A contagem do tempo é um tema ou subtema recorrente na filmografia do Nolan (a ponto de até mesmo em Dunkirk termos esse elemento como motriz). Com isso eu estava bem animado com a premissa de Tenet. Infelizmente, com a expectativa, o baque veio.
Me parece que um dos poucos méritos de Tenet está em trazer uma abordagem inédita para a viagem no tempo e as implicações desse conceito tanto no desenvolvimento dos acontecimentos como na imagética do filme, mas até mesmo essa conquista perde originalidade quando o roteiro decide reciclar velhos clichês do tema e acaba por se diluir nas dinâmicas mais tradicionais sobre determinismo temporal. Ainda assim, o CGI e os efeitos práticos, inclusive as coreografias de luta, foram bem assertivos e inventivos ao sintetizar a ideia em algo interessante de se acompanhar em boa parte do filme (com exceção da cena de batalha em campo, o que me pareceu visualmente redundante e arrastado). A espetacularização da "entropia invertida" é o que vale a experiência.
De resto, o filme é propositalmente confuso. E não é que o filme não faça questão de se fazer entender, o filme na verdade se esforça para ter uma montagem caótica a ponto de ser desgastante acompanhar as motivações dos personagens, para que no final, caso você entenda a sucessão de acontecimento, você não se sinta recompensando. Se a gente consegue entender perfeitamente essa salada-mista de cenas, o que não é fácil, vemos como o roteiro é preguiçoso e batido.
Isso sem falar no péssimo desenvolvimento dos personagens, a ponto de
um agente treinado não ter o menor pragmatismo para com a missão de salvar a realidade, e comece a genuinamente se importar com a personagem Kat e direcionar suas atitudes em razão disso.
Premissa boa, roteiro prematuro que merecia um tempinho a mais na incubadora.
Filme fantástico, que vale a revisita em fases diferentes da vida e que estimula muitas conversas e análises.
Pra mim, um dos maiores méritos do filme é como o roteiro se utiliza da tensão sexual como um artifício metalinguístico para a inquietude e o desconforto que ditam o tom da trama, o que vai aos poucos densificando a atmosfera do que nos está sendo apresentado. Sempre que o personagem está prestes a satisfazer sua libido, ele é interrompido e precisa postergar seu gozo. As cenas de flerte se dilatam em um estímulo crescente e são frustradas quase que em seus ápices, sem uma conclusão satisfatória, acumulando uma tensão que não promete ser resolvida.
Essa tensão se confunde brilhantemente à tensão não sexual (até porque também se deriva de contextos de luxúria): o desconforto com a imaginação e com o subconsciente da esposa + os perigos e implicâncias de sua ida ao baile de máscaras.
Por fim, pelo menos metaforicamente, o arco do protagonista gira em torno de uma pulsão sexual mal resolvida, restando à personagem da Nicole Kidman a frase que encerra a película e que talvez saneará o clima de suspense e incômodo entre os dois.
O filme é excelente no primeiro ato, pensei até que o marcaria como favorito, mas com o passar do tempo todos os bons elementos parecem desbotar um pouco. A célula mais fraca e que acaba por comprometer a trama é exatamente o romance entre o protagonista e a Alyssa, que não convence e se mostra dispensável em todo e qualquer aspecto. Eu não conhecia a sinopse do filme, então antes deles se relacionarem eu imaginava até que o "enamorado" seria, não de uma paixão à outra pessoa, mas simplesmente uma ironia poética da condição bruta que tinha o Julian para a transformação em alguém mais tolerante e que "ama o próximo" – a mensagem seria bem mais significativa assim. A fotografia é muito boa, sobretudo na primeira metade do filme, e a maioria dos personagens funcionam bem. Eu substituiria apenas o romance entre os dois por um enfoque maior ao desenvolvimento da amizade e confiança entre o treinador, o Julian e o boxeador negro. Esse último, por sinal, merecia ter tido um destaque maior, podendo ser um coadjuvante de peso e relevância para os acontecimentos do filme, ao invés de simplesmente sumir da trama em determinado momento.
Filme forte, sobretudo por nos incitar uma empatia dúbia e bipartida: nos vemos no Lucas - já que qualquer pessoa estaria sujeita a essa situação - assim como nos vemos em quem o julga (nessa quase histeria coletiva, que não é gratuita). É uma tragédia sem vilania, e isso entope o nosso cano de escape, já que sabemos que culpar a Klara por tudo isso também não soa justo. Está certamente entre os meus filmes favoritos.
Peca pelo excesso de piadas e pela infantilização do Ultron. Eu gostei do filme, mas o trailer me prometeu algo maior e mais denso. Espero que o tom de Civil War seja diferente.
Interessante sentir a narrativa como verdadeira protagonista do filme, nos fazendo acreditar que um elenco tão bem escolhido pode trabalhar unicamente como coadjuvante dos fatos. O enredo demora a emplacar porque começa de forma tendenciosamente nebulosa, se desvendando aos poucos a cada cena, mas quando o faz, é digno de respeito. É inevitável criar-se todo tipo de expectativa e teoria sobre as reais conexões entre cada uma das seis histórias, assim como é inevitável ter suas teorias claramente subvertidas (o que é muito bom). Assisti ao filme uma segunda vez, já conhecendo de sua não linearidade, e entendendo o quebra-cabeças, e me cativei ainda mais.
Quando compreendemos o ritmo do filme, é notado que cada história se sobressai como uma partícula no seu universo temporal vizinho, sob um tom de teoria do caos, aonde o detalhe mais ínfimo pode nortear e inspirar inúmeros acontecimentos futuros. A trama é muito feliz por conseguir tal feito sem comprometer o desenvolvimento individual, filosófico e independente de cada história, que segue sua própria diretriz, em seu método específico de direção. Filme ousado, por todos os recursos linguísticos que usou, assim como pela forma que usou. Excelente.
Recomendo pra quem tem paciência, verdade verdadeira.
As paisagens aliadas à trilha sonora já sanariam qualquer eventual deslize do roteiro, sério. Estarrecedor. Uma compilação de cenários belíssimos sob uma lente impecável, coisa pra provocar ciúmes à Natgeo.
O começo do primeiro episódio, com os gêmeos e a addy ainda criança, seguia uma linha bem próxima do que eu esperava de toda a temporada. Infelizmente não foi bem o que aconteceu. O enredo, com o passar dos episódios, só parecia ficar mais frágil e forçado, mas consegue ganhar forma aos poucos (não convence, mas culmina em algo). O ponto chave pra isso seria a quantidade exorbitante de coadjuvantes, a maioria sem o menor aprofundamento ou real importância como engrenagem para a trama, servindo unicamente pra gente entender o óbvio: morreu uma penca de gente naquela casa.
Ao meu ver, Murder House seria bem mais interessante se focasse na relação entre Ben, Tate e Violet, envolvendo algum tipo de drama psicológico/sobrenatural, que pusesse o telespectador na dúvida quanto a saúde mental (ou física) de Violet. Aquela tirada meio O Sexto Sentido, da Violet já estar morta e não saber é um gatilho perfeito pra muita coisa, poderia ter sido usado como um desfecho para o conto. Muito melhor do que o anticristo concebido por esperma ectoplasmática (wtf). A série tinha bons gatilhos e um personagem carismático e diferente, que é o Tate, acredito que poderiam ter aproveitado melhor o seu material
Méliès nos traz uma bela intercessão artística entre aquilo que poderia ser pensado como a ciência do tão debatido futuro e a poesia que permeia todo aquele imaginário. O contexto histórico é tão diferente do nosso que chego a me perder em devaneios quando tento separar em exatidão aquilo que para o diretor seria um recurso linguístico e aquilo que seria de fato um retrato de sua expectativa. Icônico e faz jus ao seu posto, recomendo.
Authority é de um conceito bem interessante também. O poder estatal subjugando a classe civil, e vice e versa. Uma sacada legal é a semelhança entre as duas atrizes, que se diferenciam apenas pelo que vestem. Com a nudez e a interação que o filme promete, claro, há o nivelamento de ambos, alcançando, com o passar do curta, um nível de parceria, onde as duas são por fim algemadas uma a outra. Acho apenas que cabia uma fotografia menos rude, o resultado teria saído bem melhor.
O trabalho de Mando não foi nada menos do que excelente. Insano! Com certeza uma das melhores atuações que já tive o prazer de contemplar. A produção e a atuação dos outros também convencem (e dão a dinâmica certa para a série), mas boa parte do mérito das 5 estrelas vai em peso para os ombros do Michael Mando.
A Ubisoft está de parabéns pela iniciativa e pelo resultado. A excelência só não foi alcançada por um erro grotesco e evitável:
Mintz-Plasse morre duas vezes na websérie. Três dias depois de ser capturado, com aquele tiro de bazuca (primeiro episódio) e também no ultimo episódio (por causas "naturais" ou por asfixia quando enterrado por Vaas).
Ainda assim, o projeto foi incrível e de uma competência monstruosa. Recomendo!
A questão do desapego à autopreservação (suicídio) é inquietante, e imprimiu, pelo menos pra mim, um sentido alegórico à toda irresponsabilidade socioecológica da humanidade - que é também, seja conscientemente ou não, um legítimo desapego à vida.
Eu não esperava que o filme fosse um sucesso, mesmo antes de assistir, nem que agradasse a grande massa como alguns clássicos do diretor o fizeram, mas esperava, no mínimo, que ele conquistasse um posto tardio e póstumo como clássico cult ou qualquer status digno do tipo.
Não acontecerá. Um filme com uma carga dessa precisa de atores que aguentem o tranco e que se vistam inteiramente com o papel. Que escolha infeliz de elenco, tsc.
O ritmo e a tensão seguiam uma matemática perfeita até pouco depois da metade do filme, mas com o passar do tempo o filme perde drasticamente o fôlego, talvez por começarmos a nos acostumar com a ideia de que aquela linha tênue entre o horror e o exagero tosco e desmedido já havia sido ultrapassado
(ah, com certeza isso fica evidente no final do filme)
. Não recomendo pra quem espera fidelidade ao enredo original, mas sim pra quem quer uma experiência nova com elementos do clássico. Bom filme, mas nada que mereça o status de "o filme mais apavorante que você verá nessa vida".
Reticente como se fosse meramente uma cena avulsa de um história muito maior e mais aprofundada. Talvez seja ai que mora o charme desse curta tão bem produzido e de forma tão sintética. Não é a toa que despertou os olhares de Del Toro.
Stephenie Meyer é uma verdadeira Midas às avessas. Tem boas ideias, mas não sabe como explorá-las e aprofundá-las de uma maneira não clichê ou pré-adolescente. A saga crepúsculo, assim como esse filme, tem bons gatilhos para um bom enredo, mas são trabalhados de forma tão medíocre que o resultado não poderia sem menos indigesto.
Assim como em Bastardos Inglórios, Tarantino propõe novamente uma carga irônica na trama que vai de encontro com a realidade social daquele contexto, como um reparador histórico. A redenção do oprimido vem por meio de seu suor e do sangue daqueles que ele precise matar no caminho. Daí temos uma fonte interminável de pelejas e situações fascinantes. Fico impressionado como esse gatilho pôde ser reutilizado sob diferentes abordagens sem soar como uma reciclagem ou uma "fórmula pronta".
Django Livre certamente tem sua própria identidade, inclusive quando bebe da fonte dos clássicos spaghetti westerns sem se vestir de sátira, fazendo inúmeras referências ao gênero e mantendo, ainda assim, a sua fidelidade ao velho método já consagrado de direção e roteirização ímpar do grande Tarantino.
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraA contagem do tempo é um tema ou subtema recorrente na filmografia do Nolan (a ponto de até mesmo em Dunkirk termos esse elemento como motriz). Com isso eu estava bem animado com a premissa de Tenet. Infelizmente, com a expectativa, o baque veio.
Me parece que um dos poucos méritos de Tenet está em trazer uma abordagem inédita para a viagem no tempo e as implicações desse conceito tanto no desenvolvimento dos acontecimentos como na imagética do filme, mas até mesmo essa conquista perde originalidade quando o roteiro decide reciclar velhos clichês do tema e acaba por se diluir nas dinâmicas mais tradicionais sobre determinismo temporal. Ainda assim, o CGI e os efeitos práticos, inclusive as coreografias de luta, foram bem assertivos e inventivos ao sintetizar a ideia em algo interessante de se acompanhar em boa parte do filme (com exceção da cena de batalha em campo, o que me pareceu visualmente redundante e arrastado). A espetacularização da "entropia invertida" é o que vale a experiência.
De resto, o filme é propositalmente confuso. E não é que o filme não faça questão de se fazer entender, o filme na verdade se esforça para ter uma montagem caótica a ponto de ser desgastante acompanhar as motivações dos personagens, para que no final, caso você entenda a sucessão de acontecimento, você não se sinta recompensando. Se a gente consegue entender perfeitamente essa salada-mista de cenas, o que não é fácil, vemos como o roteiro é preguiçoso e batido.
Isso sem falar no péssimo desenvolvimento dos personagens, a ponto de
um agente treinado não ter o menor pragmatismo para com a missão de salvar a realidade, e comece a genuinamente se importar com a personagem Kat e direcionar suas atitudes em razão disso.
Premissa boa, roteiro prematuro que merecia um tempinho a mais na incubadora.
Superman: Entre a Foice e o Martelo
3.3 162 Assista AgoraTão decepcionante quanto a adaptação de Piada Mortal.
De Olhos Bem Fechados
3.9 1,5K Assista AgoraFilme fantástico, que vale a revisita em fases diferentes da vida e que estimula muitas conversas e análises.
Pra mim, um dos maiores méritos do filme é como o roteiro se utiliza da tensão sexual como um artifício metalinguístico para a inquietude e o desconforto que ditam o tom da trama, o que vai aos poucos densificando a atmosfera do que nos está sendo apresentado. Sempre que o personagem está prestes a satisfazer sua libido, ele é interrompido e precisa postergar seu gozo. As cenas de flerte se dilatam em um estímulo crescente e são frustradas quase que em seus ápices, sem uma conclusão satisfatória, acumulando uma tensão que não promete ser resolvida.
Essa tensão se confunde brilhantemente à tensão não sexual (até porque também se deriva de contextos de luxúria): o desconforto com a imaginação e com o subconsciente da esposa + os perigos e implicâncias de sua ida ao baile de máscaras.
Por fim, pelo menos metaforicamente, o arco do protagonista gira em torno de uma pulsão sexual mal resolvida, restando à personagem da Nicole Kidman a frase que encerra a película e que talvez saneará o clima de suspense e incômodo entre os dois.
Escorpião Apaixonado
3.1 20 Assista AgoraO filme é excelente no primeiro ato, pensei até que o marcaria como favorito, mas com o passar do tempo todos os bons elementos parecem desbotar um pouco. A célula mais fraca e que acaba por comprometer a trama é exatamente o romance entre o protagonista e a Alyssa, que não convence e se mostra dispensável em todo e qualquer aspecto. Eu não conhecia a sinopse do filme, então antes deles se relacionarem eu imaginava até que o "enamorado" seria, não de uma paixão à outra pessoa, mas simplesmente uma ironia poética da condição bruta que tinha o Julian para a transformação em alguém mais tolerante e que "ama o próximo" – a mensagem seria bem mais significativa assim. A fotografia é muito boa, sobretudo na primeira metade do filme, e a maioria dos personagens funcionam bem. Eu substituiria apenas o romance entre os dois por um enfoque maior ao desenvolvimento da amizade e confiança entre o treinador, o Julian e o boxeador negro. Esse último, por sinal, merecia ter tido um destaque maior, podendo ser um coadjuvante de peso e relevância para os acontecimentos do filme, ao invés de simplesmente sumir da trama em determinado momento.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraFilme forte, sobretudo por nos incitar uma empatia dúbia e bipartida: nos vemos no Lucas - já que qualquer pessoa estaria sujeita a essa situação - assim como nos vemos em quem o julga (nessa quase histeria coletiva, que não é gratuita). É uma tragédia sem vilania, e isso entope o nosso cano de escape, já que sabemos que culpar a Klara por tudo isso também não soa justo. Está certamente entre os meus filmes favoritos.
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraPeca pelo excesso de piadas e pela infantilização do Ultron. Eu gostei do filme, mas o trailer me prometeu algo maior e mais denso. Espero que o tom de Civil War seja diferente.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraMeio autobiográfico isso ai.
Vagina Dentada
2.7 583Só sei que deviam ter traduzido o título para "Mãe de Pantanha Origins".
A Viagem
3.7 2,5K Assista AgoraInteressante sentir a narrativa como verdadeira protagonista do filme, nos fazendo acreditar que um elenco tão bem escolhido pode trabalhar unicamente como coadjuvante dos fatos. O enredo demora a emplacar porque começa de forma tendenciosamente nebulosa, se desvendando aos poucos a cada cena, mas quando o faz, é digno de respeito. É inevitável criar-se todo tipo de expectativa e teoria sobre as reais conexões entre cada uma das seis histórias, assim como é inevitável ter suas teorias claramente subvertidas (o que é muito bom). Assisti ao filme uma segunda vez, já conhecendo de sua não linearidade, e entendendo o quebra-cabeças, e me cativei ainda mais.
Quando compreendemos o ritmo do filme, é notado que cada história se sobressai como uma partícula no seu universo temporal vizinho, sob um tom de teoria do caos, aonde o detalhe mais ínfimo pode nortear e inspirar inúmeros acontecimentos futuros. A trama é muito feliz por conseguir tal feito sem comprometer o desenvolvimento individual, filosófico e independente de cada história, que segue sua própria diretriz, em seu método específico de direção. Filme ousado, por todos os recursos linguísticos que usou, assim como pela forma que usou. Excelente.
Recomendo pra quem tem paciência, verdade verdadeira.
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraAs paisagens aliadas à trilha sonora já sanariam qualquer eventual deslize do roteiro, sério. Estarrecedor. Uma compilação de cenários belíssimos sob uma lente impecável, coisa pra provocar ciúmes à Natgeo.
American Horror Story: Murder House (1ª Temporada)
4.2 2,2KO começo do primeiro episódio, com os gêmeos e a addy ainda criança, seguia uma linha bem próxima do que eu esperava de toda a temporada. Infelizmente não foi bem o que aconteceu. O enredo, com o passar dos episódios, só parecia ficar mais frágil e forçado, mas consegue ganhar forma aos poucos (não convence, mas culmina em algo). O ponto chave pra isso seria a quantidade exorbitante de coadjuvantes, a maioria sem o menor aprofundamento ou real importância como engrenagem para a trama, servindo unicamente pra gente entender o óbvio: morreu uma penca de gente naquela casa.
Ao meu ver, Murder House seria bem mais interessante se focasse na relação entre Ben, Tate e Violet, envolvendo algum tipo de drama psicológico/sobrenatural, que pusesse o telespectador na dúvida quanto a saúde mental (ou física) de Violet. Aquela tirada meio O Sexto Sentido, da Violet já estar morta e não saber é um gatilho perfeito pra muita coisa, poderia ter sido usado como um desfecho para o conto. Muito melhor do que o anticristo concebido por esperma ectoplasmática (wtf). A série tinha bons gatilhos e um personagem carismático e diferente, que é o Tate, acredito que poderiam ter aproveitado melhor o seu material
Viagem à Lua
4.4 858 Assista AgoraMéliès nos traz uma bela intercessão artística entre aquilo que poderia ser pensado como a ciência do tão debatido futuro e a poesia que permeia todo aquele imaginário. O contexto histórico é tão diferente do nosso que chego a me perder em devaneios quando tento separar em exatidão aquilo que para o diretor seria um recurso linguístico e aquilo que seria de fato um retrato de sua expectativa. Icônico e faz jus ao seu posto, recomendo.
Jason X
1.8 626Parabéns ao filmow por não forçar a barra classificando isso como terror.
School Days
3.1 119Tudo isso porque os personagens não tinham facebook pra saber quem era namorado de quem.
Dirty Diaries
3.1 16Authority é de um conceito bem interessante também. O poder estatal subjugando a classe civil, e vice e versa. Uma sacada legal é a semelhança entre as duas atrizes, que se diferenciam apenas pelo que vestem. Com a nudez e a interação que o filme promete, claro, há o nivelamento de ambos, alcançando, com o passar do curta, um nível de parceria, onde as duas são por fim algemadas uma a outra. Acho apenas que cabia uma fotografia menos rude, o resultado teria saído bem melhor.
The Far Cry Experience
4.4 13O trabalho de Mando não foi nada menos do que excelente. Insano! Com certeza uma das melhores atuações que já tive o prazer de contemplar. A produção e a atuação dos outros também convencem (e dão a dinâmica certa para a série), mas boa parte do mérito das 5 estrelas vai em peso para os ombros do Michael Mando.
A Ubisoft está de parabéns pela iniciativa e pelo resultado. A excelência só não foi alcançada por um erro grotesco e evitável:
Mintz-Plasse morre duas vezes na websérie. Três dias depois de ser capturado, com aquele tiro de bazuca (primeiro episódio) e também no ultimo episódio (por causas "naturais" ou por asfixia quando enterrado por Vaas).
Speed Racer
2.8 410 Assista AgoraDesliguei as luzes da sala e fiz uma rave.
Elvira, a Rainha das Trevas
3.4 1,4KAh, a puberdade.
Fim dos Tempos
2.5 1,4K Assista AgoraO enredo proposto tinha potencial para ser a revitalização do Shyamalan, em todos os aspectos.
A questão do desapego à autopreservação (suicídio) é inquietante, e imprimiu, pelo menos pra mim, um sentido alegórico à toda irresponsabilidade socioecológica da humanidade - que é também, seja conscientemente ou não, um legítimo desapego à vida.
Eu não esperava que o filme fosse um sucesso, mesmo antes de assistir, nem que agradasse a grande massa como alguns clássicos do diretor o fizeram, mas esperava, no mínimo, que ele conquistasse um posto tardio e póstumo como clássico cult ou qualquer status digno do tipo.
Não acontecerá. Um filme com uma carga dessa precisa de atores que aguentem o tranco e que se vistam inteiramente com o papel. Que escolha infeliz de elenco, tsc.
Batman & Robin
2.3 992 Assista AgoraPolêmico.
A Morte do Demônio
3.2 3,9K Assista AgoraO ritmo e a tensão seguiam uma matemática perfeita até pouco depois da metade do filme, mas com o passar do tempo o filme perde drasticamente o fôlego, talvez por começarmos a nos acostumar com a ideia de que aquela linha tênue entre o horror e o exagero tosco e desmedido já havia sido ultrapassado
(ah, com certeza isso fica evidente no final do filme)
Mamá
3.6 311 Assista AgoraReticente como se fosse meramente uma cena avulsa de um história muito maior e mais aprofundada. Talvez seja ai que mora o charme desse curta tão bem produzido e de forma tão sintética. Não é a toa que despertou os olhares de Del Toro.
A Hospedeira
3.2 2,2KStephenie Meyer é uma verdadeira Midas às avessas. Tem boas ideias, mas não sabe como explorá-las e aprofundá-las de uma maneira não clichê ou pré-adolescente. A saga crepúsculo, assim como esse filme, tem bons gatilhos para um bom enredo, mas são trabalhados de forma tão medíocre que o resultado não poderia sem menos indigesto.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraAssim como em Bastardos Inglórios, Tarantino propõe novamente uma carga irônica na trama que vai de encontro com a realidade social daquele contexto, como um reparador histórico. A redenção do oprimido vem por meio de seu suor e do sangue daqueles que ele precise matar no caminho. Daí temos uma fonte interminável de pelejas e situações fascinantes. Fico impressionado como esse gatilho pôde ser reutilizado sob diferentes abordagens sem soar como uma reciclagem ou uma "fórmula pronta".
Django Livre certamente tem sua própria identidade, inclusive quando bebe da fonte dos clássicos spaghetti westerns sem se vestir de sátira, fazendo inúmeras referências ao gênero e mantendo, ainda assim, a sua fidelidade ao velho método já consagrado de direção e roteirização ímpar do grande Tarantino.
Recomendo.
Mas sério, que porra de tiro foi aquele que a Lara Lee Candie levou?! A mulher voou! Como assim?! Foi engraçado até, mas não precisava, mesmo.