Acho que as irregularidades expressas nos comentários enriquecem a discussão política e sociológica. Me senti bastante contemplada pelos comentários de Olgária Matos a respeito da despolitização da política contemporânea que acompanha afetivamente o esvaziamento do debate político ao privilegiar o marketing e o jogo de competição em detrimento da precisão de discutir criticamente o que é relevante. Acredito que, nesse sentido, a urgência em manter a sobrevivência de partidos políticos prejudicando o objetivo fundador deste organismo político é um fato que atesta tal situação sugerida.
Achei muito pertinente a colocação da Márcia Tburi a respeito da simbologia das guerras e da morte para as sociedades indígenas; consideradas anárquicas, cada sociedade é homogênea por ser indivisa, por rejeição da divisão social, das hierarquias e das relações entre dominante e dominado; ou seja, o poder habita na unidade social e não em órgãos políticos, instituições.
A sua totalidade, por sua vez, se assenta no fato de ser 1 conjunto autônomo, completo. A guerra, para eles, não é um estado de violência que precisa ser controlado pelo Estado, como sugere Hobbes. A violência, distante da noção de caça determinada pela agressividade, é sua estrutura.
A fragmentação, cisão como tendência de todas essas sociedades é um efeito da guerra; pois cada comunidade emergente para ser pensada como unidade social exige a figura do inimigo, do estrangeiro, do outro e as contendas, dessa maneira, são fatos.
O primitivo é, por isso, o amálgama de guerra e trocas; ou seja, não se pode estabelecer a paz universal, pois ela comprometeria a liberdade que mora na totalidade autônoma e tampouco se pode viver em estado de guerra generalizada - Hobbes - pois esta comprometeria a sua igualdade inerente à unidade social sem divisões sociais (dominante x dominado). Isso foge, claramente, da lógica maniqueísta de "ou 8 ou 80" salientando o equilíbrio entre estes elementos heterogêneos ( a guerra e a troca).
Leandro Karnal traz à tona as contradições do Brasil, como por ex, o mito cordial representando uma certa ambiguidade do povo brasileiro que ao mesmo tempo que é 1 povo especial, externa o "complexo de coitadinho". A necessidade de guerra do brasileiro se esconde detrás desta máscara do homem cordial, sempre muito "receptivo" juntamente com a necessidade de "negociação" em todas as instâncias. Tal ausência de impessoalidade nos cargos públicos, a confusão do domínio do público com o domínio do privado são fatos que, segundo a visão weberiana de Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil, impede que se estabeleça a dominação racional legal, um Estado Burocrático Ideal. Enfim, uma série riquíssima, cheia de detalhes, bastante densa.
A subversão materializada em Lizzy, em pleno fim do século XVIII, é excitante; contexto no qual a mulher era - e continua a ser através de outros mecanismos - comercializada. O vociferar autoritário do patriarcado evidencia o cerceamento secular sofrido pelas mulheres dos direitos de livre exercício da espontaneidade e do auto governo. A noção de aproximar a propriedade e a mulher é bastante enfocada e explicita a famigerada objetificação dos nossos corpos. Além disso, o filme também nos desperta para o elo existente entre o casamento monogâmico, a família patriarcal e a propriedade privada ligada à figura do homem expressando as relações sociais que estabelecem as bases da estrutura de uma sociedade machista. Enfim, apesar de não romper com todos os padrões, Lizzy faz o suficiente para chocar os valores vigentes e evadir da esfera que a confina ao subornamento e padronização da condição de mulher.
Parece bem inocente, mas vejo que capta a perspectiva dos jovens dos anos 70 em desafiar a estrutura pujante que os submete. A crítica implícita e, explícita em algumas passagens, despertada pelos próprios veteranos da instituição em relação aos rituais de iniciação dos calouros é uma maneira de se objetar a essa hierarquização e divisão social vigente. Acho que a alusão ao movimento hippie como representação desse grupo de inquietos com tal estrutura é inequívoco. É justamente ao admitir o estigma de "vagabundos, maconheiros" e, principalmente, ao negar se subjugar ao que o treinador impôs que esta juventude sobrepõe as relações pessoais às obrigações sociais, enaltecendo o aqui-agora, a espontaneidade, o imediatismo e a existência em conflito com a ordem social, cuja estrutura se estende do passado para o futuro através de linguagem, leis e costumes. Enfim, politicamente subversivo.
O Homem Duplo
3.5 252 Assista Agoraespelho da sociedade: poder > potência
Lutas.doc
4.3 24Acho que as irregularidades expressas nos comentários enriquecem a discussão política e sociológica. Me senti bastante contemplada pelos comentários de Olgária Matos a respeito da despolitização da política contemporânea que acompanha afetivamente o esvaziamento do debate político ao privilegiar o marketing e o jogo de competição em detrimento da precisão de discutir criticamente o que é relevante. Acredito que, nesse sentido, a urgência em manter a sobrevivência de partidos políticos prejudicando o objetivo fundador deste organismo político é um fato que atesta tal situação sugerida.
Achei muito pertinente a colocação da Márcia Tburi a respeito da simbologia das guerras e da morte para as sociedades indígenas; consideradas anárquicas, cada sociedade é homogênea por ser indivisa, por rejeição da divisão social, das hierarquias e das relações entre dominante e dominado; ou seja, o poder habita na unidade social e não em órgãos políticos, instituições.
A sua totalidade, por sua vez, se assenta no fato de ser 1 conjunto autônomo, completo. A guerra, para eles, não é um estado de violência que precisa ser controlado pelo Estado, como sugere Hobbes. A violência, distante da noção de caça determinada pela agressividade, é sua estrutura.
A fragmentação, cisão como tendência de todas essas sociedades é um efeito da guerra; pois cada comunidade emergente para ser pensada como unidade social exige a figura do inimigo, do estrangeiro, do outro e as contendas, dessa maneira, são fatos.
O primitivo é, por isso, o amálgama de guerra e trocas; ou seja, não se pode estabelecer a paz universal, pois ela comprometeria a liberdade que mora na totalidade autônoma e tampouco se pode viver em estado de guerra generalizada - Hobbes - pois esta comprometeria a sua igualdade inerente à unidade social sem divisões sociais (dominante x dominado). Isso foge, claramente, da lógica maniqueísta de "ou 8 ou 80" salientando o equilíbrio entre estes elementos heterogêneos ( a guerra e a troca).
Leandro Karnal traz à tona as contradições do Brasil, como por ex, o mito cordial representando uma certa ambiguidade do povo brasileiro que ao mesmo tempo que é 1 povo especial, externa o "complexo de coitadinho". A necessidade de guerra do brasileiro se esconde detrás desta máscara do homem cordial, sempre muito "receptivo" juntamente com a necessidade de "negociação" em todas as instâncias. Tal ausência de impessoalidade nos cargos públicos, a confusão do domínio do público com o domínio do privado são fatos que, segundo a visão weberiana de Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil, impede que se estabeleça a dominação racional legal, um Estado Burocrático Ideal. Enfim, uma série riquíssima, cheia de detalhes, bastante densa.
Orgulho e Preconceito
4.2 2,8K Assista AgoraA subversão materializada em Lizzy, em pleno fim do século XVIII, é excitante; contexto no qual a mulher era - e continua a ser através de outros mecanismos - comercializada. O vociferar autoritário do patriarcado evidencia o cerceamento secular sofrido pelas mulheres dos direitos de livre exercício da espontaneidade e do auto governo. A noção de aproximar a propriedade e a mulher é bastante enfocada e explicita a famigerada objetificação dos nossos corpos.
Além disso, o filme também nos desperta para o elo existente entre o casamento monogâmico, a família patriarcal e a propriedade privada ligada à figura do homem expressando as relações sociais que estabelecem as bases da estrutura de uma sociedade machista.
Enfim, apesar de não romper com todos os padrões, Lizzy faz o suficiente para chocar os valores vigentes e evadir da esfera que a confina ao subornamento e padronização da condição de mulher.
Jovens, Loucos e Rebeldes
3.7 447 Assista AgoraParece bem inocente, mas vejo que capta a perspectiva dos jovens dos anos 70 em desafiar a estrutura pujante que os submete. A crítica implícita e, explícita em algumas passagens, despertada pelos próprios veteranos da instituição em relação aos rituais de iniciação dos calouros é uma maneira de se objetar a essa hierarquização e divisão social vigente. Acho que a alusão ao movimento hippie como representação desse grupo de inquietos com tal estrutura é inequívoco. É justamente ao admitir o estigma de "vagabundos, maconheiros" e, principalmente, ao negar se subjugar ao que o treinador impôs que esta juventude sobrepõe as relações pessoais às obrigações sociais, enaltecendo o aqui-agora, a espontaneidade, o imediatismo e a existência em conflito com a ordem social, cuja estrutura se estende do passado para o futuro através de linguagem, leis e costumes. Enfim, politicamente subversivo.
Sabotage: O Maestro do Canão
4.3 37" banditismo por pura maldade
banditismo por necessidade
banditismo por uma questão de classe! "
Tropicália
4.1 289tom zé s2
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraFoda as hell.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraInsuportável por ser tão real
Blue Jasmine
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O Labirinto do Fauno
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Azul é a Cor Mais Quente
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<3 no words!
Eu Não Quero Voltar Sozinho
4.4 1,9K Assista Agora<3