A princípio a atuação da Jennifer Jones parece por demais afetada, o que chegou a incomodar-me, mas o filme cresce tanto que o que realmente fica martelando na cabeça é o que ficou na cabeça do Scorsese, "Como ela pode gostar dele?", como? E no final de tudo a atuação da Jennifer não só convence como surpreende.
A fotografia em preto e branco do Joseph MacDonald é belíssima, a história é extremamente envolvente mesmo guardando a sequência motriz do roteiro apenas pro final, o Henry Fonda é realmente muito adaptável nos seus papéis e funciona muito bem de mocinho ou bandido, provavelmente por isso o John Wayne não entrou no filme, o Walter Brennan surpreende desde os primeiros minutos, só que a personagem da Clementine não merece o título, a música principal e ainda parece forçada sua introdução no roteiro. De resto, filmaço mesmo!
Tenho que rever sim, mas pra mim até então não é só o primeiro grande filme do Bergman, rótulo que é dado ao "Juventude", como também é a primeira grande homenagem ao ídolo Sjöstrom, que apesar de não ser o persoagem central como em "Morangos Silvestres", a ele é reservado um belíssimo papel como o maestro Soderby que no trecho final realiza um dos grandes momentos da obra do Bergman tentando explicar a alegria entoada na Nona Sinfonia quando já estamos destroçados pela morte da Marta, apesar de já sabermos disto desde o começo.
Um filme que infelizmente carrega uma murrinha ideológica grande, mas por outro lado denuncia diversos outros preconceitos, inclusive os que os diretores de Hollywood estavam submetidos, devido ao Código Hays nem mulheres grávidas poderiam aparecer na tela, o personagem da Louise Platt tem o bebê sem aparecer grávida uma única vez, Claire Trevor deixa subtendido mas não menciona uma única vez que é prostituta, mas mesmo assim, com Código Hays e com poucos personagens, Ford consegue dizer quase tudo que tinha pra se dizer. Ford visivelmente domina todos os recursos técnicos cinematográficos, mas quem domina o filme são seus personagens.
Realmente segue o mesmo padrão dos seus três primeiros filmes, mas diferente destes não nos dá um final definitivo como consequência da falta de comunicação, as consequências são cotidianas e quase sempre invisíveis. Tenho a impressão que nos primeiros filmes a resposta do incômodo durante a sessão é jogada logo na nossa cara, geralmente no desfecho, e entendemos e compactuamos com o diretor por nos incomodar tanto durante a obra, este aqui demora mais, no final a sensação é de imcompreensão, até corpo e mente conseguirem digerir tudo e perceber que denovo ele tem razão.
Em seus três primeiros filmes, com trocentos personagens, Haneke consegue que não simpatizemos com nenhum, vítimas ou algozes, e tudo propositalmente. Se um dia descobrirmos que as relações burocráticas do mundo moderno são tão violentas como os casos noticiados pela mídia, ou no mínimo a causa deles, a culpa será do Haneke, tenho certeza!
Que história poderosa, que passagens poderosas. Lean consegue equiparar o fardo da mentira carregado por Laura com qualquer crime propriamente dito cometido por amantes explorado em diversos filmes.. e que olhos, se eu fosse um cisco em um trilho de trem não teria dúvidas também.
Diferentemente do que faz no filme anterior, Haneke já nos surpreende na primeira metade do filme, puro engano, a mente insana do Benny nos surpreenderá ainda mais. Por hora não o favorito por ainda estar muito incomodado e por um tanto de vergonha.
Não se dá pra saber de onde surgiu e a história de tamanha amizade do François pelo Serge durante o filme, mas o exemplo de dedicação dado por François ultrapassa o grupo de degenerados do Serge e alcança qualquer ser que entre em contato com esta obra, "Eles não precisam de palavras, precisam de um exemplo" a partir daí as ações do François surpreende e destroem qualquer um.
Apesar de ter sido retalhado pelo regime fascista, por exemplo sequer desconfiamos que o Espagnolo é um personagem homossexual devido aos cortes, Visconti consegue trazer aos filmes italianos um ambiente de fundo real e personagens viscerais ambientados com aridez no Vale do Pó, escolhido muito mais pela sua importância material que por sua beleza natural, e ainda através de sentidos dúbios ininteligíveis para Mussolini e sua trupe sexualizar ao máximo seu "Ossessione", como no suntuoso "Come-se aqui?" no primeiro encontro de Gino e Giovanna, daí pra frente já sabe né...
O rosto do Arnaldo Baptista transborda a todo momento uma sinceridade assustadora, talvez por isso seja qual fosse o seu momento emocional a sua obra continuava tão significativa e tocante, lindo, um guru, realmente.
Eu não sei se existe pessoas com argumentos mais interessantes que os que apareceram defendendo a validade deste tipo de humor que é debatido no filme, mas é notável o quanto as pessoas que aparecem no documentário na defesa não são só frágeis e esnobes como desconhecem o poder e os fundamentos da própria linguagem da qual se valem, a impressão de que o filme é tendencioso é muito maior pela diferença de contundência de opiniões e de inteligência entre os entrevistados que por qualquer outro motivo técnico, e aqueles imagens dos risos da platéia dá pra se fazer um tratado sobre opinião pública.
Excessivamente performático, inconvincente e inverossímil, tinha raiva das duas ao terminar o filme, mas principalmente do Medem por perder um bom argumento, chatíssimo!
Lendas e questões sociais são indissociáveis, parece ser isso que Nelson Pereira diz, ainda bem que tinha do lado alguém que entendia as lendas do campo pra me situar durante a sessão, valeu Ju! rs
Pra ser revisto constantemente pela abundância discursiva do filme! Bela representação dos fuzis como instrumento de poder, bastante condinzente com a História da região. "De graça, só se morre de fome", desfecho maravilhoso, a pulsão revolucionária, comum nos enredos cinemanovistas, em "Os Fuzis" sai de onde menos esperamos, e por fim, a morte do boi, filmado com referência direta a "Alemanha, Ano, Zero", talvez cause até maior impacto que no filme italiano pelo cunho religioso impregnado ao animal.
Só não é 5 pelo episódio confuso do Diegues, os demais não só são artisticamente instigantes como tambem extremamente funcionais como documento político.
O gozo da protagonista ao ouvir o barulho do trem faz entender muito mais a urgência do crime do que a ignorância e a rudeza do marido. Um bom exemplar de um gênero bastante visitado pelo cinema do Brasil desde os seus primeiros passos, a reconstituição de crimes.
Este filme do Jabor tem um consistência discursiva muito forte, muito parecido com a perspectiva de Pierre Bordieu sobre a opinião pública. Jabor a partir das novas técnicas do documentário deixa a classe média falar seus anseios, que em um primeiro momento normalmente não ultrapassam as questões individuais em um momento histórico de extrema tensão social, e quando são interpelados sobre os temas que atingiam a sociedade são obrigados e se sentem autorizados a dar a sua opinião em temas que sequer pensam. Resultado: repetem o discurso dominante.
Duelo ao Sol
3.6 35 Assista AgoraA princípio a atuação da Jennifer Jones parece por demais afetada, o que chegou a incomodar-me, mas o filme cresce tanto que o que realmente fica martelando na cabeça é o que ficou na cabeça do Scorsese, "Como ela pode gostar dele?", como? E no final de tudo a atuação da Jennifer não só convence como surpreende.
Paixão dos Fortes
4.0 57 Assista AgoraA fotografia em preto e branco do Joseph MacDonald é belíssima, a história é extremamente envolvente mesmo guardando a sequência motriz do roteiro apenas pro final, o Henry Fonda é realmente muito adaptável nos seus papéis e funciona muito bem de mocinho ou bandido, provavelmente por isso o John Wayne não entrou no filme, o Walter Brennan surpreende desde os primeiros minutos, só que a personagem da Clementine não merece o título, a música principal e ainda parece forçada sua introdução no roteiro. De resto, filmaço mesmo!
Rumo à Felicidade
3.9 21Tenho que rever sim, mas pra mim até então não é só o primeiro grande filme do Bergman, rótulo que é dado ao "Juventude", como também é a primeira grande homenagem ao ídolo Sjöstrom, que apesar de não ser o persoagem central como em "Morangos Silvestres", a ele é reservado um belíssimo papel como o maestro Soderby que no trecho final realiza um dos grandes momentos da obra do Bergman tentando explicar a alegria entoada na Nona Sinfonia quando já estamos destroçados pela morte da Marta, apesar de já sabermos disto desde o começo.
No Tempo das Diligências
4.1 142 Assista AgoraUm filme que infelizmente carrega uma murrinha ideológica grande, mas por outro lado denuncia diversos outros preconceitos, inclusive os que os diretores de Hollywood estavam submetidos, devido ao Código Hays nem mulheres grávidas poderiam aparecer na tela, o personagem da Louise Platt tem o bebê sem aparecer grávida uma única vez, Claire Trevor deixa subtendido mas não menciona uma única vez que é prostituta, mas mesmo assim, com Código Hays e com poucos personagens, Ford consegue dizer quase tudo que tinha pra se dizer. Ford visivelmente domina todos os recursos técnicos cinematográficos, mas quem domina o filme são seus personagens.
A Trapaça
4.0 36 Assista AgoraPor mais que o Augusto nos tome de simpatia e de esperança de redenção, a partir da sequência final onde até nós somos enganados,
acompanhei a sua morte com um triste "que assim seja".
O povo ainda não está preparado para defender-se de homens como ele, é desigual.
Código Desconhecido
3.7 79 Assista AgoraRealmente segue o mesmo padrão dos seus três primeiros filmes, mas diferente destes não nos dá um final definitivo como consequência da falta de comunicação, as consequências são cotidianas e quase sempre invisíveis. Tenho a impressão que nos primeiros filmes a resposta do incômodo durante a sessão é jogada logo na nossa cara, geralmente no desfecho, e entendemos e compactuamos com o diretor por nos incomodar tanto durante a obra, este aqui demora mais, no final a sensação é de imcompreensão, até corpo e mente conseguirem digerir tudo e perceber que denovo ele tem razão.
71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso
3.7 74 Assista AgoraEm seus três primeiros filmes, com trocentos personagens, Haneke consegue que não simpatizemos com nenhum, vítimas ou algozes, e tudo propositalmente. Se um dia descobrirmos que as relações burocráticas do mundo moderno são tão violentas como os casos noticiados pela mídia, ou no mínimo a causa deles, a culpa será do Haneke, tenho certeza!
Desencanto
4.4 171 Assista AgoraQue história poderosa, que passagens poderosas. Lean consegue equiparar o fardo da mentira carregado por Laura com qualquer crime propriamente dito cometido por amantes explorado em diversos filmes.. e que olhos, se eu fosse um cisco em um trilho de trem não teria dúvidas também.
O Vídeo de Benny
3.6 232Diferentemente do que faz no filme anterior, Haneke já nos surpreende na primeira metade do filme, puro engano, a mente insana do Benny nos surpreenderá ainda mais. Por hora não o favorito por ainda estar muito incomodado e por um tanto de vergonha.
Nas Garras do Vício
3.9 28Não se dá pra saber de onde surgiu e a história de tamanha amizade do François pelo Serge durante o filme, mas o exemplo de dedicação dado por François ultrapassa o grupo de degenerados do Serge e alcança qualquer ser que entre em contato com esta obra, "Eles não precisam de palavras, precisam de um exemplo" a partir daí as ações do François surpreende e destroem qualquer um.
Os Boas-Vidas
4.0 53 Assista AgoraA cena da partida do Moraldo com a câmera se afastando dos amigos me deixou arrepiado!
A Hora e a Vez de Augusto Matraga
4.0 30"Se alguém tem que morrer, que seja pra melhorar." Que trilha bacana!
Obsessão
3.9 32 Assista AgoraApesar de ter sido retalhado pelo regime fascista, por exemplo sequer desconfiamos que o Espagnolo é um personagem homossexual devido aos cortes, Visconti consegue trazer aos filmes italianos um ambiente de fundo real e personagens viscerais ambientados com aridez no Vale do Pó, escolhido muito mais pela sua importância material que por sua beleza natural, e ainda através de sentidos dúbios ininteligíveis para Mussolini e sua trupe sexualizar ao máximo seu "Ossessione", como no suntuoso "Come-se aqui?" no primeiro encontro de Gino e Giovanna, daí pra frente já sabe né...
Loki
4.4 180 Assista AgoraO rosto do Arnaldo Baptista transborda a todo momento uma sinceridade assustadora, talvez por isso seja qual fosse o seu momento emocional a sua obra continuava tão significativa e tocante, lindo, um guru, realmente.
O Jardim dos Prazeres
3.2 40Hitchcock mostrando que já sabia o que queria!
Jesse James
3.7 30 Assista Agorao discurso final é de uma contundência arrepiante!
O Riso dos Outros
4.2 152Eu não sei se existe pessoas com argumentos mais interessantes que os que apareceram defendendo a validade deste tipo de humor que é debatido no filme, mas é notável o quanto as pessoas que aparecem no documentário na defesa não são só frágeis e esnobes como desconhecem o poder e os fundamentos da própria linguagem da qual se valem, a impressão de que o filme é tendencioso é muito maior pela diferença de contundência de opiniões e de inteligência entre os entrevistados que por qualquer outro motivo técnico, e aqueles imagens dos risos da platéia dá pra se fazer um tratado sobre opinião pública.
Um Quarto em Roma
3.4 503Excessivamente performático, inconvincente e inverossímil, tinha raiva das duas ao terminar o filme, mas principalmente do Medem por perder um bom argumento, chatíssimo!
A Terceira Margem do Rio
2.9 24Lendas e questões sociais são indissociáveis, parece ser isso que Nelson Pereira diz, ainda bem que tinha do lado alguém que entendia as lendas do campo pra me situar durante a sessão, valeu Ju! rs
Os Fuzis
4.1 72Pra ser revisto constantemente pela abundância discursiva do filme! Bela representação dos fuzis como instrumento de poder, bastante condinzente com a História da região. "De graça, só se morre de fome", desfecho maravilhoso, a pulsão revolucionária, comum nos enredos cinemanovistas, em "Os Fuzis" sai de onde menos esperamos, e por fim, a morte do boi, filmado com referência direta a "Alemanha, Ano, Zero", talvez cause até maior impacto que no filme italiano pelo cunho religioso impregnado ao animal.
Cinco Vezes Favela
3.7 24Só não é 5 pelo episódio confuso do Diegues, os demais não só são artisticamente instigantes como tambem extremamente funcionais como documento político.
Porto das Caixas
4.0 20O gozo da protagonista ao ouvir o barulho do trem faz entender muito mais a urgência do crime do que a ignorância e a rudeza do marido. Um bom exemplar de um gênero bastante
visitado pelo cinema do Brasil desde os seus primeiros passos, a reconstituição de crimes.
O Assalto ao Trem Pagador
4.1 91Um thriller intenso comparável a qualquer grande produção hollywoodiana da época se não superior, e com um desfecho mó neo-realista, impressionante!
A Opinião Pública
3.7 32Este filme do Jabor tem um consistência discursiva muito forte, muito parecido com a perspectiva de Pierre Bordieu sobre a opinião pública. Jabor a partir das novas técnicas do documentário deixa a classe média falar seus anseios, que em um primeiro momento normalmente não ultrapassam as questões individuais em um momento histórico de extrema tensão social, e quando são interpelados sobre os temas que atingiam a sociedade são obrigados e se sentem autorizados a dar a sua opinião em temas que sequer pensam. Resultado: repetem o discurso dominante.