Um filme daqueles que não adianta você falar mal, pois você já sabia o que esperar e quis assistir assim mesmo. É aquele filme de ficção cientifica/ação genericão feito para aproveitar a pipoca mesmo.
Tem umas partes legais, poderiam ter explorado mais as instalações submarinas. E Kristen Stewart minha filha, faça um filme interpretando um personagem diferente, ao menos uma vez.
Emulando os antigos programas de ficção cientifica tão famosos décadas atrás, The Vast of the Night é uma ótima pedida para os fãs do tema que estiverem dispostos a tirar uma folga das grandes produções do gênero e claro, conseguirem suportar os tediosos primeiros 20 minutos.
Feito com baixíssimo orçamento, o filme concentra-se inteiramente nos diálogos para gerar apreensão nos espectadores em torno do clima de mistério proposto. Portanto, são postos de lado os efeitos especiais que normalmente acompanham este tipo de produção. A jovem Fay, interpretada por Sierra McCormick, muito bem na pele de uma adolescente, funciona como fio condutor da trama e é a responsável por manter a empatia dos espectadores.
A partir de um misterioso telefonema que irá guiar os próximos passos da trama, a direção faz um bom trabalho acompanhando o deslocamento dos personagens correndo pelas ruas desertas da cidade seja a pé, de bicicleta ou carro. A fotografia escura embora seja parte da proposta em determinados momentos comete alguns excessos, nada demasiado relevante.
Acompanhamos o anti-herói (um policial corrupto) em uma sucessão de eventos capazes de desgastar qualquer um, menos o espectador.
O filme é divertido, ágil e em que pese alguns momentos exagerados que poderiam ter sido descartados, mas que colaboram para clima criado pelo roteiro, tornam a experiência de assisti-lo bastante agradável e em alguns momentos surpreendente.
Lee Seon-gyoon é um ator carismático e consegue fazer com que o público torça por seu personagem. Algo fundamental quando um anti-herói não só assume o protagonismo de um filme, como domina quase 100% do tempo de tela.
A direção também acerta, não só nos planos bem feitos como nas sequencias de ação e cenas de luta corporal. Não atoa o diretor Kim Sung Hoon assumiu a frente da excelente série Kingdom, mais uma produção onde podemos constatar a habilidade do mesmo para a elaboração de cenas de ação.
Em resumo, Um Dia Difícil é mais um dos filmes coreanos que acerta em cheio não só na ação quanto na diversão.
Que as histórias de Stephen King funcionam melhor nos livros do que em filmes já é sabido. Os filmes são normalmente longos e apesar de criarem um clima de suspense adequado deixam os mesmos serem derrubados por uma sequencia de cenas desnecessárias e quase gratuitas. No entanto, este me surpreendeu positivamente e dentre os filmes baseados em King os quais já assisti, este figura entre um dos que mais me agradou.
Embora hajam alguns sustos estrategicamente posicionados, o filme não apela para o jump scare. O diretor emula o mesmo estilo usado por ele na série A Maldição da Residência Hill, porém aqui se aproveita dos poderes mentais dos protagonistas para investir em movimentos de câmera inesperados e planos inventivos muito bem bolados.
Rebecca Ferguson dá um show a parte, fascina, encanta e transforma Rose no ponto alto do filme. A personagem que já é interessante por natureza ganha muito com a atriz, quem sabe a ponto de nos fazer pedir por mais. Ewan McGregor mantém seu padrão com suas costumeiras boas atuações.
Doutor Sono poderia ter alguns minutos a menos, mas nem por isso a duração o atrapalha. E convenhamos que qualquer filme com mais de duas horas e que não seja cansativo, já merece crédito. E aqui apesar da longa duração não senti cansaço em assisti-lo.
Um suspense interessante que consegue de inicio ganhar a atenção do espectador, algo que considero o principal neste tipo de filme. Como os bons suspenses fazem a trama nos faz sentir na pele do personagem principal, um homem comum que se vê envolvido em uma situação desesperadora e cada decisão que toma acaba enredando-o ainda mais na trama.
O filme também faz uma critica a sociedade Coreana, uma sociedade individualista onde as pessoas não costumam se interessar pela vida alheia. Mais do que o medo de se envolver em um crime ou o instinto de evitar desvalorizar seus imóveis, as pessoas relutam em se envolver de qualquer forma. É curioso observar como somente o detetive parece demonstrar alguma empatia, enquanto seus colegas policiais e os moradores do condomínio tratam o caso com frieza.
A direção consegue criar boas cenas de suspense, a fotografia em tons de azul e amarelo e as variações nas movimentações de câmera são um atrativo adicional.
O que pode incomodar alguns é o padrão de atuação Coreana, onde em momentos de nervosismo ou desespero, os atores acabam por usar vozes e trejeitos que para nós do Ocidente costuma soar como comédia.
Ótima opção da Netflix. O filme é mais um thriller asiático de qualidade que ao que se sabe deve ganhar uma versão americana em breve.
O filme inicia como uma comédia cotidiana, substituída no terceiro ato por um filme de ação com humor negro, ambos competentes.
Usando bem o baixo orçamento, provavelmente a maioria gasto com a contratação de Elijah Wood, a produção vai perdendo força no decorrer da trama e o filme cuja história parecia poder fazer parte da vida de qualquer espectador vai se distanciando disto. O espectador literalmente passa do "eu bem que gostaria de fazer isso" para o "Que é caçamba essa". Acredito que se mantivesse a toada inicial teria agradado mais.
Ideal para quem gosta de filmes no estilo de filmes de festivais como o de Sundance. Em suma é um filme que embora não excepcional vale como passatempo.
Antes de mais nada tenha em mente que o filme não é um terror, mas um suspense policial com elementos de ocultismo.
O filme cria um suspense competente e envolvente e possui algumas cenas que não devem muito a filmes de horror sobre cultos satânicos. Aqui sequencias de tensão são revezadas com períodos de alívios de clima, infelizmente alguns destes conseguem fazer o espectador menos interessado se desligar.
É interessante o filme abordar, embora de maneira superficial, os temas psicologia e regressão, infelizmente o mesmo opta por não ir muito a fundo e perde uma boa oportunidade focar mais dos psicológico dos personagens.
Ethan Hawke está em casa, interpretando o tipo de personagem que sempre lhe coube muito bem. O mesmo não se pode dizer de Emma Watson que robótica demais não convence, mas por sorte aparece pouco.
Ao nos deparamos com o final é que nos damos conta que em algumas oportunidades durante o filme (não menos que 3) a revelação final é jogada em nossa cara, logo quem prestar mais a atenção irá perceber.
O que mais me incomoda, e por este motivo não dou nota maior, é o fato do personagem principal mergulhar fácil demais e de maneira demasiadamente intensa na história. O que acaba sendo pouco crível.
Trata-se de um filme baseado em fatos reais, infelizmente alguns ignoram isso e reclamam porque queiram um filme de terror padrão. Mais um motivo para conferir os filmes antes de joga-los de escanteio após ler a opinião alheia.
Seguindo os passos de Legitimo Rei, a Netflix lança mais uma produção medieval bem realizada e visualmente excepcional. Se o roteiro tem pouca precisão histórica, o visual é extremamente bem feito e os acontecimentos são mostrados de modo próximo do que seria a realidade (chama atenção a quantidade de sequencias de soldados marchando e o estilo das batalhas).
O ritmo lento que pode desagradar muitos (lembremos que o filme se baseia na obra de Shakespeare), é necessário para que o filme alcance seu principal objetivo, que aqui é a construção de caráter de Hal, o personagem principal. Mostra o quanto a posição de rei é algo pesado e capaz de consumir os indivíduos que a carregam. Como já dizia Mufasa, o rei precisa pensar menos em si mesmo e mais no bem de todos.
O filme mostra a guerra mais próxima do que ela é realmente, lenta, suja e com pouquíssimo ou nenhum glamour. Não há heroísmo, a paciência e a observação da realidade que o cerca são coisas muito mais valiosas do que se imagina e fundamentais para vence-la.
O roteiro também trás ótimos diálogos apoiados em vários bons atores como Sean Harris e Joel Edgerton, isso sem falar no excelente Ben Mendelsohn (infelizmente aparece pouco), suportes de luxo ao jovem Timothée Chalamet que não decepciona. Os figurinos, trilha sonora e a fotografia são espetáculos a parte.
As batalhas são bem produzidas e tem foco maior em personagens específicos, a câmera os acompanha de perto fazendo o espectador se sentir dentro do campo de batalha, emborra os planos abertos sejam sensacionais e necessários para mostra o quão confuso seriam as batalhas da época.
Tomara que a Netflix mantenha o investimento em produções do gênero, um deleite para os fãs e uma fuga do padrão das produções lançadas nos últimos anos.
Filmes como Joker são normalmente classificados como filmes alternativos, de nicho e portanto são consumidos por grupos específicos e muitas vezes restrito de pessoas. Isto fez com que aqueles pouco afeitos a filmes semelhantes, o classificassem como algo perturbador e outras determinações das mais variadas. Isso sem falar da imprensa mimimi. No entanto, aqui o roteiro conseguiu se manter no limiar entre ser um filme comercial, digno de uma grande "marca" e um filme de alternativo, agradando assim ao grande público.
Acompanhamos toda a jornada de Arthur Fleck sobre seus ombros, ou seja, vemos somente o que ele vê (lembrando que o que ele vê pode ou não ser real) e consequentemente julgamos suas ações a luz de nossa própria consciência.
É importante ressaltar que de forma alguma o roteiro se preocupa em justificar suas ações, tratando-o como herói e nem tão pouco como anti-herói. Arthur é simplesmente um homem com problemas mentais que vive perturbado, tudo agravado por suas condições tanto financeira quanto psicológica. A violência não é justificada ou glorificada em nenhum momento e o roteiro deixa o espectador interpretar tudo, sem tentar influência-lo diretamente.
A atuação de Joaquin Phoenix é excelente, na medida. Entendo que não cabe comparação entre este Coringa e o de Heath Ledger, tratam-se de personagens que possuem maturidade diferentes. Fala-se muito em Oscar de melhor ator, no entanto acredito que um Oscar de roteiro original seria muito bem entregue.
Os aspectos técnicos também estão excelentes, destaques para a direção e seus planos seguindo o protagonista em tela, a fotografia sempre representando as diferentes realidades do personagem e a trilha sonora muito bem encaixada.
Rambo é uma série de filmes que podemos de modo simplificado dividir em três fases: o drama levemente reflexivo Rambo I, os filmes de ação nacionalistas e vendedores de brinquedos Rambos II e III (típicos dos anos 80) e os filmes de ação atuais e brutais (classificação 18 anos) Rambo IV e V.
Rambo - Last Blood mantém a linha do filme anterior, com o diferencial de podermos voltar a tentar enxergar o intimo do personagem, algo que os roteiristas só haviam nos tentado nos deixar enxergar no primeiro filme da franquia.
O roteiro usa sua primeira hora para tentar reaproximar o público de John Rambo, além de não deixar a ver navios aqueles jovens que não conhecem o drama do personagem. Adicionalmente desenvolve a relação entre Rambo e seus "novos familiares", afinal de contas pela primeira vez ele realmente se importa emocionalmente com alguém. A tentativa embora rasa é eficiente e consegue desenvolver o minimo necessário para criar empatia com os personagens e fazer o público se importar com eles. Isso parece pouco, mas precisamos ter a consciência de que é algo que a grande maioria dos filmes atuais não consegue.
Após um inicio lento, sem ser chato, o filme faz o que se espera dele e trás a boa e velha ação característica da série, temos o velho Rambo de volta, adicionando a violência gráfica conforme iniciado com Rambo IV. Tal violência trás no colo o uso do "velho e bom CGI", o recurso apesar de bem feito, como de costume tem uma ou duas cenas em que se mostra claramente exagerado.
Nas atuações, embora seja fato que Sylvester Stallone não é um estupendo ator, o mesmo sabe bem o que fazer, afinal ele não foi duas vezes indicado ao Oscar por mero acaso. Infelizmente o mesmo não ocorre com a jovem Yvette Monreal que apesar de não ser um completo desastre, consegue em duas ou três cenas, demonstrar toda sua falta de carisma e repertório de técnicas de atuação. Já os vilões, seguem o padrão da série e além de possuírem pouco tempo de tela são esquecíveis, algo que faz com que a produção perca um pouco de peso.
Em suma, temos um filme de ação bem feito e que traz um final minimamente digno a uma franquia que já embalou a infância de muitas crianças no passado. Usar o filme para se buscar traçar relações fantasiosas com politica internacional ou mesmo elaborar discursos vazios a respeito da geração de que imbecis sentimentais que a mídia tenta criar é algo tão ridículo que chega a ser vergonhoso.
Bem produzido e com ótimos efeitos, o filme é uma execelente pedida para quem gosta de filmes com animais predadores. Me arrsico a dizer que este é um dos mais bem produzidos do gênero. Repleto de ação despretenciosa e alguns jump scares efetivos, o filme é diversão garantida, apoiado em uma direção competente e com uma duração bem dosada (algo que vem se tornando raro).
Os espectos técnicos são todos excelentes, a ponto de surpreender o mediano orçamento divulgado para o filme (quase tudo aparentemente gasto em pós-produção). Os efeitos sonoros são excelentes e o CGI dos crocodilos, exceto duas ou três cenas é ótimo. Dica: evite assistir no computador, pois vale a pena assistir em tela grande e se possível com boa qualidade de imagem.
As atuações são adequadas, tanto de Pepper (eterno coadjuvante), quanto de Kaya, queridinha de muitos e cuja carreira parece não irá decolar como muitos esperavam.
Uma das poucas coisas que icomoda são aquelas velhas "conceções artistiscas", tais como um helicoptero que enfrenta um vôo em meio a um furação para resgatar pessoas e uma pessoa com fratura exposta, caminhar quase sem dificuldades depois de amarrar a perna com um cinto. Diga-se de passagem: todas as mordidas sofritas pela dupla de protagonistas, exceto a cena da amputação, praticamente não causam danos compatíveis.
Em suma, o filme é diversão sem compromisso garantida, principalmente para quem sabe se desligar dos detalhes e aproveitar a pipoca.
Creep é um found footage clássico de baixíssimo orçamento e trás consigo quase todos os méritos e os problemas do gênero. Logo quem não suporta o estilo, nem deveria assistir, muito menos vir reclamar como se tivesse sido enganado.
Durante a primeira hora ficamos buscando entender o que se passa por trás do maluco Josef e quais suas intenções. Entre idas e vindas e bizarrices variadas o espectador é pego tentando adivinhar o que virá a seguir, quase sempre se equivocando em seus pensamentos. O fato de boa parte do roteiro ter sido feito na hora, de improviso, já diz muito. Trocando em miúdos, o filme é um bom exemplo de como se fazer um suspense gastando praticamente nada.
De certa forma é fácil terminar o filme decepcionado, algo que pode mudar se o espectador se permitir uma reflexão sobre o que assistiu e como os realizadores chegaram até ali.
O filme consegue criar um ótimo clima de suspense e estranheza, principalmente graças a atuação de Duplass e seu personagem que dá titulo ao filme. O ator realmente rouba a cena e carrega a produção nas costas, deixando óbvio que se fosse Josef interpretado por outro ator, muito provavelmente o resultado final seria inferior. O também diretor Patrick Brice se limita a fazer o básico em manifestar toda a burrice típica do tipo de personagem que interpreta.
Por fim, muitos acabarão se perguntando quem é verdadeiro o Creep da história, Josef ou você que assistiu.
O filme pode ser dividido em duas partes distintas, um thriller psicodélico e uma caçada frenética por vingança, banhada a muito sangue e violência. Haverão espectadores que irão preferir a primeira parte e não necessariamente gostar da segunda e vice versa. De qualquer modo, a chave para curtir Mandy é aceitar a viagem proposta pelo filme, sem grandes questionamentos.
Esteticamente muito bonito, a fotografia abusa das cores em neon e do clima soturno, isso sem comentar que faz uma espécie de viagem por diversas capas de álbuns de rock que claramente inspiraram os realizadores. Aliás viagem é uma palavra que define bem a produção que conta com um desenvolvimento ousado e corajoso, mas cuja duração acaba por ser um tanto longa, nada que estrague a experiência.
Os quatro motoqueiros demoníacos acabam sendo uma atração a parte, uma alusão aos quatro cavaleiros do apocalipse, eles personificam os agentes de mudança para o novo mundo com o qual Sand sonhava.
O fato deles curiosamente terem sido eliminados primeiro acaba sendo um ponto positivamente fora da curva.
Cage está muito a vontade em um personagem que parece ter sido feito para ele. Roache, um ótimo ator com pouca visibilidade, vai bem mesmo tendo poucas cenas onde possamos visualizar claramente suas expressões.
Em suma, assisti-lo é uma experiência que deve ser vivida sem a necessidade de se estar buscando respostas. O filme é como um pesadelo, aonde não podemos tentar dormir novamente para tentar extrair algo que aparentemente não tenhamos captado.
Antes de mais nada é preciso, se possível, buscar esquecer o original e evitar comparações (isso sem comentar que aquele também não era um excelente filme). Feito isso, vemos aqui um filme bem feito, com boas sequencias e bons efeitos que peca um pouco em não focar mais nos problemas que a família já passava antes da mudança e nos aparentes problemas psicológicos que o Dr. Creed enfrentava (decidiram faze-lo somente com a esposa e suas lembranças da infância).
Se algumas opções do novo roteiro não foram tão positivas, a troca do bebê pela garotinha foi uma boa escolha, pois torna o último ato um pouco mais crível, pois para alguns pode ser difícil aceitar um bebê correndo por ai para assassinar pessoas.
As atuações são adequadas e ver John Lithgow em cena é sempre excelente.
“Um filme que superestimou a si próprio”. Essa é a frase que tiro como conclusão sobre o filme.
Os delírios de grandeza do diretor infelizmente são apenas delírios e em nada contribuem para o filme que por sua vez sobrevive mesmo das boas atuações das duas protagonistas e de parte do elenco de apoio. Aliás não fosse por Tilda Swinton é até difícil pensar o que seria da obra.
A tentativa de se afastar da trama original é até louvável, mas a maioria das escolhas feitas para tal apenas quebram o clima de suspense que poderiam ter melhorado muito a experiência do espectador.
A longa duração em nada é justificada, pois o andamento lento e arrastado em nada contribuem, seja para valorizar a trama ou tão pouco serve para aprofundar na personalidade dos personagens. Aliás, o roteiro conseguiu a proeza de não ser capaz sequer de nos fazer importar por nenhum segundo que seja com a protagonista.
Todo o plot da Alemanha pós guerra e do médico tornam-se mera perda de tempo. E a sequência final que inicia tão bem no ritual acaba se perdendo que forma quase tola.
A quem não tiver visto, sugiro que assistam ao original que apesar de não ser algo sensacional, supera este com certa facilidade. Inclusive nos faz pensar no que Dario Argento teria feito do filme hoje em dia com os recursos tecnológicos existentes.
Um ótimo filme que infelizmente paga um auto preço pela sua comparação com o clássico Coração Valente. Por se tratar de uma história que cronologicamente marca a continuação dos eventos após a morte de William Wallace, instiga nos espectadores a uma certa necessidade comparativa que infelizmente acaba fazendo-os ignorar os pontos positivos deste filme.
O filme mostra uma história bem mais próxima da realidade sobre Robert The Bruce e como ele resolve lutar para garantir a independência de seu país, após seu pai a entregar o controle da Escócia para o rei Edward I.
Contando com belos cenários e uma sequencia de batalha final muito bem feita, o filme derrapa um pouco no roteiro que não consegue se aprofundar nos personagens (principal motivo para não dar mais destaque a produção) e que deixa um pouco a desejar por volta da metade do longa.
As atuações são boas, mas Chris Pine fica devendo um pouco como Robert, a escolha de um ator mais velho e com mais recursos teria sido uma melhor opção para o personagem.
Pode não ser não ser excepcional, mas definitivamente vale a pena ser visto.
O filme é uma continuação mais que digna do original e porque não dizer um decente fim para a franquia ou ao menos, o fim da participação da personagem Laurie Strode.
A decisão de ignorar todos os demais filmes, menos o primeiro foi extremamente bem acertada e a produção consegue reproduzir bem o clima de suspense tipico de Halloween. O único senão é um certo excesso de vitimas desnecessárias e a falta de explicação da motivação dele em entrar em casas aleatoriamente para matar pessoas (lembremos que o foco dele é matar Laurie). Quando o legal da franquia é justamente criar o clima de suspense para um possível assassinato, quando no fim nada acontece. Pessoalmente acho que Halloween 4 é o mais competente nisso.
Não é um filme inovador e muito menos intrigante, como alguns filmes de terror que tem sido cultuados atualmente, mas cumpre o que promete trazendo Michael Myers de volta em um retorno digno e com boas cenas de violência.
Tem sim alguns furos no roteiro como por exemplo o fato do Michael saber dirigir sendo que nesta versão ele estava preso desde a infância e a falta de explicação dele estar convenientemente esperando as vitimas dentro de um terreno onde aparentemente as únicas entradas seriam pulando o muro ou o portão. Mas nada que estrague a experiência.
Vale a pena a experiência de rever o primeiro logo antes deste, inclusive para comparar as versões da música original e atual. Aliás é muito bom ouvir a música tema novamente.
No mundo dos filmes de terror, existem os que prefiram o terror gráfico e outros que prefiram o puro terror psicológico. No entanto, se há um consenso entre os apreciadores do terror é que a realidade, via de regra, é mais assustadora que a ficção. Não atoa, os filmes que normalmente causam mais impacto no espectador o fazem por transmitir que o sentimento de medo ao qual o mesmo está exposto pode advir de uma situação real.
Hereditário tem um clima de suspense bem construído e a sensação de apreensão que consegue passar ao espectador é latente nos dois primeiros terços da produção, algo que se transforma no final. E é justa esta transformação que pode desagradar a alguns. A duração da produção também deixa a sensação de que alguns minutos a menos seriam benéficos para o resultado final.
Assim como aconteceu em A Bruxa (2015), a condução entre o terror psicológico e o sobrenatural caminham em paralelo, porém no final o roteiro acabou por tomar a opção errada. A diferença é que enquanto no filme de 2015, tudo acontece rapidamente na cena final, aqui temos uma sequencia inteira (sequencia que para muitos e me incluo nestes, acabou sendo equivocada). Pessoalmente, entendo que teria sido mais interessante o foco nas doenças psicológicas da família ou mesmo ter deixado a critério do espectador a definição sobre o entendimento a respeito do final
As atuações são de bom nível com destaque para a competente Toni Collette que está acima da média, embora Alex Wolff não vá mal, deixa a impressão que um ator melhor poderia potencializar os resultados.
Em suma, Hereditário é um filme competente, que deve ser assistido sem conhecimento prévio a seu respeito, conta com roteiro simples, onde ao assistirmos com atenção conseguimos perceber as pequenas pistas propositalmente deixadas ao longo da produção. Não é excepcional como muitos pintam, mas é acima da média e merece ser conferido.
O filme é um thriller de suspense muito bem feito e cujo maior mérito é conseguir manter a tensão constante na maior parte da exibição. A premissa é bastante interessante e embora não seja totalmente inovadora consegue trazer um certo frescor a trama. Como nem tudo é perfeito, o resultado final sofre do uso em excesso de jumpscares, alguns podem até irritar os espectadores menos tolerantes a estes efeitos.
As atuações são todas de bom nível, ainda se considerarmos as raríssimas falas existentes. Fato, que a situação em que os personagens vivem já ajuda a fazer o espectador se importar com eles.
A situação da gravidez é algo que não se pode deixar de estranhar, mas por outro lado é preciso tentar entender o que poderia se passar na cabeça de pais que passem pela dor de perder um filho.
Não entendo porque tanta gente exige explicação para tudo, não há a necessidade de explicações óbvias e tudo que realmente interessa saber está lá, nem que seja escrito em um jornal no canto da sala.
Mother! começa bem, criando um clima de suspense e mistério que leva o espectador a se interessar pela continuidade da estória e a buscar entender o que está havendo. É justamente este interesse em descobrir os mistérios envolvidos em um filme que instiga o espectador a continuar assistindo-o, infelizmente após 30/40 minutos de exibição, o ar de mistério se esvai e inicia-se uma mera caminhada através dos eventos seguintes, por vezes repetitivos, tudo conduzindo até um final que não salva ou acrescenta muito a expectativa pela espera do mesmo.
Nas atuações, Jennifer Lawrence, mesmo não sendo uma atriz de talento dramático reconhecido, se comporta bem, ainda mais considerarmos seu dever de carregar a trama nas costas. Já Bardem acaba tendo pouco espaço na trama.
O uso excessivo de cenas repetitivas, seja nas diversas cenas de desobediência à protagonista ou no caos prolongado em demasia, faz com que a produção dê voltas, como uma criança que sem perceber segue andando em círculos no interior uma floresta.
A insistência em manter a câmera sob os ombros da protagonista também contribui para cansar o espectador, mesmo entendendo que a manobra faz parte da estratégia da direção para contar a estória.
Em resumo, se Darren Aronofsky fosse um vendedor, todos os records de vendas que conseguiu bater com "Cisne Negro", aqui lhe faltaram. Assim, os espectadores que conseguirem embarcar em sua fantasia megalomaníaca e egoísta devem gostar do resultado final, os demais possivelmente não irão nutrir grande simpatia pelo filme.
IT é um filme competente que soube se aproveitar dos recursos tecnológicos, inexistentes na versão dos anos 90, para fazer uma boa adaptação do clássico livro de Stephen King, além de pegar carona em uma série de sucesso da atualidade que envolva um grupo de crianças.
Como terror inicia bem, no entanto vai perdendo força no decorrer da trama, talvez devido ao excessivo numero de cenas de comédia que acabam por quebrar demasiadamente o clima de terror/suspense do filme. Sem falar que sua longa duração também acaba por fazê-lo perder um pouco de força.
O clima nostálgico dos anos 80 e as atuações da maioria das crianças são o ponto alto do filme e nos remete a alguns sucessos que marcaram época, como Stand By Me, outra adaptação de livro do próprio Stephen King.
Nas atuações destaque para a jovem Sophia Lillis interprete de Beverly Marsh, a personagem com o melhor e mais pesado arco do longa e para Jaeden Lieberher.
Em suma, a produção conseguiu uma boa adaptação, no entanto, um certo exagero no numero de cenas de alívio cômico acaba por quebrar em demasia o clima de suspense e terror que envolve o espectador.
Thor: Ragnarok é leve e divertido e abusa da paleta de cores existente para trazer ao público um filme mais preocupado em proporcionar diversão do que um eventual respeito as tradições do personagem. Aliás, ao que parece, os produtores decidiram mesmo deixar o filme descambar para a comédia e acabar seguindo mais a linha de Guardiões da Galáxia do que a linha Vingadores, onde até então, sua produção mais "alegre" havia sido O Homem Formiga.
Como tudo que é exagerado normalmente é ruim, o excesso de piadas (muitas delas fracas) em alguns momentos atrapalha e até cansa. Sem falar que se a intenção é fazer comédia, nomes como Paul Rudd e Michael Peña fazem falta.
As atuações não tem muito destaque, Chris Hemsworth que parece mais a vontade em tela, acaba atrapalhado pelo roteiro engraçadinho.
O maior destaque da trama é mesmo o visual colorido. Já o 3D é como sempre, absolutamente dispensável.
Em suma, o término da trilogia Thor é aquele filme para se esvaziar a mente e aproveitar a pipoca. Menos chato que os dois primeiros, mas que acaba pecando pelos excesso da vibe piadista da produção.
Qualquer adaptação cinematográfica baseada em um livro ou em uma série de livros carrega um peso extra, ainda mais quando se trata de livros de sucesso. Assim a probabilidade de decepcionar os fãs é ainda maior.
Embora nunca tenha lido os livros da série A Torre Negra, no entanto, apenas pelo numero de volumes, não é difícil prever que para contar com propriedade sua estória, talvez fosse mais prudente investir em uma série de tv ou no minimo em uma série de filmes. Fato que não tira o peso da produção ter falhado na tentativa de condensar boa parte da trama dos livros em apenas 90 min.
A estória rasa e contada as pressas não empolga muito, mas também não faz tão feio como muitos dizem. Por outro lado é legal ver as diversas referências a diversas outras obras de Stephen King, talvez a placa do circo/parque Pennywise, seja a mais evidente na atualidade (outras referências aos próprios livros de A Torre Negra também estão presentes, como a do Rei Rubro, por exemplo).
Contando com dois ótimos atores como protagonistas, Matthew McConaughey e Idris Elba salvam o filme sempre que aparecem e conseguem reverter parte da decepção dos fãs da obra original.
Em suma, para quem não for um fã da obra original e nem tão pouco tão exigente, o filme é uma diversão interessante, mas daquelas que somem da mente pouco após a sessão encerrar.
Perfeito nos critérios técnicos, o filme consegue um fantástico grau de imersão na ação, algo poucas vezes visto no cinema. E este é seu maior mérito. Por outro lado, o roteiro não linear, sem a presença de explicações óbvias e que ainda deixa de contar a vida pregressa dos progonistas, pode acabar desagradando a alguns espectadores.
Dividido em três núcleos diferentes que acabam por se cruzar em algum momento na trama, o filme faz o espectador compartilhar as jornadas dos protagonistas em busca da própria sobrevivência e/ou empenho em prestar ajuda e resgatar os sobreviventes ao cerco imposto pelo exercito alemão.
As atuações são todas de bom nível, embora não haja um destaque especifico, ninguém decepciona.
Contanto com a direção sempre segura de Nolan, uma fotografia belíssima e um som espetacular, o longa proporciona uma experiência imersiva única que deve desagradar mesmo aqueles que necessitam de maior envolvimento com os personagens para uma melhor experiencia cinematográfica.
Ameaça Profunda
3.0 627 Assista AgoraUm filme daqueles que não adianta você falar mal, pois você já sabia o que esperar e quis assistir assim mesmo. É aquele filme de ficção cientifica/ação genericão feito para aproveitar a pipoca mesmo.
Tem umas partes legais, poderiam ter explorado mais as instalações submarinas.
E Kristen Stewart minha filha, faça um filme interpretando um personagem diferente, ao menos uma vez.
A Vastidão da Noite
3.5 575 Assista AgoraEmulando os antigos programas de ficção cientifica tão famosos décadas atrás, The Vast of the Night é uma ótima pedida para os fãs do tema que estiverem dispostos a tirar uma folga das grandes produções do gênero e claro, conseguirem suportar os tediosos primeiros 20 minutos.
Feito com baixíssimo orçamento, o filme concentra-se inteiramente nos diálogos para gerar apreensão nos espectadores em torno do clima de mistério proposto. Portanto, são postos de lado os efeitos especiais que normalmente acompanham este tipo de produção. A jovem Fay, interpretada por Sierra McCormick, muito bem na pele de uma adolescente, funciona como fio condutor da trama e é a responsável por manter a empatia dos espectadores.
A partir de um misterioso telefonema que irá guiar os próximos passos da trama, a direção faz um bom trabalho acompanhando o deslocamento dos personagens correndo pelas ruas desertas da cidade seja a pé, de bicicleta ou carro. A fotografia escura embora seja parte da proposta em determinados momentos comete alguns excessos, nada demasiado relevante.
Um Dia Difícil
3.6 184Acompanhamos o anti-herói (um policial corrupto) em uma sucessão de eventos capazes de desgastar qualquer um, menos o espectador.
O filme é divertido, ágil e em que pese alguns momentos exagerados que poderiam ter sido descartados, mas que colaboram para clima criado pelo roteiro, tornam a experiência de assisti-lo bastante agradável e em alguns momentos surpreendente.
Lee Seon-gyoon é um ator carismático e consegue fazer com que o público torça por seu personagem. Algo fundamental quando um anti-herói não só assume o protagonismo de um filme, como domina quase 100% do tempo de tela.
A direção também acerta, não só nos planos bem feitos como nas sequencias de ação e cenas de luta corporal. Não atoa o diretor Kim Sung Hoon assumiu a frente da excelente série Kingdom, mais uma produção onde podemos constatar a habilidade do mesmo para a elaboração de cenas de ação.
Em resumo, Um Dia Difícil é mais um dos filmes coreanos que acerta em cheio não só na ação quanto na diversão.
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraQue as histórias de Stephen King funcionam melhor nos livros do que em filmes já é sabido. Os filmes são normalmente longos e apesar de criarem um clima de suspense adequado deixam os mesmos serem derrubados por uma sequencia de cenas desnecessárias e quase gratuitas. No entanto, este me surpreendeu positivamente e dentre os filmes baseados em King os quais já assisti, este figura entre um dos que mais me agradou.
Embora hajam alguns sustos estrategicamente posicionados, o filme não apela para o jump scare. O diretor emula o mesmo estilo usado por ele na série A Maldição da Residência Hill, porém aqui se aproveita dos poderes mentais dos protagonistas para investir em movimentos de câmera inesperados e planos inventivos muito bem bolados.
Rebecca Ferguson dá um show a parte, fascina, encanta e transforma Rose no ponto alto do filme. A personagem que já é interessante por natureza ganha muito com a atriz, quem sabe a ponto de nos fazer pedir por mais. Ewan McGregor mantém seu padrão com suas costumeiras boas atuações.
Doutor Sono poderia ter alguns minutos a menos, mas nem por isso a duração o atrapalha. E convenhamos que qualquer filme com mais de duas horas e que não seja cansativo, já merece crédito. E aqui apesar da longa duração não senti cansaço em assisti-lo.
A Testemunha
3.5 101 Assista AgoraUm suspense interessante que consegue de inicio ganhar a atenção do espectador, algo que considero o principal neste tipo de filme. Como os bons suspenses fazem a trama nos faz sentir na pele do personagem principal, um homem comum que se vê envolvido em uma situação desesperadora e cada decisão que toma acaba enredando-o ainda mais na trama.
O filme também faz uma critica a sociedade Coreana, uma sociedade individualista onde as pessoas não costumam se interessar pela vida alheia. Mais do que o medo de se envolver em um crime ou o instinto de evitar desvalorizar seus imóveis, as pessoas relutam em se envolver de qualquer forma. É curioso observar como somente o detetive parece demonstrar alguma empatia, enquanto seus colegas policiais e os moradores do condomínio tratam o caso com frieza.
A direção consegue criar boas cenas de suspense, a fotografia em tons de azul e amarelo e as variações nas movimentações de câmera são um atrativo adicional.
O que pode incomodar alguns é o padrão de atuação Coreana, onde em momentos de nervosismo ou desespero, os atores acabam por usar vozes e trejeitos que para nós do Ocidente costuma soar como comédia.
Ótima opção da Netflix. O filme é mais um thriller asiático de qualidade que ao que se sabe deve ganhar uma versão americana em breve.
Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo
3.3 382 Assista AgoraO filme inicia como uma comédia cotidiana, substituída no terceiro ato por um filme de ação com humor negro, ambos competentes.
Usando bem o baixo orçamento, provavelmente a maioria gasto com a contratação de Elijah Wood, a produção vai perdendo força no decorrer da trama e o filme cuja história parecia poder fazer parte da vida de qualquer espectador vai se distanciando disto. O espectador literalmente passa do "eu bem que gostaria de fazer isso" para o "Que é caçamba essa". Acredito que se mantivesse a toada inicial teria agradado mais.
Ideal para quem gosta de filmes no estilo de filmes de festivais como o de Sundance. Em suma é um filme que embora não excepcional vale como passatempo.
Regressão
2.8 535 Assista AgoraAntes de mais nada tenha em mente que o filme não é um terror, mas um suspense policial com elementos de ocultismo.
O filme cria um suspense competente e envolvente e possui algumas cenas que não devem muito a filmes de horror sobre cultos satânicos. Aqui sequencias de tensão são revezadas com períodos de alívios de clima, infelizmente alguns destes conseguem fazer o espectador menos interessado se desligar.
É interessante o filme abordar, embora de maneira superficial, os temas psicologia e regressão, infelizmente o mesmo opta por não ir muito a fundo e perde uma boa oportunidade focar mais dos psicológico dos personagens.
Ethan Hawke está em casa, interpretando o tipo de personagem que sempre lhe coube muito bem. O mesmo não se pode dizer de Emma Watson que robótica demais não convence, mas por sorte aparece pouco.
Ao nos deparamos com o final é que nos damos conta que em algumas oportunidades durante o filme (não menos que 3) a revelação final é jogada em nossa cara, logo quem prestar mais a atenção irá perceber.
O que mais me incomoda, e por este motivo não dou nota maior, é o fato do personagem principal mergulhar fácil demais e de maneira demasiadamente intensa na história. O que acaba sendo pouco crível.
Trata-se de um filme baseado em fatos reais, infelizmente alguns ignoram isso e reclamam porque queiram um filme de terror padrão. Mais um motivo para conferir os filmes antes de joga-los de escanteio após ler a opinião alheia.
O Rei
3.6 404Seguindo os passos de Legitimo Rei, a Netflix lança mais uma produção medieval bem realizada e visualmente excepcional. Se o roteiro tem pouca precisão histórica, o visual é extremamente bem feito e os acontecimentos são mostrados de modo próximo do que seria a realidade (chama atenção a quantidade de sequencias de soldados marchando e o estilo das batalhas).
O ritmo lento que pode desagradar muitos (lembremos que o filme se baseia na obra de Shakespeare), é necessário para que o filme alcance seu principal objetivo, que aqui é a construção de caráter de Hal, o personagem principal. Mostra o quanto a posição de rei é algo pesado e capaz de consumir os indivíduos que a carregam. Como já dizia Mufasa, o rei precisa pensar menos em si mesmo e mais no bem de todos.
O filme mostra a guerra mais próxima do que ela é realmente, lenta, suja e com pouquíssimo ou nenhum glamour. Não há heroísmo, a paciência e a observação da realidade que o cerca são coisas muito mais valiosas do que se imagina e fundamentais para vence-la.
O roteiro também trás ótimos diálogos apoiados em vários bons atores como Sean Harris e Joel Edgerton, isso sem falar no excelente Ben Mendelsohn (infelizmente aparece pouco), suportes de luxo ao jovem Timothée Chalamet que não decepciona. Os figurinos, trilha sonora e a fotografia são espetáculos a parte.
As batalhas são bem produzidas e tem foco maior em personagens específicos, a câmera os acompanha de perto fazendo o espectador se sentir dentro do campo de batalha, emborra os planos abertos sejam sensacionais e necessários para mostra o quão confuso seriam as batalhas da época.
Tomara que a Netflix mantenha o investimento em produções do gênero, um deleite para os fãs e uma fuga do padrão das produções lançadas nos últimos anos.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraFilmes como Joker são normalmente classificados como filmes alternativos, de nicho e portanto são consumidos por grupos específicos e muitas vezes restrito de pessoas. Isto fez com que aqueles pouco afeitos a filmes semelhantes, o classificassem como algo perturbador e outras determinações das mais variadas. Isso sem falar da imprensa mimimi. No entanto, aqui o roteiro conseguiu se manter no limiar entre ser um filme comercial, digno de uma grande "marca" e um filme de alternativo, agradando assim ao grande público.
Acompanhamos toda a jornada de Arthur Fleck sobre seus ombros, ou seja, vemos somente o que ele vê (lembrando que o que ele vê pode ou não ser real) e consequentemente julgamos suas ações a luz de nossa própria consciência.
É importante ressaltar que de forma alguma o roteiro se preocupa em justificar suas ações, tratando-o como herói e nem tão pouco como anti-herói. Arthur é simplesmente um homem com problemas mentais que vive perturbado, tudo agravado por suas condições tanto financeira quanto psicológica. A violência não é justificada ou glorificada em nenhum momento e o roteiro deixa o espectador interpretar tudo, sem tentar influência-lo diretamente.
A atuação de Joaquin Phoenix é excelente, na medida. Entendo que não cabe comparação entre este Coringa e o de Heath Ledger, tratam-se de personagens que possuem maturidade diferentes. Fala-se muito em Oscar de melhor ator, no entanto acredito que um Oscar de roteiro original seria muito bem entregue.
Os aspectos técnicos também estão excelentes, destaques para a direção e seus planos seguindo o protagonista em tela, a fotografia sempre representando as diferentes realidades do personagem e a trilha sonora muito bem encaixada.
Rambo: Até o Fim
3.2 550 Assista AgoraRambo é uma série de filmes que podemos de modo simplificado dividir em três fases: o drama levemente reflexivo Rambo I, os filmes de ação nacionalistas e vendedores de brinquedos Rambos II e III (típicos dos anos 80) e os filmes de ação atuais e brutais (classificação 18 anos) Rambo IV e V.
Rambo - Last Blood mantém a linha do filme anterior, com o diferencial de podermos voltar a tentar enxergar o intimo do personagem, algo que os roteiristas só haviam nos tentado nos deixar enxergar no primeiro filme da franquia.
O roteiro usa sua primeira hora para tentar reaproximar o público de John Rambo, além de não deixar a ver navios aqueles jovens que não conhecem o drama do personagem. Adicionalmente desenvolve a relação entre Rambo e seus "novos familiares", afinal de contas pela primeira vez ele realmente se importa emocionalmente com alguém. A tentativa embora rasa é eficiente e consegue desenvolver o minimo necessário para criar empatia com os personagens e fazer o público se importar com eles. Isso parece pouco, mas precisamos ter a consciência de que é algo que a grande maioria dos filmes atuais não consegue.
Após um inicio lento, sem ser chato, o filme faz o que se espera dele e trás a boa e velha ação característica da série, temos o velho Rambo de volta, adicionando a violência gráfica conforme iniciado com Rambo IV. Tal violência trás no colo o uso do "velho e bom CGI", o recurso apesar de bem feito, como de costume tem uma ou duas cenas em que se mostra claramente exagerado.
Nas atuações, embora seja fato que Sylvester Stallone não é um estupendo ator, o mesmo sabe bem o que fazer, afinal ele não foi duas vezes indicado ao Oscar por mero acaso. Infelizmente o mesmo não ocorre com a jovem Yvette Monreal que apesar de não ser um completo desastre, consegue em duas ou três cenas, demonstrar toda sua falta de carisma e repertório de técnicas de atuação. Já os vilões, seguem o padrão da série e além de possuírem pouco tempo de tela são esquecíveis, algo que faz com que a produção perca um pouco de peso.
Em suma, temos um filme de ação bem feito e que traz um final minimamente digno a uma franquia que já embalou a infância de muitas crianças no passado. Usar o filme para se buscar traçar relações fantasiosas com politica internacional ou mesmo elaborar discursos vazios a respeito da geração de que imbecis sentimentais que a mídia tenta criar é algo tão ridículo que chega a ser vergonhoso.
Predadores Assassinos
3.2 770 Assista AgoraBem produzido e com ótimos efeitos, o filme é uma execelente pedida para quem gosta de filmes com animais predadores. Me arrsico a dizer que este é um dos mais bem produzidos do gênero. Repleto de ação despretenciosa e alguns jump scares efetivos, o filme é diversão garantida, apoiado em uma direção competente e com uma duração bem dosada (algo que vem se tornando raro).
Os espectos técnicos são todos excelentes, a ponto de surpreender o mediano orçamento divulgado para o filme (quase tudo aparentemente gasto em pós-produção). Os efeitos sonoros são excelentes e o CGI dos crocodilos, exceto duas ou três cenas é ótimo. Dica: evite assistir no computador, pois vale a pena assistir em tela grande e se possível com boa qualidade de imagem.
As atuações são adequadas, tanto de Pepper (eterno coadjuvante), quanto de Kaya, queridinha de muitos e cuja carreira parece não irá decolar como muitos esperavam.
Uma das poucas coisas que icomoda são aquelas velhas "conceções artistiscas", tais como um helicoptero que enfrenta um vôo em meio a um furação para resgatar pessoas e uma pessoa com fratura exposta, caminhar quase sem dificuldades depois de amarrar a perna com um cinto. Diga-se de passagem: todas as mordidas sofritas pela dupla de protagonistas, exceto a cena da amputação, praticamente não causam danos compatíveis.
Em suma, o filme é diversão sem compromisso garantida, principalmente para quem sabe se desligar dos detalhes e aproveitar a pipoca.
Creep
3.1 505 Assista AgoraCreep é um found footage clássico de baixíssimo orçamento e trás consigo quase todos os méritos e os problemas do gênero. Logo quem não suporta o estilo, nem deveria assistir, muito menos vir reclamar como se tivesse sido enganado.
Durante a primeira hora ficamos buscando entender o que se passa por trás do maluco Josef e quais suas intenções. Entre idas e vindas e bizarrices variadas o espectador é pego tentando adivinhar o que virá a seguir, quase sempre se equivocando em seus pensamentos. O fato de boa parte do roteiro ter sido feito na hora, de improviso, já diz muito. Trocando em miúdos, o filme é um bom exemplo de como se fazer um suspense gastando praticamente nada.
De certa forma é fácil terminar o filme decepcionado, algo que pode mudar se o espectador se permitir uma reflexão sobre o que assistiu e como os realizadores chegaram até ali.
O filme consegue criar um ótimo clima de suspense e estranheza, principalmente graças a atuação de Duplass e seu personagem que dá titulo ao filme. O ator realmente rouba a cena e carrega a produção nas costas, deixando óbvio que se fosse Josef interpretado por outro ator, muito provavelmente o resultado final seria inferior. O também diretor Patrick Brice se limita a fazer o básico em manifestar toda a burrice típica do tipo de personagem que interpreta.
Por fim, muitos acabarão se perguntando quem é verdadeiro o Creep da história, Josef ou você que assistiu.
Mandy: Sede de Vingança
3.3 537 Assista AgoraO filme pode ser dividido em duas partes distintas, um thriller psicodélico e uma caçada frenética por vingança, banhada a muito sangue e violência. Haverão espectadores que irão preferir a primeira parte e não necessariamente gostar da segunda e vice versa. De qualquer modo, a chave para curtir Mandy é aceitar a viagem proposta pelo filme, sem grandes questionamentos.
Esteticamente muito bonito, a fotografia abusa das cores em neon e do clima soturno, isso
sem comentar que faz uma espécie de viagem por diversas capas de álbuns de rock que claramente inspiraram os realizadores. Aliás viagem é uma palavra que define bem a produção que conta com um desenvolvimento ousado e corajoso, mas cuja duração acaba por ser um tanto longa, nada que estrague a experiência.
Os quatro motoqueiros demoníacos acabam sendo uma atração a parte, uma alusão aos quatro cavaleiros do apocalipse, eles personificam os agentes de mudança para o novo mundo com o qual Sand sonhava.
O fato deles curiosamente terem sido eliminados primeiro acaba sendo um ponto positivamente fora da curva.
Cage está muito a vontade em um personagem que parece ter sido feito para ele. Roache, um ótimo ator com pouca visibilidade, vai bem mesmo tendo poucas cenas onde possamos visualizar claramente suas expressões.
Em suma, assisti-lo é uma experiência que deve ser vivida sem a necessidade de se estar buscando respostas. O filme é como um pesadelo, aonde não podemos tentar dormir novamente para tentar extrair algo que aparentemente não tenhamos captado.
Cemitério Maldito
2.7 891Antes de mais nada é preciso, se possível, buscar esquecer o original e evitar comparações (isso sem comentar que aquele também não era um excelente filme). Feito isso, vemos aqui um filme bem feito, com boas sequencias e bons efeitos que peca um pouco em não focar mais nos problemas que a família já passava antes da mudança e nos aparentes problemas psicológicos que o Dr. Creed enfrentava (decidiram faze-lo somente com a esposa e suas lembranças da infância).
Se algumas opções do novo roteiro não foram tão positivas, a troca do bebê pela garotinha foi uma boa escolha, pois torna o último ato um pouco mais crível, pois para alguns pode ser difícil aceitar um bebê correndo por ai para assassinar pessoas.
As atuações são adequadas e ver John Lithgow em cena é sempre excelente.
Algumas cenas alteradas em "homenagem" ao original são legais como: "a cena onde Jud empurra a cama com o pé e lá não há nada."
Em suma, o filme não é sensacional e nem é inovador, mais está longe de ser a porcaria que muitos pregam.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista Agora“Um filme que superestimou a si próprio”. Essa é a frase que tiro como conclusão sobre o filme.
Os delírios de grandeza do diretor infelizmente são apenas delírios e em nada contribuem para o filme que por sua vez sobrevive mesmo das boas atuações das duas protagonistas e de parte do elenco de apoio. Aliás não fosse por Tilda Swinton é até difícil pensar o que seria da obra.
A tentativa de se afastar da trama original é até louvável, mas a maioria das escolhas feitas para tal apenas quebram o clima de suspense que poderiam ter melhorado muito a experiência do espectador.
A longa duração em nada é justificada, pois o andamento lento e arrastado em nada contribuem, seja para valorizar a trama ou tão pouco serve para aprofundar na personalidade dos personagens. Aliás, o roteiro conseguiu a proeza de não ser capaz sequer de nos fazer importar por nenhum segundo que seja com a protagonista.
Todo o plot da Alemanha pós guerra e do médico tornam-se mera perda de tempo. E a sequência final que inicia tão bem no ritual acaba se perdendo que forma quase tola.
A quem não tiver visto, sugiro que assistam ao original que apesar de não ser algo sensacional, supera este com certa facilidade. Inclusive nos faz pensar no que Dario Argento teria feito do filme hoje em dia com os recursos tecnológicos existentes.
Legítimo Rei
3.5 197 Assista AgoraUm ótimo filme que infelizmente paga um auto preço pela sua comparação com o clássico Coração Valente. Por se tratar de uma história que cronologicamente marca a continuação dos eventos após a morte de William Wallace, instiga nos espectadores a uma certa necessidade comparativa que infelizmente acaba fazendo-os ignorar os pontos positivos deste filme.
O filme mostra uma história bem mais próxima da realidade sobre Robert The Bruce e como ele resolve lutar para garantir a independência de seu país, após seu pai a entregar o controle da Escócia para o rei Edward I.
Contando com belos cenários e uma sequencia de batalha final muito bem feita, o filme derrapa um pouco no roteiro que não consegue se aprofundar nos personagens (principal motivo para não dar mais destaque a produção) e que deixa um pouco a desejar por volta da metade do longa.
As atuações são boas, mas Chris Pine fica devendo um pouco como Robert, a escolha de um ator mais velho e com mais recursos teria sido uma melhor opção para o personagem.
Pode não ser não ser excepcional, mas definitivamente vale a pena ser visto.
Halloween
3.4 1,1KO filme é uma continuação mais que digna do original e porque não dizer um decente fim para a franquia ou ao menos, o fim da participação da personagem Laurie Strode.
A decisão de ignorar todos os demais filmes, menos o primeiro foi extremamente bem acertada e a produção consegue reproduzir bem o clima de suspense tipico de Halloween. O único senão é um certo excesso de vitimas desnecessárias e a falta de explicação da motivação dele em entrar em casas aleatoriamente para matar pessoas (lembremos que o foco dele é matar Laurie). Quando o legal da franquia é justamente criar o clima de suspense para um possível assassinato, quando no fim nada acontece. Pessoalmente acho que Halloween 4 é o mais competente nisso.
Não é um filme inovador e muito menos intrigante, como alguns filmes de terror que tem sido cultuados atualmente, mas cumpre o que promete trazendo Michael Myers de volta em um retorno digno e com boas cenas de violência.
Tem sim alguns furos no roteiro como por exemplo o fato do Michael saber dirigir sendo que nesta versão ele estava preso desde a infância e a falta de explicação dele estar convenientemente esperando as vitimas dentro de um terreno onde aparentemente as únicas entradas seriam pulando o muro ou o portão. Mas nada que estrague a experiência.
Vale a pena a experiência de rever o primeiro logo antes deste, inclusive para comparar as versões da música original e atual. Aliás é muito bom ouvir a música tema novamente.
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraNo mundo dos filmes de terror, existem os que prefiram o terror gráfico e outros que prefiram o puro terror psicológico. No entanto, se há um consenso entre os apreciadores do terror é que a realidade, via de regra, é mais assustadora que a ficção. Não atoa, os filmes que normalmente causam mais impacto no espectador o fazem por transmitir que o sentimento de medo ao qual o mesmo está exposto pode advir de uma situação real.
Hereditário tem um clima de suspense bem construído e a sensação de apreensão que consegue passar ao espectador é latente nos dois primeiros terços da produção, algo que se transforma no final. E é justa esta transformação que pode desagradar a alguns. A duração da produção também deixa a sensação de que alguns minutos a menos seriam benéficos para o resultado final.
Assim como aconteceu em A Bruxa (2015), a condução entre o terror psicológico e o sobrenatural caminham em paralelo, porém no final o roteiro acabou por tomar a opção errada. A diferença é que enquanto no filme de 2015, tudo acontece rapidamente na cena final, aqui temos uma sequencia inteira (sequencia que para muitos e me incluo nestes, acabou sendo equivocada). Pessoalmente, entendo que teria sido mais interessante o foco nas doenças psicológicas da família ou mesmo ter deixado a critério do espectador a definição sobre o entendimento a respeito do final
As atuações são de bom nível com destaque para a competente Toni Collette que está acima da média, embora Alex Wolff não vá mal, deixa a impressão que um ator melhor poderia potencializar os resultados.
Em suma, Hereditário é um filme competente, que deve ser assistido sem conhecimento prévio a seu respeito, conta com roteiro simples, onde ao assistirmos com atenção conseguimos perceber as pequenas pistas propositalmente deixadas ao longo da produção. Não é excepcional como muitos pintam, mas é acima da média e merece ser conferido.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista AgoraO filme é um thriller de suspense muito bem feito e cujo maior mérito é conseguir manter a tensão constante na maior parte da exibição. A premissa é bastante interessante e embora não seja totalmente inovadora consegue trazer um certo frescor a trama. Como nem tudo é perfeito, o resultado final sofre do uso em excesso de jumpscares, alguns podem até irritar os espectadores menos tolerantes a estes efeitos.
As atuações são todas de bom nível, ainda se considerarmos as raríssimas falas existentes. Fato, que a situação em que os personagens vivem já ajuda a fazer o espectador se importar com eles.
A situação da gravidez é algo que não se pode deixar de estranhar, mas por outro lado é preciso tentar entender o que poderia se passar na cabeça de pais que passem pela dor de perder um filho.
Não entendo porque tanta gente exige explicação para tudo, não há a necessidade de explicações óbvias e tudo que realmente interessa saber está lá, nem que seja escrito em um jornal no canto da sala.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraMother! começa bem, criando um clima de suspense e mistério que leva o espectador a se interessar pela continuidade da estória e a buscar entender o que está havendo. É justamente este interesse em descobrir os mistérios envolvidos em um filme que instiga o espectador a continuar assistindo-o, infelizmente após 30/40 minutos de exibição, o ar de mistério se esvai e inicia-se uma mera caminhada através dos eventos seguintes, por vezes repetitivos, tudo conduzindo até um final que não salva ou acrescenta muito a expectativa pela espera do mesmo.
Nas atuações, Jennifer Lawrence, mesmo não sendo uma atriz de talento dramático reconhecido, se comporta bem, ainda mais considerarmos seu dever de carregar a trama nas costas. Já Bardem acaba tendo pouco espaço na trama.
O uso excessivo de cenas repetitivas, seja nas diversas cenas de desobediência à protagonista ou no caos prolongado em demasia, faz com que a produção dê voltas, como uma criança que sem perceber segue andando em círculos no interior uma floresta.
A insistência em manter a câmera sob os ombros da protagonista também contribui para cansar o espectador, mesmo entendendo que a manobra faz parte da estratégia da direção para contar a estória.
Em resumo, se Darren Aronofsky fosse um vendedor, todos os records de vendas que conseguiu bater com "Cisne Negro", aqui lhe faltaram. Assim, os espectadores que conseguirem embarcar em sua fantasia megalomaníaca e egoísta devem gostar do resultado final, os demais possivelmente não irão nutrir grande simpatia pelo filme.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraIT é um filme competente que soube se aproveitar dos recursos tecnológicos, inexistentes na versão dos anos 90, para fazer uma boa adaptação do clássico livro de Stephen King, além de pegar carona em uma série de sucesso da atualidade que envolva um grupo de crianças.
Como terror inicia bem, no entanto vai perdendo força no decorrer da trama, talvez devido ao excessivo numero de cenas de comédia que acabam por quebrar demasiadamente o clima de terror/suspense do filme. Sem falar que sua longa duração também acaba por fazê-lo perder um pouco de força.
O clima nostálgico dos anos 80 e as atuações da maioria das crianças são o ponto alto do filme e nos remete a alguns sucessos que marcaram época, como Stand By Me, outra adaptação de livro do próprio Stephen King.
Nas atuações destaque para a jovem Sophia Lillis interprete de Beverly Marsh, a personagem com o melhor e mais pesado arco do longa e para Jaeden Lieberher.
Em suma, a produção conseguiu uma boa adaptação, no entanto, um certo exagero no numero de cenas de alívio cômico acaba por quebrar em demasia o clima de suspense e terror que envolve o espectador.
Thor: Ragnarok
3.7 1,9K Assista AgoraThor: Ragnarok é leve e divertido e abusa da paleta de cores existente para trazer ao público um filme mais preocupado em proporcionar diversão do que um eventual respeito as tradições do personagem. Aliás, ao que parece, os produtores decidiram mesmo deixar o filme descambar para a comédia e acabar seguindo mais a linha de Guardiões da Galáxia do que a linha Vingadores, onde até então, sua produção mais "alegre" havia sido O Homem Formiga.
Como tudo que é exagerado normalmente é ruim, o excesso de piadas (muitas delas fracas) em alguns momentos atrapalha e até cansa. Sem falar que se a intenção é fazer comédia, nomes como Paul Rudd e Michael Peña fazem falta.
As atuações não tem muito destaque, Chris Hemsworth que parece mais a vontade em tela, acaba atrapalhado pelo roteiro engraçadinho.
O maior destaque da trama é mesmo o visual colorido. Já o 3D é como sempre, absolutamente dispensável.
Em suma, o término da trilogia Thor é aquele filme para se esvaziar a mente e aproveitar a pipoca. Menos chato que os dois primeiros, mas que acaba pecando pelos excesso da vibe piadista da produção.
A Torre Negra
2.6 839 Assista AgoraQualquer adaptação cinematográfica baseada em um livro ou em uma série de livros carrega um peso extra, ainda mais quando se trata de livros de sucesso. Assim a probabilidade de decepcionar os fãs é ainda maior.
Embora nunca tenha lido os livros da série A Torre Negra, no entanto, apenas pelo numero de volumes, não é difícil prever que para contar com propriedade sua estória, talvez fosse mais prudente investir em uma série de tv ou no minimo em uma série de filmes. Fato que não tira o peso da produção ter falhado na tentativa de condensar boa parte da trama dos livros em apenas 90 min.
A estória rasa e contada as pressas não empolga muito, mas também não faz tão feio como muitos dizem. Por outro lado é legal ver as diversas referências a diversas outras obras de Stephen King, talvez a placa do circo/parque Pennywise, seja a mais evidente na atualidade (outras referências aos próprios livros de A Torre Negra também estão presentes, como a do Rei Rubro, por exemplo).
Contando com dois ótimos atores como protagonistas, Matthew McConaughey e Idris Elba salvam o filme sempre que aparecem e conseguem reverter parte da decepção dos fãs da obra original.
Em suma, para quem não for um fã da obra original e nem tão pouco tão exigente, o filme é uma diversão interessante, mas daquelas que somem da mente pouco após a sessão encerrar.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraPerfeito nos critérios técnicos, o filme consegue um fantástico grau de imersão na ação, algo poucas vezes visto no cinema. E este é seu maior mérito. Por outro lado, o roteiro não linear, sem a presença de explicações óbvias e que ainda deixa de contar a vida pregressa dos progonistas, pode acabar desagradando a alguns espectadores.
Dividido em três núcleos diferentes que acabam por se cruzar em algum momento na trama, o filme faz o espectador compartilhar as jornadas dos protagonistas em busca da própria sobrevivência e/ou empenho em prestar ajuda e resgatar os sobreviventes ao cerco imposto pelo exercito alemão.
As atuações são todas de bom nível, embora não haja um destaque especifico, ninguém decepciona.
Contanto com a direção sempre segura de Nolan, uma fotografia belíssima e um som espetacular, o longa proporciona uma experiência imersiva única que deve desagradar mesmo aqueles que necessitam de maior envolvimento com os personagens para uma melhor experiencia cinematográfica.