que desmentiriam a versão de que o Osvaldo Marcineiro teria apontado o local onde o corpo foi encontrado.
Não adianta as pessoas dizerem que "você tem que ouvir o podcast". Eles decidiram adaptar a história para a TV, são mídias diferentes, com públicos diferentes e deveriam funcionar de modo independente. Eu entendo a questão da falta de tempo. Mas se é para cortar alguma informação, cortem integralmente (como foi feito com a parte sobre os outros suspeitos) e não apresentem pela metade. É a reputação de pessoas reais que está em jogo e MUITA gente só vai conhecer esta história por meio do documentário, sem ter tempo ou disposição para buscar informações adicionais e ouvir várias horas de um podcast.
Todo mundo que assiste apenas ao documentário sai com a impressão de que
no mínimo o "pai de santo" estava envolvido e trouxe o nome das Abagge por conta da tortura e pressão política, pois a forma como a narrativa foi construída NO documentário leva naturalmente a esse tipo de desconfiança. Porém, no fim, sem apresentar argumentos que derrubem aquele trecho do relatório da "Operação Magia Negra", eles simplesmente cravam a inocência de todo mundo.
Não à toa esse é o ponto que mais tem gerado questionamentos ao Ivan no Twitter. As informações que indicam incompatibilidades com as datas e os indícios de que o Osvaldo provavelmente NEM ESTAVA no carro naquela dia, deveriam estar NO documentário, não apenas no podcast ou Twitter...
Um ex-agente de segurança pública agindo como sindicalista no começo dos anos 90, com indícios de que possui algum tipo de problema psicológico e que demonstra claras motivações políticas por trás de discursos disfarçados de simples demandas populares. Um homem que apresenta uma natureza narcisista de modo a se sentir especial ao ser retratado na imprensa como um grande herói defensor da moral e dos bons costumes. Gosta de falar e narra tudo com muita propriedade, mesmo quando sua exposição parece cheia de incoerências, carência de provas e coisas que parecem até fantasiosas. Adota uma postura de ódio, revolta e indignação típica de programas policiais populares para entrar de cabeça em um caso marcado por defesa da pureza de crianças, intolerância com religiões de matriz africanas e associação com agentes policiais que praticam a tortura como método de investigação.
Heroes vs. Villains jogou o nível tão lá no alto que quando ela acabou eu me perguntava "O que os produtores podem inventar agora para superar essa temporada histórica? Para começo de conversa, não tem como superar um cast como esse. Provavelmente só uma Winners Season lá pela S50 terá chance".
10 anos depois tivemos uma All-Winners Season para tirar a prova e, no fim, nem assim Heroes vs. Villains sai do topo na minha opinião. Já aceitei que jamais será superada.
Na verdade, Winners at War não entra nem no meu Top 10, o que é bem decepcionante considerando o cast que eles conseguiram reunir.
Além de trazerem de volta a pior twist de todas as temporadas, o fato de os "old school players" terem saído tão cedo acabou com a graça para mim. Sonhávamos como uma aliança Parvati, Sandra e Kim, mas a bendita mistura de tribos acabou com tudo. E também não dá para tirar a responsabilidade dos veteranos. Danni totalmente paranoica. Parvati simplesmente ignorou uma de suas aliadas e cagou para o jogo social. Rob achou que ainda estava na Redemption Island jogando contra crianças que têm medo do bullying dele. E a Sandra parecia desesperada para calar os críticos, provar que era de fato a rainha do jogo e que era, sim, uma estrategista de grandes jogadas como Parvati e Rob. Bastava seguir seu estilo de "as long as it's not me", o estilo que fez ela ganhar duas vezes, e ela estaria salva naquele TC. Mas ao menos ela arriscou, tentou fazer alguma coisa e gerou o único momento realmente marcante da temporada, diferente dos que ficaram no jogo com medo de se comprometerem.
Denise, por exemplo, parece que sentiu que não precisava fazer mais nada depois de eliminar a rainha, já estava satisfeita. Ela sabia que estava no 'bottom' e mesmo assim não fazia nada para mudar isso. Seguia votando da mesma forma como se tivesse aceitado seu destino de perdedora. E isso resume o que foi a temporada.
Vários vencedores são ganhadores justos, mas não são exatamente grandes personagens que geram entretenimento como Tony, Parvati, Sandra e Rob. A própria Denise com seu estilo silencioso só foi interessante em Philippines porque balanceava com um cast cheio de personagens interessante como a grande vilã brasileira Abi Maria. Se a gente precisar contar com a personalidade da Denise, Sophie, Ben e Nick para ter entretenimento fica difícil. Juntou um monte de participante "silencioso" na pós-merge e o jogo ficou totalmente boring se tornando novamente um show do Tony.
Uma temporada com esse calibre de jogadores e a única jogada marcante foi uma eliminação na pre-merge... Não aconteceu mais nada de anormal nos TC da pós-merge, apenas o povo falando no ouvido um do outro... No máximo a blindside na Sophie com o Idol no bolso.
E por mais que o Tony seja um vencedor justo e merecedor do título de "Rei do Survivor", é inacreditável que ninguém tenha tentado eliminá-lo. Simplesmente entregaram o prêmio para ele. Muitas vezes a gente acha que a edição é a culpada pela obviedade de algumas temporadas, pois eles enfatizam o domínio de certos jogadores, como aconteceu nas S31, S27 e na própria S28 do Tony. Mas nessa temporada a gente viu entre os próprios participantes várias menções de como Tony estava com a mão no prêmio, a gente viu membro do júri indicando o voto nele (inédito!) e mesmo assim só a Kim parecia disposta a jogar!
Nick foi o único que pareceu realmente enganado pelo Tony. Estava totalmente delirante com a possibilidade de fazer parte do F3 dele e acabou com as chances do Jeremy. Michele conseguiu o papel sempre carismático de underdog, mas não deixou de ser uma goat. Ela ao menos estava ciente do que estava acontecendo, mas não tinha poder algum de convencimento, por isso sempre estava no 'bottom'. Denise sabia que estava no 'bottom' e mesmo assim só seguia os planos dos outros aceitando que seria eliminada no máximo até o F4, nunca tentou tomar controle do seu destino. Sarah e Ben foram os novos Trish e Woo, só serviram de escada para o show do Tony. Sarah não tinha a menor chance de vencer o Tony e isso não tem nada a ver com o fato de ele ser homem. Assim como o Nick, ela superestimou o seu papel na aliança. E nem a blindside da Sophie fez ela acordar para essa realidade. O que o Rob falou para a Natalie também vale para a Sarah: a grande jogada que ela tinha de fazer ERA TIRAR O TONY. E ela nunca nem pensou nessa possibilidade. O Ben foi tão escada que no fim ele se ofereceu como sacrifício para fazer outra pessoa ganhar, ou seja, nem aí para sua própria vitória. Em uma temporada de vencedores, quando todo mundo prometia um "bloodbath", a última coisa que eu esperava era um participante abrindo mão do maior prêmio da história para consagrar outro. Decepcionante!
Apesar da passividade da maioria dos participantes, não dá para tirar os méritos do Tony por ser uma ameaça tão grande e conseguir sair do jogo sem receber 1 voto sequer. Por fim, resultado previsível e, por mais que eu adore a Natalie, é duro ver uma pessoa que foi eliminada no segundo dia tendo mais votos do que uma pessoa que sobreviveu todos os TCs só porque ela corria mais do que todo mundo na EoE. Não bastasse tudo isso, a falta de reunion e os votos lidos pela internet por conta de pandemia deixaram o final ainda mais anti-climático.
Um desperdício de potencial essa temporada... Ainda assim, nenhum reality show do mundo chegará à sua quadragésima temporada e terá o privilégio de conseguir reunir 20 vencedores tão interessantes, inteligentes e cheios de histórias marcantes. Para ficar perfeito, só faltou Richard Hatch e Tina Wesson liderando cada tribo e o Todd Herzog no lugar do Ben.
Mr. Robot termina com uma das melhores séries na década. Isso em uma década onde tivemos o fim de Mad Men, Breaking Bad e Game of Thrones!
Só uma coisa me incomodou um pouco em relação ao final. A mesma coisa que foi um grande problema em Lost foi feita em Mr. Robot, mas sem o mesmo poder de destruição:
Ambas as séries prometeram uma grande revelação sobre um determinado mistério. Até os promos finais das séries são muito parecidos com a ideia de que "tudo será enfim revelado!"
No caso de Lost, desde o começo queríamos saber "o que afinal era a ilha?". Já em Mr. Robot tivemos algo equivalente a partir da terceira temporada: o que era o grande projeto da Whiterose? Sim, tivemos algumas respostas para isso, mas não tudo o que foi prometido ao longo de vários episódios. Como ela funcionaria? Era viável? Qual era de fato sua função? Como Whiterose manipulou a Angela? O que a Angela viu afinal?
Além disso, em ambas as séries fomos apresentados a uma realidade paralela que PARECIA ter alguma relação com o mistério (tanto da ilha, quanto da máquina), mas que no final era apenas uma distração. A realidade paralela de Lost não tinha nada a ver com a ilha ou com a história que havia se passado nela e a realidade paralela de Mr. Robot não tinha nada a ver com a máquina da Whiterose.
Quando isso aconteceu em Lost foi um GRANDE problema, pois, além de ficarmos sem uma resposta para o que era a ilha, ainda descobrimos que os produtores nos enrolaram durante uma temporada inteira com algo que não tinha qualquer relação com as respostas que procurávamos.
Em Mr. Robot aconteceu a mesma coisa, porém, o resultado acabou sendo mais satisfatório. Por quê?
Primeiro porque a realidade paralela durou apenas dois episódios, não uma temporada inteira. Segundo que a desculpa dos produtores de Lost foi a de que "os mistérios não eram tão importantes, mas sim a jornada dos personagens". Mas isso não funcionou em Lost porque lá ELES FIZERAM OS MISTÉRIOS SEREM MUITO IMPORTANTES. A maior parte do público estava mais preocupada com a resposta para os mistérios do que com o destino do Jack. Mr. Robot, por outro lado, foi tudo o que os produtores de Lost queriam ter feito: muita gente amou o final e nem mesmo se tocou que não houve uma resposta para o grande mistério, pois as pessoas não estavam realmente muito preocupadas com o mistério. Elas estavam preocupadas com o Elliot, com a Darlene e com seus destinos...
Em Mr. Robot, desde o começo aprendemos a nos envolver com Elliot e a se preocupar com sua jornada. Desde o começo fomos treinados a nos importar mais com os seus monstros e conflitos internos do que com as suas aventuras externas. Desde o começo estamos envolvidos com toda a complexidade psicológica que existia por trás desse personagem e por isso o final foi tão grandioso mesmo sem valorizar as tramas e os conflitos externos. Porque para o público desta série, entender os mecanismos da mente do Elliot era mais importante do que entender os mecanismos do projeto da Whiterose.
Por isso, mesmo não gostando dessa característica do roteiro, mesmo tendo me sentido um pouco enrolado (principalmente com o enredo da última temporada) eu não me importei tanto com isso e achei que a série foi encerrada de um medo sensacional. Ainda coloco os finais de Sopranos e Six Feet Under como os melhores finais de séries da história, mas o fim de Mr. Robot me gerou um impacto muito semelhante ao que senti vendo o final dessas duas séries. Daquelas conclusões que a gente não esquece e que deixam os personagens gravados na nossa memória. Vale destacar também as referências (ou no mínimo semelhanças) a Clube da Luta, Donnie Darko e 2001 - Uma Odisseia no Espaço.
Chegamos ao meio da temporada e tivemos outro bottle episode o.O E esse mais clássico ainda, pois foi feito de fato com apenas um cenário.
O episódio 7 foi excelente, mas a sucessão de episódios atípicos com elenco reduzido acaba criando a sensação de que não havia enredo suficiente para 13 episódios e estão enrolando o máximo possível ou que o orçamento para a temporada foi muito curto. Até porque eles
, um episódio inteiro para realizar um assalto e um episódio inteiro para a grande revelação sobre por que Elliot criou o Mr. Robot. Assim, chegamos ao meio da temporada e estamos praticamente no mesmo ponto onde estávamos no primeiro episódio.
Se esse é o caso, pelo menos estão entregando bons episódios com as típicas inovações narrativas que a série sempre apresentou ao público, o que cria a estranha sensação de que nada aconteceu, mas mesmo assim eu gostei de ter assistido.
Se alguém ainda não está convencido da fragilidade do sistema penal, assista agora "The Jinx", um documentário da HBO em 6 partes, no mesmo molde de "Making a Murderer", com um personagem também famoso na mídia americana, mas cuja história é basicamente
1- No terceiro episódio todo mundo já tinha descoberto (foi a primeira teoria e a mais aceita) 2- Eles não esperavam que a série fizesse tanto sucesso e tivesse 6 temporadas (é muito mais fácil dizer que todos estão mortos no fim de uma temporada do que após 6 anos, quando todos já descobriram o mistério no primeiro ano).
Aquele mesmo diálogo entre Jack e o pai aconteceria na ilha. Christian foi um dos primeiros mistérios da série. No avião ele estava morto, mas ao cair na ilha, seu corpo desaparece do caixão e ele aparece andando normalmente. Jack sempre vê o pai, mas nunca consegue se aproximar. No fim da primeira temporada (ao invés de escotilha e Black Rock), Jack conseguiria enfim chegar perto do pai. Então, ele perguntaria: “Como você consegue andar nesta ilha se você está morto?” e ele diria: “Da mesma forma que você :P”. Seria perfeito! Tão perfeito que eles reaproveitaram o diálogo, mesmo após desistirem desse final.
Assim, eles reciclam a ideia criando a realidade paralela e jogam essa dinâmica para lá. O diálogo ficou bonito, mas perdeu a força que teria se fosse na ilha, porque seria um tapa na nossa cara, do tipo “Caramba, faz muito sentido! Se ele está morto e anda, isso quer dizer que os sobreviventes...”.
Mas como eles mudaram o final, tiveram de criar outra explicação para o fato de Christian andar na ilha.
as visões da vida antes da ilha (cavalo da Kate, Javali do Sawyer), o fato de a ilha não poder ser localizada, o poder de cura que faz Lock andar e Rose se livrar do câncer (até então, a ilha só curava. O tumor do Benjamin só surge na terceira temporada, quando eles já poderiam ter mudado de plano).
Tudo isso seria explicado e faria muito sentido. Seria mítico/supernatural/fantástico, mas lógico! Estaria na nossa cara e só alguns veriam.
ao jogar o ‘purgatório’ para a realidade paralela, eles precisaram criar novas respostas para todos esses mistérios iniciais. Alguns eles conseguiram com misticismo (o que não agradou a maioria), outros não, tendo o maior deles ficado sem resposta: Se a ilha deixa de ser um purgatório, então o que ela era?
Se o final fosse esse, mais pessoas odiaram, mas eu acharia ainda mais bonito do que já foi. Faria sentido e tudo seria explicado. Mas em geral, eu adorei a série e achei o final excepcional! Acho que o final só funciona se você se identificar com os personagens e com suas histórias de vida. É emocionante para aqueles que aprenderam a gostar mais de cada um daqueles personagens do que dos mistérios da ilha em si.
O Caso Evandro
4.5 249Sobre a série...
Eu acho um grande erro terem deixado de fora do documentário as informações
que desmentiriam a versão de que o Osvaldo Marcineiro teria apontado o local onde o corpo foi encontrado.
Não adianta as pessoas dizerem que "você tem que ouvir o podcast". Eles decidiram adaptar a história para a TV, são mídias diferentes, com públicos diferentes e deveriam funcionar de modo independente. Eu entendo a questão da falta de tempo. Mas se é para cortar alguma informação, cortem integralmente (como foi feito com a parte sobre os outros suspeitos) e não apresentem pela metade. É a reputação de pessoas reais que está em jogo e MUITA gente só vai conhecer esta história por meio do documentário, sem ter tempo ou disposição para buscar informações adicionais e ouvir várias horas de um podcast.
Todo mundo que assiste apenas ao documentário sai com a impressão de que
no mínimo o "pai de santo" estava envolvido e trouxe o nome das Abagge por conta da tortura e pressão política, pois a forma como a narrativa foi construída NO documentário leva naturalmente a esse tipo de desconfiança. Porém, no fim, sem apresentar argumentos que derrubem aquele trecho do relatório da "Operação Magia Negra", eles simplesmente cravam a inocência de todo mundo.
Não à toa esse é o ponto que mais tem gerado questionamentos ao Ivan no Twitter. As informações que indicam incompatibilidades com as datas e os indícios de que o Osvaldo provavelmente NEM ESTAVA no carro naquela dia, deveriam estar NO documentário, não apenas no podcast ou Twitter...
O Caso Evandro
4.5 249Sobre o Diógenes...
Um ex-agente de segurança pública agindo como sindicalista no começo dos anos 90, com indícios de que possui algum tipo de problema psicológico e que demonstra claras motivações políticas por trás de discursos disfarçados de simples demandas populares. Um homem que apresenta uma natureza narcisista de modo a se sentir especial ao ser retratado na imprensa como um grande herói defensor da moral e dos bons costumes. Gosta de falar e narra tudo com muita propriedade, mesmo quando sua exposição parece cheia de incoerências, carência de provas e coisas que parecem até fantasiosas. Adota uma postura de ódio, revolta e indignação típica de programas policiais populares para entrar de cabeça em um caso marcado por defesa da pureza de crianças, intolerância com religiões de matriz africanas e associação com agentes policiais que praticam a tortura como método de investigação.
Lembra alguém? 👀
Survivor: Winners At War (40ª Temporada)
4.2 22Heroes vs. Villains jogou o nível tão lá no alto que quando ela acabou eu me perguntava "O que os produtores podem inventar agora para superar essa temporada histórica? Para começo de conversa, não tem como superar um cast como esse. Provavelmente só uma Winners Season lá pela S50 terá chance".
10 anos depois tivemos uma All-Winners Season para tirar a prova e, no fim, nem assim Heroes vs. Villains sai do topo na minha opinião. Já aceitei que jamais será superada.
Na verdade, Winners at War não entra nem no meu Top 10, o que é bem decepcionante considerando o cast que eles conseguiram reunir.
Além de trazerem de volta a pior twist de todas as temporadas, o fato de os "old school players" terem saído tão cedo acabou com a graça para mim. Sonhávamos como uma aliança Parvati, Sandra e Kim, mas a bendita mistura de tribos acabou com tudo. E também não dá para tirar a responsabilidade dos veteranos. Danni totalmente paranoica. Parvati simplesmente ignorou uma de suas aliadas e cagou para o jogo social. Rob achou que ainda estava na Redemption Island jogando contra crianças que têm medo do bullying dele. E a Sandra parecia desesperada para calar os críticos, provar que era de fato a rainha do jogo e que era, sim, uma estrategista de grandes jogadas como Parvati e Rob. Bastava seguir seu estilo de "as long as it's not me", o estilo que fez ela ganhar duas vezes, e ela estaria salva naquele TC. Mas ao menos ela arriscou, tentou fazer alguma coisa e gerou o único momento realmente marcante da temporada, diferente dos que ficaram no jogo com medo de se comprometerem.
Denise, por exemplo, parece que sentiu que não precisava fazer mais nada depois de eliminar a rainha, já estava satisfeita. Ela sabia que estava no 'bottom' e mesmo assim não fazia nada para mudar isso. Seguia votando da mesma forma como se tivesse aceitado seu destino de perdedora. E isso resume o que foi a temporada.
Vários vencedores são ganhadores justos, mas não são exatamente grandes personagens que geram entretenimento como Tony, Parvati, Sandra e Rob. A própria Denise com seu estilo silencioso só foi interessante em Philippines porque balanceava com um cast cheio de personagens interessante como a grande vilã brasileira Abi Maria. Se a gente precisar contar com a personalidade da Denise, Sophie, Ben e Nick para ter entretenimento fica difícil. Juntou um monte de participante "silencioso" na pós-merge e o jogo ficou totalmente boring se tornando novamente um show do Tony.
Uma temporada com esse calibre de jogadores e a única jogada marcante foi uma eliminação na pre-merge... Não aconteceu mais nada de anormal nos TC da pós-merge, apenas o povo falando no ouvido um do outro... No máximo a blindside na Sophie com o Idol no bolso.
E por mais que o Tony seja um vencedor justo e merecedor do título de "Rei do Survivor", é inacreditável que ninguém tenha tentado eliminá-lo. Simplesmente entregaram o prêmio para ele. Muitas vezes a gente acha que a edição é a culpada pela obviedade de algumas temporadas, pois eles enfatizam o domínio de certos jogadores, como aconteceu nas S31, S27 e na própria S28 do Tony. Mas nessa temporada a gente viu entre os próprios participantes várias menções de como Tony estava com a mão no prêmio, a gente viu membro do júri indicando o voto nele (inédito!) e mesmo assim só a Kim parecia disposta a jogar!
Nick foi o único que pareceu realmente enganado pelo Tony. Estava totalmente delirante com a possibilidade de fazer parte do F3 dele e acabou com as chances do Jeremy. Michele conseguiu o papel sempre carismático de underdog, mas não deixou de ser uma goat. Ela ao menos estava ciente do que estava acontecendo, mas não tinha poder algum de convencimento, por isso sempre estava no 'bottom'. Denise sabia que estava no 'bottom' e mesmo assim só seguia os planos dos outros aceitando que seria eliminada no máximo até o F4, nunca tentou tomar controle do seu destino. Sarah e Ben foram os novos Trish e Woo, só serviram de escada para o show do Tony. Sarah não tinha a menor chance de vencer o Tony e isso não tem nada a ver com o fato de ele ser homem. Assim como o Nick, ela superestimou o seu papel na aliança. E nem a blindside da Sophie fez ela acordar para essa realidade. O que o Rob falou para a Natalie também vale para a Sarah: a grande jogada que ela tinha de fazer ERA TIRAR O TONY. E ela nunca nem pensou nessa possibilidade. O Ben foi tão escada que no fim ele se ofereceu como sacrifício para fazer outra pessoa ganhar, ou seja, nem aí para sua própria vitória. Em uma temporada de vencedores, quando todo mundo prometia um "bloodbath", a última coisa que eu esperava era um participante abrindo mão do maior prêmio da história para consagrar outro. Decepcionante!
Apesar da passividade da maioria dos participantes, não dá para tirar os méritos do Tony por ser uma ameaça tão grande e conseguir sair do jogo sem receber 1 voto sequer. Por fim, resultado previsível e, por mais que eu adore a Natalie, é duro ver uma pessoa que foi eliminada no segundo dia tendo mais votos do que uma pessoa que sobreviveu todos os TCs só porque ela corria mais do que todo mundo na EoE. Não bastasse tudo isso, a falta de reunion e os votos lidos pela internet por conta de pandemia deixaram o final ainda mais anti-climático.
Um desperdício de potencial essa temporada...
Ainda assim, nenhum reality show do mundo chegará à sua quadragésima temporada e terá o privilégio de conseguir reunir 20 vencedores tão interessantes, inteligentes e cheios de histórias marcantes. Para ficar perfeito, só faltou Richard Hatch e Tina Wesson liderando cada tribo e o Todd Herzog no lugar do Ben.
Mr. Robot (4ª Temporada)
4.6 370Mr. Robot termina com uma das melhores séries na década. Isso em uma década onde tivemos o fim de Mad Men, Breaking Bad e Game of Thrones!
Só uma coisa me incomodou um pouco em relação ao final. A mesma coisa que foi um grande problema em Lost foi feita em Mr. Robot, mas sem o mesmo poder de destruição:
Ambas as séries prometeram uma grande revelação sobre um determinado mistério. Até os promos finais das séries são muito parecidos com a ideia de que "tudo será enfim revelado!"
No caso de Lost, desde o começo queríamos saber "o que afinal era a ilha?". Já em Mr. Robot tivemos algo equivalente a partir da terceira temporada: o que era o grande projeto da Whiterose? Sim, tivemos algumas respostas para isso, mas não tudo o que foi prometido ao longo de vários episódios. Como ela funcionaria? Era viável? Qual era de fato sua função? Como Whiterose manipulou a Angela? O que a Angela viu afinal?
Além disso, em ambas as séries fomos apresentados a uma realidade paralela que PARECIA ter alguma relação com o mistério (tanto da ilha, quanto da máquina), mas que no final era apenas uma distração. A realidade paralela de Lost não tinha nada a ver com a ilha ou com a história que havia se passado nela e a realidade paralela de Mr. Robot não tinha nada a ver com a máquina da Whiterose.
Quando isso aconteceu em Lost foi um GRANDE problema, pois, além de ficarmos sem uma resposta para o que era a ilha, ainda descobrimos que os produtores nos enrolaram durante uma temporada inteira com algo que não tinha qualquer relação com as respostas que procurávamos.
Em Mr. Robot aconteceu a mesma coisa, porém, o resultado acabou sendo mais satisfatório. Por quê?
Primeiro porque a realidade paralela durou apenas dois episódios, não uma temporada inteira. Segundo que a desculpa dos produtores de Lost foi a de que "os mistérios não eram tão importantes, mas sim a jornada dos personagens". Mas isso não funcionou em Lost porque lá ELES FIZERAM OS MISTÉRIOS SEREM MUITO IMPORTANTES. A maior parte do público estava mais preocupada com a resposta para os mistérios do que com o destino do Jack. Mr. Robot, por outro lado, foi tudo o que os produtores de Lost queriam ter feito: muita gente amou o final e nem mesmo se tocou que não houve uma resposta para o grande mistério, pois as pessoas não estavam realmente muito preocupadas com o mistério. Elas estavam preocupadas com o Elliot, com a Darlene e com seus destinos...
Em Mr. Robot, desde o começo aprendemos a nos envolver com Elliot e a se preocupar com sua jornada. Desde o começo fomos treinados a nos importar mais com os seus monstros e conflitos internos do que com as suas aventuras externas. Desde o começo estamos envolvidos com toda a complexidade psicológica que existia por trás desse personagem e por isso o final foi tão grandioso mesmo sem valorizar as tramas e os conflitos externos. Porque para o público desta série, entender os mecanismos da mente do Elliot era mais importante do que entender os mecanismos do projeto da Whiterose.
Por isso, mesmo não gostando dessa característica do roteiro, mesmo tendo me sentido um pouco enrolado (principalmente com o enredo da última temporada) eu não me importei tanto com isso e achei que a série foi encerrada de um medo sensacional. Ainda coloco os finais de Sopranos e Six Feet Under como os melhores finais de séries da história, mas o fim de Mr. Robot me gerou um impacto muito semelhante ao que senti vendo o final dessas duas séries. Daquelas conclusões que a gente não esquece e que deixam os personagens gravados na nossa memória. Vale destacar também as referências (ou no mínimo semelhanças) a Clube da Luta, Donnie Darko e 2001 - Uma Odisseia no Espaço.
Mr. Robot (4ª Temporada)
4.6 370Chegamos ao meio da temporada e tivemos outro bottle episode o.O
E esse mais clássico ainda, pois foi feito de fato com apenas um cenário.
O episódio 7 foi excelente, mas a sucessão de episódios atípicos com elenco reduzido acaba criando a sensação de que não havia enredo suficiente para 13 episódios e estão enrolando o máximo possível ou que o orçamento para a temporada foi muito curto. Até porque eles
deram um jeito de se livrarem rapidamente de dois personagens que eram muito importantes para a série.
Tivemos um episódio inteiro para
nos despedirmos do Tyrell
Se esse é o caso, pelo menos estão entregando bons episódios com as típicas inovações narrativas que a série sempre apresentou ao público, o que cria a estranha sensação de que nada aconteceu, mas mesmo assim eu gostei de ter assistido.
Mr. Robot (4ª Temporada)
4.6 370O 4º episódio é um "bottle episode" que faz alusão a um dos bottle episodes mais famosos da história da TV americana: Pine Barrens de Sopranos.
Making a Murderer (1ª Temporada)
4.4 282 Assista AgoraSe alguém ainda não está convencido da fragilidade do sistema penal, assista agora "The Jinx", um documentário da HBO em 6 partes, no mesmo molde de "Making a Murderer", com um personagem também famoso na mídia americana, mas cuja história é basicamente
o inverso do caso do Steven Avery: com dinheiro, obviamente culpado e com uma excelente articulação para depor no próprio julgamento.
Lost (6ª Temporada)
3.9 998 Assista AgoraEu acho que os produtores mudaram o final! Acho que a ideia original era
a ilha ser um purgatório, para onde todos foram após morrerem no acidente de avião.
Acho que eles mudaram por dois motivos:
1- No terceiro episódio todo mundo já tinha descoberto (foi a primeira teoria e a mais aceita)
2- Eles não esperavam que a série fizesse tanto sucesso e tivesse 6 temporadas (é muito mais fácil dizer que todos estão mortos no fim de uma temporada do que após 6 anos, quando todos já descobriram o mistério no primeiro ano).
Veja se não faz sentido:
Aquele mesmo diálogo entre Jack e o pai aconteceria na ilha. Christian foi um dos primeiros mistérios da série. No avião ele estava morto, mas ao cair na ilha, seu corpo desaparece do caixão e ele aparece andando normalmente. Jack sempre vê o pai, mas nunca consegue se aproximar. No fim da primeira temporada (ao invés de escotilha e Black Rock), Jack conseguiria enfim chegar perto do pai. Então, ele perguntaria: “Como você consegue andar nesta ilha se você está morto?” e ele diria: “Da mesma forma que você :P”. Seria perfeito! Tão perfeito que eles reaproveitaram o diálogo, mesmo após desistirem desse final.
Assim, eles reciclam a ideia criando a realidade paralela e jogam essa dinâmica para lá. O diálogo ficou bonito, mas perdeu a força que teria se fosse na ilha, porque seria um tapa na nossa cara, do tipo “Caramba, faz muito sentido! Se ele está morto e anda, isso quer dizer que os sobreviventes...”.
Mas como eles mudaram o final, tiveram de criar outra explicação para o fato de Christian andar na ilha.
Aí surge a fumaça...
E vejam, além do Christian, parece que todos os demais mistérios dos primeiros episódios foram construídos sob essa perspectiva:
as visões da vida antes da ilha (cavalo da Kate, Javali do Sawyer), o fato de a ilha não poder ser localizada, o poder de cura que faz Lock andar e Rose se livrar do câncer (até então, a ilha só curava. O tumor do Benjamin só surge na terceira temporada, quando eles já poderiam ter mudado de plano).
Tudo isso seria explicado e faria muito sentido. Seria mítico/supernatural/fantástico, mas lógico! Estaria na nossa cara e só alguns veriam.
O problema é que
ao jogar o ‘purgatório’ para a realidade paralela, eles precisaram criar novas respostas para todos esses mistérios iniciais. Alguns eles conseguiram com misticismo (o que não agradou a maioria), outros não, tendo o maior deles ficado sem resposta: Se a ilha deixa de ser um purgatório, então o que ela era?
Se o final fosse esse, mais pessoas odiaram, mas eu acharia ainda mais bonito do que já foi. Faria sentido e tudo seria explicado. Mas em geral, eu adorei a série e achei o final excepcional! Acho que o final só funciona se você se identificar com os personagens e com suas histórias de vida. É emocionante para aqueles que aprenderam a gostar mais de cada um daqueles personagens do que dos mistérios da ilha em si.
American Idol - 5ª Temporada
3.7 2Melhor temporada ever!
O clima de rivalidade na época era único... Nunca mais tivemos algo parecido...
McPhee! \o/