O título "Amor" não poderia ser mais apropriado. A forma como o marido cuida da esposa doente é comovente e até linda, pra quem consegue enxergar a beleza da relação até nessas horas. E o "cuidar" faz parte do amor, oras. É um filme lindo e que nos leva não só a pensar sobre a velhice, mas também se vai encontrar um amor tão puro e duradouro assim.
Quando ele mata a esposa pra poupá-la do sofrimento, pra mim foi a maior demonstração de amor de todo o filme. Foi o máximo de altruísmo da parte dele conseguir viver sem ela apenas pelo próprio bem dela.
Quando vi o trailer fiquei preocupado com essa mescla de comédia e drama já anunciada. Mas nesse filme isso casou incrivelmente bem. Surpreendente, de fato. As metáforas e simbolismos utilizados pra representar a depressão do personagem são incríveis. Ora temos a visão do protagonista, ora a visão dos outros - e essa mudança de visão foi essencial para entendermos melhor o distúrbio. Há alguns furos no roteiro, mas nada a se destacar, já que o filme é curto. O mais interessante de tudo, pra mim, foi o diálogo final, que se não me engano se transforma em monólogo - uma reflexão contemporânea de altíssimo nível. Ao fim do filme eu e meus amigos ficamos em um silêncio "ensurdecedor" por alguns segundos, que pareceram muitos, tamanha a reflexão causada pela película. E depois um debate pra lá de interessante. Se um filme me leva a refletir desta forma, já me ganhou. Para os interessados em filme com a temática de depressão - mas sem comédia ou ficção -, indico o excelente filme "Detachment (O Substituto)".
Um filme fantástico. A sinopse em si diz muito sobre o filme, então não há porque me estender aqui. É incrível vermos como o fascismo pode ser fundamentado em uma ideologia vaga - e às vezes nem esse "fundamento" tem -, e como se propaga de forma incrivelmente danosa e rápida. Como um movimento idiota pode ser abraçado por seguidores que se deixam levar por uma espécie de "histeria coletiva" e também por procurarem um sentido na vida. Vê-se no filme que as mentes mais "fracas", alunos que não se encaixavam em nenhum grupo social, abraçam a causa e ficam "cegos" por ela, por assim dizer. Também vale salientar que a intenção do docente começara de extremo bom grado, utilizando a reprodução do fascismo em sala de aula - que é uma micro sociedade - de forma didática e bem intencionada, mas além do movimento em si fugir do controle, o próprio professor se deixa levar pelo "poder" exercido sobre os alunos. A cena final é tocante, quando se tenta consertar todo o estrago de uma só vez, mas infelizmente é tarde. A reprodução do fascismo neste filme é excelente e até genial. O choque de realidade nos personagens ao final me causou arrepios. Recomendo fortemente. E pra quem gostou deste, recomendo ainda mais "A Outra História Americana".
"Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera." (Augusto dos Anjos). O roteiro do filme é sensacional, já que é baseado em uma obra literária conceituada, mas esperava mais do filme. A forma como os garotos já pensam em se organizar socialmente logo ao chegarem é bem interessante, e reflete a disciplina que eles tem da escola militar. Quando essa disciplina e "humanidade" vai se perdendo ao longo do filme as coisas ficam ainda mais interessantes, com a maioria deles aderindo à uma selvageria que talvez seja intrínseca a todo ser humano em condições parecidas. O lado selvagem humano é muito bem explorado neste filme, e como ele pode aparecer devido às condições ambiente. Outra coisa que chama atenção é a micro sociedade que logo se forma, e como ela difere em muito da sociedade em que os garotos viviam. No mais, o livro deve ser bem interessante. Indico o filme a quem não tiver disposição de ler, como eu.
O filme consegue tratar da depressão de forma fantástica. Muitos acham que é uma doença que remete à tristeza, mas na verdade é muito mais a indiferença - como diz o próprio título se traduzido ao pé da letra. E o protagonista é indiferente de início, mas é muito do discurso. Ele não é vazio como diz ser. Além de tudo isso, ainda mostra o transtorno de forma patológica, abordando os problemas de sua mãe e seu avô. Que coisa genial. Também vale salientar que o filme não conta só uma história, mas também aborda problemas de todo o corpo docente e discente, e a gente se interessa por cada um deles. Não dá nem pra fazer uma crítica direito porque as sensações que o filme passa são inúmeras. É um filme que fala com sua montagem. Quando antes de algo acontecer a lousa fica animada, quando o personagem relembra algum trauma e a fotografia muda dando o tom nostálgico... É um filme sem falhas e de várias sensações. Incrivelmente realístico. Sério, eu me apaixonei mesmo pela montagem. Além da montagem incrível, dos enquadramentos pontuais e de uma trilha sensitiva, culminando em uma direção perfeita, ainda temos uma atuação memorável do Adrien Brody. Vou indicar este filme a todos que puder, porque realmente merece ser visto.
Nunca vi um filme tratar tão bem da temática sexual como esse. O personagem é viciado em sexo e ao mesmo tempo sente repulsa a isso e vê como isso o afeta em sua vida social. Michael Fassbender está fenomenal como protagonista, dá pra sentir a dor e a solidão do personagem.
Um dos melhores filmes que já vi! Um filme jurídico fantástico, com personagens que possuem peculiaridades representativas de grandes parcelas da sociedade. Genial do início ao fim! Incrível como um filme pode se sustentar apenas com bons diálogos, já que se passa quase que inteiramente em uma sala de júri. Um clássico que todo cinéfilo tem a obrigação de assistir.
Atuação impecável do De Niro. Roteiro muito bom, trazendo à tona o machismo exacerbado da época e como o problema pode prejudicar uma relação. Fotografia fantástica. Como assim o Scorcese não ganhou o Oscar por esta obra prima?! Muito bom mesmo.
Um filme que trata a temática sexual como vi em poucos. Bem melhor que o aclamado "Ninfomaníaca". Pra quem gostou deste, recomendo "Shame" e "Equus", que possuem a mesma temática do sexo como "doença".
E o Oscar vai para... Julianne Moore. Sério, se a estatueta não for pra ela, não levo mais a sério. Ah, desconheço atriz que chore melhor. Sou de me apegar aos detalhes.
Já vi dramas e dramas, mas Still Alice foi O Drama - perdão pela empolgação, acabei de assistir ao filme. Ano passado foi quase a mesma coisa com Dallas Buyers Club.
Os melhores filmes são os que nos levam a reflexões - sejam elas existenciais, políticas ou quaisquer outras -, e o drama vivido pela protagonista, que descobre o Alzheimer precoce, nos leva a várias.
Com o passar do tempo vivemos várias experiências, que por conseguinte se tornam memórias. E muitas pessoas vivem como se fossem "reféns" dessas. Não é diferente para Alice, que construiu uma carreira memorável, mas com sua doença passa a não lembrar de quase nada. E durante o filme nos perguntamos se valeu à pena.
Ah, outra pergunta que nos fazemos é "Será que um dia vou acordar velho, não entender o motivo, e estar em condição parecida?". É triste. Nos leva a pensar que só o agora importa, por mais piegas que seja. Aquela coisa do "Carpe diem". Até em um dramalhão como esse pensamos em algo assim. De que adianta boas memórias, se um dia talvez as perca? Mas o que vale mesmo são as experiências, que viram memórias e blá blá blá. É paradoxal.
Não entendam mal, ela não fracassou. A questão é entender o verdadeiro sucesso de Alice.
Apesar de sua condição e de vermos a personagem se tornar uma caricatura de si mesma com o progresso do filme, seus familiares não a abandonaram em momento algum. Talvez Alice tivesse o desejo de ser eterna, como a maioria de nós temos. E ela foi, para as pessaos certas, que realmente importam. Para eles, ela ainda é Alice. Still Alice.
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraO título "Amor" não poderia ser mais apropriado. A forma como o marido cuida da esposa doente é comovente e até linda, pra quem consegue enxergar a beleza da relação até nessas horas. E o "cuidar" faz parte do amor, oras. É um filme lindo e que nos leva não só a pensar sobre a velhice, mas também se vai encontrar um amor tão puro e duradouro assim.
Quando ele mata a esposa pra poupá-la do sofrimento, pra mim foi a maior demonstração de amor de todo o filme. Foi o máximo de altruísmo da parte dele conseguir viver sem ela apenas pelo próprio bem dela.
Entre Abelhas
3.4 832Quando vi o trailer fiquei preocupado com essa mescla de comédia e drama já anunciada. Mas nesse filme isso casou incrivelmente bem. Surpreendente, de fato. As metáforas e simbolismos utilizados pra representar a depressão do personagem são incríveis. Ora temos a visão do protagonista, ora a visão dos outros - e essa mudança de visão foi essencial para entendermos melhor o distúrbio. Há alguns furos no roteiro, mas nada a se destacar, já que o filme é curto. O mais interessante de tudo, pra mim, foi o diálogo final, que se não me engano se transforma em monólogo - uma reflexão contemporânea de altíssimo nível. Ao fim do filme eu e meus amigos ficamos em um silêncio "ensurdecedor" por alguns segundos, que pareceram muitos, tamanha a reflexão causada pela película. E depois um debate pra lá de interessante. Se um filme me leva a refletir desta forma, já me ganhou. Para os interessados em filme com a temática de depressão - mas sem comédia ou ficção -, indico o excelente filme "Detachment (O Substituto)".
A Onda
4.2 1,9KUm filme fantástico. A sinopse em si diz muito sobre o filme, então não há porque me estender aqui. É incrível vermos como o fascismo pode ser fundamentado em uma ideologia vaga - e às vezes nem esse "fundamento" tem -, e como se propaga de forma incrivelmente danosa e rápida. Como um movimento idiota pode ser abraçado por seguidores que se deixam levar por uma espécie de "histeria coletiva" e também por procurarem um sentido na vida. Vê-se no filme que as mentes mais "fracas", alunos que não se encaixavam em nenhum grupo social, abraçam a causa e ficam "cegos" por ela, por assim dizer. Também vale salientar que a intenção do docente começara de extremo bom grado, utilizando a reprodução do fascismo em sala de aula - que é uma micro sociedade - de forma didática e bem intencionada, mas além do movimento em si fugir do controle, o próprio professor se deixa levar pelo "poder" exercido sobre os alunos. A cena final é tocante, quando se tenta consertar todo o estrago de uma só vez, mas infelizmente é tarde. A reprodução do fascismo neste filme é excelente e até genial. O choque de realidade nos personagens ao final me causou arrepios. Recomendo fortemente. E pra quem gostou deste, recomendo ainda mais "A Outra História Americana".
O Senhor das Moscas
3.7 270 Assista Agora"Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera." (Augusto dos Anjos). O roteiro do filme é sensacional, já que é baseado em uma obra literária conceituada, mas esperava mais do filme. A forma como os garotos já pensam em se organizar socialmente logo ao chegarem é bem interessante, e reflete a disciplina que eles tem da escola militar. Quando essa disciplina e "humanidade" vai se perdendo ao longo do filme as coisas ficam ainda mais interessantes, com a maioria deles aderindo à uma selvageria que talvez seja intrínseca a todo ser humano em condições parecidas. O lado selvagem humano é muito bem explorado neste filme, e como ele pode aparecer devido às condições ambiente. Outra coisa que chama atenção é a micro sociedade que logo se forma, e como ela difere em muito da sociedade em que os garotos viviam. No mais, o livro deve ser bem interessante. Indico o filme a quem não tiver disposição de ler, como eu.
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraO filme consegue tratar da depressão de forma fantástica. Muitos acham que é uma doença que remete à tristeza, mas na verdade é muito mais a indiferença - como diz o próprio título se traduzido ao pé da letra. E o protagonista é indiferente de início, mas é muito do discurso. Ele não é vazio como diz ser. Além de tudo isso, ainda mostra o transtorno de forma patológica, abordando os problemas de sua mãe e seu avô. Que coisa genial. Também vale salientar que o filme não conta só uma história, mas também aborda problemas de todo o corpo docente e discente, e a gente se interessa por cada um deles. Não dá nem pra fazer uma crítica direito porque as sensações que o filme passa são inúmeras. É um filme que fala com sua montagem. Quando antes de algo acontecer a lousa fica animada, quando o personagem relembra algum trauma e a fotografia muda dando o tom nostálgico... É um filme sem falhas e de várias sensações. Incrivelmente realístico. Sério, eu me apaixonei mesmo pela montagem. Além da montagem incrível, dos enquadramentos pontuais e de uma trilha sensitiva, culminando em uma direção perfeita, ainda temos uma atuação memorável do Adrien Brody. Vou indicar este filme a todos que puder, porque realmente merece ser visto.
Shame
3.6 2,0K Assista AgoraNunca vi um filme tratar tão bem da temática sexual como esse. O personagem é viciado em sexo e ao mesmo tempo sente repulsa a isso e vê como isso o afeta em sua vida social. Michael Fassbender está fenomenal como protagonista, dá pra sentir a dor e a solidão do personagem.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraUm dos melhores filmes que já vi! Um filme jurídico fantástico, com personagens que possuem peculiaridades representativas de grandes parcelas da sociedade. Genial do início ao fim! Incrível como um filme pode se sustentar apenas com bons diálogos, já que se passa quase que inteiramente em uma sala de júri. Um clássico que todo cinéfilo tem a obrigação de assistir.
Touro Indomável
4.2 708 Assista AgoraAtuação impecável do De Niro. Roteiro muito bom, trazendo à tona o machismo exacerbado da época e como o problema pode prejudicar uma relação. Fotografia fantástica. Como assim o Scorcese não ganhou o Oscar por esta obra prima?! Muito bom mesmo.
100 Escovadas Antes de Dormir
2.7 503Um filme que trata a temática sexual como vi em poucos. Bem melhor que o aclamado "Ninfomaníaca". Pra quem gostou deste, recomendo "Shame" e "Equus", que possuem a mesma temática do sexo como "doença".
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraStill Alice (2014)
E o Oscar vai para... Julianne Moore. Sério, se a estatueta não for pra ela, não levo mais a sério. Ah, desconheço atriz que chore melhor. Sou de me apegar aos detalhes.
Já vi dramas e dramas, mas Still Alice foi O Drama - perdão pela empolgação, acabei de assistir ao filme. Ano passado foi quase a mesma coisa com Dallas Buyers Club.
Os melhores filmes são os que nos levam a reflexões - sejam elas existenciais, políticas ou quaisquer outras -, e o drama vivido pela protagonista, que descobre o Alzheimer precoce, nos leva a várias.
Com o passar do tempo vivemos várias experiências, que por conseguinte se tornam memórias. E muitas pessoas vivem como se fossem "reféns" dessas. Não é diferente para Alice, que construiu uma carreira memorável, mas com sua doença passa a não lembrar de quase nada. E durante o filme nos perguntamos se valeu à pena.
Ah, outra pergunta que nos fazemos é "Será que um dia vou acordar velho, não entender o motivo, e estar em condição parecida?". É triste. Nos leva a pensar que só o agora importa, por mais piegas que seja. Aquela coisa do "Carpe diem". Até em um dramalhão como esse pensamos em algo assim. De que adianta boas memórias, se um dia talvez as perca? Mas o que vale mesmo são as experiências, que viram memórias e blá blá blá. É paradoxal.
Não entendam mal, ela não fracassou. A questão é entender o verdadeiro sucesso de Alice.
Apesar de sua condição e de vermos a personagem se tornar uma caricatura de si mesma com o progresso do filme, seus familiares não a abandonaram em momento algum. Talvez Alice tivesse o desejo de ser eterna, como a maioria de nós temos. E ela foi, para as pessaos certas, que realmente importam. Para eles, ela ainda é Alice. Still Alice.