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A Escolhida
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De certa forma, é incomodo ver novamente corpos negros sofrerem atos de violência . Enquanto assistia o filme, me interrogava o quanto o sofrimento da população negra é fonte de entretenimento para muitas pessoas. Como se as grandes gravadoras, não vissem potencial neles , para estar atuando em outros papeis que não sejam de pessoas escravas, que vivem na periferia, viciados em drogas, entre outros aspectos que os coloque a margem da sociedade.
O filme ele é bom, tem um bom enredo, um elenco que sustenta bem os seus personagens, e um final que agrada no geral. Mas o questionamento que fica, é que outros papeis, esses atores vão receber, além de escravos e sujeitos da dor.
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Acho que a palavra que fica martelando no seu cérebro durante todos os episódios, é o substantivo abuso. O abuso nas relações tanto raciais quanto de gênero, que inferiorizam uma parte da comunidade, e silenciam suas vozes, descrebilizando o narrador, por causa de suas características físicas.
Para mim teve especial destaque a personagem Joey . Ela apresenta uma perspectiva, de que na sociedade do século 21, a mulher é vulgarizada, e sua dor vira arte para o prazer de outros. Que mesmo com todas as provas mostrando que está passou por um abuso, nada é forte o bastante para combater o discurso de um homem hétero e branco. Quando ela procura a policia, no fundo você sente, que aquilo não vai dar certo, pois, o sistema opera de formar a proteger os homens, e culpar as mulheres pelas violências que elas são submetidas. Como é infeliz perceber no final, que quem teve que abrir mão de tudo, para manter um pouco de sua saúde mental foi a Joey, enquanto os caras são recebidos de braços abertos pela escola, sem discursos agressivos, que os humilhem ou questionem seus atos.
É um lembrete de todos os abusos que uma mulher pode viver em sociedade.
Como em outros projetos que contam com a participação de Jordan Peele, o terror no filme se embasa no racismo, e como essa agressão desperta o terror . Uma pessoa de classe média, branca, não entenderia o tipo de medo, que envolve, andar na rua, e não poder confiar, nas pessoas que o papel social dela, é proteger a sociedade. O vilão não é o candyman, mas o policial, e todas as pessoas que expressão comportamentos repressores. O foco da narrativa não está no medo do sobrenatural, mas no real de cada dia. O final com cenas fortes, mostrando eventos que refletem a realidade, encerra o filme, emocionando o telespectador mais atento.