Auricélio Soares

Isso sim que merece ser intitulado de Cinema Cult

Muito bom esse documentário do Nightwish. Aliás, só considero "Nightwish" até 2005, a época da Tarja, deusa eterna do Gothic Symphonic Metal. O documentário foca numa fase da banda que caminhava do underground para o estrelado mundial. A melhor parte, para os fãs e quem não conhece a banda, é aquela que Tuomas revela em um clima totalmente melancólico como surgiu a ideia e a inspiração da banda em compor as letras (ou melhores hinos)

Lançado mundialmente em 27 de abril de 2012, nos Estados Unidos, o filme “O Corvo” (The Raven), é uma das poucas produções hollywoodianas com orçamento digno (cerca de 26 U$ milhões) para uma adaptação cinematográfica do mestre do conto gótico americano Edgar Allan Poe, protagonizado pelo ator John Cusack (“Conta Comigo”,”Os Imorais”, “Con Air”, Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal”, “O Júri”, “Os Queridinhos da América” e “Quero ser John Malkovich”). Na trama, um assassino serial na sombria Baltimore do século XIX é inspirado pelos contos sombrios de Edgar A. Poe para cometer seus mais cruéis crimes. Percebe-se nos primeiros momentos do filme um intertexto direto dos contos mais famosos do Poe na vida real, começando pelo clássico “Os Assassinatos da Rua Morgue”, seguindo para outro crime baseado em “O Coração Denunciador”. Edgar A. Poe (Cusack) é apaixonado por Emily, filha do poderoso capitão Hamilton, que despreza a figura de Poe. Durante um baile de máscaras, oferecida pelo capitão Hamilton em sua mansão, o assassino se baseia no conto “A Máscara da Morte Rubra”, captura Emily durante a festa e a faz sua refém. É a vez que ele começa a mandar recados para Poe e para a Polícia de Baltimore, dando pistas para eles procurá-la, envolvendo-os em um jogo onde a vida da bela amada do poeta americano está em jogo. No decorrer do filme, o assassino comete outros crimes baseados em outros escritos de Poe como “A descida ao Maelstron”, “O Mistério de Marie Roget”, “O Caso do Sr. Valdemar” e “O Barril de Amontilado” – que são a chave para desvendar o mistério para chegar até ele, o próprio assassino, e salvar Emily de suas garras. Através dos crimes e das pistas que o assassino dá sobre o seu paradeiro, Poe se vê numa busca incessante para salvar Emily e ainda como próprio personagem dos contos que ele havia criado. Finalmente, intertextualizando mais uma vez o conto “O Coração Denunciador”, Poe consegue resgatar Emily em um túnel subterrâneo e eles não acabam felizes para sempre.
Fatos Históricos – O filme mostra a relação da imprensa americana na época, na primeira metade do século XIX e a “pressão” para que histórias fantásticas, de detetive e de horror como as de Poe, fossem publicadas – uma vez que o público em massa exigira e consumira cada vez mais esse tipo de literatura naquela época.
Positivo – 1) o filme mostra-se fiel à biografia de Edgar Allan Poe e sua carreira como escritor, poeta e critico literário – abordando principalmente o lado mundano, sombrio e arrogante da personalidade do poeta. 2) Outro ponto positivo e um dos mais emocionantes no filme dá-se quando Poe declama para Emily o poema “Annabel Lee”, um dos seus mais belos poemas. 3) Faz um apanhado geral (porém de forma resumida) e fiel dos contos mais famosos de Poe, o que deixa satisfeito quem conhece a obra de Poe e curioso, para quem não a conhece. 4) Percebe-se claramente a encarnação do lado sombrio, melancólico, solitário e auto-destrutivo do personagem de Poe, interpretado por Cusack, que merece méritos por sua atuação. 5) O filme apresenta a maioria das cenas durante a noite e ainda representa a ambientação gótica, como túneis, cemitérios, palácios e bosques, típicos da estética poeana. 6) Talvez o momento mais “poético” do filme seja, nos momentos finais, onde Poe declama uma parte de “A Dream within a Dream”, outro de seus mais lindos e melancólicos poemas.
Negativo – 1) Uma única piada com um cunho “sexual” no começo do filme, em uma cena entre Poe e sua amada angelical Emily – o que é indispensável para qualquer produção blockbuster de Hollywood – porém totalmente dispensável se fossemos nos referir a obra de Poe, que não faz nenhuma referencia ao sexo em sua obra, pois Poe via em suas mulheres uma encarnação do belo e do amor transcendental, maior como a própria morte.