"Navegando em Águas Misteriosas" não renova a série como poderia, mas traz aventura e diversão suficientes para entreter, especialmente àqueles que são fãs dos filmes e/ou de aventuras de piratas.
Nos filmes anteriores (especialmente no primeiro), apesar de Jack Sparrow (Depp) ser o personagem principal, sua participação tinha respiros nas narrativas. Isso foi diminuindo ao longo da série e acaba de vez nesse quarto capítulo. Sparrow está em praticamente em todas as cenas do filme, o que acaba o desgastando, por melhor que seja o personagem e a composição de Depp.
Como diria Charles Kaznyk, o filme tem grande "valor de produção", aproveitando suas belas e grandiosas locações, assim como aquelas construídas com o auxílio de efeitos práticos e visuais. O espetáculo que vemos na tela acaba compensando falhas de roteiro, especialmente no terceiro ato, em que muitas pontas são amarradas apressadamente e de maneira pouco consistente com o restante da narrativa.
Mas com um bom protagonista, um elenco de apoio em grande forma (McShane, Rush, Cruz) e boas doses de ação e humor, a franquia "Piratas do Caribe" continua oferecendo uma boa diversão. O provável quinto capítulo pode se encarregar de renovar um pouco a fórmula, no entanto.
Martin Scorsese é, de fato, um mestre. "O Lobo de Wall Street", como em muitos de seus filmes, traz um protagonista cujas ações são, no mínimo, extremamente questionáveis. Durante as três horas em que testemunhamos a saga de Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio), boa parte delas são preenchidas com risadas e gargalhadas. Muitas dessas, pelos inacreditáveis absurdos cometidos pelos personagens em cena (na maioria das vezes, Belfort). Porém, desde o início do filme fica claro que apesar de toda diversão que os personagens e nós estamos tendo, o que estamos vendo é o retrato de uma figura imoral e que acaba ferindo todos aqueles que o amavam, traçando um paralelo maior com o sistema capitalista e o que ele nos motiva a fazer.
Cinematograficamente, "O Lobo de Wall Street" é mais um testamento do talento de Scorsese como cineasta, criando sequências e planos memoráveis, quase sempre auxiliado por seu protagonista, DiCaprio. DiCaprio, aliás, entrega uma de suas melhores performances de sua carreira (muitos poderão considerá-la a melhor), tendo que recorrer a praticamente todos os recursos possíveis a um ator em sua composição. A fisicalidade dele em diversas cenas é espantosa, de fazer inveja a Jim Carrey e Jerry Lewis. A ele, também o mérito de conseguir fazer com que criemos empatia por uma figura que, fosse apenas pelas suas ações, seria repugnante. Mas sua composição consegue o efeito contrário, nos seduzindo e conquistando. O que torna o choque ainda maior quando, inevitavelmente, vemos do que ele é capaz nos momentos de mais desespero.
"O Lobo de Wall Street" é polêmico apenas porque vivemos em uma sociedade em que sexo, drogas e "fuck" são tabu, porque essencialmente não há "polêmica" (que é o que muitos têm dito sobre o filme). Talvez por isso, a experiência possa ser mais palatável para uns que para outros. Mas Scorsese merece aplausos por continuar ousando e abusando dos recursos cinematográficos. O Cinema se faz assim. E as boas histórias também, não fazendo juízos de valor explícitos, apenas se posicionando e deixando para que nós tiremos nossas conclusões (apesar de suspeitar que muitos se deixarão seduzir completamente por Belfort, apesar das ressalvas que o filme nos apresenta).
"12 Anos de Escravidão" não é apenas um filme excelente, mas um filme fundamental. A história de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor, excelente), por mais triste e absurdo que seja, continua sendo atual e serve para provocar reflexão (e ação) em todos nós.
O diretor Steve McQueen, que já havia mostrado toda sua competência na direção em "Hunger" e "Shame", exibe mais uma vez todo seu primor técnico na condução da narrativa. O filme jamais busca a saída fácil ou melodramática para nos emocionar ou incomodar, já que a história em si dá conta disso. Em vez disso, McQueen conduz tudo de uma maneira crua e honesta, introduzindo também poesia e reflexão em diversas passagens.
Naquela que para mim talvez seja a cena mais poderosa de todo o filme, Solomon encara a câmera (nós, espectadores) com seu olhar. E os segundos que se passam duram uma eternidade e carregam séculos dentro de si. Nesse momento, o que se passa na cabeça de cada um de nós que assiste ao filme provavelmente marcará nossa conclusão sobre ele. É um momento privado entre "12 Anos de Escravidão" e você, e cabe a você saber o que fará a partir dali.
O elenco todo está primoroso, com um trabalho de casting muito bem feito, já que alguns personagens com pouco tempo de tela (mas importantes) encontram respaldo na figura cinematográfica dos atores que os interpretam (casos de Brad Pitt e Paul Giamatti, por exemplo). Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender e Lupita Nyong'o formam o trio principal e criam figuras trágicas, complexas e humanas.
"Trapaça" conta com um roteiro envolvente, bem-humorado e uma ótima construção de personagens, com todo o elenco em grande forma. O Irving Rosenfeld composto por Christian Bale é sem dúvida a figura central, representando o grande tema do filme, da busca em sermos algo "melhor" que nós mesmos. Bale entrega um personagem surpreendentemente doce, apesar das condições em que ele se encontra. Além disso, ecos de De Niro em sua composição completam uma figura por quem torcemos, apesar de suas falhas (ou talvez por elas).
Nenhum dos personagens centrais está satisfeito com sua condição no mundo, e acompanhamos isso através de suas ações e também das alegorias maiores, como Atlantic City, uma cidade em busca de um novo rosto, um recomeço.
Como todo bom filme de golpe, o roteiro e a direção brindam o público com reviravoltas que deixam um sorriso no rosto, além de contar com uma excelente seleção musical. É daqueles filmes difíceis de não se gostar, mesmo que não seja necessariamente "um dos melhores de 2013".
O tema do filme (a mulher que se encontra em uma vida "automática", resultado das expectativas da sociedade muito mais que das suas próprias) é forte e interessante, mas acaba sabotado pela trama muitas vezes absurda e autoindulgente demais para que realmente levemos os personagens a sério.
Apesar do carisma dos personagens, a história conta com trama e conflitos fracos demais para que realmente nos importemos com ela. O filme parece recorrer exclusivamente à repetição de umas poucas piadas, como o pai de família que quer se livrar da sogra.
O tema do pai de família que precisa aceitar o amadurecimento dos filhos não surge de forma natural, apenas esquemática. No mais, temos uma série de sequências soltas e "engraçadas" que no todo acabam não formando um filme coeso e satisfatório, apesar de possuir um belo design de produção.
A comédia de 1933 dos Irmãos Marx possui um humor atemporal, numa série de gags clássicas copiadas até os dias de hoje. Os diálogos de Groucho Marx são impagáveis, e a entrada de seu personagem em cena, Rufus T. Firefly, o faz chorar de rir logo nos primeiros minutos.
Moderno, maluco e ousado, se o filme continua atual e vibrante mais de 80 anos após seu lançamento, tentem imaginar o impacto que teve na época. Quem foi ao cinema deve ter rolado no chão de tanto rir. Que alegria e privilégio deve ter sido.
Ser acusado de um crime que não cometeu é algo que pode acabar com a vida de uma pessoa, mesmo sem a condenação. E há algumas acusações quase impossíveis de se apagar, como o caso da pedofilia. O acusado acaba marcado para o resto de sua vida, mesmo que não tenha cometido crime algum.
Por outro lado, aqueles que cometem o crime de acusá-lo injustamente e persegui-lo não sofrem consequências.
O diretor e co-roteirista Thomas Vinterberg constrói a narrativa de "A Caça" de uma maneira contida e ao mesmo tempo angustiante. A tensão e desconforto a partir do momento em que o personagem de Mads Mikkelsen é acusado falsamente de ter abusado de uma menor em uma creche em que trabalha apenas cresce ao longo de todo o filme. O público está a par de todos os fatos, sabe que Lucas (Mikkelsen) é inocente, o que torna a experiência ainda mais forte, pela frustração de vermos a injustiça do lado de lá da tela e não podermos fazer nada. Mas fôssemos nós os pais das crianças da creche, qual seria nossa reação?
Os efeitos desastrosos de uma falsa acusação já foram retratados com brilhantismo em diversas obras da literatura e do cinema. "A Caça" se junta a essas necessárias obras, algo particularmente importante nessa era em que vivemos, onde qualquer pessoa possui o poder de destruir alguém com apenas algumas palavras soltas na internet.
O fato da história se passar no início dos anos 1990 serve para ajudar o roteiro, evitando que a protagonista tenha fácil acesso à informação através da internet. Além disso, confere um charme à produção, com suas roupas, moda e música que certamente trarão um sorriso no rosto a quem cresceu nessa década.
A odisseia sexual de Brandy Klark ganha pontos também por não abordar de maneira machista o assunto, algo muito comum nesse tipo de comédia.
Traçando paralelos com a política de guerra dos Estados Unidos e um futuro de jovens soldados muito plausível em guerras a serem combatidas virtualmente, "Ender's Game" não apenas diverte com sua ação e personagens carismáticos, mas também levanta importantes reflexões e debates, algo especialmente louvável quando falamos de filmes direcionados ao público juvenil.
O filme acompanha de maneira quase documental o drama do personagem principal (Redford) e sua luta solitária contra a imensidão do oceano.
As longas sequências, a atuação contida e precisa de Redford, a trilha sonora sutil e pontual, a fotografia "natural", fazem desse um belo e emocionante filme, que não apela para manipulação das emoções de maneira flagrante para nos emocionar.
O filme diverte especialmente por contar com Stallone e Schwarzenegger como protagonistas, mas não fossem eles, seria apenas mais um filme genérico de Hollywood.
Apesar da diversão que o roteiro proporciona na construção das escapadas, elas jamais soam totalmente plausíveis ou mesmo tensas e perigosas o bastante para que realmente nos envolvamos com elas.
Vale como passatempo e para quem é fã da dupla de atores.
Não reinventa a fórmula, mas assume isso com muito bom humor no roteiro. O elenco é muito bom e cria personagens carismáticos, mesmo aqueles com pouco tempo de tela. Os personagens também não são maniqueístas, o que é sempre muito bem-vindo.
Os números musicais empolgam, especialmente para quem curte esse tipo de coisa (eu curto!). Vale bastante pelas muitas e boas risadas e pela parte musical.
Filme de ação com boas e bem coreografadas sequências de luta. É divertido particularmente para quem é fã do gênero. Mas o óbvio baixo orçamento limita um pouco a criatividade, que deixa todo o filme e suas lutas se passarem em basicamente três cenários, que vão apenas mudando alguns detalhes, como os números do apartamento do prédio. Isso enfraquece o filme no geral no cânone e tradição dos filmes de luta do leste asiático.
Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
3.6 2,7K Assista Agora"Navegando em Águas Misteriosas" não renova a série como poderia, mas traz aventura e diversão suficientes para entreter, especialmente àqueles que são fãs dos filmes e/ou de aventuras de piratas.
Nos filmes anteriores (especialmente no primeiro), apesar de Jack Sparrow (Depp) ser o personagem principal, sua participação tinha respiros nas narrativas. Isso foi diminuindo ao longo da série e acaba de vez nesse quarto capítulo. Sparrow está em praticamente em todas as cenas do filme, o que acaba o desgastando, por melhor que seja o personagem e a composição de Depp.
Como diria Charles Kaznyk, o filme tem grande "valor de produção", aproveitando suas belas e grandiosas locações, assim como aquelas construídas com o auxílio de efeitos práticos e visuais. O espetáculo que vemos na tela acaba compensando falhas de roteiro, especialmente no terceiro ato, em que muitas pontas são amarradas apressadamente e de maneira pouco consistente com o restante da narrativa.
Mas com um bom protagonista, um elenco de apoio em grande forma (McShane, Rush, Cruz) e boas doses de ação e humor, a franquia "Piratas do Caribe" continua oferecendo uma boa diversão. O provável quinto capítulo pode se encarregar de renovar um pouco a fórmula, no entanto.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraMartin Scorsese é, de fato, um mestre. "O Lobo de Wall Street", como em muitos de seus filmes, traz um protagonista cujas ações são, no mínimo, extremamente questionáveis. Durante as três horas em que testemunhamos a saga de Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio), boa parte delas são preenchidas com risadas e gargalhadas. Muitas dessas, pelos inacreditáveis absurdos cometidos pelos personagens em cena (na maioria das vezes, Belfort). Porém, desde o início do filme fica claro que apesar de toda diversão que os personagens e nós estamos tendo, o que estamos vendo é o retrato de uma figura imoral e que acaba ferindo todos aqueles que o amavam, traçando um paralelo maior com o sistema capitalista e o que ele nos motiva a fazer.
Cinematograficamente, "O Lobo de Wall Street" é mais um testamento do talento de Scorsese como cineasta, criando sequências e planos memoráveis, quase sempre auxiliado por seu protagonista, DiCaprio. DiCaprio, aliás, entrega uma de suas melhores performances de sua carreira (muitos poderão considerá-la a melhor), tendo que recorrer a praticamente todos os recursos possíveis a um ator em sua composição. A fisicalidade dele em diversas cenas é espantosa, de fazer inveja a Jim Carrey e Jerry Lewis. A ele, também o mérito de conseguir fazer com que criemos empatia por uma figura que, fosse apenas pelas suas ações, seria repugnante. Mas sua composição consegue o efeito contrário, nos seduzindo e conquistando. O que torna o choque ainda maior quando, inevitavelmente, vemos do que ele é capaz nos momentos de mais desespero.
"O Lobo de Wall Street" é polêmico apenas porque vivemos em uma sociedade em que sexo, drogas e "fuck" são tabu, porque essencialmente não há "polêmica" (que é o que muitos têm dito sobre o filme). Talvez por isso, a experiência possa ser mais palatável para uns que para outros. Mas Scorsese merece aplausos por continuar ousando e abusando dos recursos cinematográficos. O Cinema se faz assim. E as boas histórias também, não fazendo juízos de valor explícitos, apenas se posicionando e deixando para que nós tiremos nossas conclusões (apesar de suspeitar que muitos se deixarão seduzir completamente por Belfort, apesar das ressalvas que o filme nos apresenta).
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0K"12 Anos de Escravidão" não é apenas um filme excelente, mas um filme fundamental. A história de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor, excelente), por mais triste e absurdo que seja, continua sendo atual e serve para provocar reflexão (e ação) em todos nós.
O diretor Steve McQueen, que já havia mostrado toda sua competência na direção em "Hunger" e "Shame", exibe mais uma vez todo seu primor técnico na condução da narrativa. O filme jamais busca a saída fácil ou melodramática para nos emocionar ou incomodar, já que a história em si dá conta disso. Em vez disso, McQueen conduz tudo de uma maneira crua e honesta, introduzindo também poesia e reflexão em diversas passagens.
Naquela que para mim talvez seja a cena mais poderosa de todo o filme, Solomon encara a câmera (nós, espectadores) com seu olhar. E os segundos que se passam duram uma eternidade e carregam séculos dentro de si. Nesse momento, o que se passa na cabeça de cada um de nós que assiste ao filme provavelmente marcará nossa conclusão sobre ele. É um momento privado entre "12 Anos de Escravidão" e você, e cabe a você saber o que fará a partir dali.
O elenco todo está primoroso, com um trabalho de casting muito bem feito, já que alguns personagens com pouco tempo de tela (mas importantes) encontram respaldo na figura cinematográfica dos atores que os interpretam (casos de Brad Pitt e Paul Giamatti, por exemplo). Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender e Lupita Nyong'o formam o trio principal e criam figuras trágicas, complexas e humanas.
Um filme belíssimo e relevante.
Trapaça
3.4 2,2K Assista Agora"Trapaça" conta com um roteiro envolvente, bem-humorado e uma ótima construção de personagens, com todo o elenco em grande forma. O Irving Rosenfeld composto por Christian Bale é sem dúvida a figura central, representando o grande tema do filme, da busca em sermos algo "melhor" que nós mesmos. Bale entrega um personagem surpreendentemente doce, apesar das condições em que ele se encontra. Além disso, ecos de De Niro em sua composição completam uma figura por quem torcemos, apesar de suas falhas (ou talvez por elas).
Nenhum dos personagens centrais está satisfeito com sua condição no mundo, e acompanhamos isso através de suas ações e também das alegorias maiores, como Atlantic City, uma cidade em busca de um novo rosto, um recomeço.
Como todo bom filme de golpe, o roteiro e a direção brindam o público com reviravoltas que deixam um sorriso no rosto, além de contar com uma excelente seleção musical. É daqueles filmes difíceis de não se gostar, mesmo que não seja necessariamente "um dos melhores de 2013".
As Delícias da Tarde
2.9 116 Assista AgoraO tema do filme (a mulher que se encontra em uma vida "automática", resultado das expectativas da sociedade muito mais que das suas próprias) é forte e interessante, mas acaba sabotado pela trama muitas vezes absurda e autoindulgente demais para que realmente levemos os personagens a sério.
Os Croods
3.7 1,1K Assista AgoraApesar do carisma dos personagens, a história conta com trama e conflitos fracos demais para que realmente nos importemos com ela. O filme parece recorrer exclusivamente à repetição de umas poucas piadas, como o pai de família que quer se livrar da sogra.
O tema do pai de família que precisa aceitar o amadurecimento dos filhos não surge de forma natural, apenas esquemática. No mais, temos uma série de sequências soltas e "engraçadas" que no todo acabam não formando um filme coeso e satisfatório, apesar de possuir um belo design de produção.
O Diabo a Quatro
3.8 88 Assista AgoraA comédia de 1933 dos Irmãos Marx possui um humor atemporal, numa série de gags clássicas copiadas até os dias de hoje. Os diálogos de Groucho Marx são impagáveis, e a entrada de seu personagem em cena, Rufus T. Firefly, o faz chorar de rir logo nos primeiros minutos.
Moderno, maluco e ousado, se o filme continua atual e vibrante mais de 80 anos após seu lançamento, tentem imaginar o impacto que teve na época. Quem foi ao cinema deve ter rolado no chão de tanto rir. Que alegria e privilégio deve ter sido.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraSer acusado de um crime que não cometeu é algo que pode acabar com a vida de uma pessoa, mesmo sem a condenação. E há algumas acusações quase impossíveis de se apagar, como o caso da pedofilia. O acusado acaba marcado para o resto de sua vida, mesmo que não tenha cometido crime algum.
Por outro lado, aqueles que cometem o crime de acusá-lo injustamente e persegui-lo não sofrem consequências.
O diretor e co-roteirista Thomas Vinterberg constrói a narrativa de "A Caça" de uma maneira contida e ao mesmo tempo angustiante. A tensão e desconforto a partir do momento em que o personagem de Mads Mikkelsen é acusado falsamente de ter abusado de uma menor em uma creche em que trabalha apenas cresce ao longo de todo o filme. O público está a par de todos os fatos, sabe que Lucas (Mikkelsen) é inocente, o que torna a experiência ainda mais forte, pela frustração de vermos a injustiça do lado de lá da tela e não podermos fazer nada. Mas fôssemos nós os pais das crianças da creche, qual seria nossa reação?
Os efeitos desastrosos de uma falsa acusação já foram retratados com brilhantismo em diversas obras da literatura e do cinema. "A Caça" se junta a essas necessárias obras, algo particularmente importante nessa era em que vivemos, onde qualquer pessoa possui o poder de destruir alguém com apenas algumas palavras soltas na internet.
O Diário de Uma Virgem
3.0 261 Assista AgoraO fato da história se passar no início dos anos 1990 serve para ajudar o roteiro, evitando que a protagonista tenha fácil acesso à informação através da internet. Além disso, confere um charme à produção, com suas roupas, moda e música que certamente trarão um sorriso no rosto a quem cresceu nessa década.
A odisseia sexual de Brandy Klark ganha pontos também por não abordar de maneira machista o assunto, algo muito comum nesse tipo de comédia.
Ender's Game: O Jogo do Exterminador
3.4 891 Assista AgoraTraçando paralelos com a política de guerra dos Estados Unidos e um futuro de jovens soldados muito plausível em guerras a serem combatidas virtualmente, "Ender's Game" não apenas diverte com sua ação e personagens carismáticos, mas também levanta importantes reflexões e debates, algo especialmente louvável quando falamos de filmes direcionados ao público juvenil.
Até o Fim
3.4 418 Assista AgoraO filme acompanha de maneira quase documental o drama do personagem principal (Redford) e sua luta solitária contra a imensidão do oceano.
As longas sequências, a atuação contida e precisa de Redford, a trilha sonora sutil e pontual, a fotografia "natural", fazem desse um belo e emocionante filme, que não apela para manipulação das emoções de maneira flagrante para nos emocionar.
Rota de Fuga
3.5 824 Assista AgoraO filme diverte especialmente por contar com Stallone e Schwarzenegger como protagonistas, mas não fossem eles, seria apenas mais um filme genérico de Hollywood.
Apesar da diversão que o roteiro proporciona na construção das escapadas, elas jamais soam totalmente plausíveis ou mesmo tensas e perigosas o bastante para que realmente nos envolvamos com elas.
Vale como passatempo e para quem é fã da dupla de atores.
A Escolha Perfeita
3.8 1,6K Assista AgoraNão reinventa a fórmula, mas assume isso com muito bom humor no roteiro. O elenco é muito bom e cria personagens carismáticos, mesmo aqueles com pouco tempo de tela. Os personagens também não são maniqueístas, o que é sempre muito bem-vindo.
Os números musicais empolgam, especialmente para quem curte esse tipo de coisa (eu curto!). Vale bastante pelas muitas e boas risadas e pela parte musical.
Operação Invasão
3.9 628 Assista AgoraFilme de ação com boas e bem coreografadas sequências de luta. É divertido particularmente para quem é fã do gênero. Mas o óbvio baixo orçamento limita um pouco a criatividade, que deixa todo o filme e suas lutas se passarem em basicamente três cenários, que vão apenas mudando alguns detalhes, como os números do apartamento do prédio. Isso enfraquece o filme no geral no cânone e tradição dos filmes de luta do leste asiático.
Mas como disse, é bem divertido, mesmo assim.
Meus 533 Filhos
3.8 78 Assista AgoraApesar de contar com algumas falhas no ritmo e alguns furos de roteiro, a situação única e o carisma do protagonista garantem a diversão e a emoção.
Código Vermelho
2.6 101O filme é fraco, mas consegue surgir com um certo frescor no gênero em sua conclusão.
Evangelion 2.22: Você (Não) Pode Avançar
4.3 95 Assista AgoraFilmaço. Sério, esse aqui ficou MUITO bom.
Sem Lei
2.3 126 Assista AgoraTerrível.
A Corrente do Mal
2.0 125 Assista AgoraNão assistam, é sério. Passem muito longe disso.
O Retorno dos Vermes Malditos
1.7 53Aviso: Esse filme não tem nada a ver com os originais dos Vermes Malditos. É horrível.
Forças Diabólicas
2.4 5 Assista AgoraTerrível. Terrível...
Meu Pai Herói
3.0 100Aqui a Katherine Heigl ainda era demais. Hoje em dia é insuportável.