Robocop é, sim, um blockbuster. Foi feito pra vender e está conseguindo. Mas,diferente de seus pares cheios de herois metalizados, ele parece ter um com mais carbono na composição. E, isso, o deixa bem mais próximo, em riqueza temática, do plástico crítico de um certo cavaleiro das trevas. É um blockbuster robótico, mas cheio de massa cinzenta.
O herói, Alex Murphy, é muito mais humano e sua saga mais desenvolvida do que se esperaria. Não é só um amontoado de parâmetros e análises sistêmicas generalizadas e superficiais. Aborda temas centrais como o uso de drones, corrupção policial e, principalmente, corporativa, além da questionável política externa norte-americana. Ele também tangencia temas como manipulação midiática, ganância e tem até um pitaco wachowskiano de livre-arbítrio ilusório. E é importante frisar: ele faz tudo isso sem super-explorar a violência e sanguinolência dos antigos filmes e, mesmo, as de Tropa de Elite. Para não contrariar a classificação etária indicada, claro.
Aliás, é preciso comentar que a crítica de Padilha é, sim, muito ousada. Ele pega um orçamento de 130 millhões de dólares americanos e monta uma arma contra eles mesmos, sem compromisso ou fidelidade nenhuma. E é uma arma bem ideológica e subjetiva. Vai além do mais novo remake de sucesso de hollywood; da última série explosiva de robôs alienígenas cheia de sons metálicos digitalizados; de um homem de ferro ou, outro, de aço. Na verdade, ele reealiza uma façanha cada vez mais rara: a de emplacar um sucesso comercial, mas com um mínimo de mensagem, valor e crítica.
Um filme que pareceu não agradar muito a crítica especialista, talvez, pelo estilo de pós produção de gosto duvidoso e pela temática de cunho religioso detalhado forte e mais profundo do que o normal, mas que me agradou bastante. Deve ser pelo final reflexivo e muito inesperado. Só lamentei a tradução do título. "Um Novo Caminho" perdeu um trocadilho muito bem sacado entre a Música e a proposta filosófica do filme que "Blue Like Jazz" denuncia de cara, mas que só se percebe após o diálogo final de dois personagens chaves no fim do filme. Algo muito bem pensado e que fez eleger a minha crítica positiva.
Nolan conseguiu fazer de novo. Um excelente filme de ação. Só que, dessa vez, ele colocou um incremento muito interessante: o experimento social. O que faz dessa trilogia uma das mais memoráveis e realistas adaptações de filmes de herois. Além, claro, da espetacular e insuperável atuação de Heath Ledger.
Quando li que fariam a adaptação dos livros, fiquei apreensivo (como sempre fico) que ela pudesse desfocar o objeto temático principal da história. No entanto fiquei surpreso, que, nitidamente, eles tentaram reproduzir a importância crítica que ela apresenta, mesmo com uma certa exploração de alguns clichês (que os livros também apresentam). Um filme que dava para ser mais um blockbuster 1comercializante', foi menos do que eu esperava. E, só por isso, já está bom. =D
Diferente do que esperava, o filme não é um clichê. Ele consegue contar de uma forma diferente a adolescência e suas revoluções, um tema inesgotável. Talvez pela mistura inusitada de amor, álcool, drogas, sexo, rock'n roll e... psicose. No entanto, a leveza desse drama comportamental e a suavidade, que parece ter sido perseguida, dado o corte de cenas, e, alcançada, sem o exagero na abordagem dos diversos tópicos apresentados, parece fazer o filme perder um foco, uma mensagem, um ensinamento. E é aqui que está, na minha opinião, a sua genialidade. As Vantagens de Ser Invisível não tenta ser uma lição de moral, mas deixar essa falta de compromisso bem clara. Coisa inteligente e difícil de se achar hoje em dia.
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RoboCop
3.3 2,0K Assista AgoraRobocop: além dos últimos heróis metálicos
Robocop é, sim, um blockbuster. Foi feito pra vender e está conseguindo. Mas,diferente de seus pares cheios de herois metalizados, ele parece ter um com mais carbono na composição. E, isso, o deixa bem mais próximo, em riqueza temática, do plástico crítico de um certo cavaleiro das trevas. É um blockbuster robótico, mas cheio de massa cinzenta.
O herói, Alex Murphy, é muito mais humano e sua saga mais desenvolvida do que se esperaria. Não é só um amontoado de parâmetros e análises sistêmicas generalizadas e superficiais. Aborda temas centrais como o uso de drones, corrupção policial e, principalmente, corporativa, além da questionável política externa norte-americana. Ele também tangencia temas como manipulação midiática, ganância e tem até um pitaco wachowskiano de livre-arbítrio ilusório. E é importante frisar: ele faz tudo isso sem super-explorar a violência e sanguinolência dos antigos filmes e, mesmo, as de Tropa de Elite. Para não contrariar a classificação etária indicada, claro.
Aliás, é preciso comentar que a crítica de Padilha é, sim, muito ousada. Ele pega um orçamento de 130 millhões de dólares americanos e monta uma arma contra eles mesmos, sem compromisso ou fidelidade nenhuma. E é uma arma bem ideológica e subjetiva. Vai além do mais novo remake de sucesso de hollywood; da última série explosiva de robôs alienígenas cheia de sons metálicos digitalizados; de um homem de ferro ou, outro, de aço. Na verdade, ele reealiza uma façanha cada vez mais rara: a de emplacar um sucesso comercial, mas com um mínimo de mensagem, valor e crítica.
Um Novo Caminho
2.8 42Um filme que pareceu não agradar muito a crítica especialista, talvez, pelo estilo de pós produção de gosto duvidoso e pela temática de cunho religioso detalhado forte e mais profundo do que o normal, mas que me agradou bastante. Deve ser pelo final reflexivo e muito inesperado. Só lamentei a tradução do título. "Um Novo Caminho" perdeu um trocadilho muito bem sacado entre a Música e a proposta filosófica do filme que "Blue Like Jazz" denuncia de cara, mas que só se percebe após o diálogo final de dois personagens chaves no fim do filme. Algo muito bem pensado e que fez eleger a minha crítica positiva.
Pequena Miss Sunshine
4.1 2,8K Assista AgoraA sensibilidade cômica desse filme é tocante. =D
Batman: O Cavaleiro das Trevas
4.5 3,8K Assista AgoraNolan conseguiu fazer de novo. Um excelente filme de ação. Só que, dessa vez, ele colocou um incremento muito interessante: o experimento social. O que faz dessa trilogia uma das mais memoráveis e realistas adaptações de filmes de herois. Além, claro, da espetacular e insuperável atuação de Heath Ledger.
Jogos Vorazes
3.8 5,0K Assista AgoraQuando li que fariam a adaptação dos livros, fiquei apreensivo (como sempre fico) que ela pudesse desfocar o objeto temático principal da história. No entanto fiquei surpreso, que, nitidamente, eles tentaram reproduzir a importância crítica que ela apresenta, mesmo com uma certa exploração de alguns clichês (que os livros também apresentam). Um filme que dava para ser mais um blockbuster 1comercializante', foi menos do que eu esperava. E, só por isso, já está bom. =D
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraNolan entregou, de fato, mais uma obra prima.
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraDiferente do que esperava, o filme não é um clichê. Ele consegue contar de uma forma diferente a adolescência e suas revoluções, um tema inesgotável. Talvez pela mistura inusitada de amor, álcool, drogas, sexo, rock'n roll e... psicose. No entanto, a leveza desse drama comportamental e a suavidade, que parece ter sido perseguida, dado o corte de cenas, e, alcançada, sem o exagero na abordagem dos diversos tópicos apresentados, parece fazer o filme perder um foco, uma mensagem, um ensinamento. E é aqui que está, na minha opinião, a sua genialidade. As Vantagens de Ser Invisível não tenta ser uma lição de moral, mas deixar essa falta de compromisso bem clara. Coisa inteligente e difícil de se achar hoje em dia.