Ana Villalobos

Eu comecei assistindo pensando que ia ser mais um filme com uma pegada motivacional: o cara emasculado que ultrapassa seus próprios limites e aprende a ser um homem de verdade com a ajuda do karate.

Ledo engano...

essa reviravolta cheia de plot twists surpreende muito, mesmo você ficando meio "wtf??" as críticas que o filme traz são bem pertinentes e presentes no mundo da arte marcial. Se engana quem pensa que artes marciais são artes imaculadas cheias de princípios e gente disciplinada e honesta.

Como mulher que pratica jiu jitsu eu já vivenciei inúmeras vezes episódios de machismo onde homens faziam pouco caso das minhas habilidades de luta única e exclusivamente por eu ser mulher, sem contar os assédios. Já presenciei também muita gente que busca lutar puramente para alimentar o próprio ego e se achar melhor do que os demais porque sabe um par de golpes.

Esse filme deixa a desejar em algumas partes, o roteiro muitas vezes é pouco crível, mas em geral foi um filme que me surpreendeu positivamente pelas reviravoltas totalmente inesperadas e por mostrar a outra face da arte marcial que geralmente filmes que tem essa temática não retratam. Nenhuma arte marcial vai te transformar num bruce lee da vida. Nenhuma arte marcial vai te fazer apto a lutar com 10 caras de uma só vez. E, o mais importante, na vida real, longe do tatame, se um cara tiver uma arma, não importa quantas faixas pretas você tenha, mesmo assim ele te ganha, afinal:

"eu não obedeci as regras, mas nunca houve nenhuma regra"

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o enredo do filme em si chamou mais a minha atenção do que o terror. O filme não dá medo porém eu achei o desenrolar da história bem interessante, tipo um suspense mesmo.