As atuações mirins são os grandes destaques. O cenário ao qual nossa protagonista se vê sujeita é deplorável, com um pai patético e viciado cercado pela ameaça constante do narcotráfico. O final do filme toma um rumo meio idílico - a música de Syd Barrett, inclusive, marcando essa transição -, mas ainda assim continuando com sua crueza. Acho que nós, brasileiros, não sejamos tão impactados porque nossa realidade é tão (ou mais) tensa quanto, e aí quando pensamos em Tropa de Elite ou Cidade de Deus, essa obra mexicana acaba sendo bem soft.
Monges cristãos franceses em missão religiosa na Argélia, até se depararem com conflitos armados que os ameaçam. Com isso, vem a crise de fé e o dilema sobre cumprirem seus deveres ou sobreviverem. Um filme intimista e que denota fidelidade e propósito dos personagens. O ponto negativo é a lentidão da narrativa, com inúmeras cenas dos ritos religiosos que, assim como participar de uma missa, dá uma cansada.
Um filme muito aflitivo, ainda mais num ano marcado pela retomada de conflitos na região de Gaza. Trata-se de um filme de tribunal acerca de um atrito entre um cristão libanês fanático e um palestino, com tudo começando por conta de um insulto, que se inflama e escala para algo que envolverá toda a opinião pública nacional. Ambos personagens são muito bem explorados e mesmo que o espectador simpatize com um dos lados, fará com que atente-se ao argumento contrário.
O filme, assim como seu título, é extremamente aleatório, com takes longos que tem como intenção emular fotografias (ou pinturas), conseguindo ser bem sucedido nessa parte estética. Quanto a história, promete nada e nada entrega.
O ator mais jovem não consegue acompanhar o nível de atuação do incrível Paul Giamatti e da Da'Vine Joy Randolph. Quanto à história, é um filme de conforto com um clichê evidente, mas que funciona. O grande diferencial é que não se trata de um clichê glamoroso.
O final desse filme o salva por completo, porque os dois primeiros atos são bem qualquer coisa. Uma estreante Frances McDormand numa atuação modesta, mas já com muito potencial para o que estaria por vir: tornar-se uma das maiores atrizes de sua geração. O mesmo para os irmãos Coen, ambos no roteiro e Joel sozinho na direção.
Esse filme é uma poesia em movimento, lindo e triste porque é real e palpável. Me lembrou "Amor à Flor da Pele", do Wong Kar-Wai, onde há uma tensão sentimental prestes a explodir, mas que se contém por algum princípio e, no fim, mesmo sendo amargo, está tudo bem, vai passar.
Assisti recentemente "Drugstore Cowboy", do mesmo Gus Van Sant, e por mais que tenha achado um filme ok, me cansei um pouco da narrativa e ritmo. Por conta disso, ao assistir "Paranoid Park", fui com poucas expectativas. E talvez por isso gostei e me surpreendi com essa história. É inegável que aqui a direção está muito mais afiada, seja pelos takes longos e contemplativos - que servem pra nos deslocar da realidade, assim como ocorre com o protagonista - ou mesmo pela construção de personagens.
Um filme com um conceito original e completamente maluco, como é de se esperar do Yorgos Lanthimos. Porém, a partir de determinado momento, esse conceito se canibaliza e se desgasta. Eu não gosto de usar como argumento a questão da duração de um filme, mas aqui não consigo; se tivesse uns 20 ou 30 minutos a menos seria bem melhor.
Espetáculo. Esse registro serve pra nos mostrar algumas coisas simples e óbvias, como: Michael Jackson era pirado porém genial, Stevie Wonder é uma força da natureza e Prince era muito egocêntrico, mas fazer o quê, era outro gênio. Inclusive, imagine se Madonna e o próprio Prince tivessem participado dessa reunião. Seria ainda mais épico. Não citei o Quincy Jones pq o nome de Deus não pode ser citado em vão.
Duro de Matar serve pra nos mostrar como o FBI, boa parte da polícia e a imprensa mais atrapalham do que ajudam. Além disso, brinca e parodia o estigma de heróis americanos à la Rambo quando nos presenteia com um action hero que sofre o filme inteiro (e descalço).
Adoro Lou Reed e Velvet Underground, mas sei que não é música pra qualquer um, pois o cotidiano em suas letras é a marca que beira o tédio. Esse álbum, junto com seu ex-parceiro de Velvet, John Cale, é uma ode ao antigo mentor Andy Warhol. Vai desde a homenagem, até a uma explanação dos anseios, sonhos e manias de Andy. No fim, desabafos de Andy e de Lou, um puxão de orelha e um pedido de desculpa.
Um ensaio acerca da infância de um futuro líder manipulador e, certamente, autoritário. Uma relação parental apática (bem marcada pelas cores frias da fotografia), com um pai (?) ausente e distante e uma rígida mãe religiosa e fanática. Além do mais, há elementos nas entrelinhas que encorpam ainda mais essa distorção na personalidade do garoto, como ele ser constantemente confundido com uma gatota devido seus cabelos. A trilha sonora é impecável.
Como assim esse marido não reconhece a própria mulher?? Aparência pode até estar diferente, mas e os trejeitos, os maneirismos, a voz, o jeito de falar etc? Quanto a protagonista, há momentos que você não sabe dizer se ela está fragilizada devido ao trauma da guerra ou se ela é somente boba e ingênua.
Quando nosso protagonista decide dar um novo rumo para sua própria vida, o filme até melhora bastante, mas a primeira parte - que justifica o título Drugstore Cowboy - é bem pouco inspirado.
É uma pena que já tinha tomado spoiler desse filme, com certeza teria sido ainda mais divertido ser surpreendido pelo plot twist. Fujam das sinopses também.
Bom, quanto ao filme, é uma história simples e clichê, com uma atuação mirim cativante e hipnotizante da pequena Isabelle Fuhrman - nem parece uma criança atuando. Por outro lado, o ator que faz o pai tem uma atuação pavorosa. Em resumo, é um divertido thriller que vale a pena ser visto.
Eu, sendo cria dos anos 90, entendo mais ou menos a maluquice que era a TV brasileira, mas quem é contemporâneo dos anos 80 deve se divertir mais ainda com esse filme. Vladimir Brichta e Leandra Leal estão competentes nas atuações.
Obras de samurai, seja qual for a mídia, sempre tendem a nos apresentar histórias ricas e poderosas. Ter o fúnebre e macabro ritual do harakiri como pano de fundo nessa história só a torna mais complexa, ainda mais aos olhos ocidentais. Seria muito anacronismo da nossa parte achar que tudo era em vão por conta de uma honra e orgulho exacerbados. O que dá pra auferir é que as motivações dos personagens no filme são construídas de forma lenta e gradativa até explodir no final em uma cena absurda de bem realizada.
Uma ótima história de resgate, com um Kurt Russell canastrão, porém carismático. Ótimas surpresas em ver o icônico Lee Van Cleef e Isaac Hayes como vilão da história - na verdade, vilão imediato, pq o grande mal que é denunciado nessa história aparentemente despretensiosa é o autoritarismo e a hipocrisia americana. Críticas que mais tarde o Carpenter retomaria em Eles Vivem.
Na camada superior é mais um filme de máfia, bem executado, com os incríveis Brad Pitt e os saudosos Gandolfini e Ray Liotta; na camada inferior, uma crítica cínica e ácida sobre os EUA e seu discurso hipócrita de democracia e oportunidades. Um filme que não temeu se posicionar politicamente, dando de brinde uma ode à violência estilizada.
Steve McQueen e Dustin Hoffman: dois gigantes da atuação, não tinha como se decepcionar. A atuação e as transformações físicas que ambos passam, com a passagem do tempo, é uma aula. Fiquei muito surpreso de ver que Papillon só concorreu a melhor trilha sonora no Oscar. Enfim... ou foi um ano muito concorrido por grandes obras e atuações, ou foi uma esnobada das mais infames.
Um filme pavoroso que não se decide entre o sobrenatural e a ação, e quando recorre ao Iluminado, referenciando-o, é de uma forma desrespeitosa e atrapalhada. A cena de tiroteio no bosque é patética. As atuações também estão bem aquém, tanto a atriz mirim quanto o Ewan McGregor; Rebecca Ferguson até se salva, mas depois vacila numa atuação perdida e afetada.
Compra-me um Revólver
3.5 11As atuações mirins são os grandes destaques. O cenário ao qual nossa protagonista se vê sujeita é deplorável, com um pai patético e viciado cercado pela ameaça constante do narcotráfico. O final do filme toma um rumo meio idílico - a música de Syd Barrett, inclusive, marcando essa transição -, mas ainda assim continuando com sua crueza. Acho que nós, brasileiros, não sejamos tão impactados porque nossa realidade é tão (ou mais) tensa quanto, e aí quando pensamos em Tropa de Elite ou Cidade de Deus, essa obra mexicana acaba sendo bem soft.
Homens e Deuses
3.8 124 Assista AgoraMonges cristãos franceses em missão religiosa na Argélia, até se depararem com conflitos armados que os ameaçam. Com isso, vem a crise de fé e o dilema sobre cumprirem seus deveres ou sobreviverem. Um filme intimista e que denota fidelidade e propósito dos personagens. O ponto negativo é a lentidão da narrativa, com inúmeras cenas dos ritos religiosos que, assim como participar de uma missa, dá uma cansada.
Manto de Gemas
2.8 7História truncada, confusa, personagens desconexos. Uma experiência bem negativa.
O Insulto
4.1 168Um filme muito aflitivo, ainda mais num ano marcado pela retomada de conflitos na região de Gaza. Trata-se de um filme de tribunal acerca de um atrito entre um cristão libanês fanático e um palestino, com tudo começando por conta de um insulto, que se inflama e escala para algo que envolverá toda a opinião pública nacional. Ambos personagens são muito bem explorados e mesmo que o espectador simpatize com um dos lados, fará com que atente-se ao argumento contrário.
Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência
3.6 267 Assista AgoraO filme, assim como seu título, é extremamente aleatório, com takes longos que tem como intenção emular fotografias (ou pinturas), conseguindo ser bem sucedido nessa parte estética. Quanto a história, promete nada e nada entrega.
Os Rejeitados
4.0 316O ator mais jovem não consegue acompanhar o nível de atuação do incrível Paul Giamatti e da Da'Vine Joy Randolph. Quanto à história, é um filme de conforto com um clichê evidente, mas que funciona. O grande diferencial é que não se trata de um clichê glamoroso.
Gosto de Sangue
3.9 158 Assista AgoraO final desse filme o salva por completo, porque os dois primeiros atos são bem qualquer coisa. Uma estreante Frances McDormand numa atuação modesta, mas já com muito potencial para o que estaria por vir: tornar-se uma das maiores atrizes de sua geração. O mesmo para os irmãos Coen, ambos no roteiro e Joel sozinho na direção.
Vidas Passadas
4.2 720 Assista AgoraEsse filme é uma poesia em movimento, lindo e triste porque é real e palpável. Me lembrou "Amor à Flor da Pele", do Wong Kar-Wai, onde há uma tensão sentimental prestes a explodir, mas que se contém por algum princípio e, no fim, mesmo sendo amargo, está tudo bem, vai passar.
Holy Motors
3.9 652 Assista AgoraConfuso - e acho que tem a intenção de que não seja compreendido, nos colocando na licença poética de não fazer interpretações.
Paranoid Park
3.6 324Assisti recentemente "Drugstore Cowboy", do mesmo Gus Van Sant, e por mais que tenha achado um filme ok, me cansei um pouco da narrativa e ritmo. Por conta disso, ao assistir "Paranoid Park", fui com poucas expectativas. E talvez por isso gostei e me surpreendi com essa história. É inegável que aqui a direção está muito mais afiada, seja pelos takes longos e contemplativos - que servem pra nos deslocar da realidade, assim como ocorre com o protagonista - ou mesmo pela construção de personagens.
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraUm filme com um conceito original e completamente maluco, como é de se esperar do Yorgos Lanthimos. Porém, a partir de determinado momento, esse conceito se canibaliza e se desgasta. Eu não gosto de usar como argumento a questão da duração de um filme, mas aqui não consigo; se tivesse uns 20 ou 30 minutos a menos seria bem melhor.
A Noite que Mudou o Pop
4.2 155 Assista AgoraEspetáculo. Esse registro serve pra nos mostrar algumas coisas simples e óbvias, como: Michael Jackson era pirado porém genial, Stevie Wonder é uma força da natureza e Prince era muito egocêntrico, mas fazer o quê, era outro gênio. Inclusive, imagine se Madonna e o próprio Prince tivessem participado dessa reunião. Seria ainda mais épico. Não citei o Quincy Jones pq o nome de Deus não pode ser citado em vão.
Duro de Matar
3.8 734 Assista AgoraDuro de Matar serve pra nos mostrar como o FBI, boa parte da polícia e a imprensa mais atrapalham do que ajudam. Além disso, brinca e parodia o estigma de heróis americanos à la Rambo quando nos presenteia com um action hero que sofre o filme inteiro (e descalço).
Songs for Drella
3.8 5Adoro Lou Reed e Velvet Underground, mas sei que não é música pra qualquer um, pois o cotidiano em suas letras é a marca que beira o tédio. Esse álbum, junto com seu ex-parceiro de Velvet, John Cale, é uma ode ao antigo mentor Andy Warhol. Vai desde a homenagem, até a uma explanação dos anseios, sonhos e manias de Andy. No fim, desabafos de Andy e de Lou, um puxão de orelha e um pedido de desculpa.
A Infância de Um Líder
3.1 59 Assista AgoraUm ensaio acerca da infância de um futuro líder manipulador e, certamente, autoritário. Uma relação parental apática (bem marcada pelas cores frias da fotografia), com um pai (?) ausente e distante e uma rígida mãe religiosa e fanática. Além do mais, há elementos nas entrelinhas que encorpam ainda mais essa distorção na personalidade do garoto, como ele ser constantemente confundido com uma gatota devido seus cabelos. A trilha sonora é impecável.
Phoenix
3.8 103 Assista AgoraComo assim esse marido não reconhece a própria mulher?? Aparência pode até estar diferente, mas e os trejeitos, os maneirismos, a voz, o jeito de falar etc?
Quanto a protagonista, há momentos que você não sabe dizer se ela está fragilizada devido ao trauma da guerra ou se ela é somente boba e ingênua.
Drugstore Cowboy
3.7 107 Assista AgoraQuando nosso protagonista decide dar um novo rumo para sua própria vida, o filme até melhora bastante, mas a primeira parte - que justifica o título Drugstore Cowboy - é bem pouco inspirado.
A Órfã
3.6 3,4K Assista AgoraÉ uma pena que já tinha tomado spoiler desse filme, com certeza teria sido ainda mais divertido ser surpreendido pelo plot twist. Fujam das sinopses também.
Bom, quanto ao filme, é uma história simples e clichê, com uma atuação mirim cativante e hipnotizante da pequena Isabelle Fuhrman - nem parece uma criança atuando. Por outro lado, o ator que faz o pai tem uma atuação pavorosa. Em resumo, é um divertido thriller que vale a pena ser visto.
Bingo - O Rei das Manhãs
4.1 1,1K Assista AgoraEu, sendo cria dos anos 90, entendo mais ou menos a maluquice que era a TV brasileira, mas quem é contemporâneo dos anos 80 deve se divertir mais ainda com esse filme. Vladimir Brichta e Leandra Leal estão competentes nas atuações.
Harakiri
4.6 179Obras de samurai, seja qual for a mídia, sempre tendem a nos apresentar histórias ricas e poderosas. Ter o fúnebre e macabro ritual do harakiri como pano de fundo nessa história só a torna mais complexa, ainda mais aos olhos ocidentais. Seria muito anacronismo da nossa parte achar que tudo era em vão por conta de uma honra e orgulho exacerbados. O que dá pra auferir é que as motivações dos personagens no filme são construídas de forma lenta e gradativa até explodir no final em uma cena absurda de bem realizada.
Fuga de Nova York
3.5 300 Assista AgoraUma ótima história de resgate, com um Kurt Russell canastrão, porém carismático. Ótimas surpresas em ver o icônico Lee Van Cleef e Isaac Hayes como vilão da história - na verdade, vilão imediato, pq o grande mal que é denunciado nessa história aparentemente despretensiosa é o autoritarismo e a hipocrisia americana. Críticas que mais tarde o Carpenter retomaria em Eles Vivem.
O Homem da Máfia
3.1 592 Assista AgoraNa camada superior é mais um filme de máfia, bem executado, com os incríveis Brad Pitt e os saudosos Gandolfini e Ray Liotta; na camada inferior, uma crítica cínica e ácida sobre os EUA e seu discurso hipócrita de democracia e oportunidades. Um filme que não temeu se posicionar politicamente, dando de brinde uma ode à violência estilizada.
Papillon
4.2 324 Assista AgoraSteve McQueen e Dustin Hoffman: dois gigantes da atuação, não tinha como se decepcionar. A atuação e as transformações físicas que ambos passam, com a passagem do tempo, é uma aula. Fiquei muito surpreso de ver que Papillon só concorreu a melhor trilha sonora no Oscar. Enfim... ou foi um ano muito concorrido por grandes obras e atuações, ou foi uma esnobada das mais infames.
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraUm filme pavoroso que não se decide entre o sobrenatural e a ação, e quando recorre ao Iluminado, referenciando-o, é de uma forma desrespeitosa e atrapalhada. A cena de tiroteio no bosque é patética. As atuações também estão bem aquém, tanto a atriz mirim quanto o Ewan McGregor; Rebecca Ferguson até se salva, mas depois vacila numa atuação perdida e afetada.