Ah gente, esse filme é divertido pra caramba. Cheio de bons momentos e referências divertidissimas. Foi meu primeiro filme do Matheus Souza e nem de longe eu desconfiaria que ele é o intérprete do Paulo Ricardo. Quanto ao elenco, é bacana, tem uma galera boa e esforçada. O filme tem lá seus clichês e forçadas de barra, mas nada que comprometa. Uma pena que seja tão mal avaliado.
Uma boa premissa, uma boa sacada no título de uma frase de origem campestre transmutada pra urbanidade marginal. Tem até boas imagens também, bons momentos, mas acho que se perde em momentos chaves. Um produto bom, numa análise final.
Eu amo bons títulos e que título bonito da porra né?! E o filme até tenta corresponder à altura, tem uma arte bonita, boas locações, uma cadência que me agrada, um bom elenco com o grande Chico Diaz. O plot inicial é curioso mas infelizmente a história começa a caminhar por terrenos superficiais e em alguns momentos ignora a inteligência do espectador, como dito abaixo, quase beira o risível. Mas as boas reflexões e críticas no âmbito da crença religiosa ficam, e geram boas discussões, certamente. Mediano no fim das contas.
Estreia de um noveleiro no cinema, e como a origem nos folhetins é visível! Tirando essa influência pesada da narrativa, até que dá pra achar uma boa intenção. Curioso que a história é inspirada no caso Maria da Penha mas este é citado no filme. No fim das contas é mediano e me foi mais uma despedida de Montagner.
Um filme grandioso, quase um filme despedida mesmo do próprio Nelson Xavier. Foi meu primeiro filme do Marcelo Galvão e só me deixou mais curioso pelo diretor. Tem toda essa pegada reflexiva sobre a velhice, os elementos sensoriais das limitações, e muita coisa interessante. Mas os esforços em convencer o espectador de que o amor entre o Almirante e a Morena é realmente verdadeiro, são um exercício incrível e muito exitoso, todos os louros ao nosso protagonista e também à Juliana Paes em um dos seus melhores trabalhos da vida. Enfim, um espetáculo de filme.
Marcelo Gomes sempre correspondendo. A cena inicial é foda mas pra ser sincero, acho que ela destoa do restante do filme, que eu curti bastante por todos os motivos já citados nos comentários abaixo: a reformulação da persona de Tiradentes e tudo mais. Julio Machado está incrível junto com todo o elenco, um melhor que o outro. Curti pra caramba a narrativa, a arte do filme, tudo, tudo me agrada. Pra ver e rever.
Muito bacana fazer de um drama da vida real a substância pra uma narrativa de terror, ainda mais feito aqui e com algo tão próprio nosso. Desenvolvendo a fórmula, chegaremos a algo satisfatório. Uma das últimas aparições do saudoso Montagner.
Sim, parece uma grande video arte, tem sua dose de monotonia, mas curti. Tem que estar preparado, não possui lá uma narrativa exatamente, mas é interessante em seus momentos. Nem sabia que era da viúva de Glauber, mas já ajuda as coisas a fazerem mais sentido. Mesmo por ter conseguido apreciar algumas coisas, não recomendo a você, expectador comum, mas se quiser se aventurar, esteja avisado.
Gente, nunca foi lançado mesmo? Achei de bobeira num streaming e assisti. Olha, é um filme angolano bem brasileirão, tem muita coisa nossa. Achei massa a experiência, Joãozinho é quase um malandrão carioca. Nada demais, mas tem um diferencial, recomendo.
Este filme é cheio de ironias. Dirigido pelos irmãos Renier que já interpretaram irmãos num filme anos atrás, que estão juntos num outro filmes esse ano, e o Jeremie acabou de interpretar dois personagens irmãos no novo filme de Ozon. Daí eles dirigem um filme sobre irmãs atrizes, uma mais famosa que a outra, numa história bem pesada, assim como o novo filme do Ozon. Carnívoras é um filme bem intencionado, tem boas discussões e acho que é uma estreia digna pro ritmo de trabalho desses caras. As inquietações das irmãs são apresentadas e geram várias reflexões no público. Que eles consigam desenvolver outros projetos!!
Muito bom filme e com ótimas discussões. Realmente é um pouco longo, podia ser enxugado, mas não me incomodou. Acho que sua maior contribuição, é a dúvida ao final, sem ser taxativo. Além de toda a operação no Vaticano que é incrível de se acompanhar... A logística, montagem da equipe, as motivações, os bastidores da igreja. É um bom filme, no fim das contas.
Um filme lindíssimo, tratando as dores de relações familiares complexas, das agruras das guerras e suas mutilações (me lembrou levemente Johnny Vai à Guerra), além dos grandes amigos que a vida nos traz. Tem uma arte lindíssima, as máscaras são incríveis e comunicam demais, e uma narrativa espantosamente boa. Atuações também ótimas e um final destruídor. Filme necessário!
Vi esse filme no Varilux e fico muito feliz que ele já tenha sido lançado e esteja sendo assistido, isso pelo fato de que alguns do festival são simplesmente esquecidos, e Custódia poderia ser um desses. Mas na verdade isso não faria muito sentido, Custódia tem um roteiro simples, sem grandes estripulias, mas infelizmente, extremamente real e até factual. A mim a experiência foi potencializada por ter tido um padrasto muito parecido com o Antoine, até fisicamente, além de que algumas cenas são extremamente parecidas com situações que vivi, a emoção ia a mil. É um filme duro, pesado, mas foi especialmente forte pra mim, e imagino, pra mais quem tenha tido experiências similares. As atuações são essenciais na construção dessa verossimilhança e Denis Menochet é sem dúvidas o destaque, além do garoto Thomas Gioria que também está muito bem. Este filme é o duro retrato de uma realidade contra a qual devemos lutar, até mesmo os agressores.
Um filme duro na narrativa e belo nas imagens. Apresenta uma fase proveitosa e complicada na vida de Gauguin, além das problemáticas da grande dicotomia arte x artesanato, que entendi como o grande mote do filme. Claro que tem suas outras inquietações, o romance com a nativa... Também curti a intenção de mostrar a produção dos quadros feitos na época em questão. Cassel é sempre um baluarte. Ótimo filme!
Uma grande bobagem mas muito bem intencionado. Diverte em seus momentos. O elenco é bom e a estreia de Dubosc como diretor. Assista numa tarde despretensiosa.
Esse título engana, você lê e pensa que é sobre uma mulher rejuvenescendo, mas esse não é o assunto do filme. Tem lá seus momentos divertidos, agradáveis, a família portuguesa. Ao passe q e a é um filme simples e bobo. Bom, sem pretensões.
Baseado no livro homônimo de Martin Page assinado sob o pseudônimo Pit Agarmen, A Noite Devorou o Mundo é o longa de estreia do diretor Dominique Rocher. A história é sobre uma inusitada desgraça que assola o planeta transformando os humanos em zumbis.
Então esse é um filme francês com zumbis? Sim, meu amigo, mas não se engane, a narrativa explora o lado existencialista da coisa. O grande discurso do filme é trazer à tona discussões sobre a solidão e o confinamento, qualquer tema poderia ter sido escolhido, mas aqui vamos falar sobre isso no meio de um apocalipse zumbi.
O filme começa e Sam, nosso protagonista, é apresentado como um aficionado por som, o cenário inicial é uma festa na casa da ex-namorada. Por algum motivo, Sam adormece trancado num quarto e quando acorda, o caos já está instaurado. Agora, é a luta pela sobrevivência. Até aqui ainda ficamos meio incrédulos, parece que os franceses estão entrando num terreno pelo qual eles não saberiam se locomover, mas aos poucos, o longa vai nos conquistando.
A tal fixação de Sam é explorada durante a história de várias maneiras e uma delas é como tentativa de fuga ao isolamento. Falando em isolamento, o filme também mostra que os próprios zumbis vivem em situação parecida: mesmo quando estão em grupo, não há interação.
Quando achamos que o filme vai perder força com uma situação suspeita, a grande sacada do longa se apresenta, e partir daí não há como não se emocionar e sofrer com nosso pequeno guerreiro. O final é bem francês e a solidão continua a atacar.
Cara, até que tem um bom plot, boa produção, tava indo bem, mas descamba numa porcaria insuportável, a melhor cena é a dos velhinhos, e algumas outras se salvam, de resto, uma decepção.
Gilles de Maistre é um veterano da televisão francesa, realizador respeitado no país e esse foi certamente um dos motivos pelos quais o aparentemente inflexível Alain Ducasse se deixou acompanhar durante quase dois anos, entre 2015 e 2016.
O chefe é carrancudo e bem fechado, tanto que é perceptível que alguns momentos não podiam ser documentados e durante todo esse tempo o diretor só viu a esposa de Ducasse uma única e insignificante vez. Algumas “patadas” durante a metragem também são identificáveis, mas tudo de uma forma charmosamente francesa.
O filme começa apresentando rapidamente o garoto de Landes que se tornou um dos maiores chefes da gastronomia mundial, recordista de estrelas do Guia Michelin e nos inserindo em sua nova incursão: inaugurar um restaurante no Chatêau de Versailles – fechado ao público e aberto apenas a clientes que querem uma experiência completa no palácio – mas este é apenas um dos assuntos do longa.
Para Ducasse, a gastronomia faz parte do todo de uma experiência situacional e local, ele acredita que além dos ingrediente e do preparo, o momento e as companhias durante uma refeição afetam diretamente na recepção do que se come, portanto, os ambientes devem ser propícios a oferecer as situações mais agradáveis possíveis, também por isso ele se envolva com todas as etapas da concepção de seus restaurantes, evidentemente do prato que é servido, até a arquitetura do local.
Apesar de negar que faz política com sua gastronomia, creio que o engajamento consciente no modo de conduzir seus restaurantes, na matéria-prima utilizada, na relação com os colaboradores, entre outros elementos, sejam sim uma forma de política, e tudo isso é o que o torna um profissional tão fascinante.
Mas o que um homem que já encontrou tudo poderia estar buscando? Alain anda a procura de conhecer cada vez mais culinárias. Ele não para, vai ao Japão várias vezes ao ano sempre conhecendo restaurantes diferentes, a narrativa se propõe a mostrá-lo nessas buscas, viajando pelo mundo com os mais diversos objetivos, como participar de um programa de auditório (aliás, foi a única vez que de Maistre o viu cozinhando); ir a um bate-papo com alunos de um amigo nos EUA; visitar uma escola sua, um projeto social que ele dirige; e ir ao Brasil, onde está seu fornecedor de cacau.
O formato documental escolhido é bem ordinário e formulaico, mas correspondeu bem às expectativas que o produto almejava, apesar de que o próprio Ducasse disse que as imagens foram “roubadas” de alguma forma. Essa sensação não é passada ao espectador. O filme culmina no dia da inauguração do Ore, o tal restaurante em Versailles, enfim pronto depois dos quase dois anos e que em breve deve lhe render mais estrelas Michelin.
Tamo Junto
2.7 75Ah gente, esse filme é divertido pra caramba. Cheio de bons momentos e referências divertidissimas. Foi meu primeiro filme do Matheus Souza e nem de longe eu desconfiaria que ele é o intérprete do Paulo Ricardo. Quanto ao elenco, é bacana, tem uma galera boa e esforçada. O filme tem lá seus clichês e forçadas de barra, mas nada que comprometa. Uma pena que seja tão mal avaliado.
Se Deus Vier Que Venha Armado
2.5 38Uma boa premissa, uma boa sacada no título de uma frase de origem campestre transmutada pra urbanidade marginal. Tem até boas imagens também, bons momentos, mas acho que se perde em momentos chaves. Um produto bom, numa análise final.
Os Dez Mandamentos: O Filme
2.4 215Uma novela cortada e colada. Assisti pela experiência, não tinha como esperar coisa diferente.
Oração do Amor Selvagem
3.0 10Eu amo bons títulos e que título bonito da porra né?! E o filme até tenta corresponder à altura, tem uma arte bonita, boas locações, uma cadência que me agrada, um bom elenco com o grande Chico Diaz. O plot inicial é curioso mas infelizmente a história começa a caminhar por terrenos superficiais e em alguns momentos ignora a inteligência do espectador, como dito abaixo, quase beira o risível. Mas as boas reflexões e críticas no âmbito da crença religiosa ficam, e geram boas discussões, certamente. Mediano no fim das contas.
Um Homem Só
2.8 44 Assista AgoraA ideia é boa, o filme tem lá seus bons momentos, mas viajaram demais. Curti o elenco. Diretora estreante.. Dá pra ver.
Vidas Partidas
3.3 34 Assista AgoraEstreia de um noveleiro no cinema, e como a origem nos folhetins é visível! Tirando essa influência pesada da narrativa, até que dá pra achar uma boa intenção. Curioso que a história é inspirada no caso Maria da Penha mas este é citado no filme. No fim das contas é mediano e me foi mais uma despedida de Montagner.
A Despedida
3.7 43Um filme grandioso, quase um filme despedida mesmo do próprio Nelson Xavier. Foi meu primeiro filme do Marcelo Galvão e só me deixou mais curioso pelo diretor. Tem toda essa pegada reflexiva sobre a velhice, os elementos sensoriais das limitações, e muita coisa interessante. Mas os esforços em convencer o espectador de que o amor entre o Almirante e a Morena é realmente verdadeiro, são um exercício incrível e muito exitoso, todos os louros ao nosso protagonista e também à Juliana Paes em um dos seus melhores trabalhos da vida. Enfim, um espetáculo de filme.
Joaquim
3.6 71 Assista AgoraMarcelo Gomes sempre correspondendo. A cena inicial é foda mas pra ser sincero, acho que ela destoa do restante do filme, que eu curti bastante por todos os motivos já citados nos comentários abaixo: a reformulação da persona de Tiradentes e tudo mais. Julio Machado está incrível junto com todo o elenco, um melhor que o outro. Curti pra caramba a narrativa, a arte do filme, tudo, tudo me agrada. Pra ver e rever.
O Rastro
2.7 214Muito bacana fazer de um drama da vida real a substância pra uma narrativa de terror, ainda mais feito aqui e com algo tão próprio nosso. Desenvolvendo a fórmula, chegaremos a algo satisfatório. Uma das últimas aparições do saudoso Montagner.
O Caseiro
2.9 126Tem seu valor por ser bem intencionado, e até me agradou por ser do gênero que é. Muito boa sorte às produções desse tipo.
Exilados do Vulcão
2.5 17 Assista AgoraSim, parece uma grande video arte, tem sua dose de monotonia, mas curti. Tem que estar preparado, não possui lá uma narrativa exatamente, mas é interessante em seus momentos. Nem sabia que era da viúva de Glauber, mas já ajuda as coisas a fazerem mais sentido. Mesmo por ter conseguido apreciar algumas coisas, não recomendo a você, expectador comum, mas se quiser se aventurar, esteja avisado.
O Grande Kilapy
2.6 8 Assista AgoraGente, nunca foi lançado mesmo? Achei de bobeira num streaming e assisti. Olha, é um filme angolano bem brasileirão, tem muita coisa nossa. Achei massa a experiência, Joãozinho é quase um malandrão carioca. Nada demais, mas tem um diferencial, recomendo.
Um Suburbano Sortudo
2.4 169Gente, apenas mais um. Dá pra se divertir. Kkkkk
Carnívoras
3.1 19Este filme é cheio de ironias. Dirigido pelos irmãos Renier que já interpretaram irmãos num filme anos atrás, que estão juntos num outro filmes esse ano, e o Jeremie acabou de interpretar dois personagens irmãos no novo filme de Ozon. Daí eles dirigem um filme sobre irmãs atrizes, uma mais famosa que a outra, numa história bem pesada, assim como o novo filme do Ozon. Carnívoras é um filme bem intencionado, tem boas discussões e acho que é uma estreia digna pro ritmo de trabalho desses caras. As inquietações das irmãs são apresentadas e geram várias reflexões no público. Que eles consigam desenvolver outros projetos!!
A Aparição
3.2 21Muito bom filme e com ótimas discussões. Realmente é um pouco longo, podia ser enxugado, mas não me incomodou. Acho que sua maior contribuição, é a dúvida ao final, sem ser taxativo. Além de toda a operação no Vaticano que é incrível de se acompanhar... A logística, montagem da equipe, as motivações, os bastidores da igreja. É um bom filme, no fim das contas.
Nos Vemos no Paraíso
4.0 52 Assista AgoraUm filme lindíssimo, tratando as dores de relações familiares complexas, das agruras das guerras e suas mutilações (me lembrou levemente Johnny Vai à Guerra), além dos grandes amigos que a vida nos traz. Tem uma arte lindíssima, as máscaras são incríveis e comunicam demais, e uma narrativa espantosamente boa. Atuações também ótimas e um final destruídor. Filme necessário!
Custódia
4.2 157Vi esse filme no Varilux e fico muito feliz que ele já tenha sido lançado e esteja sendo assistido, isso pelo fato de que alguns do festival são simplesmente esquecidos, e Custódia poderia ser um desses. Mas na verdade isso não faria muito sentido, Custódia tem um roteiro simples, sem grandes estripulias, mas infelizmente, extremamente real e até factual. A mim a experiência foi potencializada por ter tido um padrasto muito parecido com o Antoine, até fisicamente, além de que algumas cenas são extremamente parecidas com situações que vivi, a emoção ia a mil. É um filme duro, pesado, mas foi especialmente forte pra mim, e imagino, pra mais quem tenha tido experiências similares. As atuações são essenciais na construção dessa verossimilhança e Denis Menochet é sem dúvidas o destaque, além do garoto Thomas Gioria que também está muito bem. Este filme é o duro retrato de uma realidade contra a qual devemos lutar, até mesmo os agressores.
Gauguin: Viagem ao Taiti
3.3 25 Assista AgoraUm filme duro na narrativa e belo nas imagens. Apresenta uma fase proveitosa e complicada na vida de Gauguin, além das problemáticas da grande dicotomia arte x artesanato, que entendi como o grande mote do filme. Claro que tem suas outras inquietações, o romance com a nativa... Também curti a intenção de mostrar a produção dos quadros feitos na época em questão. Cassel é sempre um baluarte. Ótimo filme!
De Carona para o Amor
3.5 43 Assista AgoraUma grande bobagem mas muito bem intencionado. Diverte em seus momentos. O elenco é bom e a estreia de Dubosc como diretor. Assista numa tarde despretensiosa.
50 São os Novos 30
3.4 13Esse título engana, você lê e pensa que é sobre uma mulher rejuvenescendo, mas esse não é o assunto do filme. Tem lá seus momentos divertidos, agradáveis, a família portuguesa. Ao passe q e a é um filme simples e bobo. Bom, sem pretensões.
A Noite Devorou o Mundo
3.2 362 Assista AgoraBaseado no livro homônimo de Martin Page assinado sob o pseudônimo Pit Agarmen, A Noite Devorou o Mundo é o longa de estreia do diretor Dominique Rocher. A história é sobre uma inusitada desgraça que assola o planeta transformando os humanos em zumbis.
Então esse é um filme francês com zumbis? Sim, meu amigo, mas não se engane, a narrativa explora o lado existencialista da coisa. O grande discurso do filme é trazer à tona discussões sobre a solidão e o confinamento, qualquer tema poderia ter sido escolhido, mas aqui vamos falar sobre isso no meio de um apocalipse zumbi.
O filme começa e Sam, nosso protagonista, é apresentado como um aficionado por som, o cenário inicial é uma festa na casa da ex-namorada. Por algum motivo, Sam adormece trancado num quarto e quando acorda, o caos já está instaurado. Agora, é a luta pela sobrevivência. Até aqui ainda ficamos meio incrédulos, parece que os franceses estão entrando num terreno pelo qual eles não saberiam se locomover, mas aos poucos, o longa vai nos conquistando.
A tal fixação de Sam é explorada durante a história de várias maneiras e uma delas é como tentativa de fuga ao isolamento. Falando em isolamento, o filme também mostra que os próprios zumbis vivem em situação parecida: mesmo quando estão em grupo, não há interação.
Quando achamos que o filme vai perder força com uma situação suspeita, a grande sacada do longa se apresenta, e partir daí não há como não se emocionar e sofrer com nosso pequeno guerreiro. O final é bem francês e a solidão continua a atacar.
O Último Suspiro
3.0 138 Assista AgoraCara, até que tem um bom plot, boa produção, tava indo bem, mas descamba numa porcaria insuportável, a melhor cena é a dos velhinhos, e algumas outras se salvam, de resto, uma decepção.
O Amante Duplo
3.3 108Bom ver um novo filme do Ozon e chocando, nos jogando contra a parede e fazendo pensar.
A Busca do Chef Ducasse
3.3 2Gilles de Maistre é um veterano da televisão francesa, realizador respeitado no país e esse foi certamente um dos motivos pelos quais o aparentemente inflexível Alain Ducasse se deixou acompanhar durante quase dois anos, entre 2015 e 2016.
O chefe é carrancudo e bem fechado, tanto que é perceptível que alguns momentos não podiam ser documentados e durante todo esse tempo o diretor só viu a esposa de Ducasse uma única e insignificante vez. Algumas “patadas” durante a metragem também são identificáveis, mas tudo de uma forma charmosamente francesa.
O filme começa apresentando rapidamente o garoto de Landes que se tornou um dos maiores chefes da gastronomia mundial, recordista de estrelas do Guia Michelin e nos inserindo em sua nova incursão: inaugurar um restaurante no Chatêau de Versailles – fechado ao público e aberto apenas a clientes que querem uma experiência completa no palácio – mas este é apenas um dos assuntos do longa.
Para Ducasse, a gastronomia faz parte do todo de uma experiência situacional e local, ele acredita que além dos ingrediente e do preparo, o momento e as companhias durante uma refeição afetam diretamente na recepção do que se come, portanto, os ambientes devem ser propícios a oferecer as situações mais agradáveis possíveis, também por isso ele se envolva com todas as etapas da concepção de seus restaurantes, evidentemente do prato que é servido, até a arquitetura do local.
Apesar de negar que faz política com sua gastronomia, creio que o engajamento consciente no modo de conduzir seus restaurantes, na matéria-prima utilizada, na relação com os colaboradores, entre outros elementos, sejam sim uma forma de política, e tudo isso é o que o torna um profissional tão fascinante.
Mas o que um homem que já encontrou tudo poderia estar buscando? Alain anda a procura de conhecer cada vez mais culinárias. Ele não para, vai ao Japão várias vezes ao ano sempre conhecendo restaurantes diferentes, a narrativa se propõe a mostrá-lo nessas buscas, viajando pelo mundo com os mais diversos objetivos, como participar de um programa de auditório (aliás, foi a única vez que de Maistre o viu cozinhando); ir a um bate-papo com alunos de um amigo nos EUA; visitar uma escola sua, um projeto social que ele dirige; e ir ao Brasil, onde está seu fornecedor de cacau.
O formato documental escolhido é bem ordinário e formulaico, mas correspondeu bem às expectativas que o produto almejava, apesar de que o próprio Ducasse disse que as imagens foram “roubadas” de alguma forma. Essa sensação não é passada ao espectador. O filme culmina no dia da inauguração do Ore, o tal restaurante em Versailles, enfim pronto depois dos quase dois anos e que em breve deve lhe render mais estrelas Michelin.