Últimas opiniões enviadas
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Ok Tarantino, você conseguiu fazer essa ser a minha representação da história dos Estados Unidos preferida!
Não só pela perspectiva refinada de onde nasceu os Estados Unidos - a loja de conveniências da Minnie, coordenada por mulheres imigrantes e responsáveis pelo trabalho braçal da manutenção "do lar" -, mas pela noção de como ele chegou onde está. Enquanto os capangas representam o estrangeiro, falando francês, oriundos da Inglaterra ou até mesmo do México, Major Marquis e o Xerife Chris são as vozes dos EUA de hoje. Não agem sobre a tardia politicagem do General Sanford - ao qual o próprio Jody faz questão de reiterar que está inválido -, mas pela lei, que é muito mais motivada pela manutenção do ódio que pela justiça.
Sobre o caráter psicológico dos personagens, duas coisas não vão sair da minha cabeça:
o significado da carta falsa do Major Marquis, que acreditava carregar o legado de Abraham Lincoln (que emancipou os escravizados estadunidenses) para sua libertação, como homem preto. De algum modo ele não mentiu para o John, aquela carta é verdadeira, pois foi forjada a partir de uma desesperada necessidade de que fosse real
E, claro, a lógica do Xerife Chris. Ele serve ao norte e ao sul, como um cão fiel, mas nunca um pensador, apenas alguém que aceita comandos, mesmo em posição que deveria assumir poder. Além disso, suas negociações com Daisy mostram o quanto essa figura política debate sobre interesses próprios, apesar de falar em nome de uma república. Seus princípios não são e nunca foram o combate à criminalidade, mas a legitimação do crime que esteja ao seu favor.
E pra acabar: que cena final linda, né?!
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O título em português já descreve bem o filme! A Greta consegue ensinar à nós diferentes tipos de mulheres e seus sonhos ou frustações, suas forças, e, acima de tudo, admira-lás por todas as decisões tomadas.
No mínimo uma indicação à Florence Pugh, pelo amor de deus!
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O final dubío foi a cereja do bolo. Interpretei que a Jo termina mesmo sem casar-se, enquanto as pessoas do meu lado ficaram encantadas por ela ter "se casado"... e mesmo assim ambos gostaram muito do que viram.
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Últimos recados
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Alan Guimarães
Oi, Guilherme, obrigado pela curtida da minha lista de História do Brasil e espero que tenha gostado dela. Abraços.
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Tiago
Espero que goste. Marina é incrível. :D
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Tiago
Olá Guilherme,
Eu tenho compartilhado nos recados, pois sou acusado de "spam", quando tento postar o link no próprio comentário. :/
Segue o link para baixar o documentário da Marina Abramovic:
https://drive.google.com/open?id=1G1gs6xXkNX7E1P4SwiQ6rpR0UudgM5KLVocê vai encontrar o filme e alguns trechos especiais. Espero que curta.
Todos em excelente resolução.Bom filme!
Que gostoso é poder brincar de folclore!
A metáfora de redescobrimento pessoal com Goiás, que é o "coração do Brasil", por ser o mais interior possível, e ele ser o boi preto, que é não só o símbolo animal de Goiás como um símbolo folclórico (o bumba meu boi que criamos é preto, por exemplo), é muito perspicaz. E essa ideia de camadas de descobrimento interior se materializa de um jeito muito legal, quando o Cristóvão descasca a parede da casa, uma por uma, a personalidade dele vai resgatando a partir do que ele encontra um eu mais lúcido e conectado com figuras brasileiras. Quando ele usa capa é uma referência à um filme do Glauber Rocha, em que um matador de aluguel se vira contra os seus patrões, Antônio das Mortes, e depois ele vira o próprio boi. Tem também a ideia de que o mito é uma ligação ancestral de nós como nação primitiva e é nosso jeito de se conectar com as forças da natureza. Então é isso que ele faz, e ele só faz por conta do racismo, que vai tentando apagar quem ele é e aquilo que ele ama (como o cachorro morto e a foto dos seus pais quebrada), além da ligação de tratar o homem preto como carne e da juventude ser massiva em querer matar nosso passado místico brasileiro.
Gostei também das "piadas" de um Cristóvão não-colombo desbravando uma colônia austríaca fascista, mas achei muito desconexo querer tratar de machismo estrutural no meio do filme DO NADA (quando ele bate na mulher, quer comandar a casa). Assim, acho que ele criou uma distopia fascista futurística e quis mostrar a riqueza da nossa resistência folclórica, e isso ele fez bem, (talvez até melhor que Bacurau), mas não deu pra mostrar tudo que tem de ruim numa sociedade assim (que é futurística mas ainda é subdesenvolvida) em pouco tempo de filme!!!