nada que impeça as ligações dos acontecimentos.
Por um lado - à parte toda relação ter uma parcela de entrega - acho tenso o controle (querendo ou não) desse homem sobre essa mulher, o que seria ocultado com a justificativa de que ela estaria feliz, apaixonada e tomando as próprias decisões. Também penso no paradoxo temporal: se ele não tivesse procurado por ela no passado, não haveriam os dois no presente/futuro e ela não teria se interessado por ele, na biblioteca (dentre outros exemplos). Então, com qual critério e onde isso começa? É como se todas as camadas do tempo estivessem se repetindo, mas em nenhum momento certos fatos ocorressem sem intervenção.
Por outro lado, é uma diferente história de amor na ficção científica, trazendo esforço criativo da autoria e curiosidade para quem acompanhe o desenrolar.
Curioso que o livro começa com Henry conhecendo Clare na biblioteca, enquanto o filme optou por começar com Clare conhecendo Henry no campo.
Que tristeza e agonia! Traços mínimos, mas suficientes para transmitir o esforço estafante da tarefa, em um jogo de luz, sombra e movimento. Ocorre, na expansão do tamanho da pedra, a expressão da ampliação da dificuldade e do cansaço. Excelente trabalho de som, que reforça o esgotamento. Mesmo quem não conheça o mito de Sísifo recebe pistas da repetição, por meio do som exposto sobre os créditos, que surge após um breve silêncio reconfortante.
Spirit: Cavalgando Livre (5ª Temporada)
4.4 2A quinta temporada aprofunda a relação de Lucky com a memória de sua mãe, envolvendo a conexão de ambas ao circo. Cenas muito bonitas abrangem essa atmosfera. A protagonista parte com os artistas, de modo que aventuras importantes se passem fora de Miradero. Sem embargo, os episódios envolvendo a bicicleta de Maricela e a aula de montaria da senhora Flores também são marcantes.
Escalada
3.7 8Lembrei de "A casa de pequenos cubos", pois, embora tenham narrativas e estéticas diferentes, ambos envolvem construções em cubos e transmitem uma mensagem ecológica.
Pictured
3.5 17"Another short horror in our apartment." Que coisa louca, eles bagunçam os limites entre o que está dentro e o que está fora dos filmes. Os diretores colocam ficção na realidade e realidade na ficção. Em alguns curtas, aparecerem como casal e [possivelmente] interpretam a si próprios, em situações fictícias.
Spirit: Cavalgando Livre (4ª Temporada)
4.4 2Fiquei impressionado com os rumos dessa etapa da história. É uma temporada de teor mais denso, com reflexões envolvendo laços familiares, relacionando com conflitos geracionais e de sentimentos. Os conflitos são especialmente voltados à tarefa de educar Lucky, à busca desta por suas raízes e aos vínculos diversos: expectativas de um avô patriarca; pressão sobre o pai; pertencimento de tia Cora à cidade e ao lar; ligação de Lucky com a memória de sua mãe; tentativa da senhora Flores se conectar com Lucky.
Coffer
3.4 17Mais uma vez, quando a gente acha que acabou, tem mais uma coisinha.
O Outro Par
4.0 13Criativo e sensível, contendo valores importantes.
Spirit: cavalgando livre (temporada 3)
3.9 2Assim como as temporadas anteriores, é interessante a perspectiva de gênero representada. Apesar de um cuidado quanto à pouca idade, envolvendo a ressalva familiar e as obrigações escolares e, em que pese algum antagonismo encontrado, as meninas possuem liberdade de escolha e são respeitadas pela sociedade local.
Lucky e suas amigas, cada uma a seu modo, são fortes e aventureiras. Realizam atividades que não são tão esperadas de damas, como explicitado no episódio do Baile do Governador; o enredo envolve uma tentativa de adequação, superada pelo desfecho que privilegia a importância da realização pessoal e da autonomia.
Enquanto certos momentos primam por situações cotidianas, outros envolvem perigos iminentes e muitas das soluções do trio não são esperadas de crianças; com feitos heroicos, Pru, Abigail e Fortuna, por vezes, terminam sendo uma espécie de Meninas Superpoderosas, enfrentando as ameaças, mesmo que a comunidade não espere que a salvação venha delas.
O Armário
3.6 19Uma viagem. Difícil tentar achar explicação.
See You Soon
2.9 11"So soon", mas vale a pena.
Spirit: Cavalgando Livre (2º Temporada)
4.1 2 Assista AgoraUm ponto interessante deste seriado é o pano de fundo. A narrativa abrange os fluxos humanos e as transformações da paisagem: a migração; a estação ferroviária, que, em construção e em operação, contempla o transporte de cargas e de pessoas, favorecendo o crescimento; Miradero, uma pequena cidade de fronteira, ao estilo Velho Oeste, reunindo diferentes povos e objetivos; as tradições locais; a mudança de estação, presente nesta temporada. Javier, Julian e Maricela ganham destaque em certos episódios.
Not So Fast
3.2 21Uma boa sacada e uma aflição bem conduzida. O final é inesperado, mas cria novas possibilidades.
Game of Thrones (1ª Temporada)
4.6 2,3K Assista AgoraEu fico fazendo conexões com a realidade e pensando no quanto são valiosos os direitos humanos, a democracia e todas as conquistas relacionadas.
Spirit: Cavalgando Livre (1ª Temporada)
4.3 4Em um ato de saudosismo ao filme, de 2002, resolvi conferir o seriado. Apesar de certos elos, o destaque está nas muitas diferenças da linha narrativa. Talvez o seriado seja mais direcionado às crianças do que o filme, o que não impede que discussões sérias apareçam, em meio ao clima divertido. De cara, diante do protagonismo feminino, saltam os papéis sociais de gênero, com expectativas (incluindo as de classe) depositadas sobre a filha do chefe da ferrovia.
A conexão de Lucky com o cavalo selvagem e sua recepção e integração ao local são pontos importantes nessa primeira temporada. Lucky se adapta à pequena cidade e busca atividades alinhadas aos seus interesses pessoais, ao mesmo tempo em que o seriado mostra, de forma natural, o novo trio em papeis, habitualmente, menos usuais para meninas.
Direção Explosiva
3.1 64A trama é envolvente. É dramático o pesadelo vivenciado e é bem elaborada a construção da suspeita sobre Karl; geral achando que ele fosse o culpado, sendo essencial a postura crítica de Pia Zach e a determinação de Josefine. O pano de fundo, curiosamente, envolve crueldades do mercado imobiliário. A parte que não gostei está na construção do antagonismo: a vítima do sistema passou a ser o vilão
(e seu sacrifício se tornou "necessário")
The OA (Parte 2)
4.3 407Que série, meus amigos!
O Mundo Sombrio de Sabrina (Parte 1)
4.0 645Foi uma grata surpresa. Em meio à direção de arte estupenda, o seriado teve discussões importantes, como: amizade, relações familiares, trote escolar, sequestro de crianças e, principalmente, convenções sociais, gênero, machismo e patriarcado.
Evan
4.4 5Um filme impactante sobre percepções, inclusive.
Um Presente Para Toda Vida
3.5 24Eu pensando que seria
"Um presente para toda a vida" (às vezes o título aparece assim), num sentido de que a criança seria adotada por Adeline. Contudo, ao final, descobri que o título brasileiro não era spoiler.
Au bout de la rue
3.6 2Wow! Quando a câmera deixa de enquadrá-la de frente e passa a enquadrá-la de costas, temos um ponto de vista mais parecido com o dela (sem saber se ainda está sendo seguida). O som da respiração é pura agonia. Ótimas possibilidades de interpretação a partir do diálogo final.
Te Amarei Para Sempre
3.7 1,4K Assista AgoraUma história sobre espera e esperança. Uma boa adaptação para o cinema. A apresentação das personagens se junta com ações iniciais importantes, de modo que tudo acontece muito rápido, evidenciando que as viagens e a fragmentação são constantes. Mas, nada que impeça as ligações dos acontecimentos.
Por um lado - à parte toda relação ter uma parcela de entrega - acho tenso o controle (querendo ou não) desse homem sobre essa mulher, o que seria ocultado com a justificativa de que ela estaria feliz, apaixonada e tomando as próprias decisões. Também penso no paradoxo temporal: se ele não tivesse procurado por ela no passado, não haveriam os dois no presente/futuro e ela não teria se interessado por ele, na biblioteca (dentre outros exemplos). Então, com qual critério e onde isso começa? É como se todas as camadas do tempo estivessem se repetindo, mas em nenhum momento certos fatos ocorressem sem intervenção.
Por outro lado, é uma diferente história de amor na ficção científica, trazendo esforço criativo da autoria e curiosidade para quem acompanhe o desenrolar.
Curioso que o livro começa com Henry conhecendo Clare na biblioteca, enquanto o filme optou por começar com Clare conhecendo Henry no campo.
Spoiler do livro:
Henry faz uma última visita para Clare quando ela já está idosa. Ela sabia que ele apareceria e esperou por ele, todos os dias.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraSe nada der certo como ator, vire policial.
Un Conte
4.0 10Pesado. Transição caprichada para a realidade, especialmente pelo olhar do agressor.
Sísifo
3.8 10Que tristeza e agonia! Traços mínimos, mas suficientes para transmitir o esforço estafante da tarefa, em um jogo de luz, sombra e movimento. Ocorre, na expansão do tamanho da pedra, a expressão da ampliação da dificuldade e do cansaço. Excelente trabalho de som, que reforça o esgotamento. Mesmo quem não conheça o mito de Sísifo recebe pistas da repetição, por meio do som exposto sobre os créditos, que surge após um breve silêncio reconfortante.
Fala Sério, Mãe!
3.1 278Uma história da relação entre mãe e filha contada pelas mesmas. Gostei do resultado, especialmente na gravidez e na infância.