G R Tissot

A classificação está muito errada. Este filme não tem nada nada nada de scifi.

Este filme, ao contrário do que muitas resenhas de "críticos" ou cinéfilos dizem, não é exploitation, mas é classificado pela maior parte dos realmente entendidos, em termos acadêmicos, sobre cinema, como "cult horror", do qual também faz parte Romero com The Night of the Living Dead (1968) e O Massacre da Serra Elétrica (1974), de um total desconhecido, mas que ficou famoso pelo sucesso, pela guinada ao mainstream. Logo, esses três filmes e seus diretores ficavam exatamente no limite entre o cult e o mainstream, mas em se tratando de The Brood (1979), do Cronenberg, tal qual Scanners ou outros da década de 1970 feitos por ele, antes de ser consagrado com A Mosca, reafirmo: não é exploitation, porque exploitation films são feitos por adolescentes ou diretores inexperientes que querem chocar com muito sangue e "horrarlity", como cunhado por um autor, algo assim; no caso de Cronenberg, Romero e outros, eles sofreram influência direta da New Hollywood dos anos 1960, influenciada pelo movimento da contracultura que por sua vez sempre ia de encontro a tudo que era mainstream, caindo por terra os argumentos de que The Brood ou outros filmes do Cronenberg não possam ser classificados no subgênero Cult Horror, já que eles possuem qualidade e maturidade, são feitos com precisão cirúrgica, não aleatoriamente, independente de alto ou baixo orçamento, de alta ou baixa bilheteria. —G R TISSOT, independent film & aesthetics student.

A situação dramática que a queda da Cortina de Ferro e, consequentemente, a queda do comunismo, deixou a Tchecoslováquia, que logo se separaria em República Tcheca e Eslováquia numa situação catastrófica, bem como outros países da ex-URSS. O capitalismo brutal que avançou sobre o Leste Europeu provocou fome, miséria, pobreza, desigualdades e, especificamente na Rep. Tcheca, uma economia em frangalhos, que obrigava rapazes do interior a irem para a capital tentar a vida, seja como for, para conseguir dinheiro. Not Angels But Angels é o início da trilogia do diretor nascido na Polônia Wiktor Grodecki e que é bastante (muito mesmo) polêmica, retratando desde a própria prostituição de adolescentes do sexo masculino entre 14 e 19 anos, passando por pedofilia, tráfico sexual, cinema pornográfico e, principalmente, o turismo sexual. O primeiro e o segundo filmes são documentários e, a meu ver, pesados, difíceis de digerir, daqueles que tu te sentes mal ao terminar e fica dias refletindo.