Um suspense moderno e cheio de reviravoltas, acompanhado de uma dose generosa de bom humor, essencial para que o filme não fosse mais do mesmo ou uma sequência interminável e cansativa de plot-twists.
Alguns comentários que li de espectadores diziam que existe uma grande semelhança com o filme Garota Exemplar, entretanto enquanto o assistia não tinha parado para pensar nisso. Existe uma temática semelhante, o sumiço da personagem Emily e todo o mistério que circunda sua morte, unido à curiosidade e inconformação de sua amiga Stephanie que decide investigar a morte suspeita. É realmente uma trama típica de uma obra literária que poderia ser facilmente adaptada para o cinema. Me senti como se estivesse lendo qualquer obra da Paula Hawkins ou da Gillian Flynn. Destaque mais que positivo para Anna Kendrick, muito caricata e com uma facilidade grande para fazer a linha fofa e engraçada, ao passo que no final precisou dar uma de femme fatale para se impor e desvendar a trama do filme. Alguns podem achar cansativo ou redundante, mas acho que as reviravoltas e a sequência de plot-twists acabam meio que prendendo o espectador, sabendo que tudo pode acontecer, tudo é possível e não vê a hora de chegar o final que esmiúça todo o mistério em volta da história.
A crítica principal vai para o roteiro que apesar de interessante e bem feito, não funcionaria tão bem caso não houvesse o ar cômico e bem humorado presente o início ao fim. Isso é muito importante, pois um filme com o tema mistério, morte e suspense precisa estar mecanicamente apto para funcionar e ter uma essência, caso tiremos alguns pontos chaves que complementam a história (no caso o humor e a sátira).
O filme aborda diversas questões relacionadas à violência doméstica e relacionamentos abusivos colocando-os sob uma ótica diferente, testando o espectador, que ao assisti-lo precisa pensar para entender o que o tema central tem a ver com as várias sequências de acontecimentos misteriosos na rotina da ilha Plymouth. A crítica mais forte vai para para Anne Hathaway que ficou muito ofuscada dentro desse filme, o novo look loiro pareceu extremamente forçado, além do fato de que dentro da trama ela foi uma vítima manipulada diversas vezes por dois homens.
Antes do desfecho inusitado do filme, a trama gira em torno de Karen que vive um relacionamento violento e abusivo com Frank, procura o ex marido Dill para que o mesmo pudesse matar seu atual marido. O que me deixa desconfortável é o fato de que a principio Baker não topou a proposta de Karen, mas depois de uma transa ele mudou completamente seu pensamento acerca da proposta feita por ela. Apesar dele ter diversos lapsos e ser ligado por uma espécie de conexão afetiva com seu filho (também vítima de violência doméstica) o mesmo só encontrou justificativa para matar Frank após essa noite de sexo com Karen. Estou acostumado a ver Anne em papeis de mulheres fortes e muito presentes dentro dos filmes, não sei se essa personagem combinou com o perfil profissional da atriz. A reviravolta do fim do filme fez valer muito, e serviu como uma borracha para apagar alguns erros e pontas soltas que identificamos durante o desenvolvimento da história. De uma maneira simples, tudo faz parte de um universo imaginário, inspirado na realidade do criador, onde tudo pode acontecer.
Filme com roteiro muito criativo sobre a teoria de multiversos. A história me prendeu do início ao fim, graças a atuação maravilhosa do núcleo infantil e também do grupo adulto, com destaque para Ashton Kutcher que manteve-se fiel ao seu personagem apresentado inicialmente como criança. Imaginei que o drama fosse basear-se somente ao affair romântico que o protagonista tinha com Kayleigh, entretanto, subitamente todos os personagens coadjuvantes pareceram tão importantes e fundamentais para o desenvolvimento da história quanto o protagonista em si.
Acredito que a forma também súbita em que Evan começou a reviver situações do passado, alterando o presente/futuro foi um tanto brusca. Demorei um pouco para entender que ele conseguia fazer regressões que poderiam afetar o desenvolvimento futuro de sua vida. O desfecho me pareceu muito melancólico e deprimente, afinal o protagonista teve uma vida tão conturbada buscando entender a relação dos 'blackouts' que sofria com seu psicológico, sofreu com a separação de sua até então melhor amiga Kayleigh e por passar parte da vida longe dela, como se não bastasse, todas as regressões e cenários possíveis que ele desenvolvia havia algo que não se encaixaria da melhor forma, e ainda assim, num ato de amor aos amigos e família o mesmo tira a própria vida ainda no ventre materno, impossibilitando que no futuro suas ações gerassem reações negativas para a vida dos seus entes. Eu torcia por um final feliz em que todos pudessem encontrar um meio termo, uma reconciliação, o perdão, a alegria de ter uma vida com lições aprendidas, torcia para que Evan pudesse viver uma vida plena em algum dos universos desenvolvido em suas regressões.
Pontos fortes e cenas marcantes: 1. A intervenção de Evan ao salvar a mãe e o bebê da bomba o deixam deficiente físico e o sufrágio de sua mãe pela condição em que ficou seu filho o levaria a ter doenças sérias. 2. A premissa do filme mostrou que é possível criar um roteiro criativo e com qualidade, sem furos ou questões abertas. 3. A complexidade do tema multiversos abordado pelo filme foi muito bem destrinchada e bem didática, com o uso do diário de memórias do protagonista como conexão ao seu passado.
OBS: Assistirei mais uma vez quando tiver oportunidade para poder assimilar com mais destreza os acontecimentos da trama que não acompanhei na primeira vez que assisti.
Já assisti alguns filmes como esse, que orbitam na ideia de uma gestão de crise para o cenário catastrófico que o planeta Terra enfrenta devido ao uso desenfreado dos recursos da vida. Acredito que o público gosta disso, gosta do conceito da exploração do Universo nos filmes. E a premissa de adaptar o ser humano para que pudesse viver em um outro planeta ao invés de fazer um filme sobre a jornada de busca a um planeta que se adaptasse às condições humanas é interessante, entretanto, a fantasiosidade tornou-se o problema focal desse filme.
As experiências genéticas transformaram o protagonista numa criatura sobre-humana, o que não casou muito com a ideia central do filme. Ficou surreal, ficou brega. A menos que você seja Guilhermo Del Toro, não deveria se arriscar a criar um personagem com uma importância tão grande para o desenrolar da história de uma maneira tão grosseira e fantasiosa. Como um experimento tão grande e ambicioso só teve relevância após a descoberta de um novo ecossistema? Por que não adaptar os seres humanos pouco a pouco para que pudessem cada vez mais adquirir habilidades sobre-humanas para o salvamento do planeta Terra? É muito surreal e é um filme que trabalhou quase 2/3 da produção fazendo-nos acreditar em algo cientificamente viável (obviamente com suas adaptações para a ficção). Por fim, apenas para termos de comparação, coloquem Interstellar perto desse filme para disputar qual tem pauta científica mais convincente ao espectador, sendo que ambas partem de premissas semelhantes.
A ideia do roteiro é muito interessante, pois adapta para uma realidade distópica e futurística alguns problemas que os seres humanos já vem enfrentando.
O medo dos seres humanos em compartilhar o mesmo ambiente de vivência com os seres de inteligência artificial desperta um ânimo de raiva e preconceito, muito parecido com o que acontece em relação à crise imigratória, onde líderes de potências mundiais reproduzem o discurso que vimos no filme 'Extinção': "eles estão roubando nossos empregos". Talvez essa tenha sido a ideia dos roteiristas e produtores, ao criticar comportamentos nocivos e preconceituosos que as pessoas tem atualmente, ilustrando uma guerra mundial entre máquinas e humanos que culminaria na destruição do planeta. As críticas negativas principais para esse filme deixo para o protagonista que não conseguiu encorporar plenamente o personagem. Apesar de tratar-se de robôs, percebe-se durante toda a trama que eles conseguiam expressar reações, sentimentos, mesmo não entendendo que isso fazia parte de sua programação, e isso faltou demais em Miles, afinal ele me pareceu anestesiado durante todo o filme. ( As atuações de todos no geral foram muito medianas). Fiquei atônito tentando entender a motivação dos seres invasores, criei diversas teorias para tentar encaixar a justificativa da destruição da Terra e seus habitantes, mas foi só no final com a revelação bombástica de que eram seres humanos que estavam invadindo o planeta que era habitado pelos robôs. Uma inversão muito importante que alavancou o status do filme e o diferenciou de outras produções do gênero. A cena final que mostra a reunião da família de Miles e o refúgio dos robôs sobreviventes além dos limites da cidade deixa um ar de continuação, nos faz criar teorias para a sequência desse filme e me fez até lembrar um pouco de Jogos Vorazes, com a organização de um exército de batalha no submundo do Distrito 13 contra a Capital.
Recomendo o filme caso esteja procurando algo para assistir despretensiosamente, sem muitas expectativas ou exigências. Filme ótimo para refletir sobre hábitos da vida humana e crises mundiais com um pezinho na ficção científica.
Filme muito suave, divertido e romântico. Julia Roberts como sempre impressionando por sua beleza, figurino e atuação no filme. O que mais me faz gostar de Nothing Hill é que hoje, 20 anos após sua estreia ele tornou-se um clássico do gênero romance e sempre que assisto resgato um prazer nostálgico desse ambiente deliciosamente noventista.
Pontos fortes do filme: 1. Trilha sonora do filme conta com a música música "She", regravação da original de Charles Aznavour, que espreita desde o início do filme o teor romântico frisando a figura da personagem de Julia como ponto chave da história. 2. Escolha mais que correta de Julia Roberts para interpretar a personagem. Figurino maravilhoso, atuação digna e sua beleza impressionante.
Pontos fracos do filme: 1. O personagem de Hugh Grant pode parecer tedioso e clichê; 2. A personagem Anna tinha fama, sucesso e dinheiro, mas o que faltava para que fosse feliz plenamente era um parceiro para endossar um relacionamento. Pareceu um tanto superficial, pois uma personagem que tinha uma vida com tantos pontos importantes que poderiam ser explorados no roteiro teve como tema focal durante o filme todo o drama em conciliar a vida afetiva com seu trabalho de atriz. Como se ela em toda sua plenitude, fama, status e profissionalidade precisasse apenas ser amada por um homem para que tudo na vida ficasse melhor. Não convenceu muito.
Aniquilação faz parte de uma geração "Black Mirror" de ficção científica, que explora realidades distópicas de formas inusitadas e reflexivas. Dos filmes do gênero, esse é um dos meus favoritos. Assisti sem muitas expectativas, mas me surpreendi com o tratamento do tema e o desenrolar da história. A fotografia excepcional e o protagonismo feminino são alguns dos pontos fortes da história.
Entretanto, acredito que o título do filme não condiz muito com a mensagem passada por ele, uma vez que a influência do alienígena na terra não destruía ou eliminava a vida humana como conhecemos, mas a modificava, criando um cruzamento de DNA entre as espécies. O que o filme pareceu passar foi uma queda acidental do meteoro e a partir daí a influência involuntária dos poderes da entidade extraterrestre sobre a Terra. O que foi interessantíssimo, pois é um tipo diferente de intervenção alienígena da qual é retratada tradicionalmente nos filmes de ficção. O desfecho do filme ficou uma questão em aberto que pessoalmente me causou uma certa confusão, afinal, a Lena que retornou para a base militar era a Lena humana ou seria a Lena copiada pela entidade alienígena? E seu marido? Me permanece a mesma dúvida. Entretanto não é algo que me impede de finalizar e refletir sobre o conceito da história. Pelo contrário, para os amantes de horror cósmico e adeptos da ideia de que "não estamos sozinhos no universo", assim como eu, o filme nos reforça a importância de acreditar e buscar entender como a vida pode ser tão complexa e misteriosa.
Pontos fortes do filme: 1. o urso cujo rugido reproduzia a voz da vítima. 2. o momento em que Lena cruza seu DNA com o do alienígena, criando uma outra pessoa igual a ela. 3. o mesmo momento em que Lena "confronta" o alienígena que apenas reproduzia seus movimentos.
Como li em um comentário um pouco mais abaixo: um filme ótimo para refletir sobre como a maternidade pode ser uma atribuição cheia de complicações e dificuldades, sem tirar a beleza do que é ser mãe.
A ligação enérgica entre as duas personagens principais durante todo o filme me fez esquecer do pai em alguns momentos da história, o que foi bom para que no final ficasse explicita sua negligência para com a saúde mental de Marlo, criando uma reflexão sobre como o machismo está institucionalizado dentro das famílias e também sobre a importância da cumplicidade e reciprocidade na constituição de um matrimônio.
Pontos fortes do filme: 1- o momento em que Jonah teve uma crise no banheiro da escola um dos funcionários de lá faz com que ele se acalme e entenda que não há motivo para se envergonhar de seus medos. 2- o momento em que Marlo canta no karaokê junto com sua filha, mascarando completamente o verdadeiro estado de humor da protagonista que mais tarde teria um colapso de cansaço e esgotamento.
Você sabe que o filme cumpriu sua missão com o público quando você termina de assisti-lo e fica refletindo por uns três dias sobre a história de vida dos personagens. A fotografia ajudou a não deixar cansativo e maçante um filme com uma temática tão mórbida. Inteligente, cativante e sensorial!
Um filme que mostra a verdadeira cara da vida. E a vida pode ser leve e sutil, como a inocência de uma criança, mas também pode ser triste agressiva como a vida de um adulto que vive no berço do capitalismo moderno. Me emocionei com a história da Moone e sua mãe.
Um Pequeno Favor
3.3 694 Assista AgoraUm suspense moderno e cheio de reviravoltas, acompanhado de uma dose generosa de bom humor, essencial para que o filme não fosse mais do mesmo ou uma sequência interminável e cansativa de plot-twists.
Alguns comentários que li de espectadores diziam que existe uma grande semelhança com o filme Garota Exemplar, entretanto enquanto o assistia não tinha parado para pensar nisso. Existe uma temática semelhante, o sumiço da personagem Emily e todo o mistério que circunda sua morte, unido à curiosidade e inconformação de sua amiga Stephanie que decide investigar a morte suspeita. É realmente uma trama típica de uma obra literária que poderia ser facilmente adaptada para o cinema. Me senti como se estivesse lendo qualquer obra da Paula Hawkins ou da Gillian Flynn.
Destaque mais que positivo para Anna Kendrick, muito caricata e com uma facilidade grande para fazer a linha fofa e engraçada, ao passo que no final precisou dar uma de femme fatale para se impor e desvendar a trama do filme.
Alguns podem achar cansativo ou redundante, mas acho que as reviravoltas e a sequência de plot-twists acabam meio que prendendo o espectador, sabendo que tudo pode acontecer, tudo é possível e não vê a hora de chegar o final que esmiúça todo o mistério em volta da história.
A crítica principal vai para o roteiro que apesar de interessante e bem feito, não funcionaria tão bem caso não houvesse o ar cômico e bem humorado presente o início ao fim. Isso é muito importante, pois um filme com o tema mistério, morte e suspense precisa estar mecanicamente apto para funcionar e ter uma essência, caso tiremos alguns pontos chaves que complementam a história (no caso o humor e a sátira).
Calmaria
2.5 242 Assista AgoraO filme aborda diversas questões relacionadas à violência doméstica e relacionamentos abusivos colocando-os sob uma ótica diferente, testando o espectador, que ao assisti-lo precisa pensar para entender o que o tema central tem a ver com as várias sequências de acontecimentos misteriosos na rotina da ilha Plymouth.
A crítica mais forte vai para para Anne Hathaway que ficou muito ofuscada dentro desse filme, o novo look loiro pareceu extremamente forçado, além do fato de que dentro da trama ela foi uma vítima manipulada diversas vezes por dois homens.
Antes do desfecho inusitado do filme, a trama gira em torno de Karen que vive um relacionamento violento e abusivo com Frank, procura o ex marido Dill para que o mesmo pudesse matar seu atual marido. O que me deixa desconfortável é o fato de que a principio Baker não topou a proposta de Karen, mas depois de uma transa ele mudou completamente seu pensamento acerca da proposta feita por ela. Apesar dele ter diversos lapsos e ser ligado por uma espécie de conexão afetiva com seu filho (também vítima de violência doméstica) o mesmo só encontrou justificativa para matar Frank após essa noite de sexo com Karen. Estou acostumado a ver Anne em papeis de mulheres fortes e muito presentes dentro dos filmes, não sei se essa personagem combinou com o perfil profissional da atriz.
A reviravolta do fim do filme fez valer muito, e serviu como uma borracha para apagar alguns erros e pontas soltas que identificamos durante o desenvolvimento da história. De uma maneira simples, tudo faz parte de um universo imaginário, inspirado na realidade do criador, onde tudo pode acontecer.
Efeito Borboleta
4.0 2,9K Assista AgoraFilme com roteiro muito criativo sobre a teoria de multiversos. A história me prendeu do início ao fim, graças a atuação maravilhosa do núcleo infantil e também do grupo adulto, com destaque para Ashton Kutcher que manteve-se fiel ao seu personagem apresentado inicialmente como criança.
Imaginei que o drama fosse basear-se somente ao affair romântico que o protagonista tinha com Kayleigh, entretanto, subitamente todos os personagens coadjuvantes pareceram tão importantes e fundamentais para o desenvolvimento da história quanto o protagonista em si.
Acredito que a forma também súbita em que Evan começou a reviver situações do passado, alterando o presente/futuro foi um tanto brusca. Demorei um pouco para entender que ele conseguia fazer regressões que poderiam afetar o desenvolvimento futuro de sua vida.
O desfecho me pareceu muito melancólico e deprimente, afinal o protagonista teve uma vida tão conturbada buscando entender a relação dos 'blackouts' que sofria com seu psicológico, sofreu com a separação de sua até então melhor amiga Kayleigh e por passar parte da vida longe dela, como se não bastasse, todas as regressões e cenários possíveis que ele desenvolvia havia algo que não se encaixaria da melhor forma, e ainda assim, num ato de amor aos amigos e família o mesmo tira a própria vida ainda no ventre materno, impossibilitando que no futuro suas ações gerassem reações negativas para a vida dos seus entes. Eu torcia por um final feliz em que todos pudessem encontrar um meio termo, uma reconciliação, o perdão, a alegria de ter uma vida com lições aprendidas, torcia para que Evan pudesse viver uma vida plena em algum dos universos desenvolvido em suas regressões.
Pontos fortes e cenas marcantes:
1. A intervenção de Evan ao salvar a mãe e o bebê da bomba o deixam deficiente físico e o sufrágio de sua mãe pela condição em que ficou seu filho o levaria a ter doenças sérias.
2. A premissa do filme mostrou que é possível criar um roteiro criativo e com qualidade, sem furos ou questões abertas.
3. A complexidade do tema multiversos abordado pelo filme foi muito bem destrinchada e bem didática, com o uso do diário de memórias do protagonista como conexão ao seu passado.
OBS: Assistirei mais uma vez quando tiver oportunidade para poder assimilar com mais destreza os acontecimentos da trama que não acompanhei na primeira vez que assisti.
Titã
2.3 268 Assista AgoraJá assisti alguns filmes como esse, que orbitam na ideia de uma gestão de crise para o cenário catastrófico que o planeta Terra enfrenta devido ao uso desenfreado dos recursos da vida. Acredito que o público gosta disso, gosta do conceito da exploração do Universo nos filmes. E a premissa de adaptar o ser humano para que pudesse viver em um outro planeta ao invés de fazer um filme sobre a jornada de busca a um planeta que se adaptasse às condições humanas é interessante, entretanto, a fantasiosidade tornou-se o problema focal desse filme.
As experiências genéticas transformaram o protagonista numa criatura sobre-humana, o que não casou muito com a ideia central do filme. Ficou surreal, ficou brega. A menos que você seja Guilhermo Del Toro, não deveria se arriscar a criar um personagem com uma importância tão grande para o desenrolar da história de uma maneira tão grosseira e fantasiosa.
Como um experimento tão grande e ambicioso só teve relevância após a descoberta de um novo ecossistema? Por que não adaptar os seres humanos pouco a pouco para que pudessem cada vez mais adquirir habilidades sobre-humanas para o salvamento do planeta Terra? É muito surreal e é um filme que trabalhou quase 2/3 da produção fazendo-nos acreditar em algo cientificamente viável (obviamente com suas adaptações para a ficção).
Por fim, apenas para termos de comparação, coloquem Interstellar perto desse filme para disputar qual tem pauta científica mais convincente ao espectador, sendo que ambas partem de premissas semelhantes.
Extinção
2.9 434 Assista AgoraA ideia do roteiro é muito interessante, pois adapta para uma realidade distópica e futurística alguns problemas que os seres humanos já vem enfrentando.
O medo dos seres humanos em compartilhar o mesmo ambiente de vivência com os seres de inteligência artificial desperta um ânimo de raiva e preconceito, muito parecido com o que acontece em relação à crise imigratória, onde líderes de potências mundiais reproduzem o discurso que vimos no filme 'Extinção': "eles estão roubando nossos empregos". Talvez essa tenha sido a ideia dos roteiristas e produtores, ao criticar comportamentos nocivos e preconceituosos que as pessoas tem atualmente, ilustrando uma guerra mundial entre máquinas e humanos que culminaria na destruição do planeta.
As críticas negativas principais para esse filme deixo para o protagonista que não conseguiu encorporar plenamente o personagem. Apesar de tratar-se de robôs, percebe-se durante toda a trama que eles conseguiam expressar reações, sentimentos, mesmo não entendendo que isso fazia parte de sua programação, e isso faltou demais em Miles, afinal ele me pareceu anestesiado durante todo o filme. ( As atuações de todos no geral foram muito medianas).
Fiquei atônito tentando entender a motivação dos seres invasores, criei diversas teorias para tentar encaixar a justificativa da destruição da Terra e seus habitantes, mas foi só no final com a revelação bombástica de que eram seres humanos que estavam invadindo o planeta que era habitado pelos robôs. Uma inversão muito importante que alavancou o status do filme e o diferenciou de outras produções do gênero.
A cena final que mostra a reunião da família de Miles e o refúgio dos robôs sobreviventes além dos limites da cidade deixa um ar de continuação, nos faz criar teorias para a sequência desse filme e me fez até lembrar um pouco de Jogos Vorazes, com a organização de um exército de batalha no submundo do Distrito 13 contra a Capital.
Recomendo o filme caso esteja procurando algo para assistir despretensiosamente, sem muitas expectativas ou exigências. Filme ótimo para refletir sobre hábitos da vida humana e crises mundiais com um pezinho na ficção científica.
Um Lugar Chamado Notting Hill
3.6 1,3K Assista AgoraFilme muito suave, divertido e romântico. Julia Roberts como sempre impressionando por sua beleza, figurino e atuação no filme. O que mais me faz gostar de Nothing Hill é que hoje, 20 anos após sua estreia ele tornou-se um clássico do gênero romance e sempre que assisto resgato um prazer nostálgico desse ambiente deliciosamente noventista.
Pontos fortes do filme:
1. Trilha sonora do filme conta com a música música "She", regravação da original de Charles Aznavour, que espreita desde o início do filme o teor romântico frisando a figura da personagem de Julia como ponto chave da história.
2. Escolha mais que correta de Julia Roberts para interpretar a personagem. Figurino maravilhoso, atuação digna e sua beleza impressionante.
Pontos fracos do filme:
1. O personagem de Hugh Grant pode parecer tedioso e clichê;
2. A personagem Anna tinha fama, sucesso e dinheiro, mas o que faltava para que fosse feliz plenamente era um parceiro para endossar um relacionamento. Pareceu um tanto superficial, pois uma personagem que tinha uma vida com tantos pontos importantes que poderiam ser explorados no roteiro teve como tema focal durante o filme todo o drama em conciliar a vida afetiva com seu trabalho de atriz. Como se ela em toda sua plenitude, fama, status e profissionalidade precisasse apenas ser amada por um homem para que tudo na vida ficasse melhor. Não convenceu muito.
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraAniquilação faz parte de uma geração "Black Mirror" de ficção científica, que explora realidades distópicas de formas inusitadas e reflexivas. Dos filmes do gênero, esse é um dos meus favoritos. Assisti sem muitas expectativas, mas me surpreendi com o tratamento do tema e o desenrolar da história. A fotografia excepcional e o protagonismo feminino são alguns dos pontos fortes da história.
Entretanto, acredito que o título do filme não condiz muito com a mensagem passada por ele, uma vez que a influência do alienígena na terra não destruía ou eliminava a vida humana como conhecemos, mas a modificava, criando um cruzamento de DNA entre as espécies. O que o filme pareceu passar foi uma queda acidental do meteoro e a partir daí a influência involuntária dos poderes da entidade extraterrestre sobre a Terra. O que foi interessantíssimo, pois é um tipo diferente de intervenção alienígena da qual é retratada tradicionalmente nos filmes de ficção.
O desfecho do filme ficou uma questão em aberto que pessoalmente me causou uma certa confusão, afinal, a Lena que retornou para a base militar era a Lena humana ou seria a Lena copiada pela entidade alienígena? E seu marido? Me permanece a mesma dúvida. Entretanto não é algo que me impede de finalizar e refletir sobre o conceito da história. Pelo contrário, para os amantes de horror cósmico e adeptos da ideia de que "não estamos sozinhos no universo", assim como eu, o filme nos reforça a importância de acreditar e buscar entender como a vida pode ser tão complexa e misteriosa.
Pontos fortes do filme:
1. o urso cujo rugido reproduzia a voz da vítima.
2. o momento em que Lena cruza seu DNA com o do alienígena, criando uma outra pessoa igual a ela.
3. o mesmo momento em que Lena "confronta" o alienígena que apenas reproduzia seus movimentos.
Tully
3.9 562 Assista AgoraComo li em um comentário um pouco mais abaixo: um filme ótimo para refletir sobre como a maternidade pode ser uma atribuição cheia de complicações e dificuldades, sem tirar a beleza do que é ser mãe.
A ligação enérgica entre as duas personagens principais durante todo o filme me fez esquecer do pai em alguns momentos da história, o que foi bom para que no final ficasse explicita sua negligência para com a saúde mental de Marlo, criando uma reflexão sobre como o machismo está institucionalizado dentro das famílias e também sobre a importância da cumplicidade e reciprocidade na constituição de um matrimônio.
Pontos fortes do filme:
1- o momento em que Jonah teve uma crise no banheiro da escola um dos funcionários de lá faz com que ele se acalme e entenda que não há motivo para se envergonhar de seus medos.
2- o momento em que Marlo canta no karaokê junto com sua filha, mascarando completamente o verdadeiro estado de humor da protagonista que mais tarde teria um colapso de cansaço e esgotamento.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraVocê sabe que o filme cumpriu sua missão com o público quando você termina de assisti-lo e fica refletindo por uns três dias sobre a história de vida dos personagens. A fotografia ajudou a não deixar cansativo e maçante um filme com uma temática tão mórbida. Inteligente, cativante e sensorial!
Projeto Flórida
4.1 1,0KUm filme que mostra a verdadeira cara da vida. E a vida pode ser leve e sutil, como a inocência de uma criança, mas também pode ser triste agressiva como a vida de um adulto que vive no berço do capitalismo moderno. Me emocionei com a história da Moone e sua mãe.