Comecei a assistir com poucas expectativas (imaginando que seria aqueles filmes medianos que conseguem ser indicados ao Oscar) mas esse filme é esplêndido!
Se esse filme não ganhar a categoria de Montagem, eu não sei qual outro filme poderia. A trama é construída de forma magnífica, em 15 minutos eu já estava completamente envolvida no desespero do protagonista, sem conseguir nem piscar e duvidando de tudo o que eu estava entendendo do filme. São papéis que exigem muito dos atores, mas cada um deles consegue entregar exatamente o necessário. A imersão é tão grande que você realmente se sente na pele do Anthony. Assistam!
Quem não passou por um divórcio ou não presenciou com os pais não conseguirá se relacionar com esse filme da mesma forma que as outras pessoas. O meu eu adolescente de 8 anos atrás não entenderia a profundidade disso aqui.
É um tapa na cara pra uns e arrastado para outros. Mas na minha visão, foi incrível assistir a delicadeza desse filme, marcado por atuações impecáveis e que revirou sentimentos enterrados em mim. Dói ver como as pessoas se casam sem saber o que é compromisso, dói ver que elas expõem o pior lado do cônjuge só pra atingir seus objetivos e dói ver o quão dilacerante é um divórcio. E essa dor é refletida em cada palavra dos atores, com os personagens secundários também sendo atingidos.
Há quem diga que eles foram polidos e que na realidade, as coisas são ainda mais dolorosas. É verdade. Mas a poesia do filme não é somente sobre o divórcio, é sobre o duelo entre o amor e a dor, entre a cumplicidade e o ressentimento. E poder analisar que a admiração um pelo outro ainda estava ali, bem como a tentativa de manter ao máximo o respeito foi esse tapa na cara pra mim. Esse diretor definitivamente consegue me emocionar.
"E aquele seu ataque de raiva, valeu a pena? Você nunca vence usando violência, Tony. Você só vence quando mantém sua dignidade. A dignidade sempre prevalece."
"O mundo é cheio de solitários com medo de dar o primeiro passo."
"Ser genial não é suficiente. Requer coragem mudar o coração das pessoas."
"I guess when you're young, you just believe there'll be many people with whom you'll connect with. Later in life, you realize it only happens a few times. "
" I mean, I always feel like a freak, because I'm never able to move on like... this! You know. People just have an affair, or even entire relationships... they break up and they forget! They move on like they would have changed brand of cereals! I feel I was never able to forget anyone I've been with. Because each person have... their own, specific qualities. You can never replace anyone. What is lost is lost. Each relationship, when it ends, really damages me. I never fully recover. That's why I'm very careful with getting involved, because... It hurts too much! Even getting laid! I actually don't do that... I will miss on the other person the most mundane things. Like I'm obsessed with little things. Maybe I'm crazy, but... when I was a little girl, my mom told me that I was always late to school. One day she followed me to see why. I was looking at chestnuts falling from the trees, rolling on the sidewalk, or... ants crossing the road, the way a leaf casts a shadow on a tree trunk... Little things. I think it's the same with people. I see in them little details, so specific to each of them, that move me, and that I miss, and... will always miss. You can never replace anyone, because everyone is made of such beautiful specific details. Like I remember the way, your beard has a bit of red in it. And how the sun was making it glow, that... that morning, right before you left. I remember that, and... I missed it! I'm really crazy, right?"
"Memory is a wonderful thing if you don't have to deal with the past. "
"In the moment I remember thinking that it didn't much matter the "Who" of it all. Nobody is gonna be everything to you, and that ultimately it's just a simple action of committing yourself, meeting your responsibilities that matters. "
"When you talked earlier about after a few years how a couple would begin to hate each other by anticipating their reactions or getting tired of their mannerisms-I think it would be the opposite for me. I think I can really fall in love when I know everything about someone-the way he's going to part his hair, which shirt he's going to wear that day, knowing the exact story he'd tell in a given situation. I'm sure that's when I know I'm really in love."
"I always feel this pressure of being a strong and independent icon of womanhood, and without making it look my whole life is revolving around some guy. But loving someone, and being loved means so much to me. We always make fun of it and stuff. But isn't everything we do in life a way to be loved a little more?"
Aquele filme que te faz viver a experiência mesmo não sendo o público-alvo e tendo zero identificação com o niilismo. David Fincher mostra todo seu potencial com as sequências de aproximação de objetos, os focos de luz e a própria construção narrativa "in medias res". As únicas ressalvas que faço são
a respeito do problema do protagonista, que o filme deixa a entender em muitos momentos que é loucura, sendo que o livro na verdade deixa claro que é um transtorno de múltiplas personalidades. E sobre o final, obviamente, que me pareceu muito preguiçoso dos roteiristas mudar tanto assim, só pra que ele ficasse junto da Marla.
O tiro realmente mata os "dois" e não só o Tyler. Ele vai pro paraíso, fica com remorso pela Marla estar viva e sozinha e tem uma conversa hilária/filosófica com Deus. No fim, uma pessoa com olho roxo passa por ele e diz: "Esperamos ansiosos pela sua volta." Dando um final muito mais instigante e ambíguo que o final dado pelo filme.
É um ótimo filme como obra em si principalmente no que diz respeito às atuações, mas como ADAPTAÇÃO de um livro, as escolhas do roteiro foram simplistas, ao meu ver. No livro, por exemplo, o sofrimento da mãe é bem mais pungente, em certa cena
quando ela está simulando a doença do filho, fervendo água e etc, ela simula uma diarréia. E por ser tudo naquele ambiente pequeno, demonstra o desespero da mãe para passar a veracidade da doença e sair dali
Outro aspecto é que o Jack fala do "menino Jesus" no livro inteiro e chama o sol de Deus, e no filme nem é citado. Seria interessante ter abordado isso nem que seja por 2 min porque eu achei muito peculiar essa relação dele com o sol e também porque a mãe diz, no livro, que é algo que ela não poderia deixar de passar para o filho. Por fim, no livro há um paradoxo muito maior na segunda parte
porque quando o Jack sai, ele sofre uma mudança abrupta de realidade e sente muita falta do Quarto, pergunta a mãe toda hora sobre deitar na cama do Quarto, e parece rejeitar muito mais o mundo exterior do que no filme.
Enfim, apesar dessas ressalvas, é um filme que aborda a Alegoria da caverna de Platão de uma forma acessível ao grande público e isso é muito louvável, merece a fama que obteve/obtém.
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Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraComecei a assistir com poucas expectativas (imaginando que seria aqueles filmes medianos que conseguem ser indicados ao Oscar) mas esse filme é esplêndido!
Se esse filme não ganhar a categoria de Montagem, eu não sei qual outro filme poderia. A trama é construída de forma magnífica, em 15 minutos eu já estava completamente envolvida no desespero do protagonista, sem conseguir nem piscar e duvidando de tudo o que eu estava entendendo do filme. São papéis que exigem muito dos atores, mas cada um deles consegue entregar exatamente o necessário. A imersão é tão grande que você realmente se sente na pele do Anthony. Assistam!
Quando o Anthony começa a aceitar o seu não-entendimento das situações e começa a "dançar conforme a música", dói demais, me quebrou totalmente
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraQuem não passou por um divórcio ou não presenciou com os pais não conseguirá se relacionar com esse filme da mesma forma que as outras pessoas. O meu eu adolescente de 8 anos atrás não entenderia a profundidade disso aqui.
É um tapa na cara pra uns e arrastado para outros. Mas na minha visão, foi incrível assistir a delicadeza desse filme, marcado por atuações impecáveis e que revirou sentimentos enterrados em mim. Dói ver como as pessoas se casam sem saber o que é compromisso, dói ver que elas expõem o pior lado do cônjuge só pra atingir seus objetivos e dói ver o quão dilacerante é um divórcio. E essa dor é refletida em cada palavra dos atores, com os personagens secundários também sendo atingidos.
Há quem diga que eles foram polidos e que na realidade, as coisas são ainda mais dolorosas. É verdade. Mas a poesia do filme não é somente sobre o divórcio, é sobre o duelo entre o amor e a dor, entre a cumplicidade e o ressentimento. E poder analisar que a admiração um pelo outro ainda estava ali, bem como a tentativa de manter ao máximo o respeito foi esse tapa na cara pra mim. Esse diretor definitivamente consegue me emocionar.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista Agora"E aquele seu ataque de raiva, valeu a pena?
Você nunca vence usando violência, Tony. Você só vence quando mantém sua dignidade. A dignidade sempre prevalece."
"O mundo é cheio de solitários com medo de dar o primeiro passo."
"Ser genial não é suficiente. Requer coragem mudar o coração das pessoas."
Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista Agora"I guess when you're young, you just believe there'll be many people with whom you'll connect with. Later in life, you realize it only happens a few times. "
" I mean, I always feel like a freak, because I'm never able to move on like... this! You know. People just have an affair, or even entire relationships... they break up and they forget! They move on like they would have changed brand of cereals! I feel I was never able to forget anyone I've been with. Because each person have... their own, specific qualities. You can never replace anyone. What is lost is lost. Each relationship, when it ends, really damages me. I never fully recover. That's why I'm very careful with getting involved, because... It hurts too much! Even getting laid! I actually don't do that... I will miss on the other person the most mundane things. Like I'm obsessed with little things. Maybe I'm crazy, but... when I was a little girl, my mom told me that I was always late to school. One day she followed me to see why. I was looking at chestnuts falling from the trees, rolling on the sidewalk, or... ants crossing the road, the way a leaf casts a shadow on a tree trunk... Little things. I think it's the same with people. I see in them little details, so specific to each of them, that move me, and that I miss, and... will always miss. You can never replace anyone, because everyone is made of such beautiful specific details. Like I remember the way, your beard has a bit of red in it. And how the sun was making it glow, that... that morning, right before you left. I remember that, and... I missed it! I'm really crazy, right?"
"Memory is a wonderful thing if you don't have to deal with the past. "
"In the moment I remember thinking that it didn't much matter the "Who" of it all. Nobody is gonna be everything to you, and that ultimately it's just a simple action of committing yourself, meeting your responsibilities that matters. "
<3
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista Agora"When you talked earlier about after a few years how a couple would begin to hate each other by anticipating their reactions or getting tired of their mannerisms-I think it would be the opposite for me. I think I can really fall in love when I know everything about someone-the way he's going to part his hair, which shirt he's going to wear that day, knowing the exact story he'd tell in a given situation. I'm sure that's when I know I'm really in love."
"I always feel this pressure of being a strong and independent icon of womanhood, and without making it look my whole life is revolving around some guy. But loving someone, and being loved means so much to me. We always make fun of it and stuff. But isn't everything we do in life a way to be loved a little more?"
<3
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraAquele filme que te faz viver a experiência mesmo não sendo o público-alvo e tendo zero identificação com o niilismo. David Fincher mostra todo seu potencial com as sequências de aproximação de objetos, os focos de luz e a própria construção narrativa "in medias res".
As únicas ressalvas que faço são
a respeito do problema do protagonista, que o filme deixa a entender em muitos momentos que é loucura, sendo que o livro na verdade deixa claro que é um transtorno de múltiplas personalidades. E sobre o final, obviamente, que me pareceu muito preguiçoso dos roteiristas mudar tanto assim, só pra que ele ficasse junto da Marla.
Para quem deseja saber o que acontece no LIVRO:
O tiro realmente mata os "dois" e não só o Tyler. Ele vai pro paraíso, fica com remorso pela Marla estar viva e sozinha e tem uma conversa hilária/filosófica com Deus. No fim, uma pessoa com olho roxo passa por ele e diz: "Esperamos ansiosos pela sua volta." Dando um final muito mais instigante e ambíguo que o final dado pelo filme.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraÉ um ótimo filme como obra em si principalmente no que diz respeito às atuações, mas como ADAPTAÇÃO de um livro, as escolhas do roteiro foram simplistas, ao meu ver. No livro, por exemplo, o sofrimento da mãe é bem mais pungente, em certa cena
quando ela está simulando a doença do filho, fervendo água e etc, ela simula uma diarréia. E por ser tudo naquele ambiente pequeno, demonstra o desespero da mãe para passar a veracidade da doença e sair dali
Outro aspecto é que o Jack fala do "menino Jesus" no livro inteiro e chama o sol de Deus, e no filme nem é citado. Seria interessante ter abordado isso nem que seja por 2 min porque eu achei muito peculiar essa relação dele com o sol e também porque a mãe diz, no livro, que é algo que ela não poderia deixar de passar para o filho.
Por fim, no livro há um paradoxo muito maior na segunda parte
porque quando o Jack sai, ele sofre uma mudança abrupta de realidade e sente muita falta do Quarto, pergunta a mãe toda hora sobre deitar na cama do Quarto, e parece rejeitar muito mais o mundo exterior do que no filme.
Enfim, apesar dessas ressalvas, é um filme que aborda a Alegoria da caverna de Platão de uma forma acessível ao grande público e isso é muito louvável, merece a fama que obteve/obtém.