Passando aqui pra defender esse filme. Acho que muita gente esperou dele uma coisa que ele não é. Esperando de um filme o que vinha sendo estabelecido em outros longas do gênero. Não se trata de um filme de catástrofe do ponto de vista universal que pudesse dar conta de explicar tudo que estava acontecendo, com cenas do alto comando do exercício planejando a defesa ou dos telejornais dando contexto pra sequencia de acontecimentos. Isso a gente já vê em um monte de filme com tramas parecidas.
Trata-se de um filme de redenção, de um pai irresponsável e da sua jornada em defesa dos seus filhos e na sua evolução como personagem. O ponto de vista de um pai solteiro qualquer do subúrbio de uma grande cidade no meio de uma tragédia enorme, sem informações precisas do que fazer, como fazer e como o mundo recebeu aquilo. Essa tentativa de querer explicações mais precisas de como aconteceu a invasão ou
pra mim deixaria o filme pobre, pois o que importa é a narrativa pelo ponto de vista do protagonista, de um qualquer.
O filme tem lá seus defeitos e é meio estranho o encerramento da trama dos aliens, mas acredito que isso não importa, pq o que é mais importante aqui é o arco do protagonista que sim, vai de ponto a ao b numa jornada tensa e cheia de elevações narrativas.
O assunto é urgente, mas algumas coisas no documentário faz ele perder potência como forma. Eu entendo a necessidade, em partes, de ter "especialistas" para contextualizar determinadas coisas, porém, tenho a impressão que essas entrevistas são usadas como ferramenta de legitimação do discurso e para amenizar, através de um argumento "especializado", o ponto de vista da diretora (que é super legitimo e importante, diga-se de passagem). Talvez seja a dinâmica reacionária contemporânea que nos obrigue a esse policiamento de reafirmar o óbvio e que coloque na cabeça de algumas pessoas a necessidade de justificar seu discurso para não parecer ideológico, sendo que não existe neutralidade possível. Acredito que essa escolha deixa o filme com cara daqueles documentários fracos de televisão, tanto que essas entrevistas, por vezes repetitivas, acaba tomando muito tempo de tela para o que de fato mexe com a gente (e que me fez chorar): as histórias de vida desses homens atravessadas por essa cultura patriarcal que só nos destrói como humanidade. Precisamos de muitos mais filmes e produtos para discutir esse assunto e pautá-lo na sociedade. O mérito do filme está aí, na coragem pioneira de uma mulher de tocar um assunto delicado. Nesse sentido, acredito que o documentário brasileiro pode ensinar bastante aos americanos.
Não é a cara do oscar dar o prêmio de melhor filme pra Infiltrado na Klan, mas o longa do Lee é necessário nos nossos tempos. É militante, coloca a centralidade da luta pela libertação do povo negro, faz denuncias incríveis e ainda por cima, mesmo sendo um filme de época, diz muito sobre o comportamento fascista na contemporaneidade. Como é hipócrita, como cria justificativas para o ódio, como tenta escondê-lo dentro de artifícios desonestos, mas não perde uma oportunidade de tá ali fazendo todo o possível para diminuir os direitos, o espaço e protagonismo das minorias.
Durante um tempo da minha vida considerei o Gaspar Noé meu diretor favorito. Muito pelo subversão e pela coragem de retratar o sujo e o marginal. Ainda gosto dos seus filmes, porém hoje percebo que o diretor traz um moralismo latente ao retratar o marginal sempre por uma ótica pessimista. Todos os seus personagens pagam caro como consequência das suas vidas de sexualidade livre e de uso de drogas. Isso foi muito claro pra mim em Love, mas também está presente em Enter the Void e Irreversível, por exemplo. De maneiras distintas, mas as histórias dos filmes do Noé são sempre envolvidas por essa questão e isso me incomoda bastante como discurso cinematográfico.
O filme é lindo, emociona quando toca nas questões de gênero, mas incomoda profundamente ao tratar de classe. Diversas vezes me senti incomodado com a relação das empregadas e as patroas. Todos aqueles clichês dessa relação estão aqui: Cléo "é como se fosse da família" e muitas vezes agia sob a tutela das patroas. Subserviente, silenciosa e ingênua. Faltou, por falta de expressão melhor, colhões ao Cuarón, que acabou caindo num saco do autor de classe média olhando para uma relação pessoal, já que a história é inspirada na sua infância, sem autocrítica. Por vezes eu acreditei que ele teria a coragem de tocar nessas questões, como na cena da festa, onde a casa grande festeja em cima, e os pobres em baixo. Mas ficou por isso.
"Existem mais, muito mais espalhado por aí. Em estações férreas abandonadas, vagueando pelas estradas. Vagabundos por fora, mas, por dentro bibliotecas."
Sobre adaptação de livro para filme, olha o que O George Martin disse (lembrando que ele também é um dos adaptadores da própria criação):
Prosa e filme utilizam diferentes técnicas e equipamentos. Em um livro, eu tenho o monólogo interior que pode lhe dar acesso aos pensamentos de um personagem. Ele pode contar uma mentira, mas você está na cabeça dele, então você sabe que ele está mentindo. Enquanto você está assistindo na tela, você está apenas ouvindo o que ele está dizendo - o ator tem de entregá-lo com os olhos em conjunto com a boca. E grandes atores podem fazer isso. Cada um destes meios tem suas próprias forças e fraquezas, e quando você está se movendo de um para o outro, é sempre um desafio.
Quando o personagem do Tarantino fala que gosta de contar as suas histórias dando voltas, eu vi, o próprio Tarantino, como diretor, falando ao seu público. As duas primeiras histórias são fracas, mas as duas últimas são demais. E não tô falando isso porque sei quem são os diretores, eu nem sabia qual era a sequência, mas obviamente descobri assistindo.
O público infantil merece mais que esses atores meia-boca da Rede Globo. Só a atuação do Chico e do Fernando Alves Pinto, que na verdade, só fez uma breve participação, é que valem a pena. A direção também peca em trazer uma influência televisa a sua estética, inclusive na arte e fotografia que assemelha-se a uma novela de época do horário das 6 da Globo. A melhor adaptação feita dos livros de Ziraldo é o seriado um menino muito maluquinho da Tv Brasil.
Interessante! Mas esses planos longuíssimos deixaram o filme muito lento. Não é que eu tenha algo contra a narrativa lenta, é pq nesse longa, essa escolha, acaba deixando o filme chato. Outra coisa que eu percebi, é que os cenários lembram o teatro, já que Bent também é uma peça teatral. Enfim, é um filme mediano!
alguns diálogos, a violência e esse cabelinho da Alessandra Negrini que tá igual ao da Uma Thurman em Pulp Fiction. Aí ele viu Cidade de Deus, aspecto visual do longa, e V de Vingança. Mas alguns elementos da cultura pop, um pouco de videoclipe e trailers pra dar uma velocidade, já que esse público de internet tá a cada vez mais querendo isso, e criou a sua estética, as vezes exagerada, mas interessante!
Se fizerem com o Superman o que o Nolan fez com o Batman, vai ter coisa boa por aí. Acredito que vai ser isso mesmo, já que o diretor é o mesmo de Watchmen. Esse negócio de fazer uma história mais adulta e humanizada tem trazido os filmes do universo Geek a um nível sensacional, como é o caso do próprio Watchmen e do Batman e da série de Fantasia Game of Thrones.
Acho que Walter Salles é um ótimo nome pra fazer essa adaptação. Quem já viu um pouco da filmografia dele, sabe. Abril despedaçado é lindo! O livro é bem a cara dele. Na verdade, fico feliz por ser ele, e não um qualquer, como é o caso de muitas adaptações da literatura pro cinema.
Guerra dos Mundos
3.2 1,3K Assista AgoraPassando aqui pra defender esse filme. Acho que muita gente esperou dele uma coisa que ele não é. Esperando de um filme o que vinha sendo estabelecido em outros longas do gênero. Não se trata de um filme de catástrofe do ponto de vista universal que pudesse dar conta de explicar tudo que estava acontecendo, com cenas do alto comando do exercício planejando a defesa ou dos telejornais dando contexto pra sequencia de acontecimentos. Isso a gente já vê em um monte de filme com tramas parecidas.
Trata-se de um filme de redenção, de um pai irresponsável e da sua jornada em defesa dos seus filhos e na sua evolução como personagem. O ponto de vista de um pai solteiro qualquer do subúrbio de uma grande cidade no meio de uma tragédia enorme, sem informações precisas do que fazer, como fazer e como o mundo recebeu aquilo. Essa tentativa de querer explicações mais precisas de como aconteceu a invasão ou
de como os aliens morrem
O filme tem lá seus defeitos e é meio estranho o encerramento da trama dos aliens, mas acredito que isso não importa, pq o que é mais importante aqui é o arco do protagonista que sim, vai de ponto a ao b numa jornada tensa e cheia de elevações narrativas.
A Máscara em que Você Vive
4.5 201O assunto é urgente, mas algumas coisas no documentário faz ele perder potência como forma. Eu entendo a necessidade, em partes, de ter "especialistas" para contextualizar determinadas coisas, porém, tenho a impressão que essas entrevistas são usadas como ferramenta de legitimação do discurso e para amenizar, através de um argumento "especializado", o ponto de vista da diretora (que é super legitimo e importante, diga-se de passagem). Talvez seja a dinâmica reacionária contemporânea que nos obrigue a esse policiamento de reafirmar o óbvio e que coloque na cabeça de algumas pessoas a necessidade de justificar seu discurso para não parecer ideológico, sendo que não existe neutralidade possível. Acredito que essa escolha deixa o filme com cara daqueles documentários fracos de televisão, tanto que essas entrevistas, por vezes repetitivas, acaba tomando muito tempo de tela para o que de fato mexe com a gente (e que me fez chorar): as histórias de vida desses homens atravessadas por essa cultura patriarcal que só nos destrói como humanidade. Precisamos de muitos mais filmes e produtos para discutir esse assunto e pautá-lo na sociedade. O mérito do filme está aí, na coragem pioneira de uma mulher de tocar um assunto delicado. Nesse sentido, acredito que o documentário brasileiro pode ensinar bastante aos americanos.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraNão é a cara do oscar dar o prêmio de melhor filme pra Infiltrado na Klan, mas o longa do Lee é necessário nos nossos tempos. É militante, coloca a centralidade da luta pela libertação do povo negro, faz denuncias incríveis e ainda por cima, mesmo sendo um filme de época, diz muito sobre o comportamento fascista na contemporaneidade. Como é hipócrita, como cria justificativas para o ódio, como tenta escondê-lo dentro de artifícios desonestos, mas não perde uma oportunidade de tá ali fazendo todo o possível para diminuir os direitos, o espaço e protagonismo das minorias.
Love
3.5 883Durante um tempo da minha vida considerei o Gaspar Noé meu diretor favorito. Muito pelo subversão e pela coragem de retratar o sujo e o marginal. Ainda gosto dos seus filmes, porém hoje percebo que o diretor traz um moralismo latente ao retratar o marginal sempre por uma ótica pessimista. Todos os seus personagens pagam caro como consequência das suas vidas de sexualidade livre e de uso de drogas. Isso foi muito claro pra mim em Love, mas também está presente em Enter the Void e Irreversível, por exemplo. De maneiras distintas, mas as histórias dos filmes do Noé são sempre envolvidas por essa questão e isso me incomoda bastante como discurso cinematográfico.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraO filme é lindo, emociona quando toca nas questões de gênero, mas incomoda profundamente ao tratar de classe. Diversas vezes me senti incomodado com a relação das empregadas e as patroas. Todos aqueles clichês dessa relação estão aqui: Cléo "é como se fosse da família" e muitas vezes agia sob a tutela das patroas. Subserviente, silenciosa e ingênua. Faltou, por falta de expressão melhor, colhões ao Cuarón, que acabou caindo num saco do autor de classe média olhando para uma relação pessoal, já que a história é inspirada na sua infância, sem autocrítica.
Por vezes eu acreditei que ele teria a coragem de tocar nessas questões, como na cena da festa, onde a casa grande festeja em cima, e os pobres em baixo. Mas ficou por isso.
Tropicália
4.1 289Os documentaristas brasileiras estão ajudando a construir a memória histórica e cultural brasileira. Esse doc é mais um dos casos!
Cinema em 7 Cores
4.0 9Disponível também no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=cLjd05NDu3U
Fahrenheit 451
4.2 419"Existem mais, muito mais espalhado por aí. Em estações férreas abandonadas, vagueando pelas estradas. Vagabundos por fora, mas, por dentro bibliotecas."
Lucky Blue
3.5 98Words ... don't come easy to me ♪
Game of Thrones (2ª Temporada)
4.6 1,6K Assista AgoraSobre adaptação de livro para filme, olha o que O George Martin disse (lembrando que ele também é um dos adaptadores da própria criação):
Prosa e filme utilizam diferentes técnicas e equipamentos. Em um livro, eu tenho o monólogo interior que pode lhe dar acesso aos pensamentos de um personagem. Ele pode contar uma mentira, mas você está na cabeça dele, então você sabe que ele está mentindo. Enquanto você está assistindo na tela, você está apenas ouvindo o que ele está dizendo - o ator tem de entregá-lo com os olhos em conjunto com a boca. E grandes atores podem fazer isso. Cada um destes meios tem suas próprias forças e fraquezas, e quando você está se movendo de um para o outro, é sempre um desafio.
Game of Thrones (2ª Temporada)
4.6 1,6K Assista AgoraGente, que tal votar em uma capa mais legal como padrão?
Jesus Camp
3.7 135"Do fanatismo à barbárie não há mais do que um passo. "
Scenes from the Suburbs
4.3 245Aí você gosta do Arcade Fire e vem o Spike Jonze e faz um curta desse!
A Língua das Mariposas
4.2 216 Assista AgoraMe lembrou "Cinema Paradiso"
Má Educação
4.2 1,1K Assista AgoraMeu preferido do Almodóvar junto com Volver e A pele que Habito!
Enterrado Vivo
3.1 1,6KVale os créditos por ser um filme em um único cenário, ainda assim prender e
por não seguir um final feliz
Fora de Controle (1ª Temporada)
4.0 26Há uma certa esperança quanto a essa série, afinal a Gullane filmes (co-produtora) e o Milhem Cortaz não decepcionam!
Grande Hotel
3.4 336 Assista AgoraQuando o personagem do Tarantino fala que gosta de contar as suas histórias dando voltas, eu vi, o próprio Tarantino, como diretor, falando ao seu público.
As duas primeiras histórias são fracas, mas as duas últimas são demais. E não tô falando isso porque sei quem são os diretores, eu nem sabia qual era a sequência, mas obviamente descobri assistindo.
Uma Professora Muito Maluquinha
3.2 296 Assista AgoraO público infantil merece mais que esses atores meia-boca da Rede Globo. Só a atuação do Chico e do Fernando Alves Pinto, que na verdade, só fez uma breve participação, é que valem a pena. A direção também peca em trazer uma influência televisa a sua estética, inclusive na arte e fotografia que assemelha-se a uma novela de época do horário das 6 da Globo.
A melhor adaptação feita dos livros de Ziraldo é o seriado um menino muito maluquinho da Tv Brasil.
Bent
3.8 206Interessante! Mas esses planos longuíssimos deixaram o filme muito lento. Não é que eu tenha algo contra a narrativa lenta, é pq nesse longa, essa escolha, acaba deixando o filme chato. Outra coisa que eu percebi, é que os cenários lembram o teatro, já que Bent também é uma peça teatral. Enfim, é um filme mediano!
2 Coelhos
4.0 2,7K Assista AgoraInspirado ao extremo no Quentin Tarantino. Desde a Personalidade dos personagens,
o número de mortes,
O Homem de Aço
3.6 3,9K Assista AgoraSe fizerem com o Superman o que o Nolan fez com o Batman, vai ter coisa boa por aí. Acredito que vai ser isso mesmo, já que o diretor é o mesmo de Watchmen.
Esse negócio de fazer uma história mais adulta e humanizada tem trazido os filmes do universo Geek a um nível sensacional, como é o caso do próprio Watchmen e do Batman e da série de Fantasia Game of Thrones.
Na Estrada
3.3 1,9KAcho que Walter Salles é um ótimo nome pra fazer essa adaptação. Quem já viu um pouco da filmografia dele, sabe. Abril despedaçado é lindo! O livro é bem a cara dele. Na verdade, fico feliz por ser ele, e não um qualquer, como é o caso de muitas adaptações da literatura pro cinema.
Carrie, a Estranha
2.8 3,5K Assista AgoraMais um remake, né holywood? Essa terceira versão da Carrie, só me interessa pela Chloe.