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Últimas opiniões enviadas

  • ane

    Não vou dizer que gostei nem que não gostei porque ainda estou tentando entender o que senti, mas o certo é que esse é o tipo de filme que

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    no final você fica puto por nada ter sido explicado mas que com o decorrer do pós filme te assombra nos pensamentos e eu gosto de ficar concatenado depois de ver algo porque é sinal que mexeu comigo de alguma forma.

    Fiquei tentando interpretar tudo como uma alegoria, pensando que talvez o pós remédio fosse todo na cabeça dele pois ele estaria em um coma como o médico disse. Talvez seja, não há como saber. Mas o que cheguei à conclusão sobre tudo é que a maioria dos eventos são paranóias do Beau. Ele foi criado por uma mulher controladora que sempre que aparece é como uma figura que o reprime, diferente de Marta (ele parece ter sido criado de forma saudável e materna pela babá/doméstica e quando ele chora mesmo sabendo que não é a mãe real, ele chora pela perda da figura de carinho que ele tinha). Essa forma intimidadora e castradora da mãe faz com que ele se torne um adulto recluso e assustado, com medo de que tudo de ruim possa acontecer e pensando nas piores possibilidades possíveis mesmo nas tarefas mais simples. Tudo isso induzido pela mãe que tenta o convencer que ele não é hábil e capaz e que precisa dela pra tudo. Ainda assim, parece ser mais agradável viver esse inferno de eventos imprevisíveis a estar sob o mesmo teto da mãe. Por mais que pareça uma sucessão de eventos sem pé nem cabeça, muitas das situações que "aconteceram" no filme nos passam à cabeça: "tem um serial killer a solta, e se eu for a próxima vítima?", "E se alguém souber o que eu falo na terapia?". Além do filme por si só ser um eterno nunca chegar onde se deseja ele procurando a família na peça de teatro, ele tentando cumprir uma obrigação burocrática onde todos precisavam dele e sendo impedido, ele tentando finalmente se tornar um adulto sexualmente ativo e sendo impedido pela mãe... tudo parece afastá-lo de um final feliz e o filme parece ser propositalmente com esse intuito: transmitir a ansiedade e paranóia que os anos sob o domínio da mãe causaram.

    Fiquei pensando sobre todo mundo próximo dele sendo funcionário da mãe... Enquanto criança, desde o primeiro momento do filme já se nota como a mulher é desesperada por aquela criança e já carrega uma superproteção para com ele e como logo depois da adolescência tenta adentrar nesse local a que não pertence, que é o momento dele se reconhecer enquanto indivíduo e sua sexualidade. Ela parece ter naquele filho um substituto de um companheiro que ela jamais poderia ter pois não poderia controla-lo como gostaria e projetando nele a imagem deturpada desse companheiro. A concepção de mundo que ele tem enquanto criança e sob a tutela da mãe é de que ela é capaz de controlar tudo ao redor. Tudo que ele conhece e tem acesso é através, concedido ou não pela mãe. E isso se estende até a vida adulta onde não se é tão fácil distanciar dessa visão de mundo. Quando o meu mundo começa a ser independente e o controle da mulher que o fez para de ter vigor? Se ela já não pode mais controla-lo, porquê tanta culpa?
    No barco enquanto está no primeiro flerte, a menina é tudo que ele não é: ousada, autêntica e livre. Quando ela o intima a beija-lo ele é incapaz de reagir com rapidez porque está condicionado a esitar, a pensar se aquilo é o certo ou sobre o que a mãe pensaria.

    A questão do sexo assassino cai na mesma ideia, de que ele não poderia passar pelo despertar sexual que o distanciaria da mãe e o colocaria no vislumbre da própria vida. E mesmo enquanto adulto e com a suposta morte da mãe e liberdade definitiva (tal qual a vítima de um agressor quando o mesmo morre), ela ainda volta para assombra-lo. A ideia é de que ela nunca morrerá e o tormento nunca passará, e de que ele será impossibilitado de ter momentos de paz pelo resto de sua vida ( a parábola da peça tem muito disso, inclusive o "você sabe o que você fez"). Sempre subjugado e submisso à mãe, ainda assim será incapaz de agradá-la ou se levantar contra ela. Fará exatamente o que ela quer e ainda será repreendido e humilhado por isso, ou seja, não há trato bem forma de agradar ou conviver pacificamente com essa mulher. Dessa forma ele estará afundando pela culpa e pelo julgamento da sociedade que diz que mães são sempre cândidas e exemplos de amor e que jamais deve-se sujar a imagem dela, até que sucumba por completo.

    Vocês todos têm razão, o filme realmente é maluco e ele com certeza tem problemas familiares que precisam ser resolvidos. Mas pessoas traumatizadas também têm o direito de ter sua representatividade no cinema. Você pode não entender, mas se te fez sentir e te colocar num lugar desconfortável que nunca esteve, vai te ajudar a ter um ponto de vista que você nunca teve antes e creio ser esse um dos melhores motivos pra ver um filme. Conseguir ver a vida através dos olhos de outra pessoa. Boa jornada :)

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Daniel
    Daniel

    Obrigado, gata. ;)

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