Com direção atenta de Cláudio Assis, natural de Caruaru e, unida à sensibilidade de seu parceiro Camilo Cavalcante, temos um produto bem interessante, um desses documentários que são compostos por seus personagens. Além de tudo o filme conta com a câmera sempre interessante de Walter Carvalho. Acho que mereceria mais um tempo de tela e uma melhor cisão sobre que viagem estamos acompanhando em momento tal, mas nada que atrapalhe as intenções do filme: nos apresentar os personagens, suas ânsias, inquietações e objetivos. Acho bonito ver a coragem, ao mesmo tempo que acho triste ver algumas situações as quais nosso povo tem que se dispor pra procurar alguma dignidade na vida nesse mundo louco. Anos depois, mas infelizmente ainda atual.
Suspeito pra falar pois o filme é sobre meu tio mas gostei muito da linha narrativa, os entrevistados, escolhas informacionais e a utilização do recurso de animação. Maravilha conhecer e assim também explorar um pouco mais uma figura importante de minha família.
Há muitos anos quero ver esse filme e somente agora me dei conta de que surgiu uma cópia um pouco mais decente hospedada no Vimeo, preferia ver a versão em 4K que foi exibida em janeiro no Festival de Brasília mas ainda não está disponível. Este filme é a adaptação do livro de estreia de José Lins do Rêgo, além de ser o trabalho de estreia na direção do próprio Walter Lima Jr. e também é estreia, apesar que pontual, de Zezita Matos nas telas. Pelo que pude perceber o filme tem alguns problemas no que se refere à transição da narrativa escrita para a de Cinema e de fato alguns detalhes atrapalham na apreensão do longa. Apesar de gostar do ator protagonista e dele ser meu xará também concordo que de repente o filme precisasse de algum moleque mais treinado na função. A história é bem curiosa, intrigante, interessante e dolorida, apesar disso, o filme também tem seus momentos cômicos, confortáveis e divertidos. O elenco restante é incrível, me senti extremamente presentado com o que assisti. A vida pode ser muito dura, não interessa quem você seja.
Antes de qualquer coisa: isto aqui é uma propaganda, uma campanha por uma causa, em forma de filme, e não o contrário. A narrativa enquanto campanha é magnífica, acho que o sentimentalismo tem uma efetividade altíssima, além do uso do sarcasmo, mas nada exclui a possibilidade de discussões. A produção é ótima, bem desenhado, bem animado, bem dirigido. Nenhum animal deve sofrer em nome da indústria da beleza!
O palhaço degolado faz algumas críticas de alto nível, a seu modo. Justa, ao racismo de Gilberto Freyre, e sobra até pro movimento armorial e Suassuna. Confesso que não entendo alguns detalhes, mas é uma boa reflexão.
Assisti esse filme há uns 6 meses num drive-in temporário que foi montado aqui na cidade, pra população matar a saudade dos cinemas em meio a pandemia, e olha o filme que nos é apresentado. Infelizmente tive um infortúnio clássico de drive-ins: a bateria do carro arriou e ficamos com uma dificuldade pra poder ouvir e compreender bem o que acontecia sonoramente no filme. Ainda assim curti o filme, algumas relações discussões inteligentes, mas também fiquei com um pouco de sensação que algumas mensagens dele podem não cair muito bem nesse momentos. No mais a animação é linda, tem uma estética belíssima, bem dublada, como destacado em outros comentários e, agradável de experienciar. Merece uma revisão breve.
Conheço pouco de Vitor Brandt mas tenho pavor a Copa de Elite. Acho que esse filme sentiu falta de Halder Gomes. Dito isto, adiciono que até tinha potencial, mas estranhei tantos elogios de gente que respeito a opinião, pois pra mim não correspondeu. Tem alguns momentos bem engraçados, muito bem produzido, mas no geral, me incomodou demais. Fiquei com uma expectativa diferente também pelo Nachtergaele e pelo Leandro Ramos, mas é isso. Fica pra próxima.
Tive a oportunidade de assistí-lo no Periférica - Mostra de Cinema de Camaragibe semana retrasada. Vi que estava em exibição, ia até deixar passar, mas como já estava num hiato e era uma oportunidade de um novo Camilo Cavalcante, fiz um esforço pra assistir. Ano passado li um texto sobre três filmes que Camilo estaria produzindo ao mesmo tempo, fiquei interessado por todos, mas este por ser um road movie latinoamericano foi o que mais me cativou. Lendo sobre, descobri que a ideia pro filme surgiu de um encontro despretensioso entre Camilo e Andrade Júnior, este que eu não conhecia até então. Se encontraram em um quarto de hotel onde Andrade fez a performance do King Kong e, durante 10 anos sonharam com o início desta produção. Este viria a ser o primeiro filme protagonizado por Andrade, mas ele morreria em 2019 antes de vê-lo pronto, muito irônico em relação à narrativa do filme e mais triste ainda por ele não ter tido a oportunidade apreciar esta belezura e não poder ter recebido o merecido Kikito. O filme tem sua importância elevada por ser uma coprodução paraguaia, país com uma produção baixa de longas metragens, ainda incipiente, e pela participação da nativa Ana Ivanova na poderosa e sui generis narração. Começa logo de cara apresentando sua belíssima fotografia, planos longos e abertos como são do gosto do diretor, e em pouco tempo se apresenta o ofício do Velho. O texto poderoso também é iniciático, e nos leva até o primeiro diálogo do filme, conversas estas que acontecem em momentos pontuais, mas extremamente fortes e relevantes pra narrativa. Nisso o longa caminha com a participação de grandes estrelas do cinema paraguaio, numa trilha sonora bela e propícia, numa participação singular de Fernando Teixeira (com uma cena de grande significado) e tantos outros belos fatores. Só tenho a agradecer a Camilo por mais este exemplar do cinema latino, e aguardar a oportunidade de me deleitar com suas outras incursões. Grato!
Uma espécie de Glauber meets Godard, e vou falar pra vocês, até com certo constrangimento, pra mim não colou muito bem. Não que eu pense que não haja espaço pra o que o que Geraldo tentou fazer, mas acho que ele forçou a barra. O filme tem suas qualidades, uma bela fotografia, um elenco afiado, mas falha demais em suas pretensões. Vamos em frente.
Cassete, a menina é filha do Jorge Furtado. O Aly Muritiba tem algo a ver com o filme. O elenco com Silvia Buarque, Nahuel Pérez Biscayart, Lourenço Mutarelli e mais uma porrada de gente boa. Da Vitrine, exibido em Cannes. Na moral, não tinha como não ter um mínimo de expectativa em cima desse filme. Mas ele consegue não corresponder a quase nenhuma. Confesso que fiquei perdidão e até dei uns cochilos no 3°/4° da metragem, que não é problema da lentidão, mas dá abstração exagerada. Deu pra mim não, quem sabe em outra oportunidade. Tem algo de interessante na narrativa, uma boa fotografia, e pra mim, só.
Este filme me foi a inserção ao cinema de Haroldo Borges e Paula Gomes, tive várias chances de ver 'Jonas' mas só agora estreei o cinema deles. Amei conhecê-los, a Vinicius Bustani e o magnético garoto João Pedro Dias. Além de ser sempre ótimo reencontrar Luiz Carlos Vasconcelos. O filme já de cara nos apresenta à sensibilidade de João, e ao quanto seu pai é um homem embrutecido. Juntos e solitários eles vivem sua lida rural, até que um circo chega à cidade e mexe com as convicções de João, e lhe acende um desejo de partida. O menino é carregado de frustrações em sua relação com o pai, de um presumido abandono da mãe, e tudo isso é intensificado pela convivência no vilarejo. O circo chega como um suspiro, e arranca de João algo que poucos estímulos seriam capazes de conseguir. Belo, simples e extremamente sensível.
Mais um filme de filho de Glauber Rocha, sobre Glauber Rocha. Não que isso seja de todo ruim mas Paloma e Eryk parecem ter um cinema com um cordão umbilical muito forte com o pai. A ideia desse é bacana, e lhe cabia um trabalho bem simples mesmo. Gosto da narrativa, dos recortes e dos depoimentos. Bacaninha.
Este belo filme me foi uma apresentação ao cartunista Aurel e também ao pintor Josep Bartolí. O longa é uma narrativa tocante que mostra a fuga de um regime ditatorial, levando Bartolí a uma epopeia pela vida, incluindo o desenvolvimento de uma amizade com um guarda francês - plataforma da história - e um relacionamento amoroso com Frida que no filme também é uma figura mítica antes de entrar na história de forma diegética. A animação é muito bem cuidada e tem um belo traço. Linda experiência!
Aude Léa Rapin ataca novamente, bem intencionada como em "Long Live The Emperor", mas uma boa intenção que dá errado em alguns momentos. Aqui a premissa é muito interessante e o filme tem momentos inteligentíssimos. Uma discussão sobre a vida e como lidar com sua finitude anunciada. Podia ser melhor, mas é bacana.
Esse filme foi lançado no meu ano sabático e vim vê-lo somente agora. Uma direção dos Safdie com produção de Scorsese e estrelado por Adam Sandler é muita prioridade pra mim. De antemão digo que Adam está muito bem mas pedir indicação ao Oscar é exagero. A atuação dele tem alguns vícios que são até benéficos ao filme, mas o fazem individualmente perder um pouco de potência. No fim das contas esse filme é fruto do talento dessa dupla de irmãos, fiquei mais louco ainda pra ver os trabalhos deles anteriores à Bom Comportamento. Joias Brutas é foda! Um espetáculo filmíco extremamente nervoso. Se é cansativo assistir a muitas destas cenas (no bom sentido), imagina o trabalho que deu filmá-las? Aquele tanto de coisa acontecendo ao mesmo tempo é desesperador, e tudo é piorado pela trilha sonora desgraçada e quase incessante. Na cena de abertura do Adam xingando ao telefone, me lembrou demais o estilo do De Niro, e no miolo do filme tem uma cena dele dirigindo em que toca uma música incidental muito parecida com a de Taxi Driver. Fica aí mais uma homenagem/referência junto com tantas outras que o filme proporciona. E é massa o quanto o Ratner dividiu meus sentimentos entre torcer pra que ele consiga resolver a vida, e querer que ele se foda muito. Irmãos Safdie, vocês são do caralho. Continuem!
De forma bem superficial: o repórter sensacionalista recebe uma lição. Uma discussão sobre como a violência é apresentada de forma natural, mas como não deveria ser assim. Tenso e empolgante.
Eu Vou de Volta
3.8 3Com direção atenta de Cláudio Assis, natural de Caruaru e, unida à sensibilidade de seu parceiro Camilo Cavalcante, temos um produto bem interessante, um desses documentários que são compostos por seus personagens. Além de tudo o filme conta com a câmera sempre interessante de Walter Carvalho. Acho que mereceria mais um tempo de tela e uma melhor cisão sobre que viagem estamos acompanhando em momento tal, mas nada que atrapalhe as intenções do filme: nos apresentar os personagens, suas ânsias, inquietações e objetivos. Acho bonito ver a coragem, ao mesmo tempo que acho triste ver algumas situações as quais nosso povo tem que se dispor pra procurar alguma dignidade na vida nesse mundo louco. Anos depois, mas infelizmente ainda atual.
O Sinal da Cruz
4.0 1Narrativa não convencional da história de Brasília.
Sérgio Sampaio
5.0 1Novas informações sobre Sampaio!
Raul de Xangô
5.0 1Suspeito pra falar pois o filme é sobre meu tio mas gostei muito da linha narrativa, os entrevistados, escolhas informacionais e a utilização do recurso de animação. Maravilha conhecer e assim também explorar um pouco mais uma figura importante de minha família.
Samydarsh: Os Artistas da Rua
4.5 1Documento riquíssimo sobre arte alternativa nas ruas do Recife no meado dos anos 90. Personagens maravilhosos!!
Transubstancial
3.9 4A beleza da poética.
Menino de Engenho
3.4 9Há muitos anos quero ver esse filme e somente agora me dei conta de que surgiu uma cópia um pouco mais decente hospedada no Vimeo, preferia ver a versão em 4K que foi exibida em janeiro no Festival de Brasília mas ainda não está disponível. Este filme é a adaptação do livro de estreia de José Lins do Rêgo, além de ser o trabalho de estreia na direção do próprio Walter Lima Jr. e também é estreia, apesar que pontual, de Zezita Matos nas telas. Pelo que pude perceber o filme tem alguns problemas no que se refere à transição da narrativa escrita para a de Cinema e de fato alguns detalhes atrapalham na apreensão do longa. Apesar de gostar do ator protagonista e dele ser meu xará também concordo que de repente o filme precisasse de algum moleque mais treinado na função. A história é bem curiosa, intrigante, interessante e dolorida, apesar disso, o filme também tem seus momentos cômicos, confortáveis e divertidos. O elenco restante é incrível, me senti extremamente presentado com o que assisti. A vida pode ser muito dura, não interessa quem você seja.
Texas Hotel
3.8 7Um bom experimento para o longa que viria. Prazer, animais do Texas Hotel.
Punk Rock Hardcore
3.8 8Discurso potente e documento necessário. Valeria um retorno dos diretores à cena, 30 anos depois.
Soneto do Desmantelo Blue
3.6 4Um dos primeiros filmes de Cláudio Assis. Coisa linda e bom personagem escolhido.
Salve o Ralph
4.4 62Antes de qualquer coisa: isto aqui é uma propaganda, uma campanha por uma causa, em forma de filme, e não o contrário. A narrativa enquanto campanha é magnífica, acho que o sentimentalismo tem uma efetividade altíssima, além do uso do sarcasmo, mas nada exclui a possibilidade de discussões. A produção é ótima, bem desenhado, bem animado, bem dirigido. Nenhum animal deve sofrer em nome da indústria da beleza!
O Palhaço Degolado
3.7 1O palhaço degolado faz algumas críticas de alto nível, a seu modo. Justa, ao racismo de Gilberto Freyre, e sobra até pro movimento armorial e Suassuna. Confesso que não entendo alguns detalhes, mas é uma boa reflexão.
Tito e os Pássaros
3.6 31Assisti esse filme há uns 6 meses num drive-in temporário que foi montado aqui na cidade, pra população matar a saudade dos cinemas em meio a pandemia, e olha o filme que nos é apresentado. Infelizmente tive um infortúnio clássico de drive-ins: a bateria do carro arriou e ficamos com uma dificuldade pra poder ouvir e compreender bem o que acontecia sonoramente no filme. Ainda assim curti o filme, algumas relações discussões inteligentes, mas também fiquei com um pouco de sensação que algumas mensagens dele podem não cair muito bem nesse momentos. No mais a animação é linda, tem uma estética belíssima, bem dublada, como destacado em outros comentários e, agradável de experienciar. Merece uma revisão breve.
Cabras da Peste
3.2 255Conheço pouco de Vitor Brandt mas tenho pavor a Copa de Elite. Acho que esse filme sentiu falta de Halder Gomes. Dito isto, adiciono que até tinha potencial, mas estranhei tantos elogios de gente que respeito a opinião, pois pra mim não correspondeu. Tem alguns momentos bem engraçados, muito bem produzido, mas no geral, me incomodou demais. Fiquei com uma expectativa diferente também pelo Nachtergaele e pelo Leandro Ramos, mas é isso. Fica pra próxima.
King Kong en Asunción
3.4 11Tive a oportunidade de assistí-lo no Periférica - Mostra de Cinema de Camaragibe semana retrasada. Vi que estava em exibição, ia até deixar passar, mas como já estava num hiato e era uma oportunidade de um novo Camilo Cavalcante, fiz um esforço pra assistir. Ano passado li um texto sobre três filmes que Camilo estaria produzindo ao mesmo tempo, fiquei interessado por todos, mas este por ser um road movie latinoamericano foi o que mais me cativou. Lendo sobre, descobri que a ideia pro filme surgiu de um encontro despretensioso entre Camilo e Andrade Júnior, este que eu não conhecia até então. Se encontraram em um quarto de hotel onde Andrade fez a performance do King Kong e, durante 10 anos sonharam com o início desta produção. Este viria a ser o primeiro filme protagonizado por Andrade, mas ele morreria em 2019 antes de vê-lo pronto, muito irônico em relação à narrativa do filme e mais triste ainda por ele não ter tido a oportunidade apreciar esta belezura e não poder ter recebido o merecido Kikito. O filme tem sua importância elevada por ser uma coprodução paraguaia, país com uma produção baixa de longas metragens, ainda incipiente, e pela participação da nativa Ana Ivanova na poderosa e sui generis narração. Começa logo de cara apresentando sua belíssima fotografia, planos longos e abertos como são do gosto do diretor, e em pouco tempo se apresenta o ofício do Velho. O texto poderoso também é iniciático, e nos leva até o primeiro diálogo do filme, conversas estas que acontecem em momentos pontuais, mas extremamente fortes e relevantes pra narrativa. Nisso o longa caminha com a participação de grandes estrelas do cinema paraguaio, numa trilha sonora bela e propícia, numa participação singular de Fernando Teixeira (com uma cena de grande significado) e tantos outros belos fatores. Só tenho a agradecer a Camilo por mais este exemplar do cinema latino, e aguardar a oportunidade de me deleitar com suas outras incursões. Grato!
Remoinho
2.9 2Acho que podia render um bom material, mas acaba se perdendo. Zezita é sempre maravilhosa.
Sertânia
3.8 27Uma espécie de Glauber meets Godard, e vou falar pra vocês, até com certo constrangimento, pra mim não colou muito bem. Não que eu pense que não haja espaço pra o que o que Geraldo tentou fazer, mas acho que ele forçou a barra. O filme tem suas qualidades, uma bela fotografia, um elenco afiado, mas falha demais em suas pretensões. Vamos em frente.
Sem Seu Sangue
2.1 24Cassete, a menina é filha do Jorge Furtado. O Aly Muritiba tem algo a ver com o filme. O elenco com Silvia Buarque, Nahuel Pérez Biscayart, Lourenço Mutarelli e mais uma porrada de gente boa. Da Vitrine, exibido em Cannes. Na moral, não tinha como não ter um mínimo de expectativa em cima desse filme. Mas ele consegue não corresponder a quase nenhuma. Confesso que fiquei perdidão e até dei uns cochilos no 3°/4° da metragem, que não é problema da lentidão, mas dá abstração exagerada. Deu pra mim não, quem sabe em outra oportunidade. Tem algo de interessante na narrativa, uma boa fotografia, e pra mim, só.
Filho de Boi
3.8 9Este filme me foi a inserção ao cinema de Haroldo Borges e Paula Gomes, tive várias chances de ver 'Jonas' mas só agora estreei o cinema deles. Amei conhecê-los, a Vinicius Bustani e o magnético garoto João Pedro Dias. Além de ser sempre ótimo reencontrar Luiz Carlos Vasconcelos. O filme já de cara nos apresenta à sensibilidade de João, e ao quanto seu pai é um homem embrutecido. Juntos e solitários eles vivem sua lida rural, até que um circo chega à cidade e mexe com as convicções de João, e lhe acende um desejo de partida. O menino é carregado de frustrações em sua relação com o pai, de um presumido abandono da mãe, e tudo isso é intensificado pela convivência no vilarejo. O circo chega como um suspiro, e arranca de João algo que poucos estímulos seriam capazes de conseguir. Belo, simples e extremamente sensível.
Antena da Raça
3.3 4Mais um filme de filho de Glauber Rocha, sobre Glauber Rocha. Não que isso seja de todo ruim mas Paloma e Eryk parecem ter um cinema com um cordão umbilical muito forte com o pai. A ideia desse é bacana, e lhe cabia um trabalho bem simples mesmo. Gosto da narrativa, dos recortes e dos depoimentos. Bacaninha.
Josep
4.0 15Este belo filme me foi uma apresentação ao cartunista Aurel e também ao pintor Josep Bartolí. O longa é uma narrativa tocante que mostra a fuga de um regime ditatorial, levando Bartolí a uma epopeia pela vida, incluindo o desenvolvimento de uma amizade com um guarda francês - plataforma da história - e um relacionamento amoroso com Frida que no filme também é uma figura mítica antes de entrar na história de forma diegética. A animação é muito bem cuidada e tem um belo traço. Linda experiência!
Heróis Nunca Morrem
2.6 6 Assista AgoraAude Léa Rapin ataca novamente, bem intencionada como em "Long Live The Emperor", mas uma boa intenção que dá errado em alguns momentos. Aqui a premissa é muito interessante e o filme tem momentos inteligentíssimos. Uma discussão sobre a vida e como lidar com sua finitude anunciada. Podia ser melhor, mas é bacana.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraEsse filme foi lançado no meu ano sabático e vim vê-lo somente agora. Uma direção dos Safdie com produção de Scorsese e estrelado por Adam Sandler é muita prioridade pra mim. De antemão digo que Adam está muito bem mas pedir indicação ao Oscar é exagero. A atuação dele tem alguns vícios que são até benéficos ao filme, mas o fazem individualmente perder um pouco de potência. No fim das contas esse filme é fruto do talento dessa dupla de irmãos, fiquei mais louco ainda pra ver os trabalhos deles anteriores à Bom Comportamento. Joias Brutas é foda! Um espetáculo filmíco extremamente nervoso. Se é cansativo assistir a muitas destas cenas (no bom sentido), imagina o trabalho que deu filmá-las? Aquele tanto de coisa acontecendo ao mesmo tempo é desesperador, e tudo é piorado pela trilha sonora desgraçada e quase incessante. Na cena de abertura do Adam xingando ao telefone, me lembrou demais o estilo do De Niro, e no miolo do filme tem uma cena dele dirigindo em que toca uma música incidental muito parecida com a de Taxi Driver. Fica aí mais uma homenagem/referência junto com tantas outras que o filme proporciona. E é massa o quanto o Ratner dividiu meus sentimentos entre torcer pra que ele consiga resolver a vida, e querer que ele se foda muito. Irmãos Safdie, vocês são do caralho. Continuem!
Diversão
3.2 2De forma bem superficial: o repórter sensacionalista recebe uma lição. Uma discussão sobre como a violência é apresentada de forma natural, mas como não deveria ser assim. Tenso e empolgante.