E temos mais uma história de origem em 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos'. O longa traz uma história “amigável para a família” de como Peter Pan e Alice surgiram. A roteirista Marissa Kate Goodhill torna Peter e Alice irmãos e os joga em uma família biracial cheia de todos os tipos de problemas horríveis de adultos. Enquanto seus pais, Jack (David Oyelowo) e Rose (Angelina Jolie) lidam com vícios, problemas de dinheiro e a morte de um filho, Peter e Alice escapam para um mundo de fantasia horrivelmente caprichoso e cheio de elementos familiares de seus respectivos contos.
'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' traz uma Inglaterra vitoriana fictícia revisionista muito bem vinda, mas infelizmente, o filme tropeça em seu caminho para a terra da fantasia. O longa também é recheado de referências em forma de Easter Eggs durante sua projeção, os elementos famosos das histórias de Alice e Peter são jogados na tela, é quase que uma brincadeira de adivinhação, é claro que tudo é muito óbvio, mas divertido.
O filme meio que cria um “mito de origem” de realidade alternativa para Peter Pan e Alice Liddell, imaginando-os como irmãos, tomados de tristeza quando um terceiro irmão morre. Surpreendentemente, o enredo à medida que se desenrola não combina com as histórias fictícias bem estabelecidas de Peter e Alice e nem com as situações do mundo real de como os autores criaram seus personagens lendários.
Os efeitos especiais aparecem de repente, visualizando a imaginação das crianças e dando a entender que o público pode visitar um mundo de fantasia, mas a viagem nunca acontece. Por quase 80 dos 94 minutos de duração do filme, a roteirista Marissa Kate Goodhill está ocupada demais estabelecendo o entediante "mundo real" em que essas duas crianças foram criadas, até que o público inevitavelmente percebe que o filme não tem intenção de nos levar a outro lugar.
O final é melancólico, até mesmo mágico, pode ser lido como terrível, lamentável, sombrio, embora você queira dizer "o oposto de maravilhoso e feliz". Ainda assim, a música, as performances e os efeitos visuais insistem que isso é adorável. 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' pretende ser uma exposição amargamente irônica da desintegração de uma família? Pode ser.
Não sei o que 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' deve ser, que lições está transmitindo ou para quem foi feito. As crianças não se interessaram pelas imagens do retrocesso e os adultos acharão suas representações de vício, luto e violência superficiais, prolongadas e não recomendadas para os pequenos. Em sua estreia em live-action, a diretora Brenda Chapman falha miseravelmente em integrar o horror e a fantasia.
O diretor Petrus Carity também é responsável pelo roteiro junto com Rosemberg Cariry e Firmino Holanda. Baseado no conto de Carlos Emílio Corrêa Lima, o diretor comanda esta história de forma minuciosa. Petrus também é o fotógrafo do filme, cada composição é feita pensada para causar uma impressão no telespectador. As cores ampliam o tom claustrofóbico através da saturação.
O som é tratado de forma seca, mas presente como uma linguagem fundamental para os personagens; o contato com os tecidos, o desejo por ir além das ondas, o tilintar dos pratos à mesa de madeira, tudo amplia o tom claustrofóbico do filme. A trilha sonora só ajuda a compor esse incômodo constante.
Apesar de seu fundo dramático, o filme traz uma atmosfera de suspense. A história é quase que uma fábula, mas o diretor Petrus Cariry oferece uma estética bem naturalista para o filme, gerando um efeito bastante interessante. A praia é cuidadosamente enquadrada pela fotografia gerando belas imagens, enquanto nossos personagens anunciam profecias, assistem show erótico, presenciam ou imaginam a existência de barcos, o filme traz um ar fantasioso.
A narrativa de 'O Barco' está inteiramente baseada em coisas que partem nas águas, ou chegam nela. O mar é explorado pela dualidade vida e morte: é ele quem fornece o alimento à família, mas é ele quem tira a voz do pai. É o mar quem traz a encantadora forasteira, mas também é ele que impede a fuga do filho mais velho. A natureza, neste caso, representa a liberdade e a prisão.
Muitos personagens não interagem uns com os outros, existindo em núcleos isolados. A mãe Esmerina sabe da existência de Ana? Outras pessoas, além dos membros da família principal, interagem com o cego? A narrativa foge da coletividade, evitando representar os espaços para além do mar, isso pode deixar o telespectador longe do filme.
'O Barco' sugere caminhos narrativos que ele mesmo não pretende seguir. Qualquer forma de linearidade é interrompida, as reviravoltas nunca vêm. O espectador é convidado a transitar por um universo divino, deixando aquela sensação de que tudo talvez não passe de um sonho ou talvez não exista uma moral da história. Isso quebra um pouco a importância do filme.
O filme tem um tom misterioso e há uma constante ameaça de perigo, trazendo uma experiência bastante imersiva. Eu me senti sufocado com a falta de perspectiva dos personagens. Apesar dos pequenos erros, 'O Barco' precisa ser visto, ele é bem feito e bonito.
O humor pastelão, quando bem feito, pode ser uma alegria de assistir. Jogue uma garotinha cética e seu animal de estimação super-herói e isso soa como uma receita para um filme de família comovente, carinhosamente doce e envolvente. De alguma forma 'Flora e Ulysses', dirigido por Nina Khan a partir de um roteiro de Brad Copeland, erra o alvo no que deveria ter sido um filme divertido. O longa infantil tem todos os ingredientes certos, mas não consegue juntá-los, deixando o filme uma casca vazia e pouco carismática.
Com seu luxuoso pelo castanho avermelhado, adoráveis orelhas em tufos e capacidade de fazer expressões faciais incrivelmente matizadas, Ulisses é apenas o mais recente companheiro animado por computação gráfica. Para os pais que cresceram assistindo os live-action mais antigos da Disney vão se surpreender do quão longe essa tecnologia chegou.
A tecnologia pode impressionar, mas o enredo continua a perpetuar o clichê do gênero. O maior problema do filme decorre da perspectiva cínica de Flora, que provavelmente soa muito maduro para o público jovem, mas se mostra inconsistente com a imaginação hiperativa em exibição. Espera-se que o público acredite que uma criança de dez anos não tem nenhum senso de otimismo e esperança. O fato de ela ser cínica certamente pretende ser um aspecto fofo e até engraçado da história, mas é um exagero, especialmente porque o filme restringe essa mesma noção com seu tom.
'Flora e Ulysses' carece de muito do investimento mágico e emocional que faz com que esses filmes para a família valham a pena assistir em qualquer idade. O filme depende muito do esquilo CGI para trazer coração e humor para a história. Flora se torna uma espécie de mentora para Ulisses, convencida de que todo super-herói tem um propósito, ela é ajudada por seu vizinho William (Benjamin Evan Ainsworth), cuja cegueira temporária é explorada por um humor pastelão totalmente desnecessário.
O enredo teria funcionado muito melhor se não fosse tão pouco desenvolvido e emocionalmente vazio, com várias partes do tempo de execução preenchidas por uma bagunça desenfreada. Tecnicamente, a dupla do título é apenas um pouco menos destrutiva do que um tornado comum. Quase todos os cenários do filme envolvem quebrar, derramar ou perturbar espaços arrumados, o que sem dúvida é divertido de assistir se você tem a idade de Flora ou menos.
Por se tratar de um filme da Disney, 'Flora e Ulysses' passa muito tempo fazendo referência a outros notáveis super-heróis agora de propriedade da empresa. De uma forma estranha e indireta, o filme se inclina para a máquina corporativa que está se inclinando para que os super-heróis sejam esses salvadores tão necessários, sejam fictícios ou não.
Esse é o tipo de filme que a Disney costumava fazer quando pessoas como esse crítico também eram crianças. 'Flora e Ulysses' é no fundo, um filme muito simpático, mas seus elementos são mal misturados, deixando o filme bagunçado e pouco carismático.
Daniels fez um trabalho sólido notável de duas horas. 'Preciosa: Uma História de Esperança' é longo e doloroso, mas nunca parece arrastado ou explorador. Existe uma atmosfera real e envolvente cheia de detalhes delicados. O filme não pode ser endossado como entretenimento: as circunstâncias, incidentes e emoções no filme são muito sombrios.
O filme é um drama angustiante sobre uma mãe adolescente abusada determinada a melhorar sua vida, apesar dos obstáculos colocados em seu caminho. Baseado no romance "Push" de Sapphire, o filme parece uma mentira de tão absurdo, a história te arrebata, não para um vitimismo, mas para vontade imensa de uma vida melhor para Preciosa.
A implacabilidade das dificuldades vividas pela personagem pode ser considerada por alguns um pouco de exagero. Ela é estuprada pelo pai, ele tem um filho do próprio pai com síndrome de down, ela espera um segundo filho do pai, jogam uma tv nela, ela apanha de sua mãe enquanto está em trabalho de parto e é constantemente abusada psicologicamente e fisicamente. O filme poderia ter escolhido menos e explorado mais do menos, o que causaria o mesmo efeito. O filme me deixou a impressão de querer forçar para chocar, mas isso não estragou a minha experiência.
A mensagem de 'Preciosa: Uma História de Esperança' é maravilhosa e suas performances são ainda mais. A comediante Mo'Nique tem uma atuação vívida e surpreendentemente variada como a mãe de Preciosa. Ela desloca sua fúria por um homem que ela pensa preferir sua filha do que a ela. Mary é tão vingativa quanto cruel. Para ela, Preciosa não é tanto uma filha, ou mesmo um ser humano, mas uma empregada doméstica e um aumento mensal no cheque de assistência social.
O toque mais incomum é uma assistente social interpretada por uma Mariah Carey mais deselegante do que estamos acostumados a ver. O filme é talvez notável por apresentar Mariah Carey em um papel dramático simples, mas é um papel chamativo e pouco óbvio e Carey faz um trabalho sólido aqui.
A vida de Claireece "Preciosa" Jones é implacavelmente degradante e totalmente desumanizante, ela é um olhar vazio, mas ela é uma pessoa com dor e vergonha. Conforme aprendemos através de narrações em off e sequências de devaneios bem cronometrados de Daniels, ela nutre sonhos de escapar de tudo com muita determinação e pronta para desafios. Preciosa, interpretada com incrível segurança e amplitude pela jovem atriz Gabourey Sidibe, ela domina o filme com calma e astúcia lenta e evitando qualquer coisa bonita ou que chame a atenção, ela surpreende cena após cena com novas rugas, profundidades e contornos.
'Preciosa: Uma História de Esperança' é doloroso, é angustiante, é emocionalmente exaustivo. É também um filme singular, tão difícil de comparar como de esquecer, com uma história que abraça qualquer autoestima destruída. “Todos são um presente do universo” assim como esse filme.
Adaptado do best-seller de Lauren Weisberger sobre o ano em que ela passou como assistente de Anna Wintour, a lendária exigente editora da Vogue, 'O Diabo Veste Prada' oferece uma visão perversa do nível superior do mundo da moda, um mundo que faz a maioria de nós se sentir como voyeurs no grande baile de formatura.
Em uma jogada muito inteligente, Meryl Streep minimiza o papel para que sua Miranda nunca precise levantar a voz para conseguir o que deseja. No mínimo, uma sobrancelha levantada retrata toda a extensão de seu desagrado. Ela exala arrogância, que vem de sua confiança absoluta em sua posição como o árbitro final de todas as coisas da moda. Anne Hathaway é uma ótima atriz, mas aqui, ela interpreta a mesma personagem de 'O Diário da Princesa'.
O filme é mais do mesmo, por isso a personagem principal Andrea Sachs é a história menos interessante do filme. 'O Diabo Veste Prada' deveria (na verdade ele é) de Miranda Priestly, ela deveria ser a vilã odiada da história, mas Meryl Streep fez um trabalho tão legal, trazendo humanidade a personagem, que tudo o que envolve Miranda é o que me traz vontade de voltar ao filme enquanto o assistia.
Aos amantes da moda, o filme é um prato cheio. As fashionistas vão se deslumbrar com o guarda-roupa em exibição por aqui. Mas o filme não encanta somente pelo guarda-roupa, ele traz um lado da moda pouco ou nunca explorado, que é o mundo do jornalismo da moda, trazer o bastidores de uma revista de moda foi algo inovador.
'O Diabo Veste Prada' é uma diversão boa e limpa, mas segue uma fórmula de filme feminino padrão, com os problemas necessários com o namorado, montagens de moda, ajustes de penteado e eventual realização emocional e fortalecimento pessoal. A graça aqui é Meryl Streep e os bastidores do jornalismo da moda que é gostoso de visitar.
'Depois do Casamento' é um filme de drama romântico Pré-Código de 1931 dirigido por Frank Borzage e estrelado por Sally Eilers e James Dunn. É um filme muito bom e muito romântico. O diálogo também é particularmente forte e um dos destaques nesse longa. O mesmo vale para o realismo inesperado e aquela abordagem muito original da vida cotidiana que eles fizeram muito bem.
O longa tem uma mudança chocante no tom. A primeira metade tem um estilo maluco, enquanto a segunda metade é um drama altamente sério. A transição nunca é suave, infelizmente, mas eu simplesmente amei o romance aqui, pois é doce e cativante.
A segunda metade de 'Depois do Casamento' fica séria demais, eu certamente preferia a primeira metade do filme, mas ainda assim respeitei os cineastas por terem ido lá enquanto exploravam a desconfiança no casamento e todos os problemas que um bebê poderia trazer.
Dorothy e Eddie formam um casal tão charmoso, os atores têm uma ótima química e suas interações lúdicas e piadas tornaram este filme um verdadeiro charme. James Dunn e Sally Eilers são excelentes aqui e deveriam ter sido nomeados por suas boas atuações. Ela é muito agradável e ela conseguiu todas as suas cenas dramáticas, enquanto ele é muito cativante e carismático.
Muito do filme depende de um atributo não dito, mas facilmente visível, desse casal. Cada um fica tão determinado a provar ao outro que está disposto a sacrificar qualquer coisa pela felicidade do outro que ambos acabam se sentindo miseráveis. Dorothy se oferece para voltar a trabalhar para ganhar dinheiro para o bebê que ela está escondendo de Eddie, e Eddie lê isso como um sinal de que ela não se sente mimada o suficiente. Ele compra para ela um apartamento novo e chique, e ela se sente péssima por ele ter gastado tanto com ela quando o filho está chegando.
Ele continua girando cada vez mais fora de controle, até que eles mal se falam. À medida que a data do parto se aproxima e ambos chegam a antecipar o bebê, mas esperam que o outro o despreze, há uma palavra que parece pairar sobre ambas as cabeças, o último ato de sacrifício que faria o outro feliz. Veja bem, apesar da liberdade proporcionada aos filmes dos anos 1930, eles ainda não conseguiam dizer a palavra, mas você pode ler isso claramente em todos os seus rostos: aborto.
É bom ver um filme Pré-Código que é tão abertamente honesto sobre sexo. Este é um experimento muito interessante para os geralmente mais glamorosos filmes dos anos 30, pois é basicamente sobre o cotidiano, um romance e um casamento. Provavelmente conseguiriam refazer 'Depois do Casamento' com poucas ou nenhuma mudança no roteiro e provavelmente seria um dos melhores filmes do ano. É bastante corajoso em como esse filme lhe dá com os dois personagens que não querem realmente um bebê.
'Depois do Casamento' é um drama romântico muito bom que apresenta uma mudança de tom chocante no meio da história, mas ainda assim a segunda metade dramática é tematicamente corajosa para sua época e também interessante em sua abordagem do cotidiano. Frank Borzage dirigiu o filme tão bem, enquanto Sally Eilers e James Dunn são fantásticos.
'Livre' é um filme biográfico que é visualmente envolvente e emocionalmente atraente. É difícil livrar-se do sentimento de ambição cuidadosa que mantém tudo avançando de forma tão organizada. Reese Witherspoon assume o papel de Cheryl Strayed, espiritualmente destroçada e caminhando pela Pacific Crest Trail durante o verão de 1995, com as garras de um falcão procurando uma presa abaixo.
Reese Witherspoon é uma excelente atriz, isso sem dúvida, mas sua personagem tem muitas camadas e nuances e ela não anda entrega o que sua personagem precisa. Cheryl é viciada em heroína, traidora e procura no sexo uma forma de se sentir amada, Witherspoon não consegue fazer nenhuma dessas coisas de forma persuasiva.
Quando Cheryl está na trilha à procura de perdão pelos seus pecados e procurando se curar, ela fumega com o equipamento de acampamento defeituoso ou se atrapalha com sua mochila gigantesca como um pastelão profissional, nesse momento a atriz convence.
O roteiro de Nick Hornby e a edição de Vallée unem o passado e o presente em uma trama complexa fácil de acompanhar. Os flashbacks são dominados por Laura Dern, que interpreta Bobbi a mãe sofredora, mas implacavelmente otimista de Cheryl, cuja disposição alegre contrabalança Cheryl. Dern a interpreta de forma tão brilhante que a trágica partida de Bobbi é dolorosa .Infelizmente, Dern não é o personagem principal do filme.
Os flashbacks me causaram um certo desconforto, Reese Witherspoon não convence com filha Laura Dern, as duas parecem ter a mesma idade! A produção deveria ter escolhido uma atriz mais jovem para interpretar a jovem Cheryl, ficou muito estranho.
Há um outro momento estranho no filme, uma raposa aparece durante o filme, enquanto Cheryl está fazendo sua trilha. O animal tem uma simbologia ele tem um significado figurado, já que o filme nos fez entender que essa raposa está no imaginário de Cheryl. Nenhum problema até agora, a única questão é que o CGI é péssimo, estragando totalmente a experiência do filme, é bizarro.
Há uma excelente chance de você sair deste filme e comprar seu próprio par de botas. Vallée e o cinegrafista Yves Bélanger capturam o incrível imediatismo do cenário do livro de maneira tão bela que nunca duvidamos de seus poderes transformadores. Os desertos e montanhas ao longo dos quais Cheryl caminha oferecem vistas deslumbrantes, enquanto o diretor de fotografia Yves Bélanger tira proveito de sua perfeição de cartão-postal.
'Livre' é uma história comovente, envolvente e profundamente sincera, ambientada em um dos cenários mais magníficos do planeta, apesar de uma típica história de queda e redenção com algumas escolhas infelizes, o filme cativa e arrebata para dentro da vida de Cheryl.
Muito elogiado em sua época como um ataque mordaz ao jornalismo, 'Sede de Escândalo' é a entrada inicial no ciclo de "protesto social" da Warner que não foi tão bem quanto o de Hecht-Milestone, muito menos solene e hipócrita com 'A Primeira Página'. Os jornais são um bando de bandidos para 'Sede de Escândalo', que vemos demonstrado enquanto brincam de forma imprudente com vidas.
Nascendo na era pré-código, 'Sede de Escândalo' ainda sim, está repleto de diálogos salgados com repórteres, simpatia por criminosos e alusões a estupro, adultério e suicídio, isso é irônico, já que a degradação moral que o código visava deter na indústria do cinema é paralela à degradação dos padrões da mídia noticiosa atacada na peça de Weitzenkorn e no filme de Mervyn LeRoy.
'Sede de Escândalo' é talvez o mais sombrio no ciclo de filmes com temática jornalística produzidos em Hollywood durante o início dos anos 1930. Vinte anos atrás, Nancy Voorhees era uma estenógrafa engravidada por seu chefe e absolvida por um júri depois de matá-lo com um tiro. Hoje ela é Nancy Townsend, não mais uma mãe solteira, antecipando o casamento iminente de sua própria filha e profundamente apaixonada por seu marido, o padrasto de Jenny, Michael (HB Warner). Mas ela percebe corretamente que sua vida construída está à beira de ser destruída.
O diretor Mervyn LeRoy faz algumas coisas inteligentes com a história de Nancy, mantendo a personagem presa em seu apartamento durante a maioria de seus problemas. Ele também usa a grande janela da sala de estar como um dispositivo de enquadramento, reforçando que não apenas os jornais são espiões voyeurísticos, mas que nós, o público, também estamos dando uma espiada. Isso muda para uma porta mais tarde, à medida que o assédio que o Gazette oferece a leva a ações desesperadas.
Enquanto a vida de Nancy Voorhee entra em colapso, eles ignoram seus apelos enquanto os jornais continuam a voar das prateleiras. Uma cena notável mostra Nancy ligando para o jornal, implorando para falar com qualquer pessoa para que ela possa implorar para que acabem com esse tormento. Usando uma tela dividida, observamos Nancy ficar presa entre os vários funcionários que fazem seus negócios normalmente e, coletivamente, tentam ignorar sua ligação, esperando que ela vá embora.
O personagem central, um autodestrutivo editor de um tablóide chamado Randall (Edward G. Robinson), produz tanto entusiasmo por uma missão de desenterrar o caso de Nancy Voorhees para um serial de sucesso infalível que ele a destrói no processo. Cada cena com Robinson brilha, a raiva misteriosa que ele exibe simplesmente estrala. Poucos atores podem fazer a raiva parecer tão aterrorizante quanto Edward G. Robinson.
Os detalhes técnicos do filme também são sólidos. 'Sede de Escândalo' não faz uso de uma trilha sonora, em vez disso forrando seu início com gritos de Extra e os zumbidos sinistros de uma impressora. Também passamos cerca de dez minutos do filme antes de Randall chegar, embora seja certamente uma metáfora nada sutil, começar com ele lavando as mãos compulsivamente rapidamente nos permite saber em que estamos nos metendo.
'Sede de Escândalo' aborda um dos dois principais objetivos do jornalismo: elevar o discurso público e ganhar dinheiro. As preocupações deste último, infelizmente, muitas vezes superam as do primeiro.
Alex e Marcus escreveram sobre sua experiência em um livro de 2013 com o mesmo nome, mas deixaram muitos detalhes vagos sobre o que realmente aconteceu em suas vidas. 'Diga Quem Sou' vai além do livro, forçando um confronto em seu terceiro ato.
O assunto de 'Diga Quem Sou' é duplo: a busca de Alex para descobrir quem ele realmente é, e a luta de Marcus para saber se ele deveria contar ao irmão toda a extensão do trauma que sofreram quando crianças. O filme primeiro apresenta a história do acidente e a recuperação de Alex, permitindo que os dois irmãos contassem o que aconteceu separadamente.
Marcus reintroduziu Alex para sua mãe, seus amigos, durante toda a sua vida. Anos mais tarde, depois que Alex teve tempo para se aproximar de sua família novamente, sua mãe morreu. Enquanto vasculhava sua casa, Alex começou a suspeitar que algo estava errado com base nos itens encontrados na casa. Ele perguntou a Marcus se eles haviam sofrido abusos quando crianças, Marcus confirmou, mas não deu detalhes.
Por décadas, Alex viveu se perguntando o que teria acontecido, Marcus recusou-se a lhe contar, argumentando que estava protegendo seu irmão. Eles viveram e trabalharam próximos um do outro durante toda a vida, mas a informação retida foi desgastante para ambos.
O cineasta Ed Perkins estrutura de forma inteligente 'Diga Quem Sou' para construir um encontro entre os dois irmãos, no qual eles compartilham a tela pela primeira vez e conversam um com o outro sobre o que aconteceu, em uma cena crua que expõe quanto dano foi causado pelo abuso, que envolve estupro e abuso sexual infantil da mãe e de outras pessoas.
Perkins conta essa história com uma qualidade sombria que o prepara para as verdades desconfortáveis que estão por vir. Alex e Marcus são as únicas vozes presentes no filme, seus testemunhos foram gravados separadamente e em lados opostos da mesma sala sem cor. Mesmo quando o filme corta entre os irmãos, é como se eles estivessem falando um com o outro, e não conversando.
As reconstituições abstratas por meio das quais Perkins ilustra a queda e um punhado de outros eventos importantes são valiosas apenas pela forma como reforçam o clima terrível do documentário; é óbvio que um crime está esperando para ser descoberto por trás de toda essa intriga leve e gentil de Oliver Sacks.
O filme não é apenas uma história selvagem e quase inacreditável, ele é uma reflexão sobre os efeitos duradouros do abuso sexual, a complicada questão das “boas” mentiras e o dilema moral que acompanha a retenção de informações dolorosas. Não há uma solução fácil para a situação em que Alex e Marcus se encontram, mas eles começam a dar passos em direção à cura.
A verdade quando é revelada, é devastadora. O fato de Perkins ter se concentrado em assuntos tão simpáticos torna quase impossível não se comover, mesmo que 'Diga Quem Sou' muitas vezes, pareça menos uma verdade forense do que um fragmento intrigante de uma história que pode, no final, ser impossível de ser contada por completo.
Os irmãos gêmeos contam sua história angustiante em um documentário sobre memória, trauma e silêncio. É complicado contar uma história como a de Alex e Marcus em um documentário, sem ultrapassar uma linha ética que explora a tragédia pessoal para apenas mais uma "reviravolta" de suspense. 'Diga Quem Sou' por pouco, mas com sucesso, deixa os irmãos mergulharem na crueza de seu relacionamento.
O cenário lembra a 'Janela Indiscreta' de Hitchcock. Anna acha que viu seu novo vizinho, Alistair Russell (Gary Oldman), matar sua esposa, Jane (Julianne Moore), que visitou Anna recentemente. Embora a atmosfera seja assustadoramente claustrofóbica, 'A Mulher na Janela' parece mais uma peça teatral do que um filme, com os personagens chegando em sincronia para desfazer sua bagagem emocional como suspeitos.
O filme é agradável não tanto por sua trama sinuosa, mas por sua dedicação artística. O diretor de fotografia Bruno Delbonnel segue nossa protagonista frágil e esgotada por seu ninho de quartos como se a câmera soubesse que ela corre o risco de ser engolida por sua própria casa.
Quando Anna não está reclamando com o marido pelo telefone, ou criticando as pessoas que entregam pacotes em sua porta, ela está reclamando de qualquer outra coisa. Um erro fatal do filme, escrever uma personagem tão chata para comandar o filme.
Amy Adams interpreta Anna como uma velha e mesquinha que odeia as pessoas e adora bebidas, Amy Adams é boa e está excelente aqui, mas sua personagem é desconcertante e a atitude extravagante da atriz torna as coisas mais difíceis depois de um tempo. Você rapidamente se cansa de assistir à apresentação e não simpatiza com a situação de Anna.
A história é uma confusão, com um ritmo desajeitado e crescendo em direção a uma reviravolta totalmente desinteressante. O objetivo aqui era evocar outros filmes clássicos que são um sucesso dentro dessa proposta, mas Joe Wright não consegue reunir nada da tensão claustrofóbica desses filmes. O diretor está muito ocupado encharcando tudo com cores berrantes e deixando sua câmera admirar a casa imponente de Anna.
'A Mulher na Janela' é pretensioso e programático, construído em batidas previsíveis e não oferece nenhum novo toque em qualquer de suas formas antigas. Filmes de gênero formulados podem ser muito divertidos, mas não quando são tão pesados e sérios como esse.
Logo no lançamento de seu trailer, 'Sapatinho Vermelho e os Sete Anões' mergulhou em um mar de problemas, já que toda a sua campanha de marketing deu a entender de se tratar de um filme gordofóbico. Este filme não é o que você pensa que vai ser. Demora um pouco para chegar lá, mas em última análise, ensina às crianças a lição muito importante de se sentir confortável em sua própria pele.
Algo pode ter se perdido na tradução na criação desta animação sul-coreana, porque a mensagem "é o que está dentro que conta" parece ocasionalmente abafada pela ideia de que um par de sapatos pode transformar você em uma visão luminosa e ágil de beleza.
'Sapatinho Vermelho e os Sete Anões' é meio longo para um filme infantil, fazendo as coisas acontecerem apenas cerca de duas horas. A primeira hora pode ser um pouco difícil de assistir. Não porque não seja divertido ou seja lento, mas por causa de onde você acha que o filme está indo.
Um trágico desperdício de talento vocal como Chloe Grace Moretz, Sam Claflin, Gina Gershon e Patrick Warburton, eles acabaram em um filme que parece que seu enredo, cenário e diálogo foram executados várias vezes por meio de um algoritmo de tradução.
A trilha sonora repete as mesmas três baladas pop de som robótico indefinidamente, além de conter canções inesquecíveis. Há momentos esporádicos de aventura e humor, com o subutilizado Prince Average fornecendo as melhores falas.
'Sapatinho Vermelho e os Sete Anões' é aquele tipo de animação que você se pergunta: 'Porque não escolhi um filme Pixar?". Sua mensagem é válida e importante, mas demora para fazer efeito na trama. Com alguns bons momentos de comédia, o longa carece de aventura e emoção.
Um filme totalmente diferente do que Scorsese tenha feito, em 3D e com uma linguagem infanto-juvenil. Desafiado pela esposa a fazer um filme em que sua filha de apenas 12 anos pudesse assistir, nasce o belo 'A Invenção de Hugo Cabret'. O filme perde um pouco sua magia se não assistindo em 3D, já que foi todo filmado neste formato ao invés de convertido para 3D, todas as cenas foram pensadas para um feito perfeito em três dimensões.
Com tanta tecnologia fica irônico assistir às maravilhas do mecânico no filme, como podemos conferir no relógio, no autômato, nas câmeras cinematográficas e na perna mecânica do guarda da estação.
'A Invenção de Hugo Cabret' é um nome bem antiquado já que o pequeno Hugo (Asa Butherfield) não inventa absolutamente nada. Isabella (Chloe Grace Moretz) amiga de aventura de Hugo, Papa Georges interpretado por Ben Kingsley que é simplesmente idêntico ao Georges Mèlies, Stallon (Sacha Baron Cohen) o inspetor atrapalhado e responsável pelo lado cômico do filme, Lisette (Emily Mortimier) a florista.
O filme se preocupa em contar o começo do cinema talvez em desesperada tentativa da real história não morrer. O responsável pelo roteiro foi John Logan que conta a história do cinema e faz diversas homenagens ao passado dessa arte, tem um apelo pedagógico muito forte mais parecendo um documentário. O desenvolver da trama e dos personagens se limita para uma história didática, por isso a dificuldade de identificar emoções com o filme e explorar a trama e subtramas.
A produção do filme traz uma Paris dos anos 30 fantástica os responsáveis são Dante Ferretti e Francesca Lo Schivaco, um trabalho meticuloso e rico em detalhes, as cores que surgem na tela são saturadas, quentes e parecendo serem iluminadas a lamparinas a óleo, um filme deslumbrante de se ver, um trabalho muito bem feito de Robert Richardson. O filme em 2012 venceu o Oscar de Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte.
Baseado no livro de Brian Selznick 'A Invenção de Hugo Cabret' é um filme delicado e bem produzido que conduz a uma viagem na história do cinema. Ganhador de cinco prêmios Oscar, um filme para toda família, é possível caminhar entre o conhecimento e o mundo da fábula e da magia. Pra quem tem uma curiosidade de como o cinema começou este filme é um ótimo começo.
Adaptado do livro infantil de meados dos anos trinta, a Blue Sky Studios leva o enredo central do clássico infantil de 32 páginas do autor Munro Leaf e o expande em uma mediocridade brilhantemente colorida e esporadicamente divertida.
O filme não é engraçado para quem já é grandinho, o humor que forma 'O Touro Ferdinando' é aquele típico de humor físico, só os mais pequenos conseguiram se divertir com essa animação. É aqui que o filme perde o total sentido de existir, ele funciona como um bom entretenimento para as crianças, mas não consegue passar sua mensagem com eficiência para eles, para os acompanhantes adultos não há nada.
O roteiro é creditado a Robert L. Baird, Tim Federle e Brad Copeland e leva um tempo para se firmar, mesmo quando isso acontece, o impulso de parar nunca chega à ocasião. A trama ficou sem a devida importância que deveria ter e fraco demais para que tenhamos vontade de querer acompanhar o filme.
As representações visuais, incluindo aquelas vistas pastorais, com todas as colinas verdejantes e os ensolarados céus azuis, são certamente agradáveis aos olhos, os personagens particularmente o formidável Ferdinando, habitam esses espaços vibrantes com uma graça ágil. O trabalho de voz é similarmente ágil, mas apesar de Cena e McKinnon serem ótimos, poderia ter sido bom ter ouvido atores hispânicos nos papéis principais ao invés de apenas os de apoio.
O filme também escorrega ao andar pela cultura espanhola. 'O Touro Ferdinando' perdeu uma grande oportunidade de nos apresentar uma animação rica em cultura não muito explorada, podendo se tornar um filme mais autêntico.
A adaptação do livro ficou frouxa, a mensagem e os valores que o filme tenta extrair do livro soa artificial demais. A história ficou espaçosa, sendo preenchida com cenas de ação em ritmo de um maníaco, recheado de piadas e com um humor sem graça. 'O Touro Ferdinando' ficou simples demais e sem elegância, um filme esquecível.
Nem é preciso dizer que 'Em Guerra Com o Vovô' é infantil, brincando descontraidamente com truques baratos de humor físico, mas nada disso é representado de uma forma particularmente engraçada ou original. Apesar de sua premissa familiar, nada é adequado para os pequeninos, 'Em Guerra Com o Vovô' não é adequado para crianças, mesmo sendo para crianças.
Além do fato de que muitas das piadas, que fazem lembrar 'Esqueceram de Mim', são grosseiras e previsíveis, há uma maldade no filme que está em guerra com o tom alegre. É provavelmente um exagero fazer com que os espectadores simpatizem com uma criança que ataca seu avô. A relação entre Sally e Arthur é estranha, enquanto a ligação inevitável de Ed e Peter parece planejada para dar a isso um final feliz.
Robert De Niro é um dos melhores atores que o cinema americano já produziu, ele fez alguns filmes incríveis que serão lembrados para sempre, mas De Niro também fez alguns filmes medíocres e horríveis e esse é um deles. O ator não faz mal, nunca faz na verdade, mas aqui algo estranho acontece. A qualidade da atuação de Robert De Niro piora o filme, porque acentua o contraste entre o que ele está fazendo e o que está acontecendo ao seu redor.
De alguma forma, alguém aparentemente decidiu que essa situação é engraçada, mas exatamente como isso deveria ser engraçado nunca foi comunicado ao público. O que temos, em vez disso, é o espetáculo de um pirralho repelente e desagradável atormentando repetidamente um velho cuja esposa acabou de morrer. É realmente uma situação desagradável, até porque o público deve simpatizar com o garoto malvado.
Durante nosso atual estado de caos e claustrofobia, 'Em Guerra Com o Vovô' pode ser divertido para alguém, no entanto, seu conflito central parece além do arcaico e oscila em surdez.
Aparentemente, 'Kate' da Netflix, é um filme totalmente novo baseado em um conceito original. Não é um remake ou uma reinicialização ou uma extensão de uma franquia; não é baseado em eventos reais nem adaptado de materiais de origem existentes, mas você já viu 'Kate'.
Como muitos dos filmes originais da Netflix, 'Kate' se sente como mais um lançamento que tinha potencial para ser bom, mas fica bem aquém do esperado. Então, como os outros filmes da Netflix, os espectadores podem conferir 'Kate' se eles ficarem sem outras coisas para assistir.
'Kate' usa suas influências como roupas emprestadas, nunca conseguindo desenvolver um estilo ou voz que pareça totalmente próprio. O roteiro de Umair Aleem é tão previsível que é possível mapear todo o ato final com base nos primeiros dois minutos do filme e na sinopse do enredo.
O diretor Cedric Nicolas-Troyan se sai bem com os interlúdios corpo a corpo e bala a cabeça regulares, mas por alguma razão há uma perseguição de carro no final do primeiro ato que parece terrível. Foi arrancado de uma cena cortada de videogame e é chocante ver um uso tão flagrante de CGI horrível.
Mary Elizabeth Winstead prova seu talento de herói de ação de maneira espetacular. Nossa protagonista é tão unidimensional quanto possível, tendo sido recrutada quando criança e treinada em suas formas de lidar com a morte como tantos antes dela no gênero, mas a atriz pelo menos consegue imbuí-la com algum grau de humanidade. Ela eleva substancialmente o que está na página e dá o melhor que consegue nas cenas de luta, é divertido assistir Winstead obter lá independentemente.
Se o filme tem um momento decisivo, não é nenhuma das partes legais em que Kate atira em bandidos, ou as partes sentimentais, é no instante em que ela para no meio de uma missão urgente para cortar o próprio cabelo na pia do banheiro. Kate não está tentando se disfarçar. O cabelo dela não está atrapalhando. Ela não é especialmente vaidosa e definitivamente está com pouco tempo. Ela nem parece tão diferente depois. No entanto, ela se arruma e afofa enquanto se estuda no espelho, porque o corte de cabelo autoaplicável é uma abreviatura cinematográfica para uma mulher que toma conta de sua própria vida e é isso que 'Kate' espera transmitir que Kate está fazendo.
Não é preciso ser muito perspicaz para perceber que 'Kate' tem poucas ideias próprias. Embora não necessariamente reinvente o gênero ou forneça uma visão criativa de thrillers de ação, é divertido o suficiente para sustentar os espectadores durante as horas e 46 minutos de duração do filme.
Nos seus momentos de abertura, cheios de pavor, 'Nós' é totalmente sério. À medida que o enredo avança, o filme se torna mais complicado, mais ultrajante e de várias maneiras, mais ousadamente engraçado e atual do que seu antecessor.
O filme é tão repleto de ideias que deve inspirar várias viagens ao cinema para seus fãs mais dedicados, porque termina não em uma resposta definitiva, mas em uma pergunta ardilosa para os espectadores.
Claramente, o trabalho de um escritor-diretor ambicioso oferece reviravoltas, ironias e finais errados em abundância. 'Nós' é uma sinfonia gloriosa de medo, com certeza, mas é também uma alegoria ambiciosa de ficção científica é uma comédia sombria dos ricos e pobres.
Em 'Corra' a comédia simplesmente fica fora de tom dentro do filme, aqui o cômico funciona bem melhor e mais bem encaixado. O personagem de Duke é a fonte de alívio cômico, roubando cenas como a maioria dos pais gostaria que pudessem. Agora, essas risadas são racionadas de maneira mesquinha, usadas para diminuir a tensão entre duas apresentações muito intensas e muito boas de Nyong'o.
Com os impasses da invasão doméstica, 'Nós' seria um passeio emocionante, mesmo que seus vilões não fossem grotescos horríveis dos personagens que eles procuram destruir. Termina com violência satisfatória, mas é claro que esse não é o fim.
Talvez 'Nós' esteja afirmando que, sejam negros ou brancos, são pessoas que se parecem conosco e transformaram nosso mundo em um desastre do qual não podemos escapar. Talvez estejamos fazendo o mesmo, criando um inferno para alguém, provavelmente sem nem mesmo saber. Talvez nós somos eles e somos nós. Talvez todo final feliz seja a catástrofe de outra pessoa, portanto, nenhum filme de terror realmente acabou.
O longa possui um elenco incrível de personagens interessantes e únicos. Apesar do foco ser principalmente em Cherry e Smile, os personagens secundários também ganham destaque. O longa explora bastante o seu mundo, através da crítica de preservar a história do lugar, 'Palavras que Borbulham como Refrigerante' nos leva por um passeio interessante pelo seu universo.
Mesmo que tenha diversos elementos da cultura japonesa, 'Palavras que Borbulham como Refrigerante' possui em sua história temáticas universais sobre a falta de autoconfiança na adolescência. Cherry e Smile são personagens extremamente humanos e que embarcam a caça de um tesouro que traz o desenvolvimento do melhor deles no decorrer do filme.
O roteiro é bem amarrado e os protagonistas tem um ótimo desenvolvimento, porém tudo é muito clichê e previsível. O ritmo da trama é lento, mas isso não é ruim, pelo menos não aqui. 'Palavras que Borbulham como Refrigerante' desenvolve muito bem sua história e seus personagens e não tem pressa. A dinâmica do enredo só acrescentou para que o longa ficasse mais poético e imersivo.
A animação é muito bonita e bastante colorida, isso ajuda muito a passar o clima animado de diversos momentos com uma “vibe de verão”. Já para os momentos mais tristes ou tensos é utilizado cores mais frias. A animação é muito boa, especialmente a cena inicial em que o castor estava fugindo dos funcionários do shopping, a cinematografia para aquela cena em particular é muito bem feita.
A edição de som é outro ponto de extremo destaque em 'Palavras que Borbulham como Refrigerante', quem assistir ao longa de fones conseguirá ter uma percepção do cuidado do trabalho de som em objetos e na atuação de voz do elenco. A trilha sonora nesse anime também é muito boa. A trilha era uma variedade de canções otimistas e calmantes que se encaixam muito bem neste filme.
No geral, 'Palavras que Borbulham como Refrigerante' é um filme com uma história simples, clichê e previsível, mas muito divertida, sendo um ótimo entretenimento para ser assistido de forma despretensiosa. O longa possui ainda uma temática universal sobre a autoconfiança na adolescência e o poder das palavras. O roteiro é bem amarrado, com personagens únicos e uma animação muito bonita e colorida.
'Menina de Ouro' é sobre um velho treinador ensinando uma jovem boxeadora, apenas dizer isso, evoca uma série de imagens, a maioria delas bem clichês, de cada filme de boxe já feito, esse filme não é um filme convencional de boxe ou mesmo um filme convencional de esportes. Suas preocupações e ambições estão em uma direção completamente diferente.
O diretor Clint Eastwood inundou 'Menina de Ouro' com sua melancolia de sempre; com pouca luz do sol e com personagens que são frequentemente descobertos, cabeças inclinadas em poças de luz em meio à escuridão opressiva. Sua visão é notavelmente consistente, especialmente as imagens do próprio Eastwood angustiado e irresoluto.
Os três protagonistas apresentam performances naturais e honestas, os atores habitam esses personagens a tal ponto que você não vê mais os atores interpretando seus papéis. O coração de 'Menina de Ouro' está nas relações básicas entre Frankie, Maggie e Scrap, amizades tão puras, tão genuínas, tão autênticas que são necessários atores do calibre de Eastwood, Swank e Freeman para vendê-los neste mundo cínico.
A performance de Eastwood, que também atua, é esplêndida, quase dolorosamente crível, mas seu melhor trabalho aqui está atrás das câmeras. Como Maggie, Hilary Swank é um pacote de dinamite, uma alma determinada com muito a provar e muito pouco tempo para fazer isso, para se preocupar com a derrota. Hilary Swank mostra que 'Meninos Não Choram' não foi uma sorte única na vida, enquanto a adorável atuação de Freeman se encaixa como uma luva em seu personagem.
O filme executa um gancho de esquerda inesperado e leva a narrativa em uma direção diferente, você não pode deixar de se sentir traído por Eastwood e o roteirista Paul Haggis por minar as expectativas sobre como tudo isso vai acabar. Deste ponto em diante, 'Menina de Ouro' transcende as regras do gênero e nos mostra, com uma simplicidade nua e crua, como os seres humanos lutam para chegar a um acordo com o impensável.
Eastwood não tem medo de grandes emoções; o que começa como um conto esguio, mas comovente de determinação e lealdade, torna-se um melodrama completo de três lenços em seu terceiro ato doloroso. O diretor usa uma boa escrita, um estilo visual atemporal e texturizadas e uma narrativa simples e direta para contar uma história poderosa. 'Menina de Ouro' é construído fora do ringue, o filme não é sobre boxe ou esporte, ele é sobre lealdade e amizade, e o soco poderoso que o filme dá, vai fazer qualquer marmanjo chorar.
O terceiro e último do ambicioso trio de filmes de Leigh Janiak, nos leva de volta ao século 17 para descobrir a raiz dos problemas de Shadyside. Este final, inchado com quase duas horas de duração, amarra superficialmente as pontas soltas da narrativa com pouca sutileza ou energia.
'Rua do Medo: 1666' oferece uma conclusão satisfatória para a história da maldição de Shadyside e Sarah Fier, mesmo que ainda pareça que a trilogia nunca atingiu seu potencial. Talvez pudesse ter se beneficiado de menos homenagens e sustos mais genuínos, mas a trilogia como um todo contribui para uma experiência de terror divertida o suficiente.
'Rua do Medo: 1666' parece a primeira vez que a trilogia realmente combina suas homenagens com sua própria perspectiva única. Isso é irônico, já que está literalmente dividido ao meio, com a primeira parte do filme ambientada em 1666 e a segunda voltando para 1994. Sua mistura de tropos de terror de diferentes épocas dá ao capítulo final um toque mais fresco e original no gênero.
A segunda metade do filme é essencialmente 'Rua do Medo Parte 4: 1994' de novo, com a trama começando de onde o primeiro filme parou. Quaisquer que sejam as emoções modestas que esta seção oferece, derivam menos das revelações e mais das maquinações que a equipe improvável inventa para impedir que os zumbis assassinos em série os perseguem.
Como nos filmes anteriores da trilogia, o elenco é sólido o suficiente, é divertido ver os atores de ambos os filmes anteriores se unirem para interpretar os personagens do acordo da União. Reunir todos os jovens atores ajuda o filme a parecer uma conclusão que honra os episódios anteriores. Ainda assim, Madeira e Welch são as âncoras desta trilogia e deste filme e funcionam bem nos seus papéis.
No geral, o longa pode ser o mais forte e o mais original da trilogia, mas ainda depende inteiramente de tudo o que foi construído pelos dois filmes anteriores. A trilogia 'Rua do Medo' é um entretenimento de terror bom e divertido, embora não seja necessariamente extraordinário ou memorável.
Ainda assim, no final de 'Rua do Medo: 1666', quando o mistério foi resolvido e a justiça ostensivamente cumprida, fiquei mais aliviado do que qualquer outra coisa. Tinha sido uma louca e divertida viagem, mas feliz por ter acabado.
O movimento pelos direitos civis pode ter acabado com a segregação e derrotado séculos de escravidão e opressão, mas vamos poupar aplausos para brancos bem-intencionados com coragem moral de se colocar no centro da narrativa. Baseado no best-seller de Kathryn Stockett, 'The Help'.
'Histórias Cruzadas' cobre uma era feia em brilho superficial que é apenas pontuada pelos detalhes da lei racial do Mississippi ou práticas de contratação que estão a apenas um fio de cabelo da escravidão. Embora amplamente esboçado, Davis e Spencer chegam mais perto de criar personagens de carne e osso. A coisa toda é manipulada para recompensas que agradam ao público e essas recompensas são sobre homenagear os espectadores brancos por não serem racistas horríveis.
Esse tipo de distanciamento histórico fácil é aparente em todos os lugares no filme de Taylor, não apenas na celebração da superioridade do espectador em relação ao racismo dos personagens brancos, mas em nos dar emoções baratas ao permitir que Skeeter repreendesse um namorado sexista em potencial que falha em levar a sério sua obra literária ambições.
Emma Stone salta desconfortavelmente pelas cenas com uma peruca horrível. Não é totalmente culpa dela. Há algo incrivelmente perturbador em precisar de um narrador socialite branco para contar a história de mulheres negras abusadas, e Emma Stone não possui as nuances de atuação para conseguir concertar isso. Viola Davis e Octavia Spencer assumem seus papéis como empregadas domésticas que suportam as dificuldades de crescer negra e pobre no sul, elas são os elementos que há de melhor nesse filme.
'Histórias Cruzadas' quase sempre tem mais sucesso em relacionar a experiência negra do que a brutalidade ou magnanimidade branca. O filme, é muitas vezes explicitado em diálogos de declamação de teses, em vez de ilustrada dramaticamente. Quando é encenado, geralmente é de maneiras óbvias e sentimentais, tentando manipular o telespectador.
'Rua do Medo: 1978' de Leigh Janiak tem mais emoções do terror, mas a diversão desta série que torna o Halloween em julho, retorna com uma cara abertamente séria, parecendo uma espécie de desmancha-prazeres, apesar de oferecer mais sangue do que sua primeira parte.
'Rua do Medo: 1994' fez a maior parte da construção do mundo, o que ajudou bastante no desenvolvimento da segunda parte. Há uma sensação de que Ziggy e Cindy estão em dois filmes de terror completamente separados, com uma irmã fugindo de um assassino obstinado e a outra investigando uma maldição sobrenatural. Quando esses fios da história são finalmente reunidos no terceiro ato, é quando 'Rua do Medo: 1978' finalmente parece um filme coeso.
O longa não precisa fazer muito para apresentar aos espectadores seu mundo, já que isso foi feito no primeiro, também não precisa fazer muito para mostrar originalidade, já que sua homenagem aos filmes de terror clássicos tenta se justificar o suficiente. 'Rua do Medo: 1978' provavelmente seja um tributo imperfeito para aqueles que são fãs dedicados dos slashers dos anos 70.
Semelhante a primeira parte, 'Rua do Medo: 1978' também utiliza algumas das músicas mais populares da época para ajudar a criar uma atmosfera nostálgica, trocando Nine Inch Nails e Radiohead por Blue Öyster Cult e The Runaways. Isso dá ao filme uma sensação de nostalgia, mesmo que sejam mais uma caricatura dos períodos reais.
O enredo de 'Rua do Medo: 1978' decepciona um pouco. Sabemos que uma das irmãs Berman viverá, sabemos que a sede de sangue da bruxa não será saciada nesta noite e sabemos que o conselheiro do acampamento benfeitor crescerá e se tornará xerife. 'Rua do Medo: 1978' não pode deixar de se sentir como o filho do meio que é, preenchendo a lacuna entre seus dois irmãos sem ter a chance de ficar por conta própria.
Janiak obtém boas atuações de seu elenco de novatos que se divertem brincando com a mitologia de Sarah Fier. O personagem Nick Goode (Ted Sutherland), que era xerife em 'Rua do Medo: 1994', é visto aqui como um conselheiro de campo enquanto se aproxima emocionalmente de Ziggy (Sadie Sink). A química deles é muito estranha, com cenas planas demais, é difícil acompanhar 'Rua do Medo: 1978' com um casal que simplesmente não convence em tela.
Um dos elementos mais coesos da série continua sendo seu design de som visceral e sempre que uma lâmina de machado atinge o rosto de alguém, ela é incrivelmente rica; construídos por uma edição inteligente e cinematografia direta.
'Rua do Medo: 1978' é indiscutivelmente um passeio menos divertido do que a primeira parte. Suas travessuras normais de filmes de terror; correr pela floresta, garotas malvadas, conselheiros astutos, sexo, fumar maconha, livros estranhos de ilustrações diabólicas, são úteis sem nunca serem verdadeiramente envolventes.
O aumento de respingos faz sentido, dada a era de horror evocada desta vez, mas com apenas um tipo de maníaco à solta, as mortes parecem iguais e menos imaginativas. As mortes vêm e vão com uma rapidez superficial que sugere uma condescendência com o material, não uma afeição genuína por ele. 'Rua do Medo: 1978' carece da vivacidade da primeira parte, mas ainda oferece uma confusão divertida baseada em acampamentos de verão.
Extraterrestre invadindo a terra não é nenhuma novidade. A grande Holywood já está bem acostumada com estas visitas indesejadas. Em 'A Chegada' o clichê ganha uma linguagem poética, sensível e elegante. O filme foi baseado em um conto chamado 'Story os Your Life', escrito por Ted Chiang.
Amy Adams está excelente na personagem Dra. Louise ela oferece uma interpretação muito íntima, interna e com bastante sutileza, ela consegue sustentar e guiar a trama da forma como deveria ser. Temos Jeremy Renner e Forest Whitaker no filme, mas o brilho é todo de Amy Adams.
Denis Villeneuve entrega um filme muito bonito e sentimental de maneira onde você fica bem integrado com a história e se importando com o personagem. Os conceitos do filme são bem trabalhados, de uma forma onde ele não escorrega no clichê. Aqui não vemos os cortes acelerados, muito pelo contrário, as imagens viraram poesias na mão do diretor. Aqui temos uma visão contemplativa dos fatos e junto com os personagens vamos descobrindo o que há de novo.
Eric Heisserer, responsável pelo roteiro do filme, entrega uma história que foge um pouco do convencional de extraterrestres. A trama é linear sendo contada de trás para frente ou de frente para trás (você terá que assistir ao filme para saber!), que deixa a trama ainda mais interessante. O filme oferece um drama familiar que muito telespectador se identifica, deixando o filme mais sensível e ao alcance de todos.
Responsável pela trilha sonora foi o compositor Jóhann Jóhannsson que executou um papel fundamental em 'A Chegada'. No começo do filme, por exemplo, quando estamos conhecendo os nossos amigos extraterrestres a música cresce nos preparando para o que vamos ver. A trilha não é exagerada, a intenção não é nos manipular.
'A Chegada' é um filme que fala sem falar. Talvez um dos melhores filmes de ficção científica da atualidade. Não assista ao filme esperando ser um 'Independence Day' aqui você precisa ter paciência e contemplar o que se assiste. Um filme que vale muito a pena conferir.
Vagamente baseado na série de livros de RL Stine, 'Rua do Medo 1994' foca em Shadyside, uma cidade totalmente americana que tem sido atormentada por todos os tipos de assassinatos ao longo dos séculos; assassinos em série, psicopatas e talvez até algumas bruxas.
Eu recomendaria 'Rua do Medo 1994' para os fãs de slasher pouco exigentes. A julgar pela primeira entrada, o diretor Leigh Janiak passou muito tempo estudando velhas fitas VHS cheias de adolescentes aterrorizados, loucos invencíveis e mortes horríveis.
O filme começa com a estrela de 'Stranger Things', Maya Hawke, atuando sua versão de Drew Barrymore no primeiro filme de 'Pânico' a cena da facada é "copiamente" filmada. O diretor é capaz de capturar a essência do gênero e talvez convencer aqueles que viveram nos anos 90 de que toda a década deveria ter sido iluminada em neon agressivo, mas seu filme não causa muito efeito, por conta das homenagens aos horrores do passado.
Após a primeira cena de abertura, 'Rua do Medo 1994' fica lento, com uma configuração um tanto desajeitada. A verdadeira ação só começa aos 30 minutos, quando um casal de jogadores de futebol de Sunnyvale começa a perseguir o ônibus que leva os adolescentes de Shadyside para casa. Depois disso, coisas estranhas começam a acontecer e cabe a Deena e seus amigos descobrir o que está acontecendo.
E então, como acontece em slashers, mas de uma forma que parece particularmente intensa aqui, a contagem de corpos de repente se acumula e o terror do filme se torna ainda mais imediato. Pode não ser tão assustador, mas o investimento na segurança de todos não deve ser subestimado.
O elenco está completo de jovens estrelas em ascensão que sabem usar o seu carisma e principalmente talento. 'Rua do Medo 1994' dá aquela sensação palpável de se divertir enquanto sai com eles, mas se preocupando que um deles possa morrer abruptamente.
É emocionante ver um casal de lésbicas no centro de um filme de gênero, especialmente um voltado para adolescentes, mas eu gostaria que o relacionamento de Deena e Sam tivesse mais espaço para respirar. Definir o filme nos anos 90 menos amigável para LGBTQ aumenta o risco de seu relacionamento, mas nunca entendemos completamente o que os une. O mesmo pode ser dito dos outros personagens, cujas personalidades parecem apenas esboçadas.
'Rua do Medo 1994' é um começo promissor, o filme é simples, cativante, vigoroso e divertido, que esconde sua falta de originalidade atrás de homenagens e inspirações. O longa é uma carta de amor encharcada de sangue para os fãs de terror que atingiram a maioridade na era do 'Pânico'. Se você quer lembrar os velhos tempos de terror das locadoras de vídeo, você vai querer visitar a 'Rua do Medo 1994' imediatamente.
Segundo o mundo cinematográfico de Hollywood, se você for uma pessoa atraente (normalmente branca de olhos claros), você tem 73% de chance de viver um super espião que salvará o mundo de uma grande bomba que pode explodir e matar muita gente. 'Ghosted: Sem Resposta' é o filme mais sem imaginação que eu já assisti.
Alguém avisa para a AppleTV que está tudo bem um longa-metragem ser simplesmente uma comédia romântica. Dirigido por Dexter Fletcher a partir de um roteiro de Rhett Reese, Paul Wernick, Erik Sommers e Chris McKenna, o filme foi uma perda de tempo sem graça e pouco divertida para mim.
O quarteto de roteiristas apresenta muitas ideias superlotadas sobre como um romance entre uma sofisticada espiã e um humilde garoto da fazenda poderia evoluir. Felizmente, 'Ghosted: Sem Resposta' tem um par de estrelas de cinema experientes como protagonistas que podem salvar até mesmo os diálogos desajeitados e sem imaginação feitos pelos quatros roteiristas (quatro!!!).
Chris Evans me pareceu muito errado nesse filme. O ator não consegue dar vida a um fazendeiro inspirado a fazer um grande gesto romântico depois de se apaixonar. Ana de Armas é uma heroína de ação convincente, girando Chris Evans e atirando sobre ele enquanto ele fica boquiaberto com o processo, mas sua peruca está muito estranha.
A ação aqui é usada sempre para interromper um momento romântico. Há uma perseguição ao longo de Khyber Pass no Paquistão que é divertida e bem frenética. A última cena em um restaurante rotativo no alto de um edifício ajuda a levantar os ânimos sobre o filme entregando muito tiroteio.
Apple TV, se você for pegar uma premissa extremamente familiar e confiar na química fácil das estrelas para vendê-la, você realmente precisa das estrelas certas nos papéis certos e de um roteiro bom. Com uma imensa crise de identidade, 'Ghosted: Sem Resposta' me ofereceu pouco. Seu romance é abafado e ofuscado pela ação, que é exagerada e desnecessária. O filme se esforça tanto para ser legal que deixa de evocar qualquer sentimento além da exasperação.
Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos
2.4 27 Assista AgoraE temos mais uma história de origem em 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos'. O longa traz uma história “amigável para a família” de como Peter Pan e Alice surgiram. A roteirista Marissa Kate Goodhill torna Peter e Alice irmãos e os joga em uma família biracial cheia de todos os tipos de problemas horríveis de adultos. Enquanto seus pais, Jack (David Oyelowo) e Rose (Angelina Jolie) lidam com vícios, problemas de dinheiro e a morte de um filho, Peter e Alice escapam para um mundo de fantasia horrivelmente caprichoso e cheio de elementos familiares de seus respectivos contos.
'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' traz uma Inglaterra vitoriana fictícia revisionista muito bem vinda, mas infelizmente, o filme tropeça em seu caminho para a terra da fantasia. O longa também é recheado de referências em forma de Easter Eggs durante sua projeção, os elementos famosos das histórias de Alice e Peter são jogados na tela, é quase que uma brincadeira de adivinhação, é claro que tudo é muito óbvio, mas divertido.
O filme meio que cria um “mito de origem” de realidade alternativa para Peter Pan e Alice Liddell, imaginando-os como irmãos, tomados de tristeza quando um terceiro irmão morre. Surpreendentemente, o enredo à medida que se desenrola não combina com as histórias fictícias bem estabelecidas de Peter e Alice e nem com as situações do mundo real de como os autores criaram seus personagens lendários.
Os efeitos especiais aparecem de repente, visualizando a imaginação das crianças e dando a entender que o público pode visitar um mundo de fantasia, mas a viagem nunca acontece. Por quase 80 dos 94 minutos de duração do filme, a roteirista Marissa Kate Goodhill está ocupada demais estabelecendo o entediante "mundo real" em que essas duas crianças foram criadas, até que o público inevitavelmente percebe que o filme não tem intenção de nos levar a outro lugar.
O final é melancólico, até mesmo mágico, pode ser lido como terrível, lamentável, sombrio, embora você queira dizer "o oposto de maravilhoso e feliz". Ainda assim, a música, as performances e os efeitos visuais insistem que isso é adorável. 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' pretende ser uma exposição amargamente irônica da desintegração de uma família? Pode ser.
Não sei o que 'Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos' deve ser, que lições está transmitindo ou para quem foi feito. As crianças não se interessaram pelas imagens do retrocesso e os adultos acharão suas representações de vício, luto e violência superficiais, prolongadas e não recomendadas para os pequenos. Em sua estreia em live-action, a diretora Brenda Chapman falha miseravelmente em integrar o horror e a fantasia.
O Barco
3.1 12 Assista AgoraO diretor Petrus Carity também é responsável pelo roteiro junto com Rosemberg Cariry e Firmino Holanda. Baseado no conto de Carlos Emílio Corrêa Lima, o diretor comanda esta história de forma minuciosa. Petrus também é o fotógrafo do filme, cada composição é feita pensada para causar uma impressão no telespectador. As cores ampliam o tom claustrofóbico através da saturação.
O som é tratado de forma seca, mas presente como uma linguagem fundamental para os personagens; o contato com os tecidos, o desejo por ir além das ondas, o tilintar dos pratos à mesa de madeira, tudo amplia o tom claustrofóbico do filme. A trilha sonora só ajuda a compor esse incômodo constante.
Apesar de seu fundo dramático, o filme traz uma atmosfera de suspense. A história é quase que uma fábula, mas o diretor Petrus Cariry oferece uma estética bem naturalista para o filme, gerando um efeito bastante interessante. A praia é cuidadosamente enquadrada pela fotografia gerando belas imagens, enquanto nossos personagens anunciam profecias, assistem show erótico, presenciam ou imaginam a existência de barcos, o filme traz um ar fantasioso.
A narrativa de 'O Barco' está inteiramente baseada em coisas que partem nas águas, ou chegam nela. O mar é explorado pela dualidade vida e morte: é ele quem fornece o alimento à família, mas é ele quem tira a voz do pai. É o mar quem traz a encantadora forasteira, mas também é ele que impede a fuga do filho mais velho. A natureza, neste caso, representa a liberdade e a prisão.
Muitos personagens não interagem uns com os outros, existindo em núcleos isolados. A mãe Esmerina sabe da existência de Ana? Outras pessoas, além dos membros da família principal, interagem com o cego? A narrativa foge da coletividade, evitando representar os espaços para além do mar, isso pode deixar o telespectador longe do filme.
'O Barco' sugere caminhos narrativos que ele mesmo não pretende seguir. Qualquer forma de linearidade é interrompida, as reviravoltas nunca vêm. O espectador é convidado a transitar por um universo divino, deixando aquela sensação de que tudo talvez não passe de um sonho ou talvez não exista uma moral da história. Isso quebra um pouco a importância do filme.
O filme tem um tom misterioso e há uma constante ameaça de perigo, trazendo uma experiência bastante imersiva. Eu me senti sufocado com a falta de perspectiva dos personagens. Apesar dos pequenos erros, 'O Barco' precisa ser visto, ele é bem feito e bonito.
Flora e Ulysses
3.1 19O humor pastelão, quando bem feito, pode ser uma alegria de assistir. Jogue uma garotinha cética e seu animal de estimação super-herói e isso soa como uma receita para um filme de família comovente, carinhosamente doce e envolvente. De alguma forma 'Flora e Ulysses', dirigido por Nina Khan a partir de um roteiro de Brad Copeland, erra o alvo no que deveria ter sido um filme divertido. O longa infantil tem todos os ingredientes certos, mas não consegue juntá-los, deixando o filme uma casca vazia e pouco carismática.
Com seu luxuoso pelo castanho avermelhado, adoráveis orelhas em tufos e capacidade de fazer expressões faciais incrivelmente matizadas, Ulisses é apenas o mais recente companheiro animado por computação gráfica. Para os pais que cresceram assistindo os live-action mais antigos da Disney vão se surpreender do quão longe essa tecnologia chegou.
A tecnologia pode impressionar, mas o enredo continua a perpetuar o clichê do gênero. O maior problema do filme decorre da perspectiva cínica de Flora, que provavelmente soa muito maduro para o público jovem, mas se mostra inconsistente com a imaginação hiperativa em exibição. Espera-se que o público acredite que uma criança de dez anos não tem nenhum senso de otimismo e esperança. O fato de ela ser cínica certamente pretende ser um aspecto fofo e até engraçado da história, mas é um exagero, especialmente porque o filme restringe essa mesma noção com seu tom.
'Flora e Ulysses' carece de muito do investimento mágico e emocional que faz com que esses filmes para a família valham a pena assistir em qualquer idade. O filme depende muito do esquilo CGI para trazer coração e humor para a história. Flora se torna uma espécie de mentora para Ulisses, convencida de que todo super-herói tem um propósito, ela é ajudada por seu vizinho William (Benjamin Evan Ainsworth), cuja cegueira temporária é explorada por um humor pastelão totalmente desnecessário.
O enredo teria funcionado muito melhor se não fosse tão pouco desenvolvido e emocionalmente vazio, com várias partes do tempo de execução preenchidas por uma bagunça desenfreada. Tecnicamente, a dupla do título é apenas um pouco menos destrutiva do que um tornado comum. Quase todos os cenários do filme envolvem quebrar, derramar ou perturbar espaços arrumados, o que sem dúvida é divertido de assistir se você tem a idade de Flora ou menos.
Por se tratar de um filme da Disney, 'Flora e Ulysses' passa muito tempo fazendo referência a outros notáveis super-heróis agora de propriedade da empresa. De uma forma estranha e indireta, o filme se inclina para a máquina corporativa que está se inclinando para que os super-heróis sejam esses salvadores tão necessários, sejam fictícios ou não.
Esse é o tipo de filme que a Disney costumava fazer quando pessoas como esse crítico também eram crianças. 'Flora e Ulysses' é no fundo, um filme muito simpático, mas seus elementos são mal misturados, deixando o filme bagunçado e pouco carismático.
Preciosa: Uma História de Esperança
4.0 2,0K Assista AgoraDaniels fez um trabalho sólido notável de duas horas. 'Preciosa: Uma História de Esperança' é longo e doloroso, mas nunca parece arrastado ou explorador. Existe uma atmosfera real e envolvente cheia de detalhes delicados. O filme não pode ser endossado como entretenimento: as circunstâncias, incidentes e emoções no filme são muito sombrios.
O filme é um drama angustiante sobre uma mãe adolescente abusada determinada a melhorar sua vida, apesar dos obstáculos colocados em seu caminho. Baseado no romance "Push" de Sapphire, o filme parece uma mentira de tão absurdo, a história te arrebata, não para um vitimismo, mas para vontade imensa de uma vida melhor para Preciosa.
A implacabilidade das dificuldades vividas pela personagem pode ser considerada por alguns um pouco de exagero. Ela é estuprada pelo pai, ele tem um filho do próprio pai com síndrome de down, ela espera um segundo filho do pai, jogam uma tv nela, ela apanha de sua mãe enquanto está em trabalho de parto e é constantemente abusada psicologicamente e fisicamente. O filme poderia ter escolhido menos e explorado mais do menos, o que causaria o mesmo efeito. O filme me deixou a impressão de querer forçar para chocar, mas isso não estragou a minha experiência.
A mensagem de 'Preciosa: Uma História de Esperança' é maravilhosa e suas performances são ainda mais. A comediante Mo'Nique tem uma atuação vívida e surpreendentemente variada como a mãe de Preciosa. Ela desloca sua fúria por um homem que ela pensa preferir sua filha do que a ela. Mary é tão vingativa quanto cruel. Para ela, Preciosa não é tanto uma filha, ou mesmo um ser humano, mas uma empregada doméstica e um aumento mensal no cheque de assistência social.
O toque mais incomum é uma assistente social interpretada por uma Mariah Carey mais deselegante do que estamos acostumados a ver. O filme é talvez notável por apresentar Mariah Carey em um papel dramático simples, mas é um papel chamativo e pouco óbvio e Carey faz um trabalho sólido aqui.
A vida de Claireece "Preciosa" Jones é implacavelmente degradante e totalmente desumanizante, ela é um olhar vazio, mas ela é uma pessoa com dor e vergonha. Conforme aprendemos através de narrações em off e sequências de devaneios bem cronometrados de Daniels, ela nutre sonhos de escapar de tudo com muita determinação e pronta para desafios. Preciosa, interpretada com incrível segurança e amplitude pela jovem atriz Gabourey Sidibe, ela domina o filme com calma e astúcia lenta e evitando qualquer coisa bonita ou que chame a atenção, ela surpreende cena após cena com novas rugas, profundidades e contornos.
'Preciosa: Uma História de Esperança' é doloroso, é angustiante, é emocionalmente exaustivo. É também um filme singular, tão difícil de comparar como de esquecer, com uma história que abraça qualquer autoestima destruída. “Todos são um presente do universo” assim como esse filme.
O Diabo Veste Prada
3.8 2,4K Assista AgoraAdaptado do best-seller de Lauren Weisberger sobre o ano em que ela passou como assistente de Anna Wintour, a lendária exigente editora da Vogue, 'O Diabo Veste Prada' oferece uma visão perversa do nível superior do mundo da moda, um mundo que faz a maioria de nós se sentir como voyeurs no grande baile de formatura.
Em uma jogada muito inteligente, Meryl Streep minimiza o papel para que sua Miranda nunca precise levantar a voz para conseguir o que deseja. No mínimo, uma sobrancelha levantada retrata toda a extensão de seu desagrado. Ela exala arrogância, que vem de sua confiança absoluta em sua posição como o árbitro final de todas as coisas da moda. Anne Hathaway é uma ótima atriz, mas aqui, ela interpreta a mesma personagem de 'O Diário da Princesa'.
O filme é mais do mesmo, por isso a personagem principal Andrea Sachs é a história menos interessante do filme. 'O Diabo Veste Prada' deveria (na verdade ele é) de Miranda Priestly, ela deveria ser a vilã odiada da história, mas Meryl Streep fez um trabalho tão legal, trazendo humanidade a personagem, que tudo o que envolve Miranda é o que me traz vontade de voltar ao filme enquanto o assistia.
Aos amantes da moda, o filme é um prato cheio. As fashionistas vão se deslumbrar com o guarda-roupa em exibição por aqui. Mas o filme não encanta somente pelo guarda-roupa, ele traz um lado da moda pouco ou nunca explorado, que é o mundo do jornalismo da moda, trazer o bastidores de uma revista de moda foi algo inovador.
'O Diabo Veste Prada' é uma diversão boa e limpa, mas segue uma fórmula de filme feminino padrão, com os problemas necessários com o namorado, montagens de moda, ajustes de penteado e eventual realização emocional e fortalecimento pessoal. A graça aqui é Meryl Streep e os bastidores do jornalismo da moda que é gostoso de visitar.
Depois do Casamento
3.0 12'Depois do Casamento' é um filme de drama romântico Pré-Código de 1931 dirigido por Frank Borzage e estrelado por Sally Eilers e James Dunn. É um filme muito bom e muito romântico. O diálogo também é particularmente forte e um dos destaques nesse longa. O mesmo vale para o realismo inesperado e aquela abordagem muito original da vida cotidiana que eles fizeram muito bem.
O longa tem uma mudança chocante no tom. A primeira metade tem um estilo maluco, enquanto a segunda metade é um drama altamente sério. A transição nunca é suave, infelizmente, mas eu simplesmente amei o romance aqui, pois é doce e cativante.
A segunda metade de 'Depois do Casamento' fica séria demais, eu certamente preferia a primeira metade do filme, mas ainda assim respeitei os cineastas por terem ido lá enquanto exploravam a desconfiança no casamento e todos os problemas que um bebê poderia trazer.
Dorothy e Eddie formam um casal tão charmoso, os atores têm uma ótima química e suas interações lúdicas e piadas tornaram este filme um verdadeiro charme. James Dunn e Sally Eilers são excelentes aqui e deveriam ter sido nomeados por suas boas atuações. Ela é muito agradável e ela conseguiu todas as suas cenas dramáticas, enquanto ele é muito cativante e carismático.
Muito do filme depende de um atributo não dito, mas facilmente visível, desse casal. Cada um fica tão determinado a provar ao outro que está disposto a sacrificar qualquer coisa pela felicidade do outro que ambos acabam se sentindo miseráveis. Dorothy se oferece para voltar a trabalhar para ganhar dinheiro para o bebê que ela está escondendo de Eddie, e Eddie lê isso como um sinal de que ela não se sente mimada o suficiente. Ele compra para ela um apartamento novo e chique, e ela se sente péssima por ele ter gastado tanto com ela quando o filho está chegando.
Ele continua girando cada vez mais fora de controle, até que eles mal se falam. À medida que a data do parto se aproxima e ambos chegam a antecipar o bebê, mas esperam que o outro o despreze, há uma palavra que parece pairar sobre ambas as cabeças, o último ato de sacrifício que faria o outro feliz. Veja bem, apesar da liberdade proporcionada aos filmes dos anos 1930, eles ainda não conseguiam dizer a palavra, mas você pode ler isso claramente em todos os seus rostos: aborto.
É bom ver um filme Pré-Código que é tão abertamente honesto sobre sexo. Este é um experimento muito interessante para os geralmente mais glamorosos filmes dos anos 30, pois é basicamente sobre o cotidiano, um romance e um casamento. Provavelmente conseguiriam refazer 'Depois do Casamento' com poucas ou nenhuma mudança no roteiro e provavelmente seria um dos melhores filmes do ano. É bastante corajoso em como esse filme lhe dá com os dois personagens que não querem realmente um bebê.
'Depois do Casamento' é um drama romântico muito bom que apresenta uma mudança de tom chocante no meio da história, mas ainda assim a segunda metade dramática é tematicamente corajosa para sua época e também interessante em sua abordagem do cotidiano. Frank Borzage dirigiu o filme tão bem, enquanto Sally Eilers e James Dunn são fantásticos.
Livre
3.8 1,2K Assista Agora'Livre' é um filme biográfico que é visualmente envolvente e emocionalmente atraente. É difícil livrar-se do sentimento de ambição cuidadosa que mantém tudo avançando de forma tão organizada. Reese Witherspoon assume o papel de Cheryl Strayed, espiritualmente destroçada e caminhando pela Pacific Crest Trail durante o verão de 1995, com as garras de um falcão procurando uma presa abaixo.
Reese Witherspoon é uma excelente atriz, isso sem dúvida, mas sua personagem tem muitas camadas e nuances e ela não anda entrega o que sua personagem precisa. Cheryl é viciada em heroína, traidora e procura no sexo uma forma de se sentir amada, Witherspoon não consegue fazer nenhuma dessas coisas de forma persuasiva.
Quando Cheryl está na trilha à procura de perdão pelos seus pecados e procurando se curar, ela fumega com o equipamento de acampamento defeituoso ou se atrapalha com sua mochila gigantesca como um pastelão profissional, nesse momento a atriz convence.
O roteiro de Nick Hornby e a edição de Vallée unem o passado e o presente em uma trama complexa fácil de acompanhar. Os flashbacks são dominados por Laura Dern, que interpreta Bobbi a mãe sofredora, mas implacavelmente otimista de Cheryl, cuja disposição alegre contrabalança Cheryl. Dern a interpreta de forma tão brilhante que a trágica partida de Bobbi é dolorosa .Infelizmente, Dern não é o personagem principal do filme.
Os flashbacks me causaram um certo desconforto, Reese Witherspoon não convence com filha Laura Dern, as duas parecem ter a mesma idade! A produção deveria ter escolhido uma atriz mais jovem para interpretar a jovem Cheryl, ficou muito estranho.
Há um outro momento estranho no filme, uma raposa aparece durante o filme, enquanto Cheryl está fazendo sua trilha. O animal tem uma simbologia ele tem um significado figurado, já que o filme nos fez entender que essa raposa está no imaginário de Cheryl. Nenhum problema até agora, a única questão é que o CGI é péssimo, estragando totalmente a experiência do filme, é bizarro.
Há uma excelente chance de você sair deste filme e comprar seu próprio par de botas. Vallée e o cinegrafista Yves Bélanger capturam o incrível imediatismo do cenário do livro de maneira tão bela que nunca duvidamos de seus poderes transformadores. Os desertos e montanhas ao longo dos quais Cheryl caminha oferecem vistas deslumbrantes, enquanto o diretor de fotografia Yves Bélanger tira proveito de sua perfeição de cartão-postal.
'Livre' é uma história comovente, envolvente e profundamente sincera, ambientada em um dos cenários mais magníficos do planeta, apesar de uma típica história de queda e redenção com algumas escolhas infelizes, o filme cativa e arrebata para dentro da vida de Cheryl.
Sede de Escândalo
4.2 4Muito elogiado em sua época como um ataque mordaz ao jornalismo, 'Sede de Escândalo' é a entrada inicial no ciclo de "protesto social" da Warner que não foi tão bem quanto o de Hecht-Milestone, muito menos solene e hipócrita com 'A Primeira Página'. Os jornais são um bando de bandidos para 'Sede de Escândalo', que vemos demonstrado enquanto brincam de forma imprudente com vidas.
Nascendo na era pré-código, 'Sede de Escândalo' ainda sim, está repleto de diálogos salgados com repórteres, simpatia por criminosos e alusões a estupro, adultério e suicídio, isso é irônico, já que a degradação moral que o código visava deter na indústria do cinema é paralela à degradação dos padrões da mídia noticiosa atacada na peça de Weitzenkorn e no filme de Mervyn LeRoy.
'Sede de Escândalo' é talvez o mais sombrio no ciclo de filmes com temática jornalística produzidos em Hollywood durante o início dos anos 1930. Vinte anos atrás, Nancy Voorhees era uma estenógrafa engravidada por seu chefe e absolvida por um júri depois de matá-lo com um tiro. Hoje ela é Nancy Townsend, não mais uma mãe solteira, antecipando o casamento iminente de sua própria filha e profundamente apaixonada por seu marido, o padrasto de Jenny, Michael (HB Warner). Mas ela percebe corretamente que sua vida construída está à beira de ser destruída.
O diretor Mervyn LeRoy faz algumas coisas inteligentes com a história de Nancy, mantendo a personagem presa em seu apartamento durante a maioria de seus problemas. Ele também usa a grande janela da sala de estar como um dispositivo de enquadramento, reforçando que não apenas os jornais são espiões voyeurísticos, mas que nós, o público, também estamos dando uma espiada. Isso muda para uma porta mais tarde, à medida que o assédio que o Gazette oferece a leva a ações desesperadas.
Enquanto a vida de Nancy Voorhee entra em colapso, eles ignoram seus apelos enquanto os jornais continuam a voar das prateleiras. Uma cena notável mostra Nancy ligando para o jornal, implorando para falar com qualquer pessoa para que ela possa implorar para que acabem com esse tormento. Usando uma tela dividida, observamos Nancy ficar presa entre os vários funcionários que fazem seus negócios normalmente e, coletivamente, tentam ignorar sua ligação, esperando que ela vá embora.
O personagem central, um autodestrutivo editor de um tablóide chamado Randall (Edward G. Robinson), produz tanto entusiasmo por uma missão de desenterrar o caso de Nancy Voorhees para um serial de sucesso infalível que ele a destrói no processo. Cada cena com Robinson brilha, a raiva misteriosa que ele exibe simplesmente estrala. Poucos atores podem fazer a raiva parecer tão aterrorizante quanto Edward G. Robinson.
Os detalhes técnicos do filme também são sólidos. 'Sede de Escândalo' não faz uso de uma trilha sonora, em vez disso forrando seu início com gritos de Extra e os zumbidos sinistros de uma impressora. Também passamos cerca de dez minutos do filme antes de Randall chegar, embora seja certamente uma metáfora nada sutil, começar com ele lavando as mãos compulsivamente rapidamente nos permite saber em que estamos nos metendo.
'Sede de Escândalo' aborda um dos dois principais objetivos do jornalismo: elevar o discurso público e ganhar dinheiro. As preocupações deste último, infelizmente, muitas vezes superam as do primeiro.
Diga Quem Sou
3.9 105 Assista AgoraAlex e Marcus escreveram sobre sua experiência em um livro de 2013 com o mesmo nome, mas deixaram muitos detalhes vagos sobre o que realmente aconteceu em suas vidas. 'Diga Quem Sou' vai além do livro, forçando um confronto em seu terceiro ato.
O assunto de 'Diga Quem Sou' é duplo: a busca de Alex para descobrir quem ele realmente é, e a luta de Marcus para saber se ele deveria contar ao irmão toda a extensão do trauma que sofreram quando crianças. O filme primeiro apresenta a história do acidente e a recuperação de Alex, permitindo que os dois irmãos contassem o que aconteceu separadamente.
Marcus reintroduziu Alex para sua mãe, seus amigos, durante toda a sua vida. Anos mais tarde, depois que Alex teve tempo para se aproximar de sua família novamente, sua mãe morreu. Enquanto vasculhava sua casa, Alex começou a suspeitar que algo estava errado com base nos itens encontrados na casa. Ele perguntou a Marcus se eles haviam sofrido abusos quando crianças, Marcus confirmou, mas não deu detalhes.
Por décadas, Alex viveu se perguntando o que teria acontecido, Marcus recusou-se a lhe contar, argumentando que estava protegendo seu irmão. Eles viveram e trabalharam próximos um do outro durante toda a vida, mas a informação retida foi desgastante para ambos.
O cineasta Ed Perkins estrutura de forma inteligente 'Diga Quem Sou' para construir um encontro entre os dois irmãos, no qual eles compartilham a tela pela primeira vez e conversam um com o outro sobre o que aconteceu, em uma cena crua que expõe quanto dano foi causado pelo abuso, que envolve estupro e abuso sexual infantil da mãe e de outras pessoas.
Perkins conta essa história com uma qualidade sombria que o prepara para as verdades desconfortáveis que estão por vir. Alex e Marcus são as únicas vozes presentes no filme, seus testemunhos foram gravados separadamente e em lados opostos da mesma sala sem cor. Mesmo quando o filme corta entre os irmãos, é como se eles estivessem falando um com o outro, e não conversando.
As reconstituições abstratas por meio das quais Perkins ilustra a queda e um punhado de outros eventos importantes são valiosas apenas pela forma como reforçam o clima terrível do documentário; é óbvio que um crime está esperando para ser descoberto por trás de toda essa intriga leve e gentil de Oliver Sacks.
O filme não é apenas uma história selvagem e quase inacreditável, ele é uma reflexão sobre os efeitos duradouros do abuso sexual, a complicada questão das “boas” mentiras e o dilema moral que acompanha a retenção de informações dolorosas. Não há uma solução fácil para a situação em que Alex e Marcus se encontram, mas eles começam a dar passos em direção à cura.
A verdade quando é revelada, é devastadora. O fato de Perkins ter se concentrado em assuntos tão simpáticos torna quase impossível não se comover, mesmo que 'Diga Quem Sou' muitas vezes, pareça menos uma verdade forense do que um fragmento intrigante de uma história que pode, no final, ser impossível de ser contada por completo.
Os irmãos gêmeos contam sua história angustiante em um documentário sobre memória, trauma e silêncio. É complicado contar uma história como a de Alex e Marcus em um documentário, sem ultrapassar uma linha ética que explora a tragédia pessoal para apenas mais uma "reviravolta" de suspense. 'Diga Quem Sou' por pouco, mas com sucesso, deixa os irmãos mergulharem na crueza de seu relacionamento.
A Mulher na Janela
3.0 1,1K Assista AgoraO cenário lembra a 'Janela Indiscreta' de Hitchcock. Anna acha que viu seu novo vizinho, Alistair Russell (Gary Oldman), matar sua esposa, Jane (Julianne Moore), que visitou Anna recentemente. Embora a atmosfera seja assustadoramente claustrofóbica, 'A Mulher na Janela' parece mais uma peça teatral do que um filme, com os personagens chegando em sincronia para desfazer sua bagagem emocional como suspeitos.
O filme é agradável não tanto por sua trama sinuosa, mas por sua dedicação artística. O diretor de fotografia Bruno Delbonnel segue nossa protagonista frágil e esgotada por seu ninho de quartos como se a câmera soubesse que ela corre o risco de ser engolida por sua própria casa.
Quando Anna não está reclamando com o marido pelo telefone, ou criticando as pessoas que entregam pacotes em sua porta, ela está reclamando de qualquer outra coisa. Um erro fatal do filme, escrever uma personagem tão chata para comandar o filme.
Amy Adams interpreta Anna como uma velha e mesquinha que odeia as pessoas e adora bebidas, Amy Adams é boa e está excelente aqui, mas sua personagem é desconcertante e a atitude extravagante da atriz torna as coisas mais difíceis depois de um tempo. Você rapidamente se cansa de assistir à apresentação e não simpatiza com a situação de Anna.
A história é uma confusão, com um ritmo desajeitado e crescendo em direção a uma reviravolta totalmente desinteressante. O objetivo aqui era evocar outros filmes clássicos que são um sucesso dentro dessa proposta, mas Joe Wright não consegue reunir nada da tensão claustrofóbica desses filmes. O diretor está muito ocupado encharcando tudo com cores berrantes e deixando sua câmera admirar a casa imponente de Anna.
'A Mulher na Janela' é pretensioso e programático, construído em batidas previsíveis e não oferece nenhum novo toque em qualquer de suas formas antigas. Filmes de gênero formulados podem ser muito divertidos, mas não quando são tão pesados e sérios como esse.
Sapatinho Vermelho e os Sete Anões
3.2 23 Assista AgoraLogo no lançamento de seu trailer, 'Sapatinho Vermelho e os Sete Anões' mergulhou em um mar de problemas, já que toda a sua campanha de marketing deu a entender de se tratar de um filme gordofóbico. Este filme não é o que você pensa que vai ser. Demora um pouco para chegar lá, mas em última análise, ensina às crianças a lição muito importante de se sentir confortável em sua própria pele.
Algo pode ter se perdido na tradução na criação desta animação sul-coreana, porque a mensagem "é o que está dentro que conta" parece ocasionalmente abafada pela ideia de que um par de sapatos pode transformar você em uma visão luminosa e ágil de beleza.
'Sapatinho Vermelho e os Sete Anões' é meio longo para um filme infantil, fazendo as coisas acontecerem apenas cerca de duas horas. A primeira hora pode ser um pouco difícil de assistir. Não porque não seja divertido ou seja lento, mas por causa de onde você acha que o filme está indo.
Um trágico desperdício de talento vocal como Chloe Grace Moretz, Sam Claflin, Gina Gershon e Patrick Warburton, eles acabaram em um filme que parece que seu enredo, cenário e diálogo foram executados várias vezes por meio de um algoritmo de tradução.
A trilha sonora repete as mesmas três baladas pop de som robótico indefinidamente, além de conter canções inesquecíveis. Há momentos esporádicos de aventura e humor, com o subutilizado Prince Average fornecendo as melhores falas.
'Sapatinho Vermelho e os Sete Anões' é aquele tipo de animação que você se pergunta: 'Porque não escolhi um filme Pixar?". Sua mensagem é válida e importante, mas demora para fazer efeito na trama. Com alguns bons momentos de comédia, o longa carece de aventura e emoção.
A Invenção de Hugo Cabret
4.0 3,6K Assista AgoraUm filme totalmente diferente do que Scorsese tenha feito, em 3D e com uma linguagem infanto-juvenil. Desafiado pela esposa a fazer um filme em que sua filha de apenas 12 anos pudesse assistir, nasce o belo 'A Invenção de Hugo Cabret'. O filme perde um pouco sua magia se não assistindo em 3D, já que foi todo filmado neste formato ao invés de convertido para 3D, todas as cenas foram pensadas para um feito perfeito em três dimensões.
Com tanta tecnologia fica irônico assistir às maravilhas do mecânico no filme, como podemos conferir no relógio, no autômato, nas câmeras cinematográficas e na perna mecânica do guarda da estação.
'A Invenção de Hugo Cabret' é um nome bem antiquado já que o pequeno Hugo (Asa Butherfield) não inventa absolutamente nada. Isabella (Chloe Grace Moretz) amiga de aventura de Hugo, Papa Georges interpretado por Ben Kingsley que é simplesmente idêntico ao Georges Mèlies, Stallon (Sacha Baron Cohen) o inspetor atrapalhado e responsável pelo lado cômico do filme, Lisette (Emily Mortimier) a florista.
O filme se preocupa em contar o começo do cinema talvez em desesperada tentativa da real história não morrer. O responsável pelo roteiro foi John Logan que conta a história do cinema e faz diversas homenagens ao passado dessa arte, tem um apelo pedagógico muito forte mais parecendo um documentário. O desenvolver da trama e dos personagens se limita para uma história didática, por isso a dificuldade de identificar emoções com o filme e explorar a trama e subtramas.
A produção do filme traz uma Paris dos anos 30 fantástica os responsáveis são Dante Ferretti e Francesca Lo Schivaco, um trabalho meticuloso e rico em detalhes, as cores que surgem na tela são saturadas, quentes e parecendo serem iluminadas a lamparinas a óleo, um filme deslumbrante de se ver, um trabalho muito bem feito de Robert Richardson. O filme em 2012 venceu o Oscar de Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte.
Baseado no livro de Brian Selznick 'A Invenção de Hugo Cabret' é um filme delicado e bem produzido que conduz a uma viagem na história do cinema. Ganhador de cinco prêmios Oscar, um filme para toda família, é possível caminhar entre o conhecimento e o mundo da fábula e da magia. Pra quem tem uma curiosidade de como o cinema começou este filme é um ótimo começo.
O Touro Ferdinando
3.7 440 Assista AgoraAdaptado do livro infantil de meados dos anos trinta, a Blue Sky Studios leva o enredo central do clássico infantil de 32 páginas do autor Munro Leaf e o expande em uma mediocridade brilhantemente colorida e esporadicamente divertida.
O filme não é engraçado para quem já é grandinho, o humor que forma 'O Touro Ferdinando' é aquele típico de humor físico, só os mais pequenos conseguiram se divertir com essa animação. É aqui que o filme perde o total sentido de existir, ele funciona como um bom entretenimento para as crianças, mas não consegue passar sua mensagem com eficiência para eles, para os acompanhantes adultos não há nada.
O roteiro é creditado a Robert L. Baird, Tim Federle e Brad Copeland e leva um tempo para se firmar, mesmo quando isso acontece, o impulso de parar nunca chega à ocasião. A trama ficou sem a devida importância que deveria ter e fraco demais para que tenhamos vontade de querer acompanhar o filme.
As representações visuais, incluindo aquelas vistas pastorais, com todas as colinas verdejantes e os ensolarados céus azuis, são certamente agradáveis aos olhos, os personagens particularmente o formidável Ferdinando, habitam esses espaços vibrantes com uma graça ágil. O trabalho de voz é similarmente ágil, mas apesar de Cena e McKinnon serem ótimos, poderia ter sido bom ter ouvido atores hispânicos nos papéis principais ao invés de apenas os de apoio.
O filme também escorrega ao andar pela cultura espanhola. 'O Touro Ferdinando' perdeu uma grande oportunidade de nos apresentar uma animação rica em cultura não muito explorada, podendo se tornar um filme mais autêntico.
A adaptação do livro ficou frouxa, a mensagem e os valores que o filme tenta extrair do livro soa artificial demais. A história ficou espaçosa, sendo preenchida com cenas de ação em ritmo de um maníaco, recheado de piadas e com um humor sem graça. 'O Touro Ferdinando' ficou simples demais e sem elegância, um filme esquecível.
Em Guerra Com o Vovô
2.9 83 Assista AgoraNem é preciso dizer que 'Em Guerra Com o Vovô' é infantil, brincando descontraidamente com truques baratos de humor físico, mas nada disso é representado de uma forma particularmente engraçada ou original. Apesar de sua premissa familiar, nada é adequado para os pequeninos, 'Em Guerra Com o Vovô' não é adequado para crianças, mesmo sendo para crianças.
Além do fato de que muitas das piadas, que fazem lembrar 'Esqueceram de Mim', são grosseiras e previsíveis, há uma maldade no filme que está em guerra com o tom alegre. É provavelmente um exagero fazer com que os espectadores simpatizem com uma criança que ataca seu avô. A relação entre Sally e Arthur é estranha, enquanto a ligação inevitável de Ed e Peter parece planejada para dar a isso um final feliz.
Robert De Niro é um dos melhores atores que o cinema americano já produziu, ele fez alguns filmes incríveis que serão lembrados para sempre, mas De Niro também fez alguns filmes medíocres e horríveis e esse é um deles. O ator não faz mal, nunca faz na verdade, mas aqui algo estranho acontece. A qualidade da atuação de Robert De Niro piora o filme, porque acentua o contraste entre o que ele está fazendo e o que está acontecendo ao seu redor.
De alguma forma, alguém aparentemente decidiu que essa situação é engraçada, mas exatamente como isso deveria ser engraçado nunca foi comunicado ao público. O que temos, em vez disso, é o espetáculo de um pirralho repelente e desagradável atormentando repetidamente um velho cuja esposa acabou de morrer. É realmente uma situação desagradável, até porque o público deve simpatizar com o garoto malvado.
Durante nosso atual estado de caos e claustrofobia, 'Em Guerra Com o Vovô' pode ser divertido para alguém, no entanto, seu conflito central parece além do arcaico e oscila em surdez.
Kate
3.3 301 Assista AgoraAparentemente, 'Kate' da Netflix, é um filme totalmente novo baseado em um conceito original. Não é um remake ou uma reinicialização ou uma extensão de uma franquia; não é baseado em eventos reais nem adaptado de materiais de origem existentes, mas você já viu 'Kate'.
Como muitos dos filmes originais da Netflix, 'Kate' se sente como mais um lançamento que tinha potencial para ser bom, mas fica bem aquém do esperado. Então, como os outros filmes da Netflix, os espectadores podem conferir 'Kate' se eles ficarem sem outras coisas para assistir.
'Kate' usa suas influências como roupas emprestadas, nunca conseguindo desenvolver um estilo ou voz que pareça totalmente próprio. O roteiro de Umair Aleem é tão previsível que é possível mapear todo o ato final com base nos primeiros dois minutos do filme e na sinopse do enredo.
O diretor Cedric Nicolas-Troyan se sai bem com os interlúdios corpo a corpo e bala a cabeça regulares, mas por alguma razão há uma perseguição de carro no final do primeiro ato que parece terrível. Foi arrancado de uma cena cortada de videogame e é chocante ver um uso tão flagrante de CGI horrível.
Mary Elizabeth Winstead prova seu talento de herói de ação de maneira espetacular. Nossa protagonista é tão unidimensional quanto possível, tendo sido recrutada quando criança e treinada em suas formas de lidar com a morte como tantos antes dela no gênero, mas a atriz pelo menos consegue imbuí-la com algum grau de humanidade. Ela eleva substancialmente o que está na página e dá o melhor que consegue nas cenas de luta, é divertido assistir Winstead obter lá independentemente.
Se o filme tem um momento decisivo, não é nenhuma das partes legais em que Kate atira em bandidos, ou as partes sentimentais, é no instante em que ela para no meio de uma missão urgente para cortar o próprio cabelo na pia do banheiro. Kate não está tentando se disfarçar. O cabelo dela não está atrapalhando. Ela não é especialmente vaidosa e definitivamente está com pouco tempo. Ela nem parece tão diferente depois. No entanto, ela se arruma e afofa enquanto se estuda no espelho, porque o corte de cabelo autoaplicável é uma abreviatura cinematográfica para uma mulher que toma conta de sua própria vida e é isso que 'Kate' espera transmitir que Kate está fazendo.
Não é preciso ser muito perspicaz para perceber que 'Kate' tem poucas ideias próprias. Embora não necessariamente reinvente o gênero ou forneça uma visão criativa de thrillers de ação, é divertido o suficiente para sustentar os espectadores durante as horas e 46 minutos de duração do filme.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraNos seus momentos de abertura, cheios de pavor, 'Nós' é totalmente sério. À medida que o enredo avança, o filme se torna mais complicado, mais ultrajante e de várias maneiras, mais ousadamente engraçado e atual do que seu antecessor.
O filme é tão repleto de ideias que deve inspirar várias viagens ao cinema para seus fãs mais dedicados, porque termina não em uma resposta definitiva, mas em uma pergunta ardilosa para os espectadores.
Claramente, o trabalho de um escritor-diretor ambicioso oferece reviravoltas, ironias e finais errados em abundância. 'Nós' é uma sinfonia gloriosa de medo, com certeza, mas é também uma alegoria ambiciosa de ficção científica é uma comédia sombria dos ricos e pobres.
Em 'Corra' a comédia simplesmente fica fora de tom dentro do filme, aqui o cômico funciona bem melhor e mais bem encaixado. O personagem de Duke é a fonte de alívio cômico, roubando cenas como a maioria dos pais gostaria que pudessem. Agora, essas risadas são racionadas de maneira mesquinha, usadas para diminuir a tensão entre duas apresentações muito intensas e muito boas de Nyong'o.
Com os impasses da invasão doméstica, 'Nós' seria um passeio emocionante, mesmo que seus vilões não fossem grotescos horríveis dos personagens que eles procuram destruir. Termina com violência satisfatória, mas é claro que esse não é o fim.
Talvez 'Nós' esteja afirmando que, sejam negros ou brancos, são pessoas que se parecem conosco e transformaram nosso mundo em um desastre do qual não podemos escapar. Talvez estejamos fazendo o mesmo, criando um inferno para alguém, provavelmente sem nem mesmo saber. Talvez nós somos eles e somos nós. Talvez todo final feliz seja a catástrofe de outra pessoa, portanto, nenhum filme de terror realmente acabou.
Palavras que Borbulham como Refrigerante
3.8 66O longa possui um elenco incrível de personagens interessantes e únicos. Apesar do foco ser principalmente em Cherry e Smile, os personagens secundários também ganham destaque. O longa explora bastante o seu mundo, através da crítica de preservar a história do lugar, 'Palavras que Borbulham como Refrigerante' nos leva por um passeio interessante pelo seu universo.
Mesmo que tenha diversos elementos da cultura japonesa, 'Palavras que Borbulham como Refrigerante' possui em sua história temáticas universais sobre a falta de autoconfiança na adolescência. Cherry e Smile são personagens extremamente humanos e que embarcam a caça de um tesouro que traz o desenvolvimento do melhor deles no decorrer do filme.
O roteiro é bem amarrado e os protagonistas tem um ótimo desenvolvimento, porém tudo é muito clichê e previsível. O ritmo da trama é lento, mas isso não é ruim, pelo menos não aqui. 'Palavras que Borbulham como Refrigerante' desenvolve muito bem sua história e seus personagens e não tem pressa. A dinâmica do enredo só acrescentou para que o longa ficasse mais poético e imersivo.
A animação é muito bonita e bastante colorida, isso ajuda muito a passar o clima animado de diversos momentos com uma “vibe de verão”. Já para os momentos mais tristes ou tensos é utilizado cores mais frias. A animação é muito boa, especialmente a cena inicial em que o castor estava fugindo dos funcionários do shopping, a cinematografia para aquela cena em particular é muito bem feita.
A edição de som é outro ponto de extremo destaque em 'Palavras que Borbulham como Refrigerante', quem assistir ao longa de fones conseguirá ter uma percepção do cuidado do trabalho de som em objetos e na atuação de voz do elenco. A trilha sonora nesse anime também é muito boa. A trilha era uma variedade de canções otimistas e calmantes que se encaixam muito bem neste filme.
No geral, 'Palavras que Borbulham como Refrigerante' é um filme com uma história simples, clichê e previsível, mas muito divertida, sendo um ótimo entretenimento para ser assistido de forma despretensiosa. O longa possui ainda uma temática universal sobre a autoconfiança na adolescência e o poder das palavras. O roteiro é bem amarrado, com personagens únicos e uma animação muito bonita e colorida.
Menina de Ouro
4.2 1,8K Assista Agora'Menina de Ouro' é sobre um velho treinador ensinando uma jovem boxeadora, apenas dizer isso, evoca uma série de imagens, a maioria delas bem clichês, de cada filme de boxe já feito, esse filme não é um filme convencional de boxe ou mesmo um filme convencional de esportes. Suas preocupações e ambições estão em uma direção completamente diferente.
O diretor Clint Eastwood inundou 'Menina de Ouro' com sua melancolia de sempre; com pouca luz do sol e com personagens que são frequentemente descobertos, cabeças inclinadas em poças de luz em meio à escuridão opressiva. Sua visão é notavelmente consistente, especialmente as imagens do próprio Eastwood angustiado e irresoluto.
Os três protagonistas apresentam performances naturais e honestas, os atores habitam esses personagens a tal ponto que você não vê mais os atores interpretando seus papéis. O coração de 'Menina de Ouro' está nas relações básicas entre Frankie, Maggie e Scrap, amizades tão puras, tão genuínas, tão autênticas que são necessários atores do calibre de Eastwood, Swank e Freeman para vendê-los neste mundo cínico.
A performance de Eastwood, que também atua, é esplêndida, quase dolorosamente crível, mas seu melhor trabalho aqui está atrás das câmeras. Como Maggie, Hilary Swank é um pacote de dinamite, uma alma determinada com muito a provar e muito pouco tempo para fazer isso, para se preocupar com a derrota. Hilary Swank mostra que 'Meninos Não Choram' não foi uma sorte única na vida, enquanto a adorável atuação de Freeman se encaixa como uma luva em seu personagem.
O filme executa um gancho de esquerda inesperado e leva a narrativa em uma direção diferente, você não pode deixar de se sentir traído por Eastwood e o roteirista Paul Haggis por minar as expectativas sobre como tudo isso vai acabar. Deste ponto em diante, 'Menina de Ouro' transcende as regras do gênero e nos mostra, com uma simplicidade nua e crua, como os seres humanos lutam para chegar a um acordo com o impensável.
Eastwood não tem medo de grandes emoções; o que começa como um conto esguio, mas comovente de determinação e lealdade, torna-se um melodrama completo de três lenços em seu terceiro ato doloroso. O diretor usa uma boa escrita, um estilo visual atemporal e texturizadas e uma narrativa simples e direta para contar uma história poderosa. 'Menina de Ouro' é construído fora do ringue, o filme não é sobre boxe ou esporte, ele é sobre lealdade e amizade, e o soco poderoso que o filme dá, vai fazer qualquer marmanjo chorar.
Rua do Medo: 1666 - Parte 3
3.5 512 Assista AgoraO terceiro e último do ambicioso trio de filmes de Leigh Janiak, nos leva de volta ao século 17 para descobrir a raiz dos problemas de Shadyside. Este final, inchado com quase duas horas de duração, amarra superficialmente as pontas soltas da narrativa com pouca sutileza ou energia.
'Rua do Medo: 1666' oferece uma conclusão satisfatória para a história da maldição de Shadyside e Sarah Fier, mesmo que ainda pareça que a trilogia nunca atingiu seu potencial. Talvez pudesse ter se beneficiado de menos homenagens e sustos mais genuínos, mas a trilogia como um todo contribui para uma experiência de terror divertida o suficiente.
'Rua do Medo: 1666' parece a primeira vez que a trilogia realmente combina suas homenagens com sua própria perspectiva única. Isso é irônico, já que está literalmente dividido ao meio, com a primeira parte do filme ambientada em 1666 e a segunda voltando para 1994. Sua mistura de tropos de terror de diferentes épocas dá ao capítulo final um toque mais fresco e original no gênero.
A segunda metade do filme é essencialmente 'Rua do Medo Parte 4: 1994' de novo, com a trama começando de onde o primeiro filme parou. Quaisquer que sejam as emoções modestas que esta seção oferece, derivam menos das revelações e mais das maquinações que a equipe improvável inventa para impedir que os zumbis assassinos em série os perseguem.
Como nos filmes anteriores da trilogia, o elenco é sólido o suficiente, é divertido ver os atores de ambos os filmes anteriores se unirem para interpretar os personagens do acordo da União. Reunir todos os jovens atores ajuda o filme a parecer uma conclusão que honra os episódios anteriores. Ainda assim, Madeira e Welch são as âncoras desta trilogia e deste filme e funcionam bem nos seus papéis.
No geral, o longa pode ser o mais forte e o mais original da trilogia, mas ainda depende inteiramente de tudo o que foi construído pelos dois filmes anteriores. A trilogia 'Rua do Medo' é um entretenimento de terror bom e divertido, embora não seja necessariamente extraordinário ou memorável.
Ainda assim, no final de 'Rua do Medo: 1666', quando o mistério foi resolvido e a justiça ostensivamente cumprida, fiquei mais aliviado do que qualquer outra coisa. Tinha sido uma louca e divertida viagem, mas feliz por ter acabado.
Histórias Cruzadas
4.4 3,8K Assista AgoraO movimento pelos direitos civis pode ter acabado com a segregação e derrotado séculos de escravidão e opressão, mas vamos poupar aplausos para brancos bem-intencionados com coragem moral de se colocar no centro da narrativa. Baseado no best-seller de Kathryn Stockett, 'The Help'.
'Histórias Cruzadas' cobre uma era feia em brilho superficial que é apenas pontuada pelos detalhes da lei racial do Mississippi ou práticas de contratação que estão a apenas um fio de cabelo da escravidão. Embora amplamente esboçado, Davis e Spencer chegam mais perto de criar personagens de carne e osso. A coisa toda é manipulada para recompensas que agradam ao público e essas recompensas são sobre homenagear os espectadores brancos por não serem racistas horríveis.
Esse tipo de distanciamento histórico fácil é aparente em todos os lugares no filme de Taylor, não apenas na celebração da superioridade do espectador em relação ao racismo dos personagens brancos, mas em nos dar emoções baratas ao permitir que Skeeter repreendesse um namorado sexista em potencial que falha em levar a sério sua obra literária ambições.
Emma Stone salta desconfortavelmente pelas cenas com uma peruca horrível. Não é totalmente culpa dela. Há algo incrivelmente perturbador em precisar de um narrador socialite branco para contar a história de mulheres negras abusadas, e Emma Stone não possui as nuances de atuação para conseguir concertar isso. Viola Davis e Octavia Spencer assumem seus papéis como empregadas domésticas que suportam as dificuldades de crescer negra e pobre no sul, elas são os elementos que há de melhor nesse filme.
'Histórias Cruzadas' quase sempre tem mais sucesso em relacionar a experiência negra do que a brutalidade ou magnanimidade branca. O filme, é muitas vezes explicitado em diálogos de declamação de teses, em vez de ilustrada dramaticamente. Quando é encenado, geralmente é de maneiras óbvias e sentimentais, tentando manipular o telespectador.
Rua do Medo: 1978 - Parte 2
3.5 549 Assista Agora'Rua do Medo: 1978' de Leigh Janiak tem mais emoções do terror, mas a diversão desta série que torna o Halloween em julho, retorna com uma cara abertamente séria, parecendo uma espécie de desmancha-prazeres, apesar de oferecer mais sangue do que sua primeira parte.
'Rua do Medo: 1994' fez a maior parte da construção do mundo, o que ajudou bastante no desenvolvimento da segunda parte. Há uma sensação de que Ziggy e Cindy estão em dois filmes de terror completamente separados, com uma irmã fugindo de um assassino obstinado e a outra investigando uma maldição sobrenatural. Quando esses fios da história são finalmente reunidos no terceiro ato, é quando 'Rua do Medo: 1978' finalmente parece um filme coeso.
O longa não precisa fazer muito para apresentar aos espectadores seu mundo, já que isso foi feito no primeiro, também não precisa fazer muito para mostrar originalidade, já que sua homenagem aos filmes de terror clássicos tenta se justificar o suficiente. 'Rua do Medo: 1978' provavelmente seja um tributo imperfeito para aqueles que são fãs dedicados dos slashers dos anos 70.
Semelhante a primeira parte, 'Rua do Medo: 1978' também utiliza algumas das músicas mais populares da época para ajudar a criar uma atmosfera nostálgica, trocando Nine Inch Nails e Radiohead por Blue Öyster Cult e The Runaways. Isso dá ao filme uma sensação de nostalgia, mesmo que sejam mais uma caricatura dos períodos reais.
O enredo de 'Rua do Medo: 1978' decepciona um pouco. Sabemos que uma das irmãs Berman viverá, sabemos que a sede de sangue da bruxa não será saciada nesta noite e sabemos que o conselheiro do acampamento benfeitor crescerá e se tornará xerife. 'Rua do Medo: 1978' não pode deixar de se sentir como o filho do meio que é, preenchendo a lacuna entre seus dois irmãos sem ter a chance de ficar por conta própria.
Janiak obtém boas atuações de seu elenco de novatos que se divertem brincando com a mitologia de Sarah Fier. O personagem Nick Goode (Ted Sutherland), que era xerife em 'Rua do Medo: 1994', é visto aqui como um conselheiro de campo enquanto se aproxima emocionalmente de Ziggy (Sadie Sink). A química deles é muito estranha, com cenas planas demais, é difícil acompanhar 'Rua do Medo: 1978' com um casal que simplesmente não convence em tela.
Um dos elementos mais coesos da série continua sendo seu design de som visceral e sempre que uma lâmina de machado atinge o rosto de alguém, ela é incrivelmente rica; construídos por uma edição inteligente e cinematografia direta.
'Rua do Medo: 1978' é indiscutivelmente um passeio menos divertido do que a primeira parte. Suas travessuras normais de filmes de terror; correr pela floresta, garotas malvadas, conselheiros astutos, sexo, fumar maconha, livros estranhos de ilustrações diabólicas, são úteis sem nunca serem verdadeiramente envolventes.
O aumento de respingos faz sentido, dada a era de horror evocada desta vez, mas com apenas um tipo de maníaco à solta, as mortes parecem iguais e menos imaginativas. As mortes vêm e vão com uma rapidez superficial que sugere uma condescendência com o material, não uma afeição genuína por ele. 'Rua do Medo: 1978' carece da vivacidade da primeira parte, mas ainda oferece uma confusão divertida baseada em acampamentos de verão.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraExtraterrestre invadindo a terra não é nenhuma novidade. A grande Holywood já está bem acostumada com estas visitas indesejadas. Em 'A Chegada' o clichê ganha uma linguagem poética, sensível e elegante. O filme foi baseado em um conto chamado 'Story os Your Life', escrito por Ted Chiang.
Amy Adams está excelente na personagem Dra. Louise ela oferece uma interpretação muito íntima, interna e com bastante sutileza, ela consegue sustentar e guiar a trama da forma como deveria ser. Temos Jeremy Renner e Forest Whitaker no filme, mas o brilho é todo de Amy Adams.
Denis Villeneuve entrega um filme muito bonito e sentimental de maneira onde você fica bem integrado com a história e se importando com o personagem. Os conceitos do filme são bem trabalhados, de uma forma onde ele não escorrega no clichê. Aqui não vemos os cortes acelerados, muito pelo contrário, as imagens viraram poesias na mão do diretor. Aqui temos uma visão contemplativa dos fatos e junto com os personagens vamos descobrindo o que há de novo.
Eric Heisserer, responsável pelo roteiro do filme, entrega uma história que foge um pouco do convencional de extraterrestres. A trama é linear sendo contada de trás para frente ou de frente para trás (você terá que assistir ao filme para saber!), que deixa a trama ainda mais interessante. O filme oferece um drama familiar que muito telespectador se identifica, deixando o filme mais sensível e ao alcance de todos.
Responsável pela trilha sonora foi o compositor Jóhann Jóhannsson que executou um papel fundamental em 'A Chegada'. No começo do filme, por exemplo, quando estamos conhecendo os nossos amigos extraterrestres a música cresce nos preparando para o que vamos ver. A trilha não é exagerada, a intenção não é nos manipular.
'A Chegada' é um filme que fala sem falar. Talvez um dos melhores filmes de ficção científica da atualidade. Não assista ao filme esperando ser um 'Independence Day' aqui você precisa ter paciência e contemplar o que se assiste. Um filme que vale muito a pena conferir.
Rua do Medo: 1994 - Parte 1
3.1 773 Assista AgoraVagamente baseado na série de livros de RL Stine, 'Rua do Medo 1994' foca em Shadyside, uma cidade totalmente americana que tem sido atormentada por todos os tipos de assassinatos ao longo dos séculos; assassinos em série, psicopatas e talvez até algumas bruxas.
Eu recomendaria 'Rua do Medo 1994' para os fãs de slasher pouco exigentes. A julgar pela primeira entrada, o diretor Leigh Janiak passou muito tempo estudando velhas fitas VHS cheias de adolescentes aterrorizados, loucos invencíveis e mortes horríveis.
O filme começa com a estrela de 'Stranger Things', Maya Hawke, atuando sua versão de Drew Barrymore no primeiro filme de 'Pânico' a cena da facada é "copiamente" filmada. O diretor é capaz de capturar a essência do gênero e talvez convencer aqueles que viveram nos anos 90 de que toda a década deveria ter sido iluminada em neon agressivo, mas seu filme não causa muito efeito, por conta das homenagens aos horrores do passado.
Após a primeira cena de abertura, 'Rua do Medo 1994' fica lento, com uma configuração um tanto desajeitada. A verdadeira ação só começa aos 30 minutos, quando um casal de jogadores de futebol de Sunnyvale começa a perseguir o ônibus que leva os adolescentes de Shadyside para casa. Depois disso, coisas estranhas começam a acontecer e cabe a Deena e seus amigos descobrir o que está acontecendo.
E então, como acontece em slashers, mas de uma forma que parece particularmente intensa aqui, a contagem de corpos de repente se acumula e o terror do filme se torna ainda mais imediato. Pode não ser tão assustador, mas o investimento na segurança de todos não deve ser subestimado.
O elenco está completo de jovens estrelas em ascensão que sabem usar o seu carisma e principalmente talento. 'Rua do Medo 1994' dá aquela sensação palpável de se divertir enquanto sai com eles, mas se preocupando que um deles possa morrer abruptamente.
É emocionante ver um casal de lésbicas no centro de um filme de gênero, especialmente um voltado para adolescentes, mas eu gostaria que o relacionamento de Deena e Sam tivesse mais espaço para respirar. Definir o filme nos anos 90 menos amigável para LGBTQ aumenta o risco de seu relacionamento, mas nunca entendemos completamente o que os une. O mesmo pode ser dito dos outros personagens, cujas personalidades parecem apenas esboçadas.
'Rua do Medo 1994' é um começo promissor, o filme é simples, cativante, vigoroso e divertido, que esconde sua falta de originalidade atrás de homenagens e inspirações. O longa é uma carta de amor encharcada de sangue para os fãs de terror que atingiram a maioridade na era do 'Pânico'. Se você quer lembrar os velhos tempos de terror das locadoras de vídeo, você vai querer visitar a 'Rua do Medo 1994' imediatamente.
Ghosted: Sem Resposta
2.8 97Segundo o mundo cinematográfico de Hollywood, se você for uma pessoa atraente (normalmente branca de olhos claros), você tem 73% de chance de viver um super espião que salvará o mundo de uma grande bomba que pode explodir e matar muita gente. 'Ghosted: Sem Resposta' é o filme mais sem imaginação que eu já assisti.
Alguém avisa para a AppleTV que está tudo bem um longa-metragem ser simplesmente uma comédia romântica. Dirigido por Dexter Fletcher a partir de um roteiro de Rhett Reese, Paul Wernick, Erik Sommers e Chris McKenna, o filme foi uma perda de tempo sem graça e pouco divertida para mim.
O quarteto de roteiristas apresenta muitas ideias superlotadas sobre como um romance entre uma sofisticada espiã e um humilde garoto da fazenda poderia evoluir. Felizmente, 'Ghosted: Sem Resposta' tem um par de estrelas de cinema experientes como protagonistas que podem salvar até mesmo os diálogos desajeitados e sem imaginação feitos pelos quatros roteiristas (quatro!!!).
Chris Evans me pareceu muito errado nesse filme. O ator não consegue dar vida a um fazendeiro inspirado a fazer um grande gesto romântico depois de se apaixonar. Ana de Armas é uma heroína de ação convincente, girando Chris Evans e atirando sobre ele enquanto ele fica boquiaberto com o processo, mas sua peruca está muito estranha.
A ação aqui é usada sempre para interromper um momento romântico. Há uma perseguição ao longo de Khyber Pass no Paquistão que é divertida e bem frenética. A última cena em um restaurante rotativo no alto de um edifício ajuda a levantar os ânimos sobre o filme entregando muito tiroteio.
Apple TV, se você for pegar uma premissa extremamente familiar e confiar na química fácil das estrelas para vendê-la, você realmente precisa das estrelas certas nos papéis certos e de um roteiro bom. Com uma imensa crise de identidade, 'Ghosted: Sem Resposta' me ofereceu pouco. Seu romance é abafado e ofuscado pela ação, que é exagerada e desnecessária. O filme se esforça tanto para ser legal que deixa de evocar qualquer sentimento além da exasperação.