O filme trata antes de tudo da essência humana e suas relações, usando pra isso David e Lisa, cada um com suas limitações. Porém, há quem encare como um filme focado nos transtornos psiquiátricos, não é verdade.
É interessante como cada um deles foi capaz de tornar-se louco o suficiente pra poder estar perto do outro, digo, David passou a falar rimando e Lisa aprendeu a não tocá-lo, cada um assimilou a 'loucura' (entre aspas, mesmo) do outro para poderem manter-se perto. Seria isso a essência do amor?
Acho uma bobagem chamá-los de loucos somente porque distoam da maioria da população, porque tem manias, compulsões, limitações, mas isso os torna loucos? E quem não tem suas peculiaridades? Todos nós temos.
O filme sem dúvida uma história muito bonita, o amor que brota a despeito de qualquer dificuldade, que nasce saudavelmente de duas pessoas consideradas doentes. O desfecho é indescritível através de simples palavras, nele ocorreu o momento mais esperado por mim em toda a película.
Além disso as atuações de Keir Dullea (David), Howard Da Silva (dr. Swinford) e Janet Margolin (Lisa) são perfeitas.
Em Shame vi duas pessoas que tem uma extrema dificuldade no campo das relações afetivas, sendo que cada um sofre à sua maneira. Brandon resolve escapar através do desapego, sexo promíscuo e casual, aparentemente sofre menos, mas quando é obrigado a se deparar com as próprias dificuldades ele mostra a verdadeira dimensão da sua dor tão bem ocultada. Sua irmã, por outro lado, tem o sofrimento mais escancarado, marcado no corpo e nas atitudes inseguras e dependentes. Sem dúvida a intensidade é uma marca do filme.
A mensagem que pude extrair do filme é que muitas pessoas apesar de serem rotuladas como promíscuas, pervertidas e superficiais,às vezes apenas têm dificuldade de se relacionar, seja por trauma, medo ou insegurança. Há uma cena em que o Brandon está transando com uma mulher e pelo simples fato dela ser carinhosa demais, pra ele representa uma ameaça, ataca ele de um jeito tão forte que ele perde até o desejo sexual. Ele não optou ser viciado por sexo, o faz pra fugir do relacionamento, pois não sabe lidar com isso. A irmã diante do medo do abandono prefere entregar-se à morte. E novamente digo que cada um reage à sua maneira diante dos seus medos mais secretos.
Importante destacar a atuação brilhante dos perdonagens, sobretudo do Michael Fassbender, as cenas de sexo são bastante quentes e realistas e a trilha sonora é insuperável. A cena da tentativa de suicídio da Sissy foi muito forte, temi que o filme acabasse ali, com ela morta nos braços do irmão. Apesar dela manter-se viva, o desfecho permaneceu em aberto, com os personagens principais ainda envolvidos nos seus conflitos mal-resolvidos.
Americanos vão fazer uma refilmagem do filme, que pena.
Crítica super pertinente do uol:
"Hollywood não se cansa de alimentar a preguiça de seu público, ao realizar refilmagens de bons - e recentes - filmes estrangeiros. Existe a crença por lá que os consumidores não gostam de filmes em língua não-inglesa (com legendas), portanto não vão assisti-los. Assim, compram histórias de filmes consagrados em outros países e colocam rostinhos conhecidos do público estadunidense."
A forma como o diretor colocou as duas perspectivas - a de Angélique e a do Dr Loic - foi essencial para que pudéssemos entender a neurose da paciente. Além disso, ele consegue a princípio nos despertar raiva do médico e pena da mocinha; só depois somos apresentados à loucura da Angélique e passamos a temer pela integridade física e mental do Dr Loic. Essa concepção foi GENIAL! Aos mais atentos é possível notar a dualidade desde o título e capa do filme, tudo remete a duas versões, duas perspectivas, e ao decorrer do filme isso apenas se confirma.
A temática da obsessão foi muito bem retratada, começando de forma ingênua através de um amor platônico e, aparentemente, inofensivo, até evoluir para um sentimento doentio que não mede esforços para manter-se vivo, ultrapassa todos os limites imagináveis de sensatez. Muitas pessoas podem pensar que a Angélique é uma destruidora de lares, invejosa, mal e que apenas quer acabar com a vida do outro, mas não é bem assim. Erotomania é uma patologia, a pessoa doente realmente inventa um mundo imaginário, paralelo, e embarca nessa loucura como se verdade fosse. Parece insano, e talvez realmente seja, mas a pessoa se engana e comete verdadeiros absurdos em nome de um 'paixão'. Pessoas como o Dr Loic, por ingenuidade ou pura falta de experiência, podem acabar alimentando esse sentimento doentio e sem notar acabam dando força a essa loucura.
No final do filme ficou bem claro que Angélique não se curou, apenas mentiu para o psiquiatra a fim de poder sair da clínica psiquiátrica. Provavelmente voltou a atormentar o pobre Dr Loic ou encontrou outro pelo caminho para continuar vivendo de migalhas. Relacionar-se com o outro é difícil, mas certamente o caminho que a Angélique (inconscientemente) optou não é o mais fácil.
Um deleite, um convite à reflexão, esse filme é genial. Os Franceses, aliás, são geniais.
Um mundo em que não há batom, partida de futebol, nem carros, as pessoas se vestem sem exaltação, são descabeladas, sem construções, sem dinheiro, sem desigualdade. E os concertos de silêncio? Que ideia fantástica, quem dera houvesse aqui na Terra.
Achei o filme bastante original, ri muito e pensei diversos aspectos da nossa sociedade e vida Terrena. Destaco as cenas embaladas pela música 'tutti-fruti', ri demais.
Lena não teve qualquer referência de família estruturada, não recebeu amor nem atenção, e o padrão de relacionamento que aprendeu com a mãe foi guiado pelo sexo promíscuo e casual. O resultado é uma jovem perdida que se submete a humilhação e submissão com os garotos em troca de míseros minutos de atenção os quais não são suficientes pra preencher o enorme vazio que carrega consigo. Mas como poderia desfrutar de uma relação saudável se não tem referências do que seja isso?
O problemático Dann foi o único cara que lhe deu algum valor nessa vida e por isso mesmo ela usa de todas as ferramentas que possui para não perdê-lo, a principal delas é o sexo. Até mesmo as mentiras do Dann não são capazes de desencorajá-la de lutar por essa relação simbiótica (não arrisco nem dizer que seja amor). Mas tudo complica quando o pai do Dann, outro personagem psicologicamente doente, entra em cena e se envolve mais do que devia.
A questão que me coloquei foi: será que a Lena estava pronta pra viver uma relação saudável? Ou será que estava acostumada a lidar com o dia-a-dia repleto de transas clandestinas e auto-limitadas?
No final do filme achei que ela se envolveu com o pai do Dann e acabou o matando como uma forma de se livrar daquela situação de felicidade a dois que estava se organizando, pois não sabia lidar com aquilo. E depois de criado o motivo pra acabar com tudo ela voltou ao porto seguro, que pra nós parecia o inferno: a mãe instável e os caras com quem transava sem compromisso. Esse era o universo que ela sabia lidar, e mesmo que quisesse algum relacionamento normal, não saberia conduzi-lo. E não é à toa que ela conseguia manter tanta doçura em um meio tão hostil, estava plenamente adaptada a ele.
Apesar do desfecho previsível o curta nos envolve com humor e veracidade. O Mathias é bem esperto, eu gostaria de ter aprendido isso tudo tão cedo quanto ele.
A maioria das pessoas vai achar que o filme trata da morte, eu acho que ele trata da vida, dos sonhos, e do que podemos fazer antes que a morte chegue. E alguém precisa esperar uma doença terminal pra poder correr atrás da vida? Ela precisou de uma notícia tão forte pra sair do modo automático e perceber que não vivia a própria vida como gostaria. Mas se pensarmos um pouco podemos viver desde o momento em que falo, até porque não temos nenhuma garantia de que seremos avisados três meses antes de nossa morte.
São muitos diálogos emocionantes, o filme em si é muito comovente.
Esse não é o tipo de filme de aventura ou ação que nos deixa inquieto e tomado pela adrenalina, mas sim um filme reflexivo que nos leva a pensar sobre os limites do relacionamento humano, quando devemos fugir e quando devemos nos entregar a eles? Até que ponto é saudável? Quando estamos correndo de mais ou nos entregando além dos limites? Sem dúvidas a mensagem que ele nos passa é simplesmente fantástica.
À princípio as cenas podem parecer um pouco cansativas visto que são repletas de silêncio, vazio, paisagens abertas e contínuas, muitas vezes ouve-se apenas o som da terra sendo escavada, das ondas do mar batendo contra as pedras, ou mesmo a ópera tocando na sala. Nada disso torna-se monótono quando se entende que é proposital, que faz parte do contexto do filme e exprime exatamente a sensação de solidão que sentem os dois personagens principais. Além disso, o filme é dividido em capítulos, o que o torna menos descontínuo e mais objetivo.
Nada pessoal é um filme de diálogos curtos, às vezes substituídos por bilhetes, mas que causa uma enorme reflexão e sensação de paz, nos incitando a pensar sobre o desapego e a profundidade das nossas relações. A essência da natureza humana fica bem clara ao longo do filme: ‘eu te ofereço algo, você retribui de alguma maneira e na hora que quiser poderá partir’. É assim que funciona, simples assim; a parte difícil é administrar o tal contato humano.
O filme explora a vida de um garoto chamado Kevin, intransigente, rebelde, seco, frio, manipulador e dissimulado. Desde pequeno esse garoto mostra a que veio, sempre deu pistas aos pais de que era mais do que uma criança desobediente e malcriada. E talvez essa seja a intenção do filme (inspirado no livro homônimo, de história verídica), mostrar indícios que permitam a diferenciação de uma criança sem limites e uma outra doente, portadora de um transtorno de personalidade. Somente olhos bem treinados seriam capazes de observar essa sutileza. E como deve ser difícil para os pais notar e buscar ajuda desde cedo.
A todo o tempo fiquei pensando na mãe, em como seria difícil pra ela lidar com essa questão, pensei em como se sentia dividida pela vontade de amar o filho e o desejo de puni-lo por suas recorrentes atrocidades. E o pai, coitado, era alheio à doença do filho e acabava sendo manipulado por ele que precisava de um ‘protetor’.
O filme bem que podia se chamar ironicamente “precisamos dar uma surra no Kevin”, pena que isso não resolveria seu transtorno de personalidade antissocial.
O filme retrata muito bem as técnicas cruéis e desumanas consagradas na época para tratar das enfermidades mentais. Algumas cenas são fortes, com torturas, choques, afogamentos, privação, descaracterização do 'eu' enquanto indivíduo único. Merece destaque a frieza com a qual os médicos falam da lobotomia como sendo a solução para a saúde mental.
No meio desse enredo observamos de perto o desenrolar da relação médico-paciente entre Brenner e Gizella, que se torna mais íntima e dependente do que deveria ser. Gizella obsessiva pela escrita, Brenner viciado em ópio, ambos dependentes um do outro, encantados e ao mesmo tempo cheios de medo; vão se reconhecendo e se descobrindo, um buscando no outro uma solução, uma saída.
No fim do filme fica parecendo que o diretor quer nos convencer de que a lobotomia - em alguns casos - é a única solução para o alívio da dor no paciente psiquiátrico. Mas levando em conta que hoje temos técnicas muito mais sutis de tratamento, acredito que ele quer nos fazer pensar sobre a forma que tratamos nossos pacientes psiquiátricos e de que forma melhor poderíamos beneficiá-los. Afinal, pensar que devemos lobotomizar uma pessoa somente porque sofre algum transtorno mental é o mesmo que ter como solução para uma dor na perna, arrancá-la fora.
Filme excelente, sobretudo do ponto de vista da psiquiatria. A fotografia, locação e trilha sonora são Excelentes; a atuação da Kirsti Stubø (Gizella), Impecável!
Os filmes Franceses têm um estilo peculiar, sem grandes heróis, nem reviravoltas fora de cogitação, não precisam de assassinatos misteriosos, forças alienígenas, galãs e ninfetas, nem de apelos sexuais constantes. Eles têm uma atmosfera própria que envolve-nos no cotidiano, como se fossem capazes de transformar uma coisa simples num grande evento. E talvez não transformem nada em nada, apenas nos mostram o valor que realmente tem cada pequena coisa e nós sozinhos não somos capazes de perceber.
Apesar da ótima atuação dos personagens não gostei muito do filme devido ao ritmo lento e arrastado, intercalado por ou outra cena que nos arranca boas gargalhadas. A própria restrição de enredo e espaço limita o filme e ajuda a conferir essa impressão cansativa.
Achei o filme uma bizarra combinação de conto-erótico-adolescente (com cenas bem apelativas) e suspense-conspiratório. Seria melhor se o diretor tivesse concentrado no suspense e dado mais corpo ao enredo ao invés de apelar para o despertar da sexualidade de um adolescente. O que ocorreu foi que não houve desenvolvimento dessa temática sexual e por isso ela pareceu um tanto incompleta, foi abortada precocemente à medida em que o filme tornou-se mais denso e os mistérios foram se desvendando.
O desfecho do filme é um tanto bizarro, inimaginável pra maioria das pessoas, porém válido diante da sede humana pelo poder. Porém eu acredito que tudo não passou de um surto psicótico, uma vez que é sabido que estes podem surgir diante do consumo de drogas como cocaína, anfetamina e até maconha ou álcool. Além disso, algumas drogas propiciam o despertar de transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia, que se mantinham latentes e diante de uma agressão ao sistema nervoso tem seu surgimento favorecido.
Então a minha interpretação do filme foi que o protagonista teve um surto psicótico com sintomas típicos de alucinação, paranóia e delírio, criando um enredo imaginário e envolvendo as pessoas ao seu redor na sua viagem maluca.
David e Lisa
4.2 34 Assista AgoraO filme trata antes de tudo da essência humana e suas relações, usando pra isso David e Lisa, cada um com suas limitações. Porém, há quem encare como um filme focado nos transtornos psiquiátricos, não é verdade.
É interessante como cada um deles foi capaz de tornar-se louco o suficiente pra poder estar perto do outro, digo, David passou a falar rimando e Lisa aprendeu a não tocá-lo, cada um assimilou a 'loucura' (entre aspas, mesmo) do outro para poderem manter-se perto. Seria isso a essência do amor?
Acho uma bobagem chamá-los de loucos somente porque distoam da maioria da população, porque tem manias, compulsões, limitações, mas isso os torna loucos? E quem não tem suas peculiaridades? Todos nós temos.
O filme sem dúvida uma história muito bonita, o amor que brota a despeito de qualquer dificuldade, que nasce saudavelmente de duas pessoas consideradas doentes. O desfecho é indescritível através de simples palavras, nele ocorreu o momento mais esperado por mim em toda a película.
Além disso as atuações de Keir Dullea (David), Howard Da Silva (dr. Swinford) e Janet Margolin (Lisa) são perfeitas.
Shame
3.6 2,0K Assista Agora***** Atenção: contém SPOILER *****
Em Shame vi duas pessoas que tem uma extrema dificuldade no campo das relações afetivas, sendo que cada um sofre à sua maneira. Brandon resolve escapar através do desapego, sexo promíscuo e casual, aparentemente sofre menos, mas quando é obrigado a se deparar com as próprias dificuldades ele mostra a verdadeira dimensão da sua dor tão bem ocultada. Sua irmã, por outro lado, tem o sofrimento mais escancarado, marcado no corpo e nas atitudes inseguras e dependentes. Sem dúvida a intensidade é uma marca do filme.
A mensagem que pude extrair do filme é que muitas pessoas apesar de serem rotuladas como promíscuas, pervertidas e superficiais,às vezes apenas têm dificuldade de se relacionar, seja por trauma, medo ou insegurança. Há uma cena em que o Brandon está transando com uma mulher e pelo simples fato dela ser carinhosa demais, pra ele representa uma ameaça, ataca ele de um jeito tão forte que ele perde até o desejo sexual. Ele não optou ser viciado por sexo, o faz pra fugir do relacionamento, pois não sabe lidar com isso. A irmã diante do medo do abandono prefere entregar-se à morte. E novamente digo que cada um reage à sua maneira diante dos seus medos mais secretos.
Importante destacar a atuação brilhante dos perdonagens, sobretudo do Michael Fassbender, as cenas de sexo são bastante quentes e realistas e a trilha sonora é insuperável. A cena da tentativa de suicídio da Sissy foi muito forte, temi que o filme acabasse ali, com ela morta nos braços do irmão. Apesar dela manter-se viva, o desfecho permaneceu em aberto, com os personagens principais ainda envolvidos nos seus conflitos mal-resolvidos.
Deite Comigo
2.7 126 Assista AgoraAlguém tem o link pra baixar?
Bem Me Quer, Mal Me Quer
4.0 520Americanos vão fazer uma refilmagem do filme, que pena.
Crítica super pertinente do uol:
"Hollywood não se cansa de alimentar a preguiça de seu público, ao realizar refilmagens de bons - e recentes - filmes estrangeiros. Existe a crença por lá que os consumidores não gostam de filmes em língua não-inglesa (com legendas), portanto não vão assisti-los. Assim, compram histórias de filmes consagrados em outros países e colocam rostinhos conhecidos do público estadunidense."
Bem Me Quer, Mal Me Quer
4.0 520***** AVISO: Contém SPOILER *****
A forma como o diretor colocou as duas perspectivas - a de Angélique e a do Dr Loic - foi essencial para que pudéssemos entender a neurose da paciente. Além disso, ele consegue a princípio nos despertar raiva do médico e pena da mocinha; só depois somos apresentados à loucura da Angélique e passamos a temer pela integridade física e mental do Dr Loic. Essa concepção foi GENIAL! Aos mais atentos é possível notar a dualidade desde o título e capa do filme, tudo remete a duas versões, duas perspectivas, e ao decorrer do filme isso apenas se confirma.
A temática da obsessão foi muito bem retratada, começando de forma ingênua através de um amor platônico e, aparentemente, inofensivo, até evoluir para um sentimento doentio que não mede esforços para manter-se vivo, ultrapassa todos os limites imagináveis de sensatez. Muitas pessoas podem pensar que a Angélique é uma destruidora de lares, invejosa, mal e que apenas quer acabar com a vida do outro, mas não é bem assim. Erotomania é uma patologia, a pessoa doente realmente inventa um mundo imaginário, paralelo, e embarca nessa loucura como se verdade fosse. Parece insano, e talvez realmente seja, mas a pessoa se engana e comete verdadeiros absurdos em nome de um 'paixão'. Pessoas como o Dr Loic, por ingenuidade ou pura falta de experiência, podem acabar alimentando esse sentimento doentio e sem notar acabam dando força a essa loucura.
No final do filme ficou bem claro que Angélique não se curou, apenas mentiu para o psiquiatra a fim de poder sair da clínica psiquiátrica. Provavelmente voltou a atormentar o pobre Dr Loic ou encontrou outro pelo caminho para continuar vivendo de migalhas. Relacionar-se com o outro é difícil, mas certamente o caminho que a Angélique (inconscientemente) optou não é o mais fácil.
Géminis
3.1 19Revi o filme na esperança de que o final fosse diferente, mas... doeu do mesmo jeito.
Turista Espacial
4.3 236Um deleite, um convite à reflexão, esse filme é genial. Os Franceses, aliás, são geniais.
Um mundo em que não há batom, partida de futebol, nem carros, as pessoas se vestem sem exaltação, são descabeladas, sem construções, sem dinheiro, sem desigualdade. E os concertos de silêncio? Que ideia fantástica, quem dera houvesse aqui na Terra.
Achei o filme bastante original, ri muito e pensei diversos aspectos da nossa sociedade e vida Terrena. Destaco as cenas embaladas pela música 'tutti-fruti', ri demais.
Lena
3.4 58*****Atenção: contém SPOILER*****
Lena não teve qualquer referência de família estruturada, não recebeu amor nem atenção, e o padrão de relacionamento que aprendeu com a mãe foi guiado pelo sexo promíscuo e casual. O resultado é uma jovem perdida que se submete a humilhação e submissão com os garotos em troca de míseros minutos de atenção os quais não são suficientes pra preencher o enorme vazio que carrega consigo. Mas como poderia desfrutar de uma relação saudável se não tem referências do que seja isso?
O problemático Dann foi o único cara que lhe deu algum valor nessa vida e por isso mesmo ela usa de todas as ferramentas que possui para não perdê-lo, a principal delas é o sexo. Até mesmo as mentiras do Dann não são capazes de desencorajá-la de lutar por essa relação simbiótica (não arrisco nem dizer que seja amor). Mas tudo complica quando o pai do Dann, outro personagem psicologicamente doente, entra em cena e se envolve mais do que devia.
A questão que me coloquei foi: será que a Lena estava pronta pra viver uma relação saudável? Ou será que estava acostumada a lidar com o dia-a-dia repleto de transas clandestinas e auto-limitadas?
No final do filme achei que ela se envolveu com o pai do Dann e acabou o matando como uma forma de se livrar daquela situação de felicidade a dois que estava se organizando, pois não sabia lidar com aquilo. E depois de criado o motivo pra acabar com tudo ela voltou ao porto seguro, que pra nós parecia o inferno: a mãe instável e os caras com quem transava sem compromisso. Esse era o universo que ela sabia lidar, e mesmo que quisesse algum relacionamento normal, não saberia conduzi-lo. E não é à toa que ela conseguia manter tanta doçura em um meio tão hostil, estava plenamente adaptada a ele.
Todos Contra Léo
3.4 20Alguém tem o link, por favor?
A Peste da Janice
3.8 19Bem simples, mas desperta nossa pena com relação à inocente Janice. Achei bastante leve em vista dos casos de bullying que já ouvi relatos.
Historietas Assombradas (Para Crianças Malcriadas)
3.7 23Muito bem bolado, adorei especialmente o Ananias e o Juruparim, inclusive a história deste último eu vou contar a minha prima que é muito levada.
Little Man, the Way Girls Are!
4.1 27Apesar do desfecho previsível o curta nos envolve com humor e veracidade. O Mathias é bem esperto, eu gostaria de ter aprendido isso tudo tão cedo quanto ele.
A melhor cena é
quando ele diz que perdeu-se da mãe só pra ver as garotas de na piscina e no banheiro kkkkkkkk moleque safado!
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraMuito boa produção, para os amantes da ação é um êxtase sem fim.
A Dama de Ferro
3.6 1,7KAchei excelente, a atuação da Meryl Streep é impecável como sempre e a forma como o filme aborda a vida da Margaret Thatcher foi muito pertinente.
Minha Vida Sem Mim
4.0 808 Assista AgoraA maioria das pessoas vai achar que o filme trata da morte, eu acho que ele trata da vida, dos sonhos, e do que podemos fazer antes que a morte chegue. E alguém precisa esperar uma doença terminal pra poder correr atrás da vida? Ela precisou de uma notícia tão forte pra sair do modo automático e perceber que não vivia a própria vida como gostaria. Mas se pensarmos um pouco podemos viver desde o momento em que falo, até porque não temos nenhuma garantia de que seremos avisados três meses antes de nossa morte.
São muitos diálogos emocionantes, o filme em si é muito comovente.
Filho Terno - O Projeto Frankenstein
3.1 16Alguém tem o link do trailer legendado? Porque esse aí tá difícil entender rsrs
Nada Pessoal
4.0 157Esse não é o tipo de filme de aventura ou ação que nos deixa inquieto e tomado pela adrenalina, mas sim um filme reflexivo que nos leva a pensar sobre os limites do relacionamento humano, quando devemos fugir e quando devemos nos entregar a eles? Até que ponto é saudável? Quando estamos correndo de mais ou nos entregando além dos limites? Sem dúvidas a mensagem que ele nos passa é simplesmente fantástica.
À princípio as cenas podem parecer um pouco cansativas visto que são repletas de silêncio, vazio, paisagens abertas e contínuas, muitas vezes ouve-se apenas o som da terra sendo escavada, das ondas do mar batendo contra as pedras, ou mesmo a ópera tocando na sala. Nada disso torna-se monótono quando se entende que é proposital, que faz parte do contexto do filme e exprime exatamente a sensação de solidão que sentem os dois personagens principais. Além disso, o filme é dividido em capítulos, o que o torna menos descontínuo e mais objetivo.
Nada pessoal é um filme de diálogos curtos, às vezes substituídos por bilhetes, mas que causa uma enorme reflexão e sensação de paz, nos incitando a pensar sobre o desapego e a profundidade das nossas relações. A essência da natureza humana fica bem clara ao longo do filme: ‘eu te ofereço algo, você retribui de alguma maneira e na hora que quiser poderá partir’.
É assim que funciona, simples assim; a parte difícil é administrar o tal contato humano.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista Agora***CONTÉM SPOILER***
O filme explora a vida de um garoto chamado Kevin, intransigente, rebelde, seco, frio, manipulador e dissimulado. Desde pequeno esse garoto mostra a que veio, sempre deu pistas aos pais de que era mais do que uma criança desobediente e malcriada. E talvez essa seja a intenção do filme (inspirado no livro homônimo, de história verídica), mostrar indícios que permitam a diferenciação de uma criança sem limites e uma outra doente, portadora de um transtorno de personalidade. Somente olhos bem treinados seriam capazes de observar essa sutileza. E como deve ser difícil para os pais notar e buscar ajuda desde cedo.
A todo o tempo fiquei pensando na mãe, em como seria difícil pra ela lidar com essa questão, pensei em como se sentia dividida pela vontade de amar o filho e o desejo de puni-lo por suas recorrentes atrocidades. E o pai, coitado, era alheio à doença do filho e acabava sendo manipulado por ele que precisava de um ‘protetor’.
O filme bem que podia se chamar ironicamente “precisamos dar uma surra no Kevin”, pena que isso não resolveria seu transtorno de personalidade antissocial.
Ópio: Diário de uma Louca
3.5 42***CONTÉM SPOILER***
O filme retrata muito bem as técnicas cruéis e desumanas consagradas na época para tratar das enfermidades mentais. Algumas cenas são fortes, com torturas, choques, afogamentos, privação, descaracterização do 'eu' enquanto indivíduo único. Merece destaque a frieza com a qual os médicos falam da lobotomia como sendo a solução para a saúde mental.
No meio desse enredo observamos de perto o desenrolar da relação médico-paciente entre Brenner e Gizella, que se torna mais íntima e dependente do que deveria ser. Gizella obsessiva pela escrita, Brenner viciado em ópio, ambos dependentes um do outro, encantados e ao mesmo tempo cheios de medo; vão se reconhecendo e se descobrindo, um buscando no outro uma solução, uma saída.
No fim do filme fica parecendo que o diretor quer nos convencer de que a lobotomia - em alguns casos - é a única solução para o alívio da dor no paciente psiquiátrico. Mas levando em conta que hoje temos técnicas muito mais sutis de tratamento, acredito que ele quer nos fazer pensar sobre a forma que tratamos nossos pacientes psiquiátricos e de que forma melhor poderíamos beneficiá-los. Afinal, pensar que devemos lobotomizar uma pessoa somente porque sofre algum transtorno mental é o mesmo que ter como solução para uma dor na perna, arrancá-la fora.
Filme excelente, sobretudo do ponto de vista da psiquiatria. A fotografia, locação e trilha sonora são Excelentes; a atuação da Kirsti Stubø (Gizella), Impecável!
Ervas Daninhas
3.1 142Alguém me explica a última frase do filme???????????????
Ervas Daninhas
3.1 142Os filmes Franceses têm um estilo peculiar, sem grandes heróis, nem reviravoltas fora de cogitação, não precisam de assassinatos misteriosos, forças alienígenas, galãs e ninfetas, nem de apelos sexuais constantes. Eles têm uma atmosfera própria que envolve-nos no cotidiano, como se fossem capazes de transformar uma coisa simples num grande evento. E talvez não transformem nada em nada, apenas nos mostram o valor que realmente tem cada pequena coisa e nós sozinhos não somos capazes de perceber.
Deus da Carnificina
3.8 1,4K Assista AgoraApesar da ótima atuação dos personagens não gostei muito do filme devido ao ritmo lento e arrastado, intercalado por ou outra cena que nos arranca boas gargalhadas. A própria restrição de enredo e espaço limita o filme e ajuda a conferir essa impressão cansativa.
Kaboom
2.8 386***Atenção: contém SPOILER***
Achei o filme uma bizarra combinação de conto-erótico-adolescente (com cenas bem apelativas) e suspense-conspiratório. Seria melhor se o diretor tivesse concentrado no suspense e dado mais corpo ao enredo ao invés de apelar para o despertar da sexualidade de um adolescente. O que ocorreu foi que não houve desenvolvimento dessa temática sexual e por isso ela pareceu um tanto incompleta, foi abortada precocemente à medida em que o filme tornou-se mais denso e os mistérios foram se desvendando.
O desfecho do filme é um tanto bizarro, inimaginável pra maioria das pessoas, porém válido diante da sede humana pelo poder. Porém eu acredito que tudo não passou de um surto psicótico, uma vez que é sabido que estes podem surgir diante do consumo de drogas como cocaína, anfetamina e até maconha ou álcool. Além disso, algumas drogas propiciam o despertar de transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia, que se mantinham latentes e diante de uma agressão ao sistema nervoso tem seu surgimento favorecido.
Então a minha interpretação do filme foi que o protagonista teve um surto psicótico com sintomas típicos de alucinação, paranóia e delírio, criando um enredo imaginário e envolvendo as pessoas ao seu redor na sua viagem maluca.
Bad Eggs
1.6 17Sem sentido, sem mensagem.