O ponto forte do filme é criar um universo próprio, com regras próprias e uma mitologia própria. É um prato cheio pra quem gosta de fazer as próprias reflexões sobre o que poderia ter sido e o que foi (e por isso eu gostei bastante). Em alguns momentos o filme tenta chegar em alguns lugares e parece que volta atrás, mas nada que atrapalhe a imersão. Um dos melhores do gênero esse ano!
Mas se o filme é sobre um assassino com uma final girl previsível, sobre uma casa assombrada ou criatura deformada querendo matar todo mundo vão falar que já viram, se tentam inovar no gênero vão falar que 'já deu' ou que 'saturou' ou que 'sentem falta do terror antigo'. Ninguém tá satisfeito com nada. O filme passa uma mensagem clara, vai direto ao ponto e cria uma metáfora fácil de captar, não sendo o típico filme pós-terror que "tem que dar um Google depois".
Esse filme tava na primeira fileira do Popcorn Time e nos "em alta" do RARBG, achei até que fosse lançamento, mas depois de ver eu entendi porque um filme de 2019 ficou em alta durante a quarentena, hahahaha
Eu sei que o roteiro é importante, mas um filme composto por fotografia impecável, trilha sonora no ponto, jogos de câmera, elementos cênicos e atuação de tirar o fôlego também pode ser um bom filme - mesmo se o roteiro não te levar a lugar algum. Como em Suspiria (1977), que a história não é o ponto alto e sim a experiência de assistir o filme.
Eu queria muito ter gostado do filme (todos os meus amigos gostaram e talvez por isso eu tenha assistido com muita expectativa), e embora seja composto por alguns diálogos importantes, o filme poderia ter crescido pra muitos lugares e acaba não crescendo pra nenhum. É importante um filme que retrate a cultura popular brasileira (coiteiros, nordeste, etc.) e o meu problema não está na história em si, mas em como ela poderia ter tomado diversos rumos, mas não toma.
O que mais me incomoda é como o filme todo é construído em cima de um evento, o dia em que os gringos irão atacar Bacurau, criando toda uma expectativa para o que deveria ser o clímax do filme. Quando chega finalmente o tal dia que o filme construiu durante horas, eles resolvem o problema em, sei lá, 5 minutos? Fora que aparentemente eles tentaram criar uma distopia futurística, mas tentaram aplicar isso de uma forma "sutil" que te deixa pensando "é ou não é?". Eles poderiam ter abordado muito melhor a tecnologia avançada, que daria um tom muito legal ao filme quando em contraste com o sertão (isso meio que acontece, mas sem grande relevância). De certa forma, me parece com algo que o Terry Gilliam teria inspirado, ou a série Westworld (com algumas coincidências bastante curiosas).
De todo modo, é um bom filme até os momentos finais.
História tocante em todos os quesitos. Muitos comentários sobre "o quão parado o filme é", acho que se esquecem que um filme bom não é apenas um filme de ritmo rápido. Um filme é para ser apreciado, independente do ritmo, e eu duvido que "Roma", num ritmo "rápido", seria tão bom quanto foi. A fotografia é impecável, retratando uma realidade comum que pode se enquadrar em vários perfis. Vale ressaltar que é o primeiro trabalho da Yalitza Aparicio, e a primeira vez que pisou num set de gravação, provando que talento é intrínseco. A obra é para ser assistida e apreciada, tanto os diálogos quanto as atuações, a natureza de uma história simples ou a simplicidade na história de uma empregada doméstica. Pontos importantes como o abandono paterno são abordados, o que também agrega bastante valor. O segredo do filme está nos pequenos detalhes que nos mostram que uma história comum pode ser tão boa quanto uma história enfeitada e repleta de clímaces.
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O Mal Que Nos Habita
3.6 524 Assista AgoraO ponto forte do filme é criar um universo próprio, com regras próprias e uma mitologia própria. É um prato cheio pra quem gosta de fazer as próprias reflexões sobre o que poderia ter sido e o que foi (e por isso eu gostei bastante). Em alguns momentos o filme tenta chegar em alguns lugares e parece que volta atrás, mas nada que atrapalhe a imersão. Um dos melhores do gênero esse ano!
O Lagosta
3.8 1,4K Assista AgoraTodo mundo falando que no final ele
não teve coragem de se cegar, mas o que eu entendi do final foi que a tela fica preta de repente porque é o momento em que ele enfia a faca no olho
Casamento Sangrento
3.5 943 Assista AgoraNão esqueçam que o gênero do filme é "humor ácido", àqueles que estão reclamando.
Relíquia Macabra
3.3 260Mas se o filme é sobre um assassino com uma final girl previsível, sobre uma casa assombrada ou criatura deformada querendo matar todo mundo vão falar que já viram, se tentam inovar no gênero vão falar que 'já deu' ou que 'saturou' ou que 'sentem falta do terror antigo'. Ninguém tá satisfeito com nada. O filme passa uma mensagem clara, vai direto ao ponto e cria uma metáfora fácil de captar, não sendo o típico filme pós-terror que "tem que dar um Google depois".
Viveiro
3.2 757 Assista AgoraEsse filme tava na primeira fileira do Popcorn Time e nos "em alta" do RARBG, achei até que fosse lançamento, mas depois de ver eu entendi porque um filme de 2019 ficou em alta durante a quarentena, hahahaha
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraAchei o filme bem legal, Elisabeth Moss perfeita em tudo o que ela faz, só achei mico que
na cena da delegacia vai chegando 2 policiais, ele mata, chega mais 2, ele mata, e vem vindo de 2 em 2 e morrendo tudo kkkkkkkkkk
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraEu sei que o roteiro é importante, mas um filme composto por fotografia impecável, trilha sonora no ponto, jogos de câmera, elementos cênicos e atuação de tirar o fôlego também pode ser um bom filme - mesmo se o roteiro não te levar a lugar algum. Como em Suspiria (1977), que a história não é o ponto alto e sim a experiência de assistir o filme.
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraEu queria muito ter gostado do filme (todos os meus amigos gostaram e talvez por isso eu tenha assistido com muita expectativa), e embora seja composto por alguns diálogos importantes, o filme poderia ter crescido pra muitos lugares e acaba não crescendo pra nenhum. É importante um filme que retrate a cultura popular brasileira (coiteiros, nordeste, etc.) e o meu problema não está na história em si, mas em como ela poderia ter tomado diversos rumos, mas não toma.
O que mais me incomoda é como o filme todo é construído em cima de um evento, o dia em que os gringos irão atacar Bacurau, criando toda uma expectativa para o que deveria ser o clímax do filme. Quando chega finalmente o tal dia que o filme construiu durante horas, eles resolvem o problema em, sei lá, 5 minutos? Fora que aparentemente eles tentaram criar uma distopia futurística, mas tentaram aplicar isso de uma forma "sutil" que te deixa pensando "é ou não é?". Eles poderiam ter abordado muito melhor a tecnologia avançada, que daria um tom muito legal ao filme quando em contraste com o sertão (isso meio que acontece, mas sem grande relevância). De certa forma, me parece com algo que o Terry Gilliam teria inspirado, ou a série Westworld (com algumas coincidências bastante curiosas).
De todo modo, é um bom filme até os momentos finais.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraHistória tocante em todos os quesitos. Muitos comentários sobre "o quão parado o filme é", acho que se esquecem que um filme bom não é apenas um filme de ritmo rápido. Um filme é para ser apreciado, independente do ritmo, e eu duvido que "Roma", num ritmo "rápido", seria tão bom quanto foi. A fotografia é impecável, retratando uma realidade comum que pode se enquadrar em vários perfis. Vale ressaltar que é o primeiro trabalho da Yalitza Aparicio, e a primeira vez que pisou num set de gravação, provando que talento é intrínseco. A obra é para ser assistida e apreciada, tanto os diálogos quanto as atuações, a natureza de uma história simples ou a simplicidade na história de uma empregada doméstica. Pontos importantes como o abandono paterno são abordados, o que também agrega bastante valor. O segredo do filme está nos pequenos detalhes que nos mostram que uma história comum pode ser tão boa quanto uma história enfeitada e repleta de clímaces.