Nós sabemos o que o trabalho causa no corpo, mas qual é a marca menos visível que ele deixa no inconsciente? As noites de doze sonhadores – por vezes contadas diante da câmera, outras vezes em narrações em voice-over acompanhando tomadas de prédios de escritórios e outros locais urbanos de trabalho – revelam como o sistema capitalista invade a psique nos dias atuais. Longas tomadas de edifícios de superfícies suaves e bordas transparentes emitem uma gentileza enganosa. Zumbis, cadáveres, múmias, fantasmas, crânios abertos feito ovos e esvaziados a colheradas… As imagens se sucedem uma atrás da outra, sem se repetir, mas a edição organiza uma gradação rumo ao vampirismo e a uma passagem insidiosa da noite para o dia, dos sonhos para o trabalho da vida real.