Bem meia boca esse aí. Enxergo a proposta de retratar o caos, mas os personagens fracos não conseguem sustentar o roteiro perdido. E nem as atuações salvaram.
De fato, uma interessante crônica sobre o vazio da sociedade. Metáforas visuais lindas (o banho de sangue é icônico) e um elenco bem "comum", assim como o texto pede. Mas vou te falar, menos meia hora de filme não ia machucar. Acho que o diretor conseguiria me passar muito melhor o que ele queria com um pouco menos de tempo (não digo mudar o ritmo, até porque isso também mudaria completamente a proposta do vazio, mas cortar algumas cenas mesmo). E deixar marcado aqui o sensacional trabalho de som do filme.
Antes de tudo, queria deixar claro que estou comentando aqui por ambos os volumes, portanto não vai ter essa de qual é melhor, qual é pior (até por esse motivo dei a mesma nota para os dois). Mas enfim, vamos ao que interessa.
Muitos perdem o ponto principal de Kill Bill: é uma história de amor. Sim, por trás de todo aquele sangue jorrando, olho sendo esmagado e pessoa sendo enterrada viva, Kill Bill tem o mais importante de tudo, um contexto. E um contexto lindo. A última cena o mostra perfeitamente.
Se tem uma coisa que Tarantino sabe fazer bem é criar personagens marcantes. A Noiva é provavelmente um dos melhores do diretor. E Uma Thurman leva as coisas pra outro nível, entregando aqui a melhor performance de sua carreira, com uma atuação fria e ao mesmo tempo sensível. David Carradine é outro que arromba, como o grande "vilão" Bill.
Em Kill Bill, Tarantino entrega também sua direção mais despirocada (e mais divertida), brincando constantemente com a luz e as cores, com direito até pra sequência em animação.
Enfim, uma homenagem extremamente competente aos filmes de kung-fu dos anos 70/80, além de uma linda história de amor.
Enquanto Planeta Terror de Robert Rodriguez (apesar de muito divertido) soa mais como uma caricatura dos filmes exibidos em "grindhouse" lá nos anos 70 (em que um cinema exibia dois filmes B seguidos, às vezes mais), À Prova de Morte chega bem no ponto.
Personagens estereotipados, história canastrona, efeitos visuais toscos. Tudo isso tentando ser isso sem tentar ser isso. Deu pra entender? Tarantino não deixa de lado os triunfos de seus filmes anteriores (os diálogos) e faz uma verdadeira obra de arte trash. Filme lindão.
Cães de Aluguel tem personagens ótimos, atuações a altura e aqueles diálogos corriqueiros sensacionais que o menino Taranta manja de escrever; porém o que mais me atrai: uma história simples.
Um dos filmes mais completos a tratar desse submundo de violência e drogas, exatamente por explorar diversas vertentes do assunto. Todas as histórias são extremamente bem contadas, por meio de personagens ótimos, atuações consistentes, diálogos de primeira linha e uma direção muito competente. Acho um pouco overpunhetado, mas não julgo quem o faz, é realmente um filmaço.
Acho a primeira meia hora até interessante, uma apresentação boa dos personagens. Porém o roteiro se perde muito. Primeiro porque ele não parece saber quem seguir: começamos com o foco em Victoria, passamos para Barnabas (deixando Victoria completamente de lado até certo ponto do filme), temos pequenas cenas soltas com os coadjuvantes, voltamos para Barnabas, etc; muitos personagens pra pouca exploração de quase todos.
Falando em pouca exploração, me expliquem o que o personagem do Jonny Lee Miller, que já não acrescentava nada no começo e ainda sai abruptamente no meio, tá fazendo aí. Sem falar na Helena Bonham Carter, mal aproveitada que só.
Com um Johnny Depp caricato e repetido (aliás, essa é a definição perfeita pra maioria de seus trabalhos), quem salva mesmo é a linda Eva Green, que carrega a melhor atuação e a melhor personagem do filme.
A fotografia cheia de CGI, que já me incomodava lá em Alice (quantas vezes falei que Burton nasceu pra só fazer filme estilo Beetlejuice, com efeitos toscos em stop-motion?), está de volta (e me incomodando de novo). Mas isso só nas externas; as cenas internas continuam tecnicamente brilhantes: aquela textura mais densa contrastando com os cabelos loiros e ruivos, que se destacam na tela, assim como os figurinos (também muito bem trabalhados).
Mas enfim, os contras são (muito) mais fortes que os prós. Veredito: um filme bobo, com um roteiro que não sabe lidar com seus próprios personagens e apela pra piadas sexuais e uma despirocada tremenda na sequência final.
Uma comédia despretensiosa, gostosa de assistir, com boas atuações (o elenco todo tem muita química e ótimo timing) e um roteiro redondo. Emma Stone <3
(afinal, no filme, o nazismo chega ao fim dentro de um cinema).
Tarantino tem uma direção quase teatral em momentos, dando destaque e liberdade aos seus atores, que entregam o texto (já extremamente bem escrito) com perfeição. Falando em atores, não se pode falar sobre Bastardos sem falar sobre Waltz. Ele interpreta o oficial nazista Hans Landa (em minha opinião, um dos melhores personagens criados pelo diretor), que consegue ser ora odioso, ora cômico, não dando chance pra ninguém com quem contracena (apesar de todo o elenco ser ótimo, como já mencionado). Aliás, Pitt é outro que entrega uma bela caricatura de um judeu louco por vingança, com seu Tenente Aldo Raine.
Raras são as cenas de Bastardos Inglórios que não ficarão em sua cabeça. A maravilhosa cena inicial ("Au Revoir, Shosanna!"), o discurso do Tenente, a cena do bar, as explosões finais... São tantas marcas. Apenas sensacional.
A sátira absoluta do nazismo. E mais uma coisa: Mélanie Laurent, sua linda!
Apesar de muito divertido, acho o mais fraco de Tarantino. Os diálogos inteligentes e bem humorados ainda estão aqui, porém, em minha opinião, o filme pisa feio em dois aspectos. O primeiro (e o que mais me incomoda) sendo o próprio Django. Ele é o personagem título, "o escravo que vai se vingar", "o herói que vai salvar sua donzela"; tinha tudo pra ser um dos melhores personagens do Quentin, mas o roteiro acaba o tratando superficialmente. Não temos exploração do personagem de Django. Ao invés disso, quem acaba ganhando o destaque é o carismático Christoph Waltz, como Dr. Shultz. Outro ponto que me incomoda é (de novo com isso) a má exploração da personagem de Kerry Washington. Novamente, os mais explorados são os coadjuvantes (os ótimos Samuel L. Jackson, interpretando o que eu considero o melhor personagem do filme, e nosso menino DiCaprio, cortando a mão de verdade e tudo). São 2 horas divertidas, sem duvida alguma, mas um filme prometendo ser a grande vingança dos escravos em que os escravos não são bem explorados... Poderia ter sido melhor.
O filme que me deixou genuinamente apaixonado por cinema. Hitchcock entendia a essência da sétima arte: mexer com os sentimentos do espectador. E, pelo menos no meu caso, isso funcionou perfeitamente em Psicose.
[/spoiler] Eu fiquei realmente assustado com a cena do chuveiro; eu quase não respirei enquanto Arbogast subia as escadas; Norman entrando no porão vestido como sua mãe e levantando a faca me fez pegar o telefone e preparar pra discar pro SAMU. Isso é cinema! [spoiler]
A reflexão máxima sobre o cinema. Ele observa os vizinhos, especulando e teorizando, e nós o observamos, fazendo exatamente o mesmo. Um suspense tenso e intrigante, com momentos de humor negro na medida certa. Um roteiro inteligente e uma direção impecável. Na minha opinião, a obra-prima de Hitchcock.
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Amanhã Nunca Mais
2.8 166Bem meia boca esse aí. Enxergo a proposta de retratar o caos, mas os personagens fracos não conseguem sustentar o roteiro perdido. E nem as atuações salvaram.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraDe fato, uma interessante crônica sobre o vazio da sociedade. Metáforas visuais lindas (o banho de sangue é icônico) e um elenco bem "comum", assim como o texto pede. Mas vou te falar, menos meia hora de filme não ia machucar. Acho que o diretor conseguiria me passar muito melhor o que ele queria com um pouco menos de tempo (não digo mudar o ritmo, até porque isso também mudaria completamente a proposta do vazio, mas cortar algumas cenas mesmo). E deixar marcado aqui o sensacional trabalho de som do filme.
Kill Bill: Volume 2
4.2 1,5K Assista AgoraAntes de tudo, queria deixar claro que estou comentando aqui por ambos os volumes, portanto não vai ter essa de qual é melhor, qual é pior (até por esse motivo dei a mesma nota para os dois). Mas enfim, vamos ao que interessa.
Muitos perdem o ponto principal de Kill Bill: é uma história de amor. Sim, por trás de todo aquele sangue jorrando, olho sendo esmagado e pessoa sendo enterrada viva, Kill Bill tem o mais importante de tudo, um contexto. E um contexto lindo. A última cena o mostra perfeitamente.
Se tem uma coisa que Tarantino sabe fazer bem é criar personagens marcantes. A Noiva é provavelmente um dos melhores do diretor. E Uma Thurman leva as coisas pra outro nível, entregando aqui a melhor performance de sua carreira, com uma atuação fria e ao mesmo tempo sensível. David Carradine é outro que arromba, como o grande "vilão" Bill.
Em Kill Bill, Tarantino entrega também sua direção mais despirocada (e mais divertida), brincando constantemente com a luz e as cores, com direito até pra sequência em animação.
Enfim, uma homenagem extremamente competente aos filmes de kung-fu dos anos 70/80, além de uma linda história de amor.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista AgoraEnquanto Planeta Terror de Robert Rodriguez (apesar de muito divertido) soa mais como uma caricatura dos filmes exibidos em "grindhouse" lá nos anos 70 (em que um cinema exibia dois filmes B seguidos, às vezes mais), À Prova de Morte chega bem no ponto.
Personagens estereotipados, história canastrona, efeitos visuais toscos. Tudo isso tentando ser isso sem tentar ser isso. Deu pra entender? Tarantino não deixa de lado os triunfos de seus filmes anteriores (os diálogos) e faz uma verdadeira obra de arte trash. Filme lindão.
Cães de Aluguel
4.2 1,9K Assista AgoraCães de Aluguel tem personagens ótimos, atuações a altura e aqueles diálogos corriqueiros sensacionais que o menino Taranta manja de escrever; porém o que mais me atrai: uma história simples.
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraUm dos filmes mais completos a tratar desse submundo de violência e drogas, exatamente por explorar diversas vertentes do assunto. Todas as histórias são extremamente bem contadas, por meio de personagens ótimos, atuações consistentes, diálogos de primeira linha e uma direção muito competente. Acho um pouco overpunhetado, mas não julgo quem o faz, é realmente um filmaço.
Sombras da Noite
3.1 4,0K Assista AgoraAcho a primeira meia hora até interessante, uma apresentação boa dos personagens. Porém o roteiro se perde muito. Primeiro porque ele não parece saber quem seguir: começamos com o foco em Victoria, passamos para Barnabas (deixando Victoria completamente de lado até certo ponto do filme), temos pequenas cenas soltas com os coadjuvantes, voltamos para Barnabas, etc; muitos personagens pra pouca exploração de quase todos.
Falando em pouca exploração, me expliquem o que o personagem do Jonny Lee Miller, que já não acrescentava nada no começo e ainda sai abruptamente no meio, tá fazendo aí. Sem falar na Helena Bonham Carter, mal aproveitada que só.
Com um Johnny Depp caricato e repetido (aliás, essa é a definição perfeita pra maioria de seus trabalhos), quem salva mesmo é a linda Eva Green, que carrega a melhor atuação e a melhor personagem do filme.
A fotografia cheia de CGI, que já me incomodava lá em Alice (quantas vezes falei que Burton nasceu pra só fazer filme estilo Beetlejuice, com efeitos toscos em stop-motion?), está de volta (e me incomodando de novo). Mas isso só nas externas; as cenas internas continuam tecnicamente brilhantes: aquela textura mais densa contrastando com os cabelos loiros e ruivos, que se destacam na tela, assim como os figurinos (também muito bem trabalhados).
Mas enfim, os contras são (muito) mais fortes que os prós. Veredito: um filme bobo, com um roteiro que não sabe lidar com seus próprios personagens e apela pra piadas sexuais e uma despirocada tremenda na sequência final.
A Mentira
3.6 2,2K Assista AgoraUma comédia despretensiosa, gostosa de assistir, com boas atuações (o elenco todo tem muita química e ótimo timing) e um roteiro redondo. Emma Stone <3
Bastardos Inglórios
4.4 4,9K Assista AgoraA grande obra-prima de Quentin Tarantino. Um roteiro inteligente, tenso, engraçado, dramático e até romântico. Além de uma grande homenagem ao cinema
(afinal, no filme, o nazismo chega ao fim dentro de um cinema).
Tarantino tem uma direção quase teatral em momentos, dando destaque e liberdade aos seus atores, que entregam o texto (já extremamente bem escrito) com perfeição. Falando em atores, não se pode falar sobre Bastardos sem falar sobre Waltz. Ele interpreta o oficial nazista Hans Landa (em minha opinião, um dos melhores personagens criados pelo diretor), que consegue ser ora odioso, ora cômico, não dando chance pra ninguém com quem contracena (apesar de todo o elenco ser ótimo, como já mencionado). Aliás, Pitt é outro que entrega uma bela caricatura de um judeu louco por vingança, com seu Tenente Aldo Raine.
Raras são as cenas de Bastardos Inglórios que não ficarão em sua cabeça. A maravilhosa cena inicial ("Au Revoir, Shosanna!"), o discurso do Tenente, a cena do bar, as explosões finais... São tantas marcas. Apenas sensacional.
A sátira absoluta do nazismo. E mais uma coisa: Mélanie Laurent, sua linda!
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraApesar de muito divertido, acho o mais fraco de Tarantino. Os diálogos inteligentes e bem humorados ainda estão aqui, porém, em minha opinião, o filme pisa feio em dois aspectos. O primeiro (e o que mais me incomoda) sendo o próprio Django. Ele é o personagem título, "o escravo que vai se vingar", "o herói que vai salvar sua donzela"; tinha tudo pra ser um dos melhores personagens do Quentin, mas o roteiro acaba o tratando superficialmente. Não temos exploração do personagem de Django. Ao invés disso, quem acaba ganhando o destaque é o carismático Christoph Waltz, como Dr. Shultz. Outro ponto que me incomoda é (de novo com isso) a má exploração da personagem de Kerry Washington. Novamente, os mais explorados são os coadjuvantes (os ótimos Samuel L. Jackson, interpretando o que eu considero o melhor personagem do filme, e nosso menino DiCaprio, cortando a mão de verdade e tudo). São 2 horas divertidas, sem duvida alguma, mas um filme prometendo ser a grande vingança dos escravos em que os escravos não são bem explorados... Poderia ter sido melhor.
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraO filme que me deixou genuinamente apaixonado por cinema. Hitchcock entendia a essência da sétima arte: mexer com os sentimentos do espectador. E, pelo menos no meu caso, isso funcionou perfeitamente em Psicose.
[/spoiler]
Eu fiquei realmente assustado com a cena do chuveiro; eu quase não respirei enquanto Arbogast subia as escadas; Norman entrando no porão vestido como sua mãe e levantando a faca me fez pegar o telefone e preparar pra discar pro SAMU. Isso é cinema!
[spoiler]
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraA reflexão máxima sobre o cinema. Ele observa os vizinhos, especulando e teorizando, e nós o observamos, fazendo exatamente o mesmo. Um suspense tenso e intrigante, com momentos de humor negro na medida certa. Um roteiro inteligente e uma direção impecável. Na minha opinião, a obra-prima de Hitchcock.