Muito pode ser dito sobre Ex_Machina no que se refere a discussão acerca das possibilidades e consequências (práticas e éticas) do desenvolvimento de um conhecimento científico aplicado. No entanto, o que mais me chamou a atenção no filme de estreia do diretor britânico Alex Garland foi a exploração de duas vertentes da relação ser humano-máquina. Uma delas é a tradicional metáfora para a relação criador-criatura, já bastante explorada pela ficção científica, desde os seus primórdios com o romance "Frankenstein" até o clássico sci-fi cinematográfico "Blade Runner" (referência presente neste filme). Já a outra vertente é de exploração mais recente no cinema e tem em "Her", de Spike Jonze, o seu expoente máximo até agora. Me refiro aqui a metáfora para a relação eu-outro, em que me descubro e me transformo radicalmente a partir do desenvolvimento de uma progressiva e intensa identificação e relação afetiva com o outro, que se torna desesperadora diante da possibilidade iminente (ou concretização abrupta) de sua interrupção. Além dos filmes supracitados, outra referência para esta película é a série britânica “Black Mirror”. Destaque também os cenários e design, bem como para a trilha sonora - instrumental e incidental.
Como revitalização de uma franquia de sucesso do século passado, o filme cumpre os papéis de agradar aos saudosistas e de tentar capturar as novas gerações amantes dos blockbusters e do cinema de entretenimento. E só!
"O Mundo dos Dinossauros" é extremamente bem sucedido em emular situações já vistas nas outras três produções anteriores da franquia e não faltam cenas de ação e de tensão - bem produzidas e dirigidas - com dinossauros em terra, água e ar. E Por falar em ar, não pude deixar de lembrar de "Os Pássaros", de Hitchcock, numa das principais sequências do filme! Sensacional!!
No entanto, todas as questões levantadas pelo filme já estão batidas (e já foram melhor abordadas por outras produções): as relações promíscuas entre negócios, desenvolvimento científico e indústria bélica, a questão ética na aplicação da ciência e no trato com a vida de outros seres viventes, a necessária extensão do humanismo ao outro (no caso, os animais), a liquidez dos laços familiares. Mas "Mundo dos Dinossauros" é filme de ação e aventura e não podemos mesmo cobrar grandes reflexões filosóficas ou sociais que estejam para muito além de um senso comum bem informado.
Destaco duas falas que ouvi durante a projeção e que resumem, numa ou noutra medida, minha emoção para com este filme. Uma, dita pela protagonista em dado momento; algo como "Todos já estão cansados de (ou acostumados com?) dinossauros. As crianças olham para eles como se olhassem para elefantes no zoológico." E outra frase, dita ao término do filme por um garoto de cerca de 8 anos de idade para a sua mãe: "Nem foi tão assustador assim!"
De qualquer modo, vale a pena assistir, de forma despretensiosa e para passar o tempo.
Até a saga homônima em quadrinhos é melhor do que a história deste filme! O grande momento desta produção é a cena que sugere a possibilidade de uma nova formação num próximo filme da franquia.
Uma das piores e mais rasas cine-biografias a que já assisti! Ficará rapidamente datada. No início, a interpretação de Kutcher impressiona, mas é só isso.
O (fazer) cinema como abreação ou como racionalização pós-evento? Uma cinebiografia surpreendente, centrada num acontecimento trágico. Muito interessante para quem gosta de explorar os paralelos entre a psicanálise e o cinema. Tem o filme dentro do filme e tem também a vida do próprio diretor como filme. Tem a sessão de psicanálise dentro do filme e o próprio filme como atividade terapêutica dos (para os) protagonistas. Me fez pensar no texto “A Eficácia Simbólica”, de Claude Lévi-Strauss (mas isso já é outro papo)
É sobre o luto como ritual de passagem, a necessidade de vivenciá-lo e superá-lo. E como todo este processo está relacionado, numa ou noutra medida, com o que resolvemos ser como pessoas, com o modo como organizamos (ou não) as nossas vidas e como lidamos com o nosso legado.
Selma - Uma Luta pela Igualdade tem um grande mérito: representar um fato histórico no qual os negros são os protagonistas de suas próprias conquistas, através da organização e da luta em conjunto. É emocionante e muito significativo vermos, na tela, MLK negociando de igual para igual com o então presidente dos EUA (nem lembro o nome do puto!). O filme de Ava DuVernay é um manifesto da luta pela conquista e/ou ampliação dos direitos civis (e também políticos) e dos movimentos sociais como transformador da realidade objetiva. Neste sentido, Selma se assemelha ao outro concorrente recente do Oscar: Milk, sobre a luta pelos direitos civis da população homoafetiva. Mas se distancia do ganhador do Oscar do ano passado – 12 Anos de Escravidão -, onde o protagonista se submete ao destino (por uma questão de sobrevivência, é verdade) e é salvo de sua triste sina por um homem branco. Mas "Selma" ainda não é a cinebiografia de Martin Luther King que o cinema mainstream nos deve. Em tempo: também achei importante e muito significativa a presença (curta e pontual) de Malcolm X na história do filme.
Filme eivado de clichés - e por isso é cansativo, e não devido a sua duração. Com meia hora de filme já se deduz o que vai acontecer no final. Mas é um filme relativamente bem realizado e bastante explicadinho, o que deve agradar ao público médio.
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraMuito pode ser dito sobre Ex_Machina no que se refere a discussão acerca das possibilidades e consequências (práticas e éticas) do desenvolvimento de um conhecimento científico aplicado.
No entanto, o que mais me chamou a atenção no filme de estreia do diretor britânico Alex Garland foi a exploração de duas vertentes da relação ser humano-máquina. Uma delas é a tradicional metáfora para a relação criador-criatura, já bastante explorada pela ficção científica, desde os seus primórdios com o romance "Frankenstein" até o clássico sci-fi cinematográfico "Blade Runner" (referência presente neste filme).
Já a outra vertente é de exploração mais recente no cinema e tem em "Her", de Spike Jonze, o seu expoente máximo até agora. Me refiro aqui a metáfora para a relação eu-outro, em que me descubro e me transformo radicalmente a partir do desenvolvimento de uma progressiva e intensa identificação e relação afetiva com o outro, que se torna desesperadora diante da possibilidade iminente (ou concretização abrupta) de sua interrupção.
Além dos filmes supracitados, outra referência para esta película é a série britânica “Black Mirror”.
Destaque também os cenários e design, bem como para a trilha sonora - instrumental e incidental.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraComo revitalização de uma franquia de sucesso do século passado, o filme cumpre os papéis de agradar aos saudosistas e de tentar capturar as novas gerações amantes dos blockbusters e do cinema de entretenimento. E só!
"O Mundo dos Dinossauros" é extremamente bem sucedido em emular situações já vistas nas outras três produções anteriores da franquia e não faltam cenas de ação e de tensão - bem produzidas e dirigidas - com dinossauros em terra, água e ar.
E Por falar em ar, não pude deixar de lembrar de "Os Pássaros", de Hitchcock, numa das principais sequências do filme! Sensacional!!
No entanto, todas as questões levantadas pelo filme já estão batidas (e já foram melhor abordadas por outras produções): as relações promíscuas entre negócios, desenvolvimento científico e indústria bélica, a questão ética na aplicação da ciência e no trato com a vida de outros seres viventes, a necessária extensão do humanismo ao outro (no caso, os animais), a liquidez dos laços familiares. Mas "Mundo dos Dinossauros" é filme de ação e aventura e não podemos mesmo cobrar grandes reflexões filosóficas ou sociais que estejam para muito além de um senso comum bem informado.
Destaco duas falas que ouvi durante a projeção e que resumem, numa ou noutra medida, minha emoção para com este filme. Uma, dita pela protagonista em dado momento; algo como "Todos já estão cansados de (ou acostumados com?) dinossauros. As crianças olham para eles como se olhassem para elefantes no zoológico." E outra frase, dita ao término do filme por um garoto de cerca de 8 anos de idade para a sua mãe: "Nem foi tão assustador assim!"
De qualquer modo, vale a pena assistir, de forma despretensiosa e para passar o tempo.
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraAté a saga homônima em quadrinhos é melhor do que a história deste filme! O grande momento desta produção é a cena que sugere a possibilidade de uma nova formação num próximo filme da franquia.
A Vida de David Gale
4.2 947 Assista AgoraBem didático para se discutir as éticas da responsabilidade e da convicção (Weber).
Jobs
3.1 750 Assista AgoraUma das piores e mais rasas cine-biografias a que já assisti! Ficará rapidamente datada. No início, a interpretação de Kutcher impressiona, mas é só isso.
Tristeza e Alegria
3.6 25 Assista AgoraO (fazer) cinema como abreação ou como racionalização pós-evento?
Uma cinebiografia surpreendente, centrada num acontecimento trágico. Muito interessante para quem gosta de explorar os paralelos entre a psicanálise e o cinema. Tem o filme dentro do filme e tem também a vida do próprio diretor como filme. Tem a sessão de psicanálise dentro do filme e o próprio filme como atividade terapêutica dos (para os) protagonistas. Me fez pensar no texto “A Eficácia Simbólica”, de Claude Lévi-Strauss (mas isso já é outro papo)
Livre
3.8 1,2K Assista AgoraÉ sobre o luto como ritual de passagem, a necessidade de vivenciá-lo e superá-lo. E como todo este processo está relacionado, numa ou noutra medida, com o que resolvemos ser como pessoas, com o modo como organizamos (ou não) as nossas vidas e como lidamos com o nosso legado.
Selma: Uma Luta Pela Igualdade
4.2 794Selma - Uma Luta pela Igualdade tem um grande mérito: representar um fato histórico no qual os negros são os protagonistas de suas próprias conquistas, através da organização e da luta em conjunto. É emocionante e muito significativo vermos, na tela, MLK negociando de igual para igual com o então presidente dos EUA (nem lembro o nome do puto!).
O filme de Ava DuVernay é um manifesto da luta pela conquista e/ou ampliação dos direitos civis (e também políticos) e dos movimentos sociais como transformador da realidade objetiva. Neste sentido, Selma se assemelha ao outro concorrente recente do Oscar: Milk, sobre a luta pelos direitos civis da população homoafetiva. Mas se distancia do ganhador do Oscar do ano passado – 12 Anos de Escravidão -, onde o protagonista se submete ao destino (por uma questão de sobrevivência, é verdade) e é salvo de sua triste sina por um homem branco.
Mas "Selma" ainda não é a cinebiografia de Martin Luther King que o cinema mainstream nos deve.
Em tempo: também achei importante e muito significativa a presença (curta e pontual) de Malcolm X na história do filme.
A Ilha
3.4 886Surpreendentemente bom - apesar de ser um filme do Michael Bay!
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraUm ensaio sobre a ideologia do empreendedorismo e a precarização material e moral das relações humanas na tal da 'sociedade de mercado'.
Miss Violence
3.9 1,0K Assista AgoraUm filme de horror! Não apenas o horror da austeridade econômica, mas o horror humano, demasiadamente humano.
[spoiler][/spoiler]E no final, o monstro morre, mas o horror não acaba, Ele apenas se transmuta em outro corpo. Muito bom. Vale a pena assistir
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraFilme eivado de clichés - e por isso é cansativo, e não devido a sua duração. Com meia hora de filme já se deduz o que vai acontecer no final. Mas é um filme relativamente bem realizado e bastante explicadinho, o que deve agradar ao público médio.