Nossa... é de muita insensibilidade não gostar desse curta, ele é singelo em suas ações e diz muito. Talvez por eu ter passado por essa divisão de mundos desde a infância meu olhar foi mais tocado. Na infância nós crescemos significando o mundo, porque tudo se torna novo diante de nosso olhar e nossos sentimentos também acompanham essa descoberta do "mundo" e de nós mesmos. Uma coisa que pude perceber-sentir é que nessa divisão entre o mundo do pai e da mãe ele vai se tornando mais solitário e criando seu próprio mundo diante da ausência de afeto (afetar-se, sentir-se tocado) por parte dos pais (entretanto com uma ressalva, porque a mãe é quem ainda nutre no garoto o lúdico familiar que os une), significando tudo a sua volta dentro do mundo paralelo que precisou criar para poder se relacionar com seus afetos, por isso o cavalo e a raposa tornam-se seus melhores amigos. Tudo isso vem à tona enquanto ele pinta um quarto, possivelmente um cômodo que antes era usado em família, já que as caixas da separação ainda estão espalhadas pela casa; a mãe enquanto tocava piano pega em suas mãos um porta-retrato da família, o mesmo que o garoto pegará depois e que o levará à uma lembrança distante apesar da pouca idade, que é justamente o vazio de um momento em família em que sua mãe e seu pai estavam na cozinha, mas ele não consegue enxergá-los, vê apenas as roupas esvoaçantes e o jornal aberto de seu pai e sua mãe preparando o café, etc... essa passagem é muito foda, para mim. Penso que não há um pessoa que tenha crescido com os pais separados desde a infância que não tenha uma lembrança assim, uma ultima fotografia da presença-ausência em família.
Bela simplicidade e análise crítica! Com certeza a qualidade de vida que uma cidade pequena, aldeia ou qualquer outra forma de sociedade pequena, pautada na simplicidade da vida em comunhão com a natureza, nos oferece, é inigualável, quando comparada com a cidade grande e urbanizada, tal qual uma metrópole. Entretanto, vale salientar que a cidade grande também tem seus benefícios, como a acessibilidade a determinados serviços básicos, como o de saúde, transporte, alimentação, informação, etc., coisas que numa sociedade menos desenvolvida se torna mais difícil o acesso. Sem falar que, a maioria de nós residimos numa cidade com desenvolvimento tecnológico suficiente que nos permitisse assistir ao curta. Fora isso, gostei também.
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Fins de Semana
3.8 31Nossa... é de muita insensibilidade não gostar desse curta, ele é singelo em suas ações e diz muito. Talvez por eu ter passado por essa divisão de mundos desde a infância meu olhar foi mais tocado. Na infância nós crescemos significando o mundo, porque tudo se torna novo diante de nosso olhar e nossos sentimentos também acompanham essa descoberta do "mundo" e de nós mesmos. Uma coisa que pude perceber-sentir é que nessa divisão entre o mundo do pai e da mãe ele vai se tornando mais solitário e criando seu próprio mundo diante da ausência de afeto (afetar-se, sentir-se tocado) por parte dos pais (entretanto com uma ressalva, porque a mãe é quem ainda nutre no garoto o lúdico familiar que os une), significando tudo a sua volta dentro do mundo paralelo que precisou criar para poder se relacionar com seus afetos, por isso o cavalo e a raposa tornam-se seus melhores amigos. Tudo isso vem à tona enquanto ele pinta um quarto, possivelmente um cômodo que antes era usado em família, já que as caixas da separação ainda estão espalhadas pela casa; a mãe enquanto tocava piano pega em suas mãos um porta-retrato da família, o mesmo que o garoto pegará depois e que o levará à uma lembrança distante apesar da pouca idade, que é justamente o vazio de um momento em família em que sua mãe e seu pai estavam na cozinha, mas ele não consegue enxergá-los, vê apenas as roupas esvoaçantes e o jornal aberto de seu pai e sua mãe preparando o café, etc... essa passagem é muito foda, para mim. Penso que não há um pessoa que tenha crescido com os pais separados desde a infância que não tenha uma lembrança assim, uma ultima fotografia da presença-ausência em família.
Illusion
4.3 9Bela simplicidade e análise crítica! Com certeza a qualidade de vida que uma cidade pequena, aldeia ou qualquer outra forma de sociedade pequena, pautada na simplicidade da vida em comunhão com a natureza, nos oferece, é inigualável, quando comparada com a cidade grande e urbanizada, tal qual uma metrópole. Entretanto, vale salientar que a cidade grande também tem seus benefícios, como a acessibilidade a determinados serviços básicos, como o de saúde, transporte, alimentação, informação, etc., coisas que numa sociedade menos desenvolvida se torna mais difícil o acesso. Sem falar que, a maioria de nós residimos numa cidade com desenvolvimento tecnológico suficiente que nos permitisse assistir ao curta. Fora isso, gostei também.