O russo Arcady Boytler fez toda a sua carreira no cinema mexicano a partir de fins dos anos 20. "La Mujer Del Puerto" é uma das inúmeras jóias desconhecidas da história do cinema. Através de uma história melodramática sobre uma mulher que é levada a prostituir-se e que, no desenlace, tem uma surpresa terrível, Boytler fez um filme magnífico. Os cenários têm pontos em comum com o "realismo poético" francês e a narração é elíptica, típica dos filmes do começo do cinema sonoro sobre os quais ainda paira a sombra da linguagem do mudo. Este é um filme que revela a que ponto a linguagem cinematográfica era rica e variada nos anos 30, antes das convenções narrativas se estabelecerem.