O filme é bom, mas o ranço por ser uma cópia exata de A Família Belier falou mais alto pra mim. Está concorrendo ao Oscar por melhor roteiro adaptado (além de melhor filme, o que eu não entendi), mas é literalmente igual ao francês. IGUAL. Não achei tudo isso, estará facilmente na sessão da tarde daqui uns anos.
Eu só queria expressar aqui meu ódio ao fato da capa desse filme na Netflix ser literalmente uma foto gigante do Miles Teller, sendo que se ele aparece cinco minutos no filme é muito. Parabéns pelo marketing, nota 0.
As pessoas aqui do Filmow (e na vida também) precisam aprender a julgar um filme não tanto pelo que você esperava que ele fosse, mas sim pelo que ele se propõe a ser. Você esperava uma obra cult, contemplativa, séria, profunda? Legal, fera. Mas o filme em momento algum prometeu ser isso. Era só assistir os trailers, era só ler o que foi publicado sobre ele, era só olhar a escalação de atores. Ele promete ser uma releitura moderna do clássico Cinderela, um musical pop (então vai ter, OBVIAMENTE, muitas músicas), com pitadas de comédia, com participação especial de Billy Porter (então ele não vai estar, OBVIAMENTE, participando do filme inteiro)... Acho que ele cumpre exatamente isso: é um filminho legal pra passar um tempo, divertido pra sessão da tarde, entretém a família e está tudo bem. A Camila Cabello me surpreendeu como atriz, achei inclusive que ela consegue estar melhor do que o próprio príncipe, que pelo visto já era ator antes. Sempre legal ver a Idina Menzel e o James Corden em musicais (e grata surpresa a rápida aparição de Missy Elliot).
Talvez tenha faltado um pouquinho no figurino, cabelo e maquiagem da Camila: ela estava sempre linda, não tinha tanto aquela transição entre escrava da família, coberta de cinzas, vestindo trapos, toda suja X princesa lindíssima, vestida pelo fado madrinho, pronta pra arranjar o crush no baile.
o título em português ficou meio ??????? porque na verdade eles nem casados são! eles estão comemorando aniversário de namoro, e não aniversário de casamento.
_ pô cara, tô a fim de fazer um filme sobre sexo e drogas, mas com garotas... _ daora mano, e o que vai ter no filme? _ ah, vai ter sexo e drogas, só que com garotas!
- You clearly love Sacramento. - I do? - You write about Sacramento so affectionately and with such care. - I was just describing it. - Well it comes across as love. - Sure, I guess I pay attention. - Don't you think maybe they are the same thing? Love and attention?
Tem peidos super-potentes, tem pênis apontador de direção, tem garganta profunda, tem cachoeira de saliva.
Mas também tem uma história extraordinária de amor, amizade, solidão e existência, muito mais profunda do que pode parecer a primeira vista, com uma fotografia incrível e uma das trilhas sonoras mais criativas que eu já ouvi.
Não faço ideia do que acabei de assistir, só sei que amei.
Vi esse filme no tumblr junto com mais uns outros, numa lista cujo título era Manic Pixie Dream Gay. E só aí que eu percebi o que me incomodou o filme inteiro, e que eu não tava conseguindo sacar direito o que era:
o Tomaz não tem história. Cê não sabe do passado dele, o que ele faz, da onde ele vem, não conhece a família dele... Ele existe ali pra ajudar o Martin a se descobrir, e só. A gente sabe que ele tem um meio-namorado (o qual ele rapidinho esquece na hora de transar com o melhor amigo, né rysos), mas nada muito além disso.
O que é bem chato, porque esse plot de Manic Pixie Dream Girl é algo que a gente tenta discutir e desconstruir no cinema hétero, mostrando que isso descaracteriza as personagens femininas e torna elas meros brinquedinhos adoravelmente bizarros que vão mudar a vida de jovens homens sábios e deprimidos, daí vem o cinema gay e usa da mesma estratégia, fazendo esses pale sad gay boys, como falaram aqui embaixo, vazios e rasos, costurados com umas ceninhas de fotografia bonitinha e musiquinhas indie aqui e acolá pra mascarar a falta de roteiro.
O alfabeto da Língua Portuguesa tem 26 letras. Com elas podem ser formadas uma média de 435000 palavras, sem contar as não oficiais.
Ainda assim, não há adjetivos suficientes em nenhuma língua humana que consiga expressar quão incrível é esse filme. Que descreva a qualidade e o cuidado com o qual foi produzido, filmado, dirigido. Que descreva a fotografia simples, mas ainda assim marcante. Que descreva a edição (que pra mim foi o ponto mais alto da obra inteira, principalmente nas cenas musicais) Que descreva as atuações dedicadas, tanto do Miles Teller, finalmente com um papel maduro, mostrando o excelente ator que ele é, como do J.K. Simmons, que deu uma verdadeira aula de atuação e merece cada prêmio que está recebendo. Que descreva o roteiro magnífico, surpreendente, que te joga dentro do filme, não te deixa respirar em momento algum e te surpreende a todo momento.
Por último, mas não menos importante: ainda há de ser inventado um adjetivo para descrever a sequência final.
É por causa de filmes como esse que eu amo o cinema.
Tema para estudos futuros: por que minha mãe gosta tanto de ir ao cinema assistir esse tipo de filme?
Os outros comentários já trataram de mostrar como o filme é no mínimo um insulto à inteligência daqueles que estão assistindo, mas... uma coisa que eu reparei é:
como a Regina Casé, aquela do Esquenta, aquela que todo domingo fica berrando na TV a frase "Xô preconceito!!!!!!" e recebe no programa convidados do mundo inteiro, é a mesma Regina Casé de um filme super fraco, onde um de seus bordões é "Deus me livre ser estrangeira", onde por várias vezes ela chama os chineses do longa de lerdos e burros???? Imagina isso nos cinemas de São Paulo, por exemplo, no qual a população asiática é tipo, gigante.
Foi desapontante, na falta de um adjetivo melhor.
Piadas batidas e um roteiro que poderia ter sido escrito pelo meu primo de 7 anos. Um desperdício de atores bastante carismáticos, uma pena.
Está mais do que claro que a Disney está tentando tomar um novo rumo com a temática de seus filmes. Isso já foi levemente percebido em Valente, e agora está escancarado em Frozen e em Malévola. É uma nova linha de histórias, em que as mulheres não são tão submissas, e mostram que o "amor" entre uma mãe e filha, entre duas irmãs, entre duas amigas, é tão bonito e importante quanto o amor de um casal.
Frozen já começa mostrando pela primeira vez na história da Disney um dueto entre um casal que não fica junto no final. Isso é pra mostrar que o primeiro cara que você vai conhecer não é exatamente o cara que vai ficar contigo pelo resto da vida. Mas - vá lá - isso é assunto para uma resenha específica de Frozen.
Já Malévola... tenta seguir a mesma linha. Tenta explicar porque a vilã é "má", fazendo algumas mudanças num dos contos de fadas mais clássicos, e tentando impor que essa é a "história verdadeira". Ok.
Assisti com alguns amigos e passei o filme inteiro dizendo pra eles "Já imaginou se o príncipe não consegue acordar a Aurora e daí a Malévola é quem dá o beijo e no fim elas formam o primeiro casal lésbico da Disney?!?!?!?!" Quase isso, quase isso...
Mas o que eu vejo dessa nova leva de filmes é uma pressa tão grande de entregar algo novo, algo revolucionário, que eles esquecem que, acima de qualquer história magnífica, precisa ter um filme bom. Só isso. E Malévola não é tão bom assim. Pode ter ótimos efeitos, mas os ambientes foram mal explorados. Pode ter Angelina Jolie ótima no papel, mas a personagem fica extremamente previsível. O longa tem tanto erro de roteiro que chega dar dor de cabeça. O que foram aquelas fadas? Onde foi parar o "feitiço" da última fada? No original, a última fada é quem minimiza a maldição da Malévola. Nesse, quiseram tanto fazer uma Malévola boazinha, que o último presente da fada ficou perdido no ar. Ok. Só existe a Malévola de fada no reino dela? Durante o filme ela fala de outras, que nem sequer aparecem. De onde ela veio? O que ela faz lá? Do que se alimenta? Hoje a noite, no Globo Repórter.
Poderia citar mais, mas pra isso precisaria assistir o filme novamente. Coisa que não pretendo fazer tão cedo. Não é que seja um filme ruim, péssimo, impossível de assistir. Eles apenas podiam trabalhar um pouco mais na história, nos detalhes. O mundo conseguiria esperar um tempo a mais por Malévola. E quando finalmente chegasse, seria um filme completo. É possível, sim, quebrar estereótipos e ainda ter um bom longa. Vide Frozen.
Com o crescimento do movimento feminista mundo afora, a Disney quis entregar um filme que o representasse. Não deu muito certo. Ao tentar enaltecer o papel da mulher, acaba por trazer personagens masculinos totalmente dispensáveis (Temos o príncipe: um babaca; o corvo: um servo; o pai: o cara mau que acaba ficando doidão.) E, convenhamos, todo mundo sabe que o feminismo não é isso. Não trata-se de levar as mulheres à dominação mundial, não trata-se de pisar nos homens e usá-los como servos, não trata-se de ignorar o amor nem nada do tipo: trata-se de igualdade. Em Malévola, todos os outros personagens foram tidos como idiotas, como se estivessem num nível abaixo, para mostrar como ela estava acima de todos ali.
A intenção foi das melhores, porém mal executada. Ainda assim, aplaudo a Disney por tentar um caminho novo. A mentalidade das pessoas e principalmente das crianças, está mudando. E os filmes que elas assistem precisam mudar também. Mal posso esperar pra ver o que vem pela frente.
Acabei de assistir. Não tenho palavras para descrevê-lo. Mas teve uma cena, em que eu tive que pausar, chorar tudo que eu tinha pra chorar, e depois dar o play de novo. Nessa hora, literalmente, eu senti que meu coração estava sendo abraçado. É isso que esse filme é: um afago na alma.
"Na tarde seguinte, sentei-o no sofá azul da sala, eu à direita, ele à esquerda, puxei as cortinas e mostrei a ele Os Incompreendidos (1959), de François Truffaut. Pensei que seria uma boa maneira de apresentar os filmes de arte europeus, embora soubesse que ele provavelmente os acharia tediosos até que aprendesse como assistir a eles. É como aprender as variações da gramática. Truffaut, eu expliquei (...), entrou no cinema pela porta dos fundos. Tinha largado a escola (...), vivia pelas ruas e era um ladrãozinho nas horas vagas; mas adorava filmes, e passou a infância inteira enfiado nos cinemas que se espalhavam pela Paris do pós-guerra. Quando tinha 20 anos, um simpático editor ofereceu a ele um trabalho como crítico de cinema - e isto o levou, seis anos depois, a dirigir seu primeiro filme. Os Incompreendidos (cujo título original em francês, Les 400 Coups, é uma expressão idiomática que faz alusão às 'diabruras da juventude') era um olhar autobiográfico sobre os conturbados anos de vadiagem de Truffaut. Em busca de um ator para interpretar a versão adolescente dele próprio, o diretor estreante, de 27 anos, colocou um anúncio no jornal. Poucas semanas depois, apareceu um garoto de cabelos negros, que tinha fugido de um internato, no centro da França, e viajara de carona até Paris, para fazer um teste para o papel de Antoine. Seu nome era Jean-Pierre Léaud. (...) Expliquei que, com exceção de uma cena no consultório da psiquiatra, o filme todo fora rodado sem som - adicionado mais tarde -, porque Truffaut não tinha dinheiro para o equipamento de gravação. Pedi a Jesse que prestasse atenção numa cena famosa, na qual todo um grupo de estudantes desaparece pelas costas do professor, durante um passeio por Paris; abordei suavemente outro momento maravilhoso, quando o jovem rapaz, Antoine, está falando com a psicóloga. _ Observe o sorriso que ele dá quando ela lhe pergunta sobre sexo _ eu disse. _ Lembre-se de que não havia roteiro; isso foi totalmente improvisado. (...) Assistimos do início ao fim, até aquela longa sequência em que Antoine foge correndo do reformatório; ele corre por campos, quintais, pomares de macieiras, até chegar ao deslumbrante oceano. É como se nunca o tivesse visto antes. Aquela imensidão, que parece se estender até o infinito! Ele desce por uma escada de madeira, avança pela areia e, lá, onde as ondas morrem, vira-se levemente para trás e olha diretamente para a câmera. Nesse momento, a imagem congela: o filme acabou." (GILMOUR, David. O Clube do Filme)
Gostei do filme. Gosto mais do título original, porque ao ler Azul É A Cor Mais Quente, você meio que espera que o foco seja a relação com a Emma 'o tempo todo', e a sinopse também ajuda a criar essa falsa expectativa. Já o original A Vida de Adele traz tudo o que o filme é, cruamente: um relato sobre a vida de Adele, desde os últimos anos de colegial até ela já estar morando sozinha, com um emprego. A opção por deixar o título original também tiraria a opinião de algumas pessoas de acharem algumas cenas desnecessárias: tudo bem que não é muito comum no cinema ter tanto foco no rosto de atrizes dormindo ou mastigando de boca aberta, mas se isso faz parte da Vida dela, e ajuda a compor a personagem, por que não mostrar? (O mesmo eu digo das cenas de sexo. Na verdade, quem acha que três horas de filme é muito, deveria tentar rever e pensar qual cena pode ser descartada. Na minha opinião, são pouquíssimas, e que não trariam nenhuma diferença relevante no tempo final.) Adorei a personagem de Adele e desde então ela tem sido um exemplo para mim: sempre com pouca maquiagem e com o cabelo um tanto bagunçado para alguns padrões, ela está sempre muito bela e mostra que a verdadeira beleza é superior à essas convenções. A fotografia é muito bonita, e a trilha sonora étnica serve para mostrar um lado diferente da França, sem aquele clichê da trilha sonora de Amelie Poulain, por exemplo. Mostra que é um filme aberto: a receber todo tipo de música, todo tipo de gente e todo tipo de opinião. A minha é muito positiva. Filme incrível e um dos meus favoritos!
Metal Lords
3.5 308 Assista AgoraÉ como se meus filmes favoritos da infância, Escola de Rock e High School Band, tivessem um filho. Muito bom!
No Ritmo do Coração
4.1 752 Assista AgoraO filme é bom, mas o ranço por ser uma cópia exata de A Família Belier falou mais alto pra mim. Está concorrendo ao Oscar por melhor roteiro adaptado (além de melhor filme, o que eu não entendi), mas é literalmente igual ao francês. IGUAL. Não achei tudo isso, estará facilmente na sessão da tarde daqui uns anos.
Bo Burnham: Inside
4.3 109 Assista AgoraAlguém dá um abraço nesse homem, pelo amor de Deus.
Projeto X: Uma Festa Fora de Controle
3.5 2,2K Assista AgoraEu só queria expressar aqui meu ódio ao fato da capa desse filme na Netflix ser literalmente uma foto gigante do Miles Teller, sendo que se ele aparece cinco minutos no filme é muito. Parabéns pelo marketing, nota 0.
Cinderela
2.7 296 Assista AgoraAs pessoas aqui do Filmow (e na vida também) precisam aprender a julgar um filme não tanto pelo que você esperava que ele fosse, mas sim pelo que ele se propõe a ser. Você esperava uma obra cult, contemplativa, séria, profunda? Legal, fera. Mas o filme em momento algum prometeu ser isso.
Era só assistir os trailers, era só ler o que foi publicado sobre ele, era só olhar a escalação de atores. Ele promete ser uma releitura moderna do clássico Cinderela, um musical pop (então vai ter, OBVIAMENTE, muitas músicas), com pitadas de comédia, com participação especial de Billy Porter (então ele não vai estar, OBVIAMENTE, participando do filme inteiro)... Acho que ele cumpre exatamente isso: é um filminho legal pra passar um tempo, divertido pra sessão da tarde, entretém a família e está tudo bem.
A Camila Cabello me surpreendeu como atriz, achei inclusive que ela consegue estar melhor do que o próprio príncipe, que pelo visto já era ator antes. Sempre legal ver a Idina Menzel e o James Corden em musicais (e grata surpresa a rápida aparição de Missy Elliot).
Talvez tenha faltado um pouquinho no figurino, cabelo e maquiagem da Camila: ela estava sempre linda, não tinha tanto aquela transição entre escrava da família, coberta de cinzas, vestindo trapos, toda suja X princesa lindíssima, vestida pelo fado madrinho, pronta pra arranjar o crush no baile.
Tirando isso, tudo nos conformes! Vamos trabalhar nossas expectativas aí, galera!
Feliz Aniversário de Casamento
2.8 85 Assista Agorao título em português ficou meio ??????? porque na verdade eles nem casados são! eles estão comemorando aniversário de namoro, e não aniversário de casamento.
Dude - A Vida é Assim
2.4 127 Assista Agora_ pô cara, tô a fim de fazer um filme sobre sexo e drogas, mas com garotas...
_ daora mano, e o que vai ter no filme?
_ ah, vai ter sexo e drogas, só que com garotas!
E ASSIM NASCEU DUDE - A VIDA É ASSIM
A Última Palavra
3.8 72You don't make mistakes. Mistakes make you.
Mistakes make you smarter. They make you stronger, and they make you more self-reliant.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista Agora- You clearly love Sacramento.
- I do?
- You write about Sacramento so affectionately and with such care.
- I was just describing it.
- Well it comes across as love.
- Sure, I guess I pay attention.
- Don't you think maybe they are the same thing? Love and attention?
Um Cadáver para Sobreviver
3.5 936 Assista AgoraTem peidos super-potentes, tem pênis apontador de direção, tem garganta profunda, tem cachoeira de saliva.
Mas também tem uma história extraordinária de amor, amizade, solidão e existência, muito mais profunda do que pode parecer a primeira vista, com uma fotografia incrível e uma das trilhas sonoras mais criativas que eu já ouvi.
Não faço ideia do que acabei de assistir, só sei que amei.
Beira-Mar
2.7 454Vi esse filme no tumblr junto com mais uns outros, numa lista cujo título era Manic Pixie Dream Gay. E só aí que eu percebi o que me incomodou o filme inteiro, e que eu não tava conseguindo sacar direito o que era:
o Tomaz não tem história. Cê não sabe do passado dele, o que ele faz, da onde ele vem, não conhece a família dele... Ele existe ali pra ajudar o Martin a se descobrir, e só. A gente sabe que ele tem um meio-namorado (o qual ele rapidinho esquece na hora de transar com o melhor amigo, né rysos), mas nada muito além disso.
O que é bem chato, porque esse plot de Manic Pixie Dream Girl é algo que a gente tenta discutir e desconstruir no cinema hétero, mostrando que isso descaracteriza as personagens femininas e torna elas meros brinquedinhos adoravelmente bizarros que vão mudar a vida de jovens homens sábios e deprimidos, daí vem o cinema gay e usa da mesma estratégia, fazendo esses pale sad gay boys, como falaram aqui embaixo, vazios e rasos, costurados com umas ceninhas de fotografia bonitinha e musiquinhas indie aqui e acolá pra mascarar a falta de roteiro.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraO alfabeto da Língua Portuguesa tem 26 letras.
Com elas podem ser formadas uma média de 435000 palavras, sem contar as não oficiais.
Ainda assim, não há adjetivos suficientes em nenhuma língua humana que consiga expressar quão incrível é esse filme.
Que descreva a qualidade e o cuidado com o qual foi produzido, filmado, dirigido.
Que descreva a fotografia simples, mas ainda assim marcante.
Que descreva a edição (que pra mim foi o ponto mais alto da obra inteira, principalmente nas cenas musicais)
Que descreva as atuações dedicadas, tanto do Miles Teller, finalmente com um papel maduro, mostrando o excelente ator que ele é, como do J.K. Simmons, que deu uma verdadeira aula de atuação e merece cada prêmio que está recebendo.
Que descreva o roteiro magnífico, surpreendente, que te joga dentro do filme, não te deixa respirar em momento algum e te surpreende a todo momento.
Por último, mas não menos importante: ainda há de ser inventado um adjetivo para descrever a sequência final.
É por causa de filmes como esse que eu amo o cinema.
Made in China
2.0 95 Assista AgoraTema para estudos futuros: por que minha mãe gosta tanto de ir ao cinema assistir esse tipo de filme?
Os outros comentários já trataram de mostrar como o filme é no mínimo um insulto à inteligência daqueles que estão assistindo, mas... uma coisa que eu reparei é:
como a Regina Casé, aquela do Esquenta, aquela que todo domingo fica berrando na TV a frase "Xô preconceito!!!!!!" e recebe no programa convidados do mundo inteiro, é a mesma Regina Casé de um filme super fraco, onde um de seus bordões é "Deus me livre ser estrangeira", onde por várias vezes ela chama os chineses do longa de lerdos e burros???? Imagina isso nos cinemas de São Paulo, por exemplo, no qual a população asiática é tipo, gigante.
Piadas batidas e um roteiro que poderia ter sido escrito pelo meu primo de 7 anos. Um desperdício de atores bastante carismáticos, uma pena.
Malévola
3.7 3,8K Assista AgoraEstá mais do que claro que a Disney está tentando tomar um novo rumo com a temática de seus filmes. Isso já foi levemente percebido em Valente, e agora está escancarado em Frozen e em Malévola. É uma nova linha de histórias, em que as mulheres não são tão submissas, e mostram que o "amor" entre uma mãe e filha, entre duas irmãs, entre duas amigas, é tão bonito e importante quanto o amor de um casal.
Frozen já começa mostrando pela primeira vez na história da Disney um dueto entre um casal que não fica junto no final. Isso é pra mostrar que o primeiro cara que você vai conhecer não é exatamente o cara que vai ficar contigo pelo resto da vida. Mas - vá lá - isso é assunto para uma resenha específica de Frozen.
Já Malévola... tenta seguir a mesma linha. Tenta explicar porque a vilã é "má", fazendo algumas mudanças num dos contos de fadas mais clássicos, e tentando impor que essa é a "história verdadeira". Ok.
Assisti com alguns amigos e passei o filme inteiro dizendo pra eles "Já imaginou se o príncipe não consegue acordar a Aurora e daí a Malévola é quem dá o beijo e no fim elas formam o primeiro casal lésbico da Disney?!?!?!?!" Quase isso, quase isso...
Mas o que eu vejo dessa nova leva de filmes é uma pressa tão grande de entregar algo novo, algo revolucionário, que eles esquecem que, acima de qualquer história magnífica, precisa ter um filme bom. Só isso. E Malévola não é tão bom assim. Pode ter ótimos efeitos, mas os ambientes foram mal explorados. Pode ter Angelina Jolie ótima no papel, mas a personagem fica extremamente previsível. O longa tem tanto erro de roteiro que chega dar dor de cabeça. O que foram aquelas fadas? Onde foi parar o "feitiço" da última fada? No original, a última fada é quem minimiza a maldição da Malévola. Nesse, quiseram tanto fazer uma Malévola boazinha, que o último presente da fada ficou perdido no ar. Ok. Só existe a Malévola de fada no reino dela? Durante o filme ela fala de outras, que nem sequer aparecem. De onde ela veio? O que ela faz lá? Do que se alimenta? Hoje a noite, no Globo Repórter.
Poderia citar mais, mas pra isso precisaria assistir o filme novamente. Coisa que não pretendo fazer tão cedo. Não é que seja um filme ruim, péssimo, impossível de assistir. Eles apenas podiam trabalhar um pouco mais na história, nos detalhes. O mundo conseguiria esperar um tempo a mais por Malévola. E quando finalmente chegasse, seria um filme completo. É possível, sim, quebrar estereótipos e ainda ter um bom longa. Vide Frozen.
Com o crescimento do movimento feminista mundo afora, a Disney quis entregar um filme que o representasse. Não deu muito certo. Ao tentar enaltecer o papel da mulher, acaba por trazer personagens masculinos totalmente dispensáveis (Temos o príncipe: um babaca; o corvo: um servo; o pai: o cara mau que acaba ficando doidão.) E, convenhamos, todo mundo sabe que o feminismo não é isso. Não trata-se de levar as mulheres à dominação mundial, não trata-se de pisar nos homens e usá-los como servos, não trata-se de ignorar o amor nem nada do tipo: trata-se de igualdade. Em Malévola, todos os outros personagens foram tidos como idiotas, como se estivessem num nível abaixo, para mostrar como ela estava acima de todos ali.
A intenção foi das melhores, porém mal executada. Ainda assim, aplaudo a Disney por tentar um caminho novo. A mentalidade das pessoas e principalmente das crianças, está mudando. E os filmes que elas assistem precisam mudar também. Mal posso esperar pra ver o que vem pela frente.
Temporário 12
4.3 590Acabei de assistir.
Não tenho palavras para descrevê-lo.
Mas teve uma cena, em que eu tive que pausar, chorar tudo que eu tinha pra chorar, e depois dar o play de novo.
Nessa hora, literalmente, eu senti que meu coração estava sendo abraçado.
É isso que esse filme é: um afago na alma.
Os Incompreendidos
4.4 645"Na tarde seguinte, sentei-o no sofá azul da sala, eu à direita, ele à esquerda, puxei as cortinas e mostrei a ele Os Incompreendidos (1959), de François Truffaut. Pensei que seria uma boa maneira de apresentar os filmes de arte europeus, embora soubesse que ele provavelmente os acharia tediosos até que aprendesse como assistir a eles. É como aprender as variações da gramática.
Truffaut, eu expliquei (...), entrou no cinema pela porta dos fundos. Tinha largado a escola (...), vivia pelas ruas e era um ladrãozinho nas horas vagas; mas adorava filmes, e passou a infância inteira enfiado nos cinemas que se espalhavam pela Paris do pós-guerra.
Quando tinha 20 anos, um simpático editor ofereceu a ele um trabalho como crítico de cinema - e isto o levou, seis anos depois, a dirigir seu primeiro filme. Os Incompreendidos (cujo título original em francês, Les 400 Coups, é uma expressão idiomática que faz alusão às 'diabruras da juventude') era um olhar autobiográfico sobre os conturbados anos de vadiagem de Truffaut.
Em busca de um ator para interpretar a versão adolescente dele próprio, o diretor estreante, de 27 anos, colocou um anúncio no jornal. Poucas semanas depois, apareceu um garoto de cabelos negros, que tinha fugido de um internato, no centro da França, e viajara de carona até Paris, para fazer um teste para o papel de Antoine.
Seu nome era Jean-Pierre Léaud. (...) Expliquei que, com exceção de uma cena no consultório da psiquiatra, o filme todo fora rodado sem som - adicionado mais tarde -, porque Truffaut não tinha dinheiro para o equipamento de gravação. Pedi a Jesse que prestasse atenção numa cena famosa, na qual todo um grupo de estudantes desaparece pelas costas do professor, durante um passeio por Paris; abordei suavemente outro momento maravilhoso, quando o jovem rapaz, Antoine, está falando com a psicóloga.
_ Observe o sorriso que ele dá quando ela lhe pergunta sobre sexo _ eu disse. _ Lembre-se de que não havia roteiro; isso foi totalmente improvisado.
(...) Assistimos do início ao fim, até aquela longa sequência em que Antoine foge correndo do reformatório; ele corre por campos, quintais, pomares de macieiras, até chegar ao deslumbrante oceano. É como se nunca o tivesse visto antes. Aquela imensidão, que parece se estender até o infinito! Ele desce por uma escada de madeira, avança pela areia e, lá, onde as ondas morrem, vira-se levemente para trás e olha diretamente para a câmera. Nesse momento, a imagem congela: o filme acabou."
(GILMOUR, David. O Clube do Filme)
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraGostei do filme.
Gosto mais do título original, porque ao ler Azul É A Cor Mais Quente, você meio que espera que o foco seja a relação com a Emma 'o tempo todo', e a sinopse também ajuda a criar essa falsa expectativa. Já o original A Vida de Adele traz tudo o que o filme é, cruamente: um relato sobre a vida de Adele, desde os últimos anos de colegial até ela já estar morando sozinha, com um emprego. A opção por deixar o título original também tiraria a opinião de algumas pessoas de acharem algumas cenas desnecessárias: tudo bem que não é muito comum no cinema ter tanto foco no rosto de atrizes dormindo ou mastigando de boca aberta, mas se isso faz parte da Vida dela, e ajuda a compor a personagem, por que não mostrar? (O mesmo eu digo das cenas de sexo. Na verdade, quem acha que três horas de filme é muito, deveria tentar rever e pensar qual cena pode ser descartada. Na minha opinião, são pouquíssimas, e que não trariam nenhuma diferença relevante no tempo final.)
Adorei a personagem de Adele e desde então ela tem sido um exemplo para mim: sempre com pouca maquiagem e com o cabelo um tanto bagunçado para alguns padrões, ela está sempre muito bela e mostra que a verdadeira beleza é superior à essas convenções.
A fotografia é muito bonita, e a trilha sonora étnica serve para mostrar um lado diferente da França, sem aquele clichê da trilha sonora de Amelie Poulain, por exemplo. Mostra que é um filme aberto: a receber todo tipo de música, todo tipo de gente e todo tipo de opinião. A minha é muito positiva. Filme incrível e um dos meus favoritos!