Eric

Para Rousseau o "homem natural" é um ser de sensações apenas, e neste estado de natureza o homem só deseja aquilo que o rodeia, pois ele não pensa, e portando é desprovido da imaginação necessária para desenvolver um desejo que ele não percebe. Nesse sentido o retrato de um dos principais filósofos do iluminismo se mostra com contundência e vigor no filme de Lexi Alexander - Hooligans (2005).

A película expõe a história verdadeira das torcidas organizadas quem assombraram a Inglaterra durante um período de quase trinta anos, denominados pela imprensa de Hooligans (Vândalos) e não raro, conhecidos como organizações fascistas. Dessa forma assim como Rousseau elucida o homem em estado natural, Alexander caracteriza suas personagem como indivíduos pensantes motivados por sentimentos protecionistas, fraternais e autoritários que utilizam do selvagismo desenfreado uma forma de estabelecer domínios e promover divertimento "sem limites" e inconsequentes. Porém para um homem pensante, tudo deve se ter limites e consequências. Consequências essas vistas e sentidas por um grupo fanático de torcedores do West Ham United. Recomendo!

Nicolas Winding Refn vem se especializando em produzir filmes polêmicos e com extrema violência, vide o magnifico "Drive". Nesse sentido, não raro, em Only God Forgives mais uma vez apostou na excelente parceria com Ryan Gosling dando a película um salto de qualidade. O filme se passa em Bangkok e retrata uma família dona de um clube de luta que por de traz dos panos trafica dragas não licitas, quando repentinamente se vê numa vingança depois que um dos irmão é assassinado por um policial.

A trama é competente em seu desfecho mostrando a crueza e a violência de forma assustadora e polêmica, quase uma mistura de Tarantino com Oldboy (Filme japonês premiado em diversas categorias). Entretanto o filme cai numa narrativa lenta e agoniante é alguns de seus atos. Porém os defeitos são irrelevantes, numa fita onde a produção supera as expectativas, a trilha sonora se encaixa em todas as situação com a mais pura harmonia, e a crueza dos fatos são expostas numa realidade bastante conveniente e cruel. Recomendo e certamente Tarantino também.

A peculiaridade de Quentin Tarantino traz em "Django Unchained" uma brilhante atuação de Christoph Waltz acompanhada com a versatilidade característica de Leo Dicaprio e a destreza de Jaime Foxx numa repaginação inteligente do gênero western dramático. Contemplando ainda, a singularidade na medida certa do humor negro típico das obras de Tarantino abrangendo questões raciais e históricas como se fossem cartadas de mestre, e como se não bastasse, a película acerta com um trilha sonora contundente, digna de um filme excepcional e com obrigatoriedade para ser visto. Recomendadíssimo!