Beatriz Pessoa

Amei adoro filmes que as cenas são em plano sequencia, muitos cortes geralmente me incomodam. Assisti uma vez no cinema e duas em casa, uma delas coloquei meus pais pra assistirem, eles gostaram mas acharam muito devagar, hahahaha

O filme é gostosinho de ver, você assiste tranquilo depois que para de se questionar se aceleraram as cenas na edição ou se é impressão sua. Mas rolou um fenômeno curioso comigo, mesmo o filme sendo de Singapura, a sensação que eu tinha quando assistia o filme era que já conhecia essa história, muito por conta do Brasil ter feito inúmeros filmes com essa tematica nos ultimos anos, como por exemplo " Que horas ela volta?", "Casa Grande" e "Domésticas", eu acho. Não sei, o roteiro não tem nada de muito extraordinário e poderia ser facilmente adaptado pra minha casa, ou pra casa de qualquer brasileiro de classe média. Mas ao mesmo tempo esse fenômeno é bem fascinante, pensar que do outro lado do mundo tem pessoas com as mesmas duvidas que nós.

Posso ser sincera? Não gosto muito do iluminado, talvez por que o elogiem demais e não encontro tudo isso quando o assisto, mas não deixa de ser um bom filme. Oque me incomoda realmente nesse filme foi a escolha do kubrick de construção de personagem, os personagens principais já parecem completamente insanos e surrealistas desde o inicio do filme, oque faz com que eu não consiga me conectar com eles por que em nenhum momento do filme me são apresentados arquétipos onde eu consiga me ver, e isso faz com que o decorrer do filme me pareça uma grande vitrine de personagens excêntricos mostrando cada vez mais a sua essência. Isso não torna o filme ruim, de forma alguma, mas acho que enfraquece a narrativa que poderia ter um terror psicológico muito mais intensos e as mesmas situações poderiam ter uma atmosfera muito mais pesada. Acho também os planos do filme muito abertos e a direção de arte muito colorida e saturada. Acho que tudo isso foi escolha do kubrick e foi intencional, e ele conseguiu atingir oque queria, mas eu particularmente não acho que essa foi a melhor opção, acho que essa história merecia um outro teor narrativo.