Sempre curti o humor extravagante da "Família Addams" e quando soube da produção de uma série focada em Wandinha (Wednesday no original) comandada por Tim Burton meu hype foi para a estratosfera. Mas Wandinha conseguiu alcançar minhas expectativas? Bom... vamos lá.
Primeiramente, considero duas escolhas muito bem pensadas: Tim Burton e Jenna Ortega. O primeiro é um diretor que tem em sua filmografia um estilo único em trabalhar com um visual gótico e de cores mais escuras, aliado a uma alegoria fantasiosa macabra e ao mesmo tempo deliciosa de acompanhar; a segunda prova-se uma Wandinha eficiente com uma atuação primorosa. Todos os trejeitos, olhares e nuances que a personagem deveria possuir são absorvidos e demonstrados em tela por uma performance magnética de Jenna que brilha e rouba todas as cenas que se faz presente.
O roteiro da produção não tem nada de revolucionário, focando em um mistério da busca de "quem é o monstro assassino" da escola Nevermore. O elenco de apoio faz o serviço completo e não desaponta conseguindo trazer características únicas as suas personagens, mesmo que não possuam muito tempo de tela para desenvolvimento. Ressalto aqui as atuações de Emma Myers como Enid, a colega de quarto de Wandinha, e Gwendoline Christie como a Diretora da instituição, ambas auxiliando e servindo de contraponto para a personalidade fechada da principal.
E não poderia deixar de destacar os outros membros da família Addams que dão o tom brevemente em alguns episódios de como as próximas temporadas poderão prosseguir. É uma família cheia de personagens interessantes e que merecem tanto destaque quanto a própria Wandinha teve nessa temporada. O ponto negativo foca na questão de que, apesar da violência, a narrativa possui uma personalidade mais infantilizada, principalmente pelos efeitos no monstro principal que me deixaram um pouco incomodado pelo tom mais cartunesco.
De resto, fica minha recomendação para se deleitar com este universo que já tem confirmação de mais uma temporada a caminho.
essa primeira temporada é curta e ciente do pouco tempo para tratar seus personagens. O roteiro é corrido e deixa pouca margem para o que está acontecendo, deixando dramas familiares com a profundidade de um pires (ô gente chatinha) dar lugar a tensão da maior parte do tempo, algo que a série principal sabe tratar de forma muito melhor. De todo modo, dá para desfrutar desses poucos episódios e se divertir um pouco, tanto que darei uma chance para as outras temporadas.
O escopo narrativo de Smiley é muito bem construído utilizando de temas como aceitação, família e diferença de idade. A forma que a série trabalha cada um de seus personagens, numa dicotomia entre humor e drama, permite que nos afeiçoemos e torne suas dificuldades e problemas emocionais o mais verossímeis possível para o público, algo que falta em muitas séries ditas mais sérias e com maiores orçamentos. Os episódios são curtos e dá para maratonar tranquilamente. Uma grata surpresa no catálogo da Netflix.
Consegue ser uma história tensa e revoltante cujos desdobramentos mostram o esforço de enfermeiros e médicos para tentar salvar pacientes em um hospital prejudicado pela devastação do Furacão Katrina. A série consegue passar o tormento de um hospital sem aparelhos abandonado pelas autoridades que deveriam se importar com vidas humanas e pouco fazem diante disso. A interpretação de Vera Farmiga e a produção impecável conseguem levar o espectador a perder o fôlego e torcer pelos melhores resultados a cada episódio. Simplesmente maravilhosa!
Uma pena ter sido cancelada, pois poderia render algo maior em uma temporada posterior. Eu gosto do estilo de direção do Mike Flanagan, mas aqui ele parece ter perdido um pouco a mão já que essa foi sua investida mais fraca. Para quem gosta do gênero terror, a série reserva alguns sustos esporádicos, mas seu foco mesmo é no drama de alguns jovens em estado terminal que resolvem bolar uma espécie de "Clube do terror" mais cult na biblioteca. A história principal pode ser bem monótona, mas as histórias contadas pelos personagens valem uma conferida.
Série com episódios curtos de 10 minutos que tratam de recortes de momentos do filme Zootopia. São muito fofinhas e para quem é fã do filme irá se apaixonar. (Meu episódio favorito com toda a certeza foi o do encontro das preguiças).
Nada como uma galhofinha para curtir um almoço de domingo, não é? Isso resume bem as intenções de "Nada suspeitos", série brasileira da Netflix. É mais do que evidente que a série tenta puxar referências aos universos de detetives, com um aparente foco em Agatha Christie com um Hercule Poirot desengonçado. A figura de Jorginho Peixoto tem pouco tempo de tela, mas consegue passar um ar desagradável quanto suas ações perante os convidados, e sua morte desencadeia o mistério que move a trama durante o decorrer de sua temporada. O mistério em suma é o que move o interesse do espectador em destrinchar todos os episódios, conforma as pistas vão surgindo em forma de migalhas a serem catadas. No entanto, o ponto fraco, e que torna por vezes difícil acompanhar esse desenrolar, são as interações entre os personagens. A maioria soa desinteressante e somente para encher linguiça, com diálogos SOFRÍVEIS dignos de esquete do zorra, com exceção de Silvero Pereira que consegue trabalhar o cômico e o dramático de seu personagem sem soar totalmente caricato. De resto, parece que todos estão no piloto automático e seguindo as condições impostas pelo roteiro. Os episódios são curtos e dá para maratonar sem grandes problemas, basta não ser muito criterioso ou esperar uma trama bem elaborada ou trabalhada. Aqui é o espaço para a galhofa e de não se levar a sério.
The Boys sempre atraiu minha atenção desde seu primeiro episódio com a cena do Trem-bala esmigalhando a namorada de Hughie, já que o inesperado e a total liberdade para tratar o absurdo como normalidade na vida de supers desvairados e cegos pelo poder, poderia render os melhores arcos possíveis. E é gratificante saber que nesta 3ª temporada tudo é mantido sem deixar a peteca cair, deixando um espaço maior para vísceras e cenas sensuais contracenarem com a narrativa de Bruto e sua turma tentando dar um jeito na tirania de supers como o Capitão Pátria (Antony Starr sempre perfeito em todas as nuances do personagem). É claro que algumas novidades poderiam ser melhor aproveitadas nessa temporada (o Composto V ter aquele efeito colateral quase que servindo para escanteá-lo de vez foi péssimo), mas a série consegue trabalhar com o novo (a inserção do Soldier Boy à narrativa foi muito bem-vinda e Jensen Ackles caiu muito bem no personagem) e desenvolver fatos antigos, principalmente no que tange na parte humana da série, referindo-se aos problemas pessoais que envolvem cada um dos garotos e das garotas que fazem parte diretamente ou indiretamente do bando. Resta saber como depois dos problemas apresentados nessa temporada os produtores tratarão de encerrar esse ciclo, criando-se a ideia de “Nasce um monstro” em sua última cena, onde aparentemente, muito mais sacrifícios deverão ser feitos para resolvê-lo. Se manter o nível de sua proposta e investir em inovação, uma 4ª temporada será bem-vinda.
Nunca me identifiquei tanto com as preocupações de um personagem de uma série igual ao que tive com o Michael. Uma vida perfeita que de uma hora para outra, desmorona sem prévio aviso. O que fazer para seguir em frente? A realidade de um fim de relacionamento, principalmente um tão duradouro, machuca ao mesmo tempo em que frustra. Uma mescla entre tristeza e ódio que demoram a cicatrizar. A série trata dessa fase pós término apresentando a jornada de autoconhecimento de Michael, desnorteado por ser um gay de meia idade em Nova York cujo parceiro nem ao menos deu uma razão para terminar um relacionamento de 17 anos. As desventuras de se redescobrir solteiro nessa fase rendem situações hilárias (o grupo coadjuvante de amigos de Michael é maravilhoso) e, ao mesmo tempo, arcos dramáticos que causam reflexões profundas. Toda essa primeira temporada é um grande programa de reflexão sobre o próprio Michael e suas ações, assim como o ato de se redescobrir e valorizar os pequenos prazeres da vida. Existem problemas narrativos? Sim! Não se pode deixar de citar que alguns arcos secundários podem soar meio tapa buracos para prolongar os episódios, mas não tiram o brilho do desenvolvimento. No mais, é uma série leve e rápida que pode ser apreciada com um bom cafezinho durante uma tarde aconchegante.
Se eu tenho como resumir Deca-dence em uma palavra seria "inesperado". A história é curiosa e consegue surpreender em questão de uma mudança de capítulos (principalmente do episódio 1 para o 2), pegando o espectador de supetão por uma mudança brusca que para muitos pode ser um motivo para "dropar" o anime cedo demais. No entanto, para quem resolve continuar, encontrará dois protagonistas carismáticos que conseguem conduzir a trama por todas as nuances que ela deseja seguir (e acredite, são muitas voltas aqui). Por vezes, soa arrastada, principalmente na mudança de cenários e animação, mas possui ótimos momentos que misturam comédia e emoção na medida certa, indo num crescendo até o desenrolar final que soa satisfatório. Os elementos de ficção científica e de mundo distópico são um show a parte no visual, seja na parte realista, seja na parte cartunesca, fazendo dos mundos envolvidos, cada um vívido e com suas próprias característica bem definidas e delineadas, também possibilitando que as mudanças narrativas evoquem de forma eficiente as ações e emoções dos seus protagonistas representantes. Ele não é um anime que traz algo realmente novo, ou algo que revolucionará a indústria, mas é muito bem feito e divertido, proporcionando boas sensações a quem se atrever a desbravar seus 12 episódios. Uma grata surpresa escondida no catálogo da Crunchyroll.
A emissora apresenta uma linha temporal que discute a dinâmica de personagens LGBTQIA+ dentro de suas produções novelísticas no decorrer das décadas.
É interessante observar o retrato de como a cultura brasileira evoluiu na diversidade alegórica de papéis e situações que não deixaram de trazer o viés ideológico dos nossos ao seu panteão. Afinal, como uma emissora de televisão, dar uma de boa samaritana nunca permeou a Globo, pode-se ver em retratos como em Torre de Babel e América, onde a opinião conservadora de alguns foi mais forte do que o desejo do autor.
A sensação de mea-culpa que ronda cada registro é bem-vinda, principalmente pelo retrato da sociedade e como repercussões foram alteradas de reprovação para torcida (o beijo de Félix e Nico sendo tratado quase como uma final de futebol) ou o interesse pelo personagem Ivana/Ivan de A força do querer mostram que os tempos são outros, e os olhares também.
Afastando o lado caricatural e dando lugar ao lado humano, esse breve recorte reforça que os estereótipos preconizados anteriormente, agora encontram-se multifacetados recebendo pouco a pouco o respeito e a atenção merecida, mas ainda existe uma longa estrada a ser percorrida...
A tentativa da Prime Video de adentrar no mercado de séries de fantasia de grande porte é muito bem-vinda, mas carece de muitos ajustes para que tenha realmente o potencial pelo qual se vende.
Os efeitos não estão ruins e a ambientação imersiva, assim como os suntuosos cenários possibilitam que o espectador aprecie o balé visual, porém quando se remete à imponência de seus protagonistas, aparenta não ter a força para manter o ritmo imposto pelo 1º episódio.
As atuações não estão ruins, mas não parece existir alguém que se sobressaia e assuma o manto de chamar a atenção e trazer a empatia do espectador. Os personagens são arremessados de uma situação a outra, sem ter uma sensação real de urgência pesando sobre seus atos. E quando uma obra se reforça no visual e esquece da essência daqueles que a movem, o gosto final sempre acaba insosso.
A Roda do Tempo possui potencial para consertar isso em uma 2ª temporada, caso contrário tem grandes chances de não ter uma vida muito longa...
A história parece seguir um caminho mais bem definido do que os tortuosos pontos de vista entrelaçados da 1ª temporada. Entretanto, a série carece de uma urgência ou perigo maior, parecendo ser uma intersecção de informações e antagonistas cujos motes só serão desenvolvidos em empreitadas futuras.
Existem personagens como a princesa Cirilla que ganham maior destaque e outros tão imponentes antes como Yennefer assumem papéis secundários. No entanto, o grande trunfo da 2ª temporada é o amadurecimento do Geralt de Henry Cavill, ganhando camadas mais profundas que permitem que sua presença em cena não soe apagada ou tão robótica como algumas tomadas na 1ª parte.
Falando em Cirilla, a jovem atriz Freya Allan consegue segurar a importância que a personagem ganha e trazer todos os sentimentos e angústias que envolvem a personagem. Toda a história gira em torno dela, e a mudança de peso em relação à 1ª temporada poderia prejudicar severamente a atuação, porém isso não acontece e Freya apresenta uma atuação que vai de um olhar contido a uma explosão de frustração em poucos segundos, tornando-a tão intrigante e um dos pontos altos da produção.
Os efeitos e maquiagens antes motivos de muitas críticas receberam melhorias (apesar da lente de contato do Geralt ainda me causar certa arrelia) e tudo parece se encaminhar para uma grande guerra, a qual se bem trabalhada e souber utilizar os caminhos propostos ao fim dessa segunda temporada, pode trazer o grande final que uma história desse porte merece.
Não é uma novidade. Assim como outros animes que abordam a estética shounen, Jujutsu Kaisen usa esses elementos e os recicla de forma satisfatória. Aqui temos as velhas batalhas entre mocinhos contra vilões; um grande vilão que deseja tocar o caos junto com sua equipe; uma organização que serve como defesa da humanidade perante esses males etc. O diferencial é justamente utilizar do mesmo plano que outro anime recente “Kimetsu no Yaiba (ou Demon Slayer para os íntimos) em pegar essas características batidas e saber trabalhá-las em seu conceito, munido de uma animação e estéticas admiráveis. As lutas são bem animadas e coreografadas e dão um show à parte, deixando em cada episódio a sensação de querer ver mais de uma vez para acompanhar cada traço que possa ter sido perdido antes. É simplesmente hipnotizante a forma com que cada personagem é trabalhado a ponto de torcer por seu sucesso e lamentar seus fracassos. Jujutsu Kaisen comprova que usufruir de velhas táticas do gênero, se bem trabalhado, pode gerar um resultado muito satisfatório e prazeroso de acompanhar. Mal posso esperar pelos próximos arcos a serem adaptados.
Fica difícil compreender o misto de sentimentos ao final do último episódio dessa primeira temporada. Enquanto existe um poço de ideias interessantes a serem trabalhadas, a execução não deslancha da mesma forma. O trio de protagonistas detém todo o carisma e carregam a série nas costas, mas isso não é o bastante para esconder um roteiro preguiçoso e um elenco de coadjuvantes fracos e desinteressantes (assim como um vilão sofrível...) Veja bem... Nos primeiros episódios conseguimos estabelecer uma relação de proximidade com o trio enquanto saem desenfreadas pela estrada buscando uma solução para o grande problema em que se meteram, mas as voltas que a história dá, junto do uso de artifícios românticos entre perseguidor e presa, parecem rodar infinitamente até retornar ao mesmo ponto.
E é essa aparente “preguiça narrativa” que prejudica a história. Pois chega um momento que a série parece um carro atolado na lama: roda, roda sem sair do lugar. E não é à toa que o final volte para concluir os assuntos ao ponto inicial do conflito (e acaba por na verdade não concluir nada), gerando uma frustração e a vontade de que tudo termine logo e vá para os finalmentes, o que nunca ocorre.
Por isso, terminei decepcionado já que esperava muuuuuito mais do que a narrativa me proporcionou. Chegando a um resultado que preteriu ser uma rotatória de situações, em vez de um road movie eletrizante e dinâmico.
A fórmula de Rupaul’s Drag race parece se desgastar após tantos anos de exibição, e essa temporada mostra a hora em que o carisma ou a condução errônea do programa acabam deixando uma sensação de show “mau executado”. As participantes soam desinteressantes e os desafios não empolgam. Existe uma narrativa construída de passarinho ferido e perseguido no ateliê que dá um gás para acompanhar o show, mas decisões equivocadas como retornos sem explicação acabam por deixar um gosto amargo em quem assiste. A meu ver, Rupaul deveria começar a rever certos aspectos em seus shows variantes da edição principal, principalmente no quesito apresentação, porque nesta temporada até os jurados pareciam dormir no ponto e ter pouco interesse para o desenrolar assim como ocorreu no Drag Race Holanda. Então que esta temporada e sua má repercussão sirvam de lição para que o programa dê a devida atenção as suas variantes, e não as deixe no mesmo estado que a peruca de Elektra Shock
Evocando um ar característico de obras de mistério, com certa similaridade com os escritos de Harlan coben, essa minissérie acaba por tropeçar onde deveria ser o seu maior trunfo: o mistério. As atitudes de todos os personagens são no mínimo questionáveis, seja por parte dos investigadores, seja por parte dos coadjuvantes. Não existe profundidade ou um desenvolvimento que realmente vale pregar o olho em seus curtos episódios. O mistério soa insosso e possui uma fácil resolução, o que não seria um problema se sua condução fosse ao menos bem feita, o que não é o caso já que a direção parece não saber o foco do que deseja mostrar ou como mostrar. O saldo final é uma história sem profundidade com um resultado morno de uma cidade sem alma cheia de personagens esquecíveis.
Possui um começo interessante, mas vai perdendo o fôlego rápido. Existiam várias formas de trabalhar o plot inicial que pudessem gerar suspense, ou poderiam acarretar em dramas eficazes, mas tudo parece arremessado sem a ideia de fluxo ou coerência. Não existe profundidade e todos os personagens soam desperdiçados em uma trama que possui começo, não sabe para onde rumar durante seu meio e força a chegada de um fim inexpressivo e nem um pouco emocionante...
Mantém o nível das temporadas anteriores e dá certa profundidade a personagens que eram deixados em segundo plano (olá Matthew). Continua fluindo muito bem no tom irônico e instrutivo envolvendo a adolescência e o tabu do tema, gerando ao mesmo tempo reflexões e risadas de situações que vão ficando cada vez mais insólitas
Uma grata surpresa para mim que não havia me interessado por essa série. Ela consegue através do mundo da ficção científica trazer inúmeros questionamentos existenciais em todos os seus episódios. Acompanhamos a vida daqueles personagens sob um olhar íntimo adornado por um ritmo devagar que foca nos detalhes. É interessante a troca de foco em cada episódio para trazer visões diferenciadas da vida, adornadas pelo uso de uma tecnologia futurística. Tudo serve como segundo plano para revelar nossos anseios, medos, desejos e angústias, em uma temporada cheia de sentimento e feita com carinho por cada um dos diretores.
É uma série consistente e robusta na sua condução. Apesar de ter um desenvolvimento lento, a força dos diálogos no julgamento e em cada pormenor apresentado para tratar o espectador como investigador são o grande trunfo da história. As atuações estão todas muito bem conduzidas sem exageros (principalmente do próprio Jacob que transmite frieza e pena ao mesmo tempo, deixando um apelo enigmático nesse personagem que permite a dualidade perante nossos olhos quanto à conclusão narrativa). Claro que o maior problema reside justamente no seu último episódio. O fechamento do ciclo poderia ter sido melhor trabalhado (opinião de alguém que não leu o livro) já que
fomos conduzidos no decorrer dos episódios para um final em si que seria fechado ou ao menos induzido dentro da sua proposta, o que ficou a desejar, apesar de que pistas são arremessadas para deixar que conclusões sejam tiradas.
No final, percebe-se que a intenção aparentemente não fosse sobre quem matou? Por que matou? E sim na degradação psicológica dos pais perante um momento que em tese eles não tem controle, em que o coletivo familiar parece assumir um lugar maior do que a justiça em si.
Consegue manter o ritmo da primeira temporada mesmo sem alçar voos mais altos. Conforme acompanhamos a evolução dos poderes de Sabrina é interessante perceber o desdobramento das camadas de sua personagem e aqueles à sua volta, não apostando apenas no seguro e sim tentando exibir uma narrativa mais robusta, mesmo que por vezes algumas ideias fiquem em segundo plano:
O arco dos anjos e a própria figura do senhor das trevas parecem não ter a abordagem que precisavam. Os anjos conseguiram transmitir mais a sensação de perigo que o antagonista principal da temporada.
O principal problema desse anime é a aparente falta de foco em TUDO. O enredo é fino como um pires: temos as olimpíadas que são o cerne principal, a função de salvar o centro de mergulho, os dramas pessoais dos personagens principais... porém nada recebe a devida atenção ou profundidade merecida.
Existem personagens secundárias que deveriam ter alguma força na trama para explicitar uma possível rivalidade, mas são extremamente descartáveis. Os mergulhos que os protagonistas tanto almejam desde o segundo episódio quando enfim são realizados é com tamanha rapidez e sem emoção que simplesmente frustram em vez de empolgar.
E o desenrolar das competições é tão rápido (geralmente ocupam metade de um episódio) que você nem dá importância para se tal personagem conseguirá ou não ocupar um alto lugar no rank.
No final, Dive! peca muito na falta de coragem em tentar algo mais profundo (já que quase não dá ênfase ao esporte) em questão ao psicológico e vida de seus protagonistas, sendo assim um anime decepcionante em seu saldo final.
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Wandinha (1ª Temporada)
4.0 683 Assista AgoraSempre curti o humor extravagante da "Família Addams" e quando soube da produção de uma série focada em Wandinha (Wednesday no original) comandada por Tim Burton meu hype foi para a estratosfera. Mas Wandinha conseguiu alcançar minhas expectativas? Bom... vamos lá.
Primeiramente, considero duas escolhas muito bem pensadas: Tim Burton e Jenna Ortega. O primeiro é um diretor que tem em sua filmografia um estilo único em trabalhar com um visual gótico e de cores mais escuras, aliado a uma alegoria fantasiosa macabra e ao mesmo tempo deliciosa de acompanhar; a segunda prova-se uma Wandinha eficiente com uma atuação primorosa. Todos os trejeitos, olhares e nuances que a personagem deveria possuir são absorvidos e demonstrados em tela por uma performance magnética de Jenna que brilha e rouba todas as cenas que se faz presente.
O roteiro da produção não tem nada de revolucionário, focando em um mistério da busca de "quem é o monstro assassino" da escola Nevermore. O elenco de apoio faz o serviço completo e não desaponta conseguindo trazer características únicas as suas personagens, mesmo que não possuam muito tempo de tela para desenvolvimento. Ressalto aqui as atuações de Emma Myers como Enid, a colega de quarto de Wandinha, e Gwendoline Christie como a Diretora da instituição, ambas auxiliando e servindo de contraponto para a personalidade fechada da principal.
E não poderia deixar de destacar os outros membros da família Addams que dão o tom brevemente em alguns episódios de como as próximas temporadas poderão prosseguir. É uma família cheia de personagens interessantes e que merecem tanto destaque quanto a própria Wandinha teve nessa temporada.
O ponto negativo foca na questão de que, apesar da violência, a narrativa possui uma personalidade mais infantilizada, principalmente pelos efeitos no monstro principal que me deixaram um pouco incomodado pelo tom mais cartunesco.
De resto, fica minha recomendação para se deleitar com este universo que já tem confirmação de mais uma temporada a caminho.
Fear the Walking Dead (1ª Temporada)
3.5 558 Assista Agoraessa primeira temporada é curta e ciente do pouco tempo para tratar seus personagens. O roteiro é corrido e deixa pouca margem para o que está acontecendo, deixando dramas familiares com a profundidade de um pires (ô gente chatinha) dar lugar a tensão da maior parte do tempo, algo que a série principal sabe tratar de forma muito melhor. De todo modo, dá para desfrutar desses poucos episódios e se divertir um pouco, tanto que darei uma chance para as outras temporadas.
Smiley (1ª Temporada)
4.0 108 Assista AgoraO escopo narrativo de Smiley é muito bem construído utilizando de temas como aceitação, família e diferença de idade. A forma que a série trabalha cada um de seus personagens, numa dicotomia entre humor e drama, permite que nos afeiçoemos e torne suas dificuldades e problemas emocionais o mais verossímeis possível para o público, algo que falta em muitas séries ditas mais sérias e com maiores orçamentos. Os episódios são curtos e dá para maratonar tranquilamente. Uma grata surpresa no catálogo da Netflix.
Cinco Dias no Hospital Memorial
4.0 26 Assista AgoraConsegue ser uma história tensa e revoltante cujos desdobramentos mostram o esforço de enfermeiros e médicos para tentar salvar pacientes em um hospital prejudicado pela devastação do Furacão Katrina. A série consegue passar o tormento de um hospital sem aparelhos abandonado pelas autoridades que deveriam se importar com vidas humanas e pouco fazem diante disso. A interpretação de Vera Farmiga e a produção impecável conseguem levar o espectador a perder o fôlego e torcer pelos melhores resultados a cada episódio. Simplesmente maravilhosa!
O Clube da Meia-Noite (1ª Temporada)
3.0 142 Assista AgoraUma pena ter sido cancelada, pois poderia render algo maior em uma temporada posterior. Eu gosto do estilo de direção do Mike Flanagan, mas aqui ele parece ter perdido um pouco a mão já que essa foi sua investida mais fraca. Para quem gosta do gênero terror, a série reserva alguns sustos esporádicos, mas seu foco mesmo é no drama de alguns jovens em estado terminal que resolvem bolar uma espécie de "Clube do terror" mais cult na biblioteca. A história principal pode ser bem monótona, mas as histórias contadas pelos personagens valem uma conferida.
Zootopia+ (1ª Temporada)
3.5 19 Assista AgoraSérie com episódios curtos de 10 minutos que tratam de recortes de momentos do filme Zootopia. São muito fofinhas e para quem é fã do filme irá se apaixonar. (Meu episódio favorito com toda a certeza foi o do encontro das preguiças).
Nada Suspeitos (1ª Temporada)
2.7 16 Assista AgoraNada como uma galhofinha para curtir um almoço de domingo, não é?
Isso resume bem as intenções de "Nada suspeitos", série brasileira da Netflix.
É mais do que evidente que a série tenta puxar referências aos universos de detetives, com um aparente foco em Agatha Christie com um Hercule Poirot desengonçado. A figura de Jorginho Peixoto tem pouco tempo de tela, mas consegue passar um ar desagradável quanto suas ações perante os convidados, e sua morte desencadeia o mistério que move a trama durante o decorrer de sua temporada.
O mistério em suma é o que move o interesse do espectador em destrinchar todos os episódios, conforma as pistas vão surgindo em forma de migalhas a serem catadas.
No entanto, o ponto fraco, e que torna por vezes difícil acompanhar esse desenrolar, são as interações entre os personagens. A maioria soa desinteressante e somente para encher linguiça, com diálogos SOFRÍVEIS dignos de esquete do zorra, com exceção de Silvero Pereira que consegue trabalhar o cômico e o dramático de seu personagem sem soar totalmente caricato. De resto, parece que todos estão no piloto automático e seguindo as condições impostas pelo roteiro.
Os episódios são curtos e dá para maratonar sem grandes problemas, basta não ser muito criterioso ou esperar uma trama bem elaborada ou trabalhada. Aqui é o espaço para a galhofa e de não se levar a sério.
The Boys (3ª Temporada)
4.2 560 Assista AgoraThe Boys sempre atraiu minha atenção desde seu primeiro episódio com a cena do Trem-bala esmigalhando a namorada de Hughie, já que o inesperado e a total liberdade para tratar o absurdo como normalidade na vida de supers desvairados e cegos pelo poder, poderia render os melhores arcos possíveis. E é gratificante saber que nesta 3ª temporada tudo é mantido sem deixar a peteca cair, deixando um espaço maior para vísceras e cenas sensuais contracenarem com a narrativa de Bruto e sua turma tentando dar um jeito na tirania de supers como o Capitão Pátria (Antony Starr sempre perfeito em todas as nuances do personagem).
É claro que algumas novidades poderiam ser melhor aproveitadas nessa temporada (o Composto V ter aquele efeito colateral quase que servindo para escanteá-lo de vez foi péssimo), mas a série consegue trabalhar com o novo (a inserção do Soldier Boy à narrativa foi muito bem-vinda e Jensen Ackles caiu muito bem no personagem) e desenvolver fatos antigos, principalmente no que tange na parte humana da série, referindo-se aos problemas pessoais que envolvem cada um dos garotos e das garotas que fazem parte diretamente ou indiretamente do bando.
Resta saber como depois dos problemas apresentados nessa temporada os produtores tratarão de encerrar esse ciclo, criando-se a ideia de “Nasce um monstro” em sua última cena, onde aparentemente, muito mais sacrifícios deverão ser feitos para resolvê-lo. Se manter o nível de sua proposta e investir em inovação, uma 4ª temporada será bem-vinda.
Uncoupled (1ª Temporada)
3.8 106Nunca me identifiquei tanto com as preocupações de um personagem de uma série igual ao que tive com o Michael. Uma vida perfeita que de uma hora para outra, desmorona sem prévio aviso. O que fazer para seguir em frente?
A realidade de um fim de relacionamento, principalmente um tão duradouro, machuca ao mesmo tempo em que frustra. Uma mescla entre tristeza e ódio que demoram a cicatrizar.
A série trata dessa fase pós término apresentando a jornada de autoconhecimento de Michael, desnorteado por ser um gay de meia idade em Nova York cujo parceiro nem ao menos deu uma razão para terminar um relacionamento de 17 anos. As desventuras de se redescobrir solteiro nessa fase rendem situações hilárias (o grupo coadjuvante de amigos de Michael é maravilhoso) e, ao mesmo tempo, arcos dramáticos que causam reflexões profundas.
Toda essa primeira temporada é um grande programa de reflexão sobre o próprio Michael e suas ações, assim como o ato de se redescobrir e valorizar os pequenos prazeres da vida.
Existem problemas narrativos? Sim! Não se pode deixar de citar que alguns arcos secundários podem soar meio tapa buracos para prolongar os episódios, mas não tiram o brilho do desenvolvimento.
No mais, é uma série leve e rápida que pode ser apreciada com um bom cafezinho durante uma tarde aconchegante.
Deca-Dence (1ª Temporada)
3.4 10Se eu tenho como resumir Deca-dence em uma palavra seria "inesperado". A história é curiosa e consegue surpreender em questão de uma mudança de capítulos (principalmente do episódio 1 para o 2), pegando o espectador de supetão por uma mudança brusca que para muitos pode ser um motivo para "dropar" o anime cedo demais.
No entanto, para quem resolve continuar, encontrará dois protagonistas carismáticos que conseguem conduzir a trama por todas as nuances que ela deseja seguir (e acredite, são muitas voltas aqui). Por vezes, soa arrastada, principalmente na mudança de cenários e animação, mas possui ótimos momentos que misturam comédia e emoção na medida certa, indo num crescendo até o desenrolar final que soa satisfatório.
Os elementos de ficção científica e de mundo distópico são um show a parte no visual, seja na parte realista, seja na parte cartunesca, fazendo dos mundos envolvidos, cada um vívido e com suas próprias característica bem definidas e delineadas, também possibilitando que as mudanças narrativas evoquem de forma eficiente as ações e emoções dos seus protagonistas representantes.
Ele não é um anime que traz algo realmente novo, ou algo que revolucionará a indústria, mas é muito bem feito e divertido, proporcionando boas sensações a quem se atrever a desbravar seus 12 episódios. Uma grata surpresa escondida no catálogo da Crunchyroll.
Orgulho Além da Tela
4.3 8 Assista AgoraA emissora apresenta uma linha temporal que discute a dinâmica de personagens LGBTQIA+ dentro de suas produções novelísticas no decorrer das décadas.
É interessante observar o retrato de como a cultura brasileira evoluiu na diversidade alegórica de papéis e situações que não deixaram de trazer o viés ideológico dos nossos ao seu panteão. Afinal, como uma emissora de televisão, dar uma de boa samaritana nunca permeou a Globo, pode-se ver em retratos como em Torre de Babel e América, onde a opinião conservadora de alguns foi mais forte do que o desejo do autor.
A sensação de mea-culpa que ronda cada registro é bem-vinda, principalmente pelo retrato da sociedade e como repercussões foram alteradas de reprovação para torcida (o beijo de Félix e Nico sendo tratado quase como uma final de futebol) ou o interesse pelo personagem Ivana/Ivan de A força do querer mostram que os tempos são outros, e os olhares também.
Afastando o lado caricatural e dando lugar ao lado humano, esse breve recorte reforça que os estereótipos preconizados anteriormente, agora encontram-se multifacetados recebendo pouco a pouco o respeito e a atenção merecida, mas ainda existe uma longa estrada a ser percorrida...
A Roda do Tempo (1ª Temporada)
3.5 236 Assista AgoraA tentativa da Prime Video de adentrar no mercado de séries de fantasia de grande porte é muito bem-vinda, mas carece de muitos ajustes para que tenha realmente o potencial pelo qual se vende.
Os efeitos não estão ruins e a ambientação imersiva, assim como os suntuosos cenários possibilitam que o espectador aprecie o balé visual, porém quando se remete à imponência de seus protagonistas, aparenta não ter a força para manter o ritmo imposto pelo 1º episódio.
As atuações não estão ruins, mas não parece existir alguém que se sobressaia e assuma o manto de chamar a atenção e trazer a empatia do espectador. Os personagens são arremessados de uma situação a outra, sem ter uma sensação real de urgência pesando sobre seus atos. E quando uma obra se reforça no visual e esquece da essência daqueles que a movem, o gosto final sempre acaba insosso.
A Roda do Tempo possui potencial para consertar isso em uma 2ª temporada, caso contrário tem grandes chances de não ter uma vida muito longa...
The Witcher (2ª Temporada)
3.8 272A história parece seguir um caminho mais bem definido do que os tortuosos pontos de vista entrelaçados da 1ª temporada. Entretanto, a série carece de uma urgência ou perigo maior, parecendo ser uma intersecção de informações e antagonistas cujos motes só serão desenvolvidos em empreitadas futuras.
Existem personagens como a princesa Cirilla que ganham maior destaque e outros tão imponentes antes como Yennefer assumem papéis secundários. No entanto, o grande trunfo da 2ª temporada é o amadurecimento do Geralt de Henry Cavill, ganhando camadas mais profundas que permitem que sua presença em cena não soe apagada ou tão robótica como algumas tomadas na 1ª parte.
Falando em Cirilla, a jovem atriz Freya Allan consegue segurar a importância que a personagem ganha e trazer todos os sentimentos e angústias que envolvem a personagem. Toda a história gira em torno dela, e a mudança de peso em relação à 1ª temporada poderia prejudicar severamente a atuação, porém isso não acontece e Freya apresenta uma atuação que vai de um olhar contido a uma explosão de frustração em poucos segundos, tornando-a tão intrigante e um dos pontos altos da produção.
Os efeitos e maquiagens antes motivos de muitas críticas receberam melhorias (apesar da lente de contato do Geralt ainda me causar certa arrelia) e tudo parece se encaminhar para uma grande guerra, a qual se bem trabalhada e souber utilizar os caminhos propostos ao fim dessa segunda temporada, pode trazer o grande final que uma história desse porte merece.
Crítica postada no insta: @otrono.oficial
Jujutsu Kaisen (1ª Temporada)
4.4 153 Assista AgoraNão é uma novidade. Assim como outros animes que abordam a estética shounen, Jujutsu Kaisen usa esses elementos e os recicla de forma satisfatória.
Aqui temos as velhas batalhas entre mocinhos contra vilões; um grande vilão que deseja tocar o caos junto com sua equipe; uma organização que serve como defesa da humanidade perante esses males etc.
O diferencial é justamente utilizar do mesmo plano que outro anime recente “Kimetsu no Yaiba (ou Demon Slayer para os íntimos) em pegar essas características batidas e saber trabalhá-las em seu conceito, munido de uma animação e estéticas admiráveis.
As lutas são bem animadas e coreografadas e dão um show à parte, deixando em cada episódio a sensação de querer ver mais de uma vez para acompanhar cada traço que possa ter sido perdido antes. É simplesmente hipnotizante a forma com que cada personagem é trabalhado a ponto de torcer por seu sucesso e lamentar seus fracassos.
Jujutsu Kaisen comprova que usufruir de velhas táticas do gênero, se bem trabalhado, pode gerar um resultado muito satisfatório e prazeroso de acompanhar. Mal posso esperar pelos próximos arcos a serem adaptados.
Sky Rojo (1ª Temporada)
3.5 65 Assista AgoraFica difícil compreender o misto de sentimentos ao final do último episódio dessa primeira temporada. Enquanto existe um poço de ideias interessantes a serem trabalhadas, a execução não deslancha da mesma forma.
O trio de protagonistas detém todo o carisma e carregam a série nas costas, mas isso não é o bastante para esconder um roteiro preguiçoso e um elenco de coadjuvantes fracos e desinteressantes (assim como um vilão sofrível...)
Veja bem... Nos primeiros episódios conseguimos estabelecer uma relação de proximidade com o trio enquanto saem desenfreadas pela estrada buscando uma solução para o grande problema em que se meteram, mas as voltas que a história dá, junto do uso de artifícios românticos entre perseguidor e presa, parecem rodar infinitamente até retornar ao mesmo ponto.
E é essa aparente “preguiça narrativa” que prejudica a história. Pois chega um momento que a série parece um carro atolado na lama: roda, roda sem sair do lugar. E não é à toa que o final volte para concluir os assuntos ao ponto inicial do conflito (e acaba por na verdade não concluir nada), gerando uma frustração e a vontade de que tudo termine logo e vá para os finalmentes, o que nunca ocorre.
Por isso, terminei decepcionado já que esperava muuuuuito mais do que a narrativa me proporcionou. Chegando a um resultado que preteriu ser uma rotatória de situações, em vez de um road movie eletrizante e dinâmico.
RuPaul's Drag Race Down Under (1ª Temporada)
2.6 42A fórmula de Rupaul’s Drag race parece se desgastar após tantos anos de exibição, e essa temporada mostra a hora em que o carisma ou a condução errônea do programa acabam deixando uma sensação de show “mau executado”.
As participantes soam desinteressantes e os desafios não empolgam. Existe uma narrativa construída de passarinho ferido e perseguido no ateliê que dá um gás para acompanhar o show, mas decisões equivocadas como retornos sem explicação acabam por deixar um gosto amargo em quem assiste.
A meu ver, Rupaul deveria começar a rever certos aspectos em seus shows variantes da edição principal, principalmente no quesito apresentação, porque nesta temporada até os jurados pareciam dormir no ponto e ter pouco interesse para o desenrolar assim como ocorreu no Drag Race Holanda.
Então que esta temporada e sua má repercussão sirvam de lição para que o programa dê a devida atenção as suas variantes, e não as deixe no mesmo estado que a peruca de Elektra Shock
(apesar de ser por quem eu dei minha torcida).
Os Segredos de Manscheid (1ª Temporada)
3.2 45 Assista AgoraEvocando um ar característico de obras de mistério, com certa similaridade com os escritos de Harlan coben, essa minissérie acaba por tropeçar onde deveria ser o seu maior trunfo: o mistério.
As atitudes de todos os personagens são no mínimo questionáveis, seja por parte dos investigadores, seja por parte dos coadjuvantes. Não existe profundidade ou um desenvolvimento que realmente vale pregar o olho em seus curtos episódios.
O mistério soa insosso e possui uma fácil resolução, o que não seria um problema se sua condução fosse ao menos bem feita, o que não é o caso já que a direção parece não saber o foco do que deseja mostrar ou como mostrar.
O saldo final é uma história sem profundidade com um resultado morno de uma cidade sem alma cheia de personagens esquecíveis.
A Última Onda
2.2 6Possui um começo interessante, mas vai perdendo o fôlego rápido. Existiam várias formas de trabalhar o plot inicial que pudessem gerar suspense, ou poderiam acarretar em dramas eficazes, mas tudo parece arremessado sem a ideia de fluxo ou coerência. Não existe profundidade e todos os personagens soam desperdiçados em uma trama que possui começo, não sabe para onde rumar durante seu meio e força a chegada de um fim inexpressivo e nem um pouco emocionante...
Big Mouth (3ª Temporada)
4.0 68Mantém o nível das temporadas anteriores e dá certa profundidade a personagens que eram deixados em segundo plano (olá Matthew). Continua fluindo muito bem no tom irônico e instrutivo envolvendo a adolescência e o tabu do tema, gerando ao mesmo tempo reflexões e risadas de situações que vão ficando cada vez mais insólitas
(O que diabos foi aquele episódio na Flórida kkk)
Contos do Loop (1ª Temporada)
4.3 218 Assista AgoraUma grata surpresa para mim que não havia me interessado por essa série. Ela consegue através do mundo da ficção científica trazer inúmeros questionamentos existenciais em todos os seus episódios. Acompanhamos a vida daqueles personagens sob um olhar íntimo adornado por um ritmo devagar que foca nos detalhes.
É interessante a troca de foco em cada episódio para trazer visões diferenciadas da vida, adornadas pelo uso de uma tecnologia futurística. Tudo serve como segundo plano para revelar nossos anseios, medos, desejos e angústias, em uma temporada cheia de sentimento e feita com carinho por cada um dos diretores.
Em Defesa de Jacob
4.0 229 Assista AgoraÉ uma série consistente e robusta na sua condução. Apesar de ter um desenvolvimento lento, a força dos diálogos no julgamento e em cada pormenor apresentado para tratar o espectador como investigador são o grande trunfo da história. As atuações estão todas muito bem conduzidas sem exageros (principalmente do próprio Jacob que transmite frieza e pena ao mesmo tempo, deixando um apelo enigmático nesse personagem que permite a dualidade perante nossos olhos quanto à conclusão narrativa).
Claro que o maior problema reside justamente no seu último episódio. O fechamento do ciclo poderia ter sido melhor trabalhado (opinião de alguém que não leu o livro) já que
fomos conduzidos no decorrer dos episódios para um final em si que seria fechado ou ao menos induzido dentro da sua proposta, o que ficou a desejar, apesar de que pistas são arremessadas para deixar que conclusões sejam tiradas.
No final, percebe-se que a intenção aparentemente não fosse sobre quem matou? Por que matou? E sim na degradação psicológica dos pais perante um momento que em tese eles não tem controle, em que o coletivo familiar parece assumir um lugar maior do que a justiça em si.
O Mundo Sombrio de Sabrina (Parte 2)
4.0 331Consegue manter o ritmo da primeira temporada mesmo sem alçar voos mais altos. Conforme acompanhamos a evolução dos poderes de Sabrina é interessante perceber o desdobramento das camadas de sua personagem e aqueles à sua volta, não apostando apenas no seguro e sim tentando exibir uma narrativa mais robusta, mesmo que por vezes algumas ideias fiquem em segundo plano:
O arco dos anjos e a própria figura do senhor das trevas parecem não ter a abordagem que precisavam. Os anjos conseguiram transmitir mais a sensação de perigo que o antagonista principal da temporada.
DIVE!!
2.8 3O principal problema desse anime é a aparente falta de foco em TUDO. O enredo é fino como um pires: temos as olimpíadas que são o cerne principal, a função de salvar o centro de mergulho, os dramas pessoais dos personagens principais... porém nada recebe a devida atenção ou profundidade merecida.
Existem personagens secundárias que deveriam ter alguma força na trama para explicitar uma possível rivalidade, mas são extremamente descartáveis. Os mergulhos que os protagonistas tanto almejam desde o segundo episódio quando enfim são realizados é com tamanha rapidez e sem emoção que simplesmente frustram em vez de empolgar.
E o desenrolar das competições é tão rápido (geralmente ocupam metade de um episódio) que você nem dá importância para se tal personagem conseguirá ou não ocupar um alto lugar no rank.
No final, Dive! peca muito na falta de coragem em tentar algo mais profundo (já que quase não dá ênfase ao esporte) em questão ao psicológico e vida de seus protagonistas, sendo assim um anime decepcionante em seu saldo final.