Nem o subconsciente do Carmy trancando ele no freezer evitou a sabotagem aos relacionamentos da família Berzatto. Só quem tem o “mal do sangue“ sabe como é difícil não se tornar o que vc sempre condenou. Carmy flerta com a personalidade Borderline da mãe(a impulsividade, as explosões seguidas de culpa, as oscilações de humor, a ideação suicida, a busca por bodes expiatórios/causas externas, as falsas convicções, o autoflagelamento em recusa da felicidade), ainda que inconscientemente. A incongruência no "tergiversare" do caos de Donna e na busca do caos/pressão da cozinha. Every second counts to defuse
Ao mesmo tempo em que os personagens são capazes de dissertar sobre as mais diversas teorias comportamentais ou sociais, são reféns da própria desconstrução ou da incapacidade de serem um casal, de ir além do julgamento dos amigos e familiares. Não há manuais ou regras jurídicas de como construir uma relação a dois, não se aprende a humildade na faculdade, não se conversa sobre o amor com os pais, o papel social tem um peso enorme sobre eles. Quem vc deve ser quando nem o que vc deveria mais querer é capaz de te convencer a ficar?
O que um camarim e uma cozinha tem em comum? É o fogo, no calor em que as misturas são preparadas. As cenas plano sequência lembram até um pouco do caos de Shameless(mesmo ator), causando apneias e distúrbios de ansiedade no espectador, assim como no esquife de Raskolnikov, na cozinha opressiva, estreita e apertada, do the bear sempre há de caber mais um problema. Uma alusão ao estado mental do protagonista, à medida que a cozinha se torna opressora, menor é o nível o consciência de Carmy. Cozinhando os problemas enquanto se incendeia.
Fugindo da ruptura eletrônica, penso eu nas que são necessárias. Subterfúgios ou impostas, são as rupturas que escolhemos fazer com a realidade que precisa ser atenuada, ou mesmo as rupturas que subjugam. Sem juízo de valor se algo seria bom ou ruim, é justamente necessária. Talvez uma habilidade da mente transmutar o corpo, um retorno dentro de si. Caso nossa capacidade de autoanálise não fosse tão empenhada em sabotagens e fosse possível o replay veríamos que só de estar juntos de uns ou de outros, criamos nossas rupturas de personalidade. Talvez o problema mesmo não seja a ruptura em si, ela é apenas a deixa que a mente cria.
O fato da personagem não ter uma aparência sofrida de quem é de origem simples reforça uma empatia com a classe média(público alvo) por cada situação absurda que ela sofre e que passa desapercebida em tantos outras pessoas que nos cercam, um dedo na ferida. Sem falar na complexidade que é ter um abusador como parte da família, e na alienação mental que impede a virada de página.
Crítica cirúrgica do escritor brasileiro Martim Vasques. "Meu problema com "Dark" não é somente com o final inconsistente. Na verdade, a série apresenta dois pontos que confundem o bom espectador: O primeiro é que, para mim, fica nítido que seus criadores se aproveitaram de um simbolismo apocalíptico (muitos dirão que é "gnóstico"), mas não têm plena consciência do verdadeiro significado dele. O segundo é a falta de coragem de abraçar por completo o lado sombrio do que a trama poderia ser. Explico-me: Se vc tirar toda a pirotecnia das diversas linhas de tempo e das árvores genealógicas intricadas, o que temos, no fundo, é uma história de amor amaldiçoada. 'Dark" é romantismo alemão adaptado para os adolescentes até a medula. Jonas e Martha não podem ficar juntos DE FORMA ALGUMA. Mais "Werther", impossível. Ao mesmo tempo, eles se retroalimentam numa simbiose autodestrutiva. O uso dos símbolos de Adão e Eva, numa luta que dura séculos, não é aleatório. "Love Hurts", já cantava a banda Nazareth Nesse "Sturm und Drung" para teens, "Dark" eleva o amor maldito para condições apocalípticas - e o transfere também para os outros personagens. Todos estão presos em seus desejos, de uma maneira ou outra. Eis a verdadeira tragédia da série. O inimigo não é o tempo. É o desejo (no sentido erótico mesmo). Contudo, numa reviravolta, os criadores da série resolvem colocar, como a origem de tudo, a dor de um pai que quer recuperar o resto da sua família, morta em um acidente. O desejo se transforma em nostalgia. Até aí, tudo bem. O problema é que, durante duas temporadas, não foi isso que nós vimos. Perde-se a consistência interna do drama. Para pior, descobrimos que os dois personagens principais simplesmente NÃO EXISTEM. Eles são criações de dois mundos paralelos que surgiram de um terceiro mundo - o nosso, presumivelmente. Ou seja: o amor mórbido entre Adão e Eva é uma ilusão. Você se envolveu com Jonas e Martha à toa. Sim, te enganaram. Aqui entra a apropriação indevida do simbolismo apocalíptico. O apocalipse é a revelação última porque é também um anseio concreto dos seres humanos a respeito de uma situação de permanente angústia. Qual será o fim de tudo? Sobreviveremos ao término do mundo? O apocalipse, na versão original - recuperada pela tradição cristã primeva -, diz que, mesmo com eventuais desgraças, tudo ficará bem. "Dark" usa da retórica apocalíptica como artifício (e não como arte) porque, afinal, os dois seres centrais para o drama cósmico não EXISTEM. Não há apocalipse. Há fogo-fátuo, isso sim - e para agradar somente os influenciadores de YouTube. E aqui temos o medo de não ir às últimas consequências de abraçar o lado obscuro da sua história. Se os dois personagens principais são espantalhos, então (+) todo o mundo de Winden deveria desaparecer por completo. Teria de ser uma hecatombe majestosa. Mas os criadores resolveram dar uma solução para a mente do espectador teen - que precisa de explicações para não surtar com a vida - e inventaram uma coda implausível. Em suma: apocalipse alemão por apocalipse alemão, sou mais a segunda parte de "Fausto" ou o "Zarastrusta", de Nietzsche. São mais honestos na gnose.
E sobre o verdadeiro sentido da literatura apocalítica, leiam isso aqui: “Zaratustra”, bien sûr. "
Referências Bíblicas, A máquina do tempo simbolizando a maçã e a viagem ao conhecimento não permitido, a vida eterna. Jonas o reflexo de Adão, o homem imperfeito, aquele que foi expulso do paraíso. A caverna e a baleia, 3 dias e 3 noites de escuridão, 3 linhas temporais em autofagia. A escolha de Jonas. O diabo branco que enganou Adão e Eva.
HBO estragou GOT apressando as coisas e agora tá fazendo escola. Todo desenvolvimento dos personagens criado na 1 e 2 temporada sofrendo mais reboot/pause do que a storyline da Dolores. Que venha o último episódio e eu esteja equivocado.
Homeland sempre se destacou por amarrar bem os pontos da trama, está se afastando dos plot twist com algum embasamento, como nas temporadas anteriores, e mais próximas das séries de ação+furo de roteiro+ação. Rest in peace
Atendo para si cada frustração/rejeição como pedras nos bolsos faz um mergulho sem retorno no ostracismo tóxico masculino, levado pelos impulsos sexuais a um ponto asfixiante. Incapaz de identificar os próprios sentimentos ou se dissociar do passado, fez do dia nublado e escuro o verão inteiro. Não apenas Paul como todos os homens da série são fracos, uma ode ao título. Outro ponto a ressaltado é o narcisismo tão comum elevado ao nível doentio, o desmedido senso de auto importância, talvez só equivalente ao medo imaturo de sermos desimportantes, fracassados, vulneráveis.'' ''AQUELE QUE NÃO (Se)AMA PERMANECE NA MORTE ''
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O Urso (2ª Temporada)
4.5 235No episodio do Richie eu estava cortando cebolas.
O Urso (2ª Temporada)
4.5 235Nem o subconsciente do Carmy trancando ele no freezer evitou a sabotagem aos relacionamentos da família Berzatto. Só quem tem o “mal do sangue“ sabe como é difícil não se tornar o que vc sempre condenou. Carmy flerta com a personalidade Borderline da mãe(a impulsividade, as explosões seguidas de culpa, as oscilações de humor, a ideação suicida, a busca por bodes expiatórios/causas externas, as falsas convicções, o autoflagelamento em recusa da felicidade), ainda que inconscientemente. A incongruência no "tergiversare" do caos de Donna e na busca do caos/pressão da cozinha.
Every second counts to defuse
Normal People
4.4 438Ao mesmo tempo em que os personagens são capazes de dissertar sobre as mais diversas teorias comportamentais ou sociais, são reféns da própria desconstrução ou da incapacidade de serem um casal, de ir além do julgamento dos amigos e familiares. Não há manuais ou regras jurídicas de como construir uma relação a dois, não se aprende a humildade na faculdade, não se conversa sobre o amor com os pais, o papel social tem um peso enorme sobre eles. Quem vc deve ser quando nem o que vc deveria mais querer é capaz de te convencer a ficar?
O Urso (1ª Temporada)
4.3 410 Assista AgoraO que um camarim e uma cozinha tem em comum? É o fogo, no calor em que as misturas são preparadas. As cenas plano sequência lembram até um pouco do caos de Shameless(mesmo ator), causando apneias e distúrbios de ansiedade no espectador, assim como no esquife de Raskolnikov, na cozinha opressiva, estreita e apertada, do the bear sempre há de caber mais um problema. Uma alusão ao estado mental do protagonista, à medida que a cozinha se torna opressora, menor é o nível o consciência de Carmy. Cozinhando os problemas enquanto se incendeia.
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista Agorahype hype hype
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 747 Assista AgoraFugindo da ruptura eletrônica, penso eu nas que são necessárias. Subterfúgios ou impostas, são as rupturas que escolhemos fazer com a realidade que precisa ser atenuada, ou mesmo as rupturas que subjugam. Sem juízo de valor se algo seria bom ou ruim, é justamente necessária. Talvez uma habilidade da mente transmutar o corpo, um retorno dentro de si. Caso nossa capacidade de autoanálise não fosse tão empenhada em sabotagens e fosse possível o replay veríamos que só de estar juntos de uns ou de outros, criamos nossas rupturas de personalidade. Talvez o problema mesmo não seja a ruptura em si, ela é apenas a deixa que a mente cria.
Euphoria (2ª Temporada)
4.0 540Vontade de ver, mas como eu já vivi Skins...
Maid
4.5 366 Assista AgoraO fato da personagem não ter uma aparência sofrida de quem é de origem simples reforça uma empatia com a classe média(público alvo) por cada situação absurda que ela sofre e que passa desapercebida em tantos outras pessoas que nos cercam, um dedo na ferida. Sem falar na complexidade que é ter um abusador como parte da família, e na alienação mental que impede a virada de página.
Raised by Wolves (1ª Temporada)
3.7 164Ragna mirou Valhalla e acertou 2020.
Raised by Wolves (1ª Temporada)
3.7 164Essa séria é baseada em 2020 d.C, tem ateu militante, tem crente psico, tem vegano, tem petlover, tem coach android e tem o Ragna.
Muito Velho Para Morrer Jovem
3.9 57 Assista AgoraToo young to see too old to die young
Dark (3ª Temporada)
4.3 1,3KCrítica cirúrgica do escritor brasileiro Martim Vasques.
"Meu problema com "Dark" não é somente com o final inconsistente. Na verdade, a série apresenta dois pontos que confundem o bom espectador:
O primeiro é que, para mim, fica nítido que seus criadores se aproveitaram de um simbolismo apocalíptico (muitos dirão que é "gnóstico"), mas não têm plena consciência do verdadeiro significado dele.
O segundo é a falta de coragem de abraçar por completo o lado sombrio do que a trama poderia ser. Explico-me:
Se vc tirar toda a pirotecnia das diversas linhas de tempo e das árvores genealógicas intricadas, o que temos, no fundo, é uma história de amor amaldiçoada. 'Dark" é romantismo alemão adaptado para os adolescentes até a medula.
Jonas e Martha não podem ficar juntos DE FORMA ALGUMA. Mais "Werther", impossível. Ao mesmo tempo, eles se retroalimentam numa simbiose autodestrutiva. O uso dos símbolos de Adão e Eva, numa luta que dura séculos, não é aleatório. "Love Hurts", já cantava a banda Nazareth
Nesse "Sturm und Drung" para teens, "Dark" eleva o amor maldito para condições apocalípticas - e o transfere também para os outros personagens. Todos estão presos em seus desejos, de uma maneira ou outra.
Eis a verdadeira tragédia da série. O inimigo não é o tempo. É o desejo (no sentido erótico mesmo). Contudo, numa reviravolta, os criadores da série resolvem colocar, como a origem de tudo, a dor de um pai que quer recuperar o resto da sua família, morta em um acidente.
O desejo se transforma em nostalgia. Até aí, tudo bem. O problema é que, durante duas temporadas, não foi isso que nós vimos. Perde-se a consistência interna do drama. Para pior, descobrimos que os dois personagens principais simplesmente NÃO EXISTEM.
Eles são criações de dois mundos paralelos que surgiram de um terceiro mundo - o nosso, presumivelmente. Ou seja: o amor mórbido entre Adão e Eva é uma ilusão. Você se envolveu com Jonas e Martha à toa. Sim, te enganaram.
Aqui entra a apropriação indevida do simbolismo apocalíptico. O apocalipse é a revelação última porque é também um anseio concreto dos seres humanos a respeito de uma situação de permanente angústia. Qual será o fim de tudo? Sobreviveremos ao término do mundo?
O apocalipse, na versão original - recuperada pela tradição cristã primeva -, diz que, mesmo com eventuais desgraças, tudo ficará bem. "Dark" usa da retórica apocalíptica como artifício (e não como arte) porque, afinal, os dois seres centrais para o drama cósmico não EXISTEM.
Não há apocalipse. Há fogo-fátuo, isso sim - e para agradar somente os influenciadores de YouTube. E aqui temos o medo de não ir às últimas consequências de abraçar o lado obscuro da sua história. Se os dois personagens principais são espantalhos, então (+)
todo o mundo de Winden deveria desaparecer por completo. Teria de ser uma hecatombe majestosa. Mas os criadores resolveram dar uma solução para a mente do espectador teen - que precisa de explicações para não surtar com a vida - e inventaram uma coda implausível.
Em suma: apocalipse alemão por apocalipse alemão, sou mais a segunda parte de "Fausto" ou o "Zarastrusta", de Nietzsche. São mais honestos na gnose.
E sobre o verdadeiro sentido da literatura apocalítica, leiam isso aqui:
“Zaratustra”, bien sûr. "
Referências Bíblicas,
A máquina do tempo simbolizando a maçã e a viagem ao conhecimento não permitido, a vida eterna.
Jonas o reflexo de Adão, o homem imperfeito, aquele que foi expulso do paraíso.
A caverna e a baleia, 3 dias e 3 noites de escuridão, 3 linhas temporais em autofagia. A escolha de Jonas. O diabo branco que enganou Adão e Eva.
Dark (3ª Temporada)
4.3 1,3KMais um ciclo que termina.
Westworld (3ª Temporada)
3.6 322HBO estragou GOT apressando as coisas e agora tá fazendo escola. Todo desenvolvimento dos personagens criado na 1 e 2 temporada sofrendo mais reboot/pause do que a storyline da Dolores. Que venha o último episódio e eu esteja equivocado.
Homeland: Segurança Nacional (8ª Temporada)
4.4 106Homeland sempre se destacou por amarrar bem os pontos da trama, está se afastando dos plot twist com algum embasamento, como nas temporadas anteriores, e mais próximas das séries de ação+furo de roteiro+ação. Rest in peace
O Homem do Castelo Alto (3ª Temporada)
4.2 75 Assista AgoraChega 2019 e não chega 5 de outubro de 2018.
The End of the F***ing World (1ª Temporada)
3.8 818 Assista AgoraLembrou muito o roteiro desse outro filme: Odödliga. Inclusive qse acreditei que seria o mesmo final.
Girlboss (1ª Temporada)
3.6 333 Assista Agoraoverrated
Vikings (4ª Temporada)
4.4 529 Assista AgoraRagnarok Is Coming!
The Fall (3ª Temporada)
4.0 151Spector egoísta no prazer e na morte.
''AQUELE QUE NÃO (Se)AMA PERMANECE NA MORTE ''