Ótimo filme, apesar da história já manjada, e explico o porquê. A fotografia é sensacional, o roteiro é bastante forçado e gore, lembrando muito alguns filmes dos anos 80 (Uma noite Alucinante mandou abraços - entretanto A Vingança tentou ser mais sério). Além de tudo, possui uma ótima trilha sonora que lembra muitos filmes Giallo (lembrou muito de Prelúdio para matar, Suspiria tanto o antigo quanto o novo)...
Pelo desenvolver do filme, achei um ótimo suspense, porém o final não foi tão bom quanto o desenrolar. Apesar do diretor fazer um ótimo enredo para a história e "encaixar" os detalhes no final, o final não me agradou. Ainda que tenha acrescentado um ou até dois plot twists para nos fazer terminar com a sensação de missão cumprida, acho que poderia ter sido um pouco melhor desenvolvido.
Algumas ideias e explicações sobre Jogo Perigoso....
O filme é extremamente atual. Como muitos comentários disseram, ele usa do suspense como pano de fundo para abordar temas sociais extremamente importantes.
Durante todo o filme são reveladas referências da vida do casal e das dificuldades enfrentadas pela Jessie.
As algemas, marcam a relação presa e controladora, a qual notamos quando Jessie diz ter renunciado à vida (tinha poucas amigas) e da felicidade própria pela felicidade e negócios do marido.
O cão retrata o próprio marido durante a vida de casados. Durante o filme ela sabia que apesar de “amigável”, não poderia confiar no cachorro, assim como na vida de casados com o marido. Nesse sentido, o cachorro representa o marido controlador da situação, que observava e punia retirando dela o que ela enxergava como importante naquele momento. Durante a película o cão retira (devora) o marido que representava para ela a segurança, apesar de estar morto. Já durante a vida de casados, o marido retira dela tudo de importante, como os sonhos e ambições.
Enfim, a maior dúvida do filme fica pela existência do Homem do Luar ("man made of moonlight"). Apesar de não ter gostado dessa parte, e achar que a dúvida poderia ter ficado no ar e não ter respondido a essa questão, o filme revela na minha opinião que ele era real. Vemos isso no início do filme quando é anunciado no rádio o caso de um maníaco na região. Outro detalhe que afirma isso são as manchetes de jornal e o final no tribunal. Mas por que ele não a atacou na cama? A explicação também está no filme, revelando que ele tinha preferência por homens. Enfim, o homem do luar personifica os medos da infância dela, como também personifica o pai e até certa parte o marido dela. A relação de ambos os traumas se dá na mesma casa. Tanto o eclipse, quanto o Homem do Luar referem-se indiretamente aos traumas da vida de Jessie, por isso ambos se relacionam de certa forma com a lua. O eclipse a lembra do ocorrido durante a infância e de seu pai, já o homem do luar refere-se ao trauma atual.
Acredito que esse Três Anúncios para um Crime fala de certa forma sobre erros, mentiras, preconceitos, mas principalmente sobre atos e consequências, ou ainda ação e reação de nossos atos.
O filme leva assim, muito em consideração a relação do lado humano de cada um. Nesse sentido, o filme A Separação tem muita relação.
Para mim o final deixa em aberto a questão de ter encontrado o verdadeiro assassino ou não, para nos fazer ter o mesmo sentimento que a mãe (Mildred Hayes) carrega durante todo o filme....
Assim como Corra! e os demais filmes de terror da última geração, Hereditário é um filme de terror que numa camada mais profunda aborda temas mais sérios e mais palpáveis que o sobrenatural, como o luto, o trauma e o significado de hereditariedade. Para isso, transforma o conceito de “demônios” familiares em algo literal, materializando-o na família Graham como a entidade Paimon.
A real história de Hereditário consiste nas cicatrizes familiares que acontecem de forma randômica e que são inevitáveis, sejam elas doenças mentais ou grandes tragédias, como o luto advindo da perda de algum de seus membros. Mesmo sem a parte paranormal da trama, o filme ainda seria trágico e perturbador, pois narra a história da decadência de uma família que sofre perdas e lida com questões difíceis sem ter nenhuma culpa disso.
Aí está o verdadeiro terror, na aleatoriedade da vida.
Da mesma forma que o título do longa pode ser explicado sob o ponto de vista paranormal, Hereditário também é uma referência aos distúrbios mentais que acometem a família Graham e que são passados de geração a geração. O pai de Annie sofria de “depressão psicótica” e por isso parou de comer, vindo a morrer de inanição. Ellen tinha transtorno dissociativo de identidade (TDI), antigamente chamado de “dupla personalidade”, e tratado com maestria recentemente no filme Fragmentado. O irmão de Annie, por sua vez, era esquizofrênico e cometeu suicídio. É possível que Charlie possuísse transtorno de personalidade antissocial, o que podia ser refletido em seu comportamento de matar animais, guardar suas cabeças como troféus, ou desenhar imagens violentas em seu caderno.
Há estudos indicando que determinados transtornos mentais como a esquizofrenia e a depressão possuem um fator genético, que apesar de não ser determinístico para o desenvolvimento da psicopatologia, pode vir a influenciá-la. Assim, o título do filme também é uma alegoria para as doenças mentais que são passadas de geração em geração na família Graham.
A própria Annie, protagonista do longa, não está imune a esta hereditariedade. Apesar de ela demonstrar amar seus filhos e se preocupar com eles, faz declarações agressivas a Peter, como quando diz a ele que gostaria que ele não tivesse nascido e fez de tudo para abortá-lo. Além disso, Annie é sonâmbula, e certa vez despertou de um episódio no momento em que ia atear fogo em seus filhos enquanto eles dormiam. Por fim, Annie acaba sendo possuída por Paimon, e passa a agir de forma demoníaca, até que corta a sua própria cabeça com um fio de aço.
Devido a este comportamento, é possível que Annie tivesse o mesmo transtorno dissociativo de identidade que sua mãe.
De acordo com o Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), os indivíduos que possuem este transtorno têm uma “ruptura da identidade caracterizada pela presença de dois ou mais estados de personalidades distintos, descrita em algumas culturas como uma experiência de possessão“. Essas pessoas possuem alterações concernentes ao afeto e ao comportamento, como a forma que Annie tratava Peter. Não raro, os indivíduos portadores deste transtorno têm lapsos de amnésia e transtornos do sono, como o sonambulismo de Annie e o episódio em que ela se esqueceu que havia colocado querosene em seus filhos.
Já sobre a experiência de possessão, o DSM-5 explica que no transtorno dissociativo de identidade ela se manifesta “como comportamentos que surgem como se um ‘espírito’, um ser sobrenatural ou uma entidade externa tivesse assumido o controle, de tal forma que o indivíduo começa a falar e agir de maneira claramente diferente, (…) a pessoa pode ser ‘possuída’ por um demônio ou divindade, resultando em uma alteração profunda, e exigindo que a própria pessoa ou um familiar seu seja punido por uma ação do passado“. Mera coincidência?
Annie poderia ter também episódios de fuga dissociativa. Apesar de não necessariamente ser sintoma de algum transtorno mental, a fuga dissociativa também está associada ao TDI ou a um estado de trauma prolongado (como o luto de Annie pela morte da mãe e de Charlie). Os indivíduos nessa condição sofrem de amnésia temporária, podendo esquecer desde seu nome ou onde vivem ou até mesmo sua personalidade e memórias.
Steve, o marido de Annie, em uma conversa telefônica dá a entender que não era a primeira vez que Annie tinha episódios de TDI. Por ser um psicólogo, ele identificou os sinais de um surto em Annie e conversou com seu médico que ela havia voltado a apresentar um comportamento prejudicial e destrutivo, não sabendo mais como agir para freá-la.
A própria profissão de Steve reflete a tentativa do longa em equilibrar os distúrbios mentais que acometem sua família. Enquanto todos estão em surto, seja mental ou pela dor do luto, Steve se mantém como o porto seguro, aquele com que os demais sabem que podem contar.
Na metáfora do filme sobre transtornos mentais, possivelmente Peter também possuía algum tipo de distúrbio, já que no final viu o espírito decapitado de sua mãe flutuar até a casa na árvore, delirando também sobre a presença de idosos pelados idolatrando a cabeça de sua irmã.
Hereditário é um filme poderosamente assustador que demonstra que o terror real não reside no sobrenatural. A inevitabilidade do sofrimento, seja por transtornos mentais ou por traumas, é o verdadeiro Paimon do filme – e da vida.
Fonte: Boo Mesquita do site FarofaGeek http://farofageek.com.br/filmes/hereditario-luto-trauma-o-que-aconteceu-no-final-explicacao/
Midsommar é um daqueles filmes que já vem com um objetivo claro: desgraçar a sua cabeça. Este terror rural e psicológico é cheio de pistas, mensagens ocultas e possibilidade de diferentes interpretações. Neste post explica-se um pouco sobre cada uma delas:
O roteirista e diretor Ari Aster declarou que a ideia é ser um “folk horror”, ou seja, uma daquelas histórias em que um grupo de pessoas de fora entra para uma comunidade e algumas começam a desaparecer misteriosamente. Para uma análise bem superficial podemos nos contentar com isso, mas há muito mais por trás de tanto desgraçamento.
Uma das interpretações possíveis é de que se trata de uma fábula em que a princesa é Dani. Tudo começa com uma tragédia familiar – na linha de Cinderela e Branca de Neve – para que ela passe por provações pessoais e no final seja coroada rainha. É também uma história de transição, de uma Dani que vivia no inverno (estação de quando a família morreu), na depressão e em um relacionamento tóxico, para uma Dani que vai para o verão em uma terra onde o Sol permanece brilhando durante todo o dia e ela encontra uma nova família.
Pode reparar: Dani começa o filme totalmente sozinha – isolada da família e com um boy lixo que oferece zero apoio para ela. No final ela é coroada rainha em uma comunidade que não apenas a acolhe, mas que compartilha suas dores por completo – prova disso é a cena de todas as mulheres chorando junto com ela. Tem a ver também com a jornada emocional da personagem, que no começo engole o seu luto, sempre indo soluçar em banheiros, longe do grupo, e no final coloca toda a dor pra fora em um choro tão desesperado que parece ser um expurgo de tudo o que ela passou até aqui. Se você estiver passando por uma bad, chora junto que ajuda. Como diria Marília Mendonça: “ninguém vai sofrer sozinho, todo mundo vai sofrer”.
Nestes termos, podemos dizer que o filme é sobre libertação, sobre se livrar de um relacionamento codependente e encontrar o seu verdadeiro lugar no mundo. No entanto, uma visão um pouco mais pessimista irá interpretar que ela apenas saiu de um relacionamento codependente para entrar em outro: o da comunidade de Harga, que pode ser bem sufocante quando quer.
Ari Aster contou com a ajuda de especialistas para formular a comunidade de Harga, então, muitos dos rituais (por mais absurdos que sejam) são reais de alguma forma. A primeira coisa que precisamos entender sobre as pessoas que vivem lá é que o conceito e família deles é a própria comunidade: crianças são criadas por todo mundo e a procriação é vista como algo ordenado, pelo bem da sobrevivência do grupo. Tudo é feito pelo bem comum, inclusive sacrifícios, seguindo o ciclo que eles acreditam.
Pelle explica aos estrangeiros algo essencial para entender Harga: o ciclo da vida dividido em 4 estações do ano: a infância é a primavera (do nascimento aos 18 anos), o verão (dos 18 aos 36 anos) serve para que as pessoas viajem em peregrinação pelo mundo, no outono (36 a 54) elas retornam para trabalhar na comunidade e o inverno (54 a 72 anos) é quando elas lideram a aldeia como anciões. A pergunta do que acontece após os 72 é respondida verbalmente e logo em seguida na prática, com o sacrifício de dois anciões que já cumpriram seu propósito na Terra. Isso explica porque as únicas pessoas na faixa dos 20 e poucos são os visitantes.
Pode reparar que muita coisa em Harga funciona em torno do número 9. O grande banquete é realizado a cada 90 anos e dura 9 dias. Todas as idades das estações do ano são múltiplos de 9, cuja soma dos algarismos também é 9. O significado vem de Odin, principal deus da Mitologia Nórdica, que ficou pendurado de cabeça para baixo durante 9 dias na Árvore do Mundo, para que ele trouxesse sabedoria para o mundo por meio da língua das runas. Aliás, runas são observadas por toda a parte na comunidade.
Em termos de reprodução o filme também explica como funcionam as regras em Harga: para evitar incesto, pessoas de fora podem ser aceitas para fins reprodutivos. No entanto, o filme mostra que as únicas pessoas de fora que são aceitas para isso são as brancas, com traços que lembrem o do povo nórdico. O próprio grupo de amigos brinca com isso quando tenta justificar a beleza das suecas, explicando que isso acontece porque os vikings sequestraram as mulheres mais bonitas de fora para povoarem suas terras. Aparentemente o povo de Harga segue isso com o que considera beleza. Pessoas de fora que não sigam este padrão, são atraídas somente para fins de sacrifício, como é o caso de Connie (Ellora Torchia) e Josh (William Jackson Harper).
Incestos também podem ser bem recebidos, desde que cumpram um propósito. Todas as gerações em Harga possuem um oráculo que, segundo eles, precisa estar ligado a um outro plano para servir à comunidade. O outro plano que eles se referem é algum tipo de deficiência mental, conseguida através de relações incestuosas. Ou seja, quando um oráculo morre ele precisa ser “substituído” por outro.
Midsommar faz questão que você consiga entender todas as suas sutilezas, basta estar atento. A pintura que aparece na abertura, por exemplo, conta toda a história do filme, inclusive indicando Pelle como a grande mente por trás de todos os acontecimentos e o desfecho dos personagens. Os pôsteres no apartamento de Dani também dão algumas pistas, com referências ao ciclo lunar e a um urso, que tem um papel importante no sacrifício final. Em Harga também é possível observar algumas imagens com pistas, como o varal que mostrava todo o ritual que Maja (Isabelle Grill) segue para o acasalamento com Christian, além das pinturas no dormitório acima das camas dos personagens, com pistas de seus desfechos.
Se pararmos para analisar os nomes dos personagens também podemos pescar algumas pistas e até mesmo interpretar o filme como um sacrifício do próprio cristianismo. Com exceção de Connie, todos os personagens possuem nomes com origens hebraicas e de personagens bíblicos. Olha só:
Dani: vem de Daniel, um profeta cuja fé permitiu que ele saísse ileso de um covil cheio de leões famintos. Soa familiar com o destino da personagem? Além disso, o sobrenome dela é Ardor, um substantivo que significa um intenso estado de transição.
Christian: este aqui é o mais fácil de todos. O nome é o próprio cristianismo e significa seguidor de Cristo. Mas em vez de ser uma alusão positiva a Cristo, Christian representa tudo o que o cristianismo pode ter de ruim: ele é negligente com a namorada, não a trata bem e tampouco termina com ela, não banca as próprias escolhas e ainda copia o projeto de pesquisa de seu colega.
Mark: o “tolo”, como se mostra ao longo do filme, também tem seu nome nas páginas da Bíblia. Apesar de Mark vir do deus romano Marte, da guerra, a referência aqui provavelmente vem do primo de Barnabé que saiu em peregrinação com ele, mas que desistiu pela falta de maturidade espiritual. Não coincidentemente Mark é o mais imaturo do grupo e com zero interesse e respeito pelos costumes do local.
Josh: vindo de Joshua (ou Josué em português), o nome é uma alusão ao sucessor de Moisés, que levou as crianças de Israel à Terra Prometida. Vale lembrar que é o projeto de pesquisa dele um dos principais motivos para a viagem do grupo.
Simon: na Bíblia, Simão é o homem da multidão que é designado a carregar a cruz de Jesus quando ele não conseguia mais. Simon é o primeiro personagem a desaparecer misteriosamente em Harga.
Se por um lado o filme explica vários de seus rituais estranhos, dando bastante sentido à história, o final ainda pode ser recebido com bastante confusão, principalmente com a decisão e reação de Dani ao final.
O ritual da escolha da Rainha de Maio e o sacrifício final são explicados no próprio filme, listando inclusive os motivos de todos os sacrifícios e deixando claro que os estrangeiros só estavam ali para cumprir um papel: quatro deles para puro sacrifício. Dani foi encorajada por Pelle justamente por ele acreditar que ela poderia se tornar Rainha de Maio, poupando-o do sacrifício. Christian só foi para fins reprodutivos e, ao fim, para o próprio sacrifício.
Com o último sacrifício sendo escolhido pela Rainha de Maio, Pelle provavelmente já tinha vislumbrado que não seria muito difícil fazer Dani escolher o namorado. A relação deles nunca foi boa para ela, fato reforçado por Pelle em determinado momento, sem contar que a comunidade fez de tudo para afastar o casal e dar ainda mais motivos para que Dani tivesse raiva de Christian – inclusive permitindo que ela assistisse ao ritual de acasalamento.
Segundo as pessoas e Harga o ritual do sacrifício serve para livrar a comunidade de tudo o que há de ruim. Não precisa pensar muito para saber quem era a representação disso ali: Christian não só era um péssimo namorado, que nem lembrava do aniversário da namorada e do tempo de namoro dos dois (4 anos), como também era um péssimo amigo, que chegou até a copiar o projeto de pesquisa de Josh – e ainda se sentindo no direito de ficar ofendido e na defensiva em relação à reação do colega. Um cara destes tem que morrer, não?
A reação das pessoas que veem o templo amarelo arder em chamas com os sacrifícios ali dentro não são apenas uma resposta à dor que dois dos sacrifícios da própria comunidade estão sentindo no momento. Se a gente observar bem, a linguagem corporal deles lembra bastante uma cena de exorcismo, como se estivessem expurgando todo o mal de dentro deles.
Levando em consideração o comportamento de Christian e todas as manipulações do povo de Harga, não é difícil entender por que Dani o escolhe para o sacrifício. A risada que ela dá no final pode ser justificada tanto pelos alucinógenos que ela tomou como no reconhecimento do encerramento de um ciclo tóxico na vida dela. Agora Dani é venerada pelas pessoas de Harga e graças a ela o mal está sendo expurgado.
Fonte: Luciana Kuhl - Se quiserem ver na íntegra a crítica, é do site zinema.com.br https://zinema.com.br/explicacao-do-filme-midsommar/
Medo e Delírio
3.7 550 Assista AgoraComo pode esse filme ter nota tão alta?!?!?! Filme horrível
Vingança
3.2 580 Assista AgoraÓtimo filme, apesar da história já manjada, e explico o porquê. A fotografia é sensacional, o roteiro é bastante forçado e gore, lembrando muito alguns filmes dos anos 80 (Uma noite Alucinante mandou abraços - entretanto A Vingança tentou ser mais sério). Além de tudo, possui uma ótima trilha sonora que lembra muitos filmes Giallo (lembrou muito de Prelúdio para matar, Suspiria tanto o antigo quanto o novo)...
Enfim, ótimo filme
Encurralados
3.5 417Achei um ótimo filme até perto do final
Pelo desenvolver do filme, achei um ótimo suspense, porém o final não foi tão bom quanto o desenrolar. Apesar do diretor fazer um ótimo enredo para a história e "encaixar" os detalhes no final, o final não me agradou. Ainda que tenha acrescentado um ou até dois plot twists para nos fazer terminar com a sensação de missão cumprida, acho que poderia ter sido um pouco melhor desenvolvido.
Mas valeu a sessão, achei um bom suspense.....
Jogo Perigoso
3.5 1,1K Assista AgoraAlgumas ideias e explicações sobre Jogo Perigoso....
O filme é extremamente atual. Como muitos comentários disseram, ele usa do suspense como pano de fundo para abordar temas sociais extremamente importantes.
Durante todo o filme são reveladas referências da vida do casal e das dificuldades enfrentadas pela Jessie.
As algemas, marcam a relação presa e controladora, a qual notamos quando Jessie diz ter renunciado à vida (tinha poucas amigas) e da felicidade própria pela felicidade e negócios do marido.
O cão retrata o próprio marido durante a vida de casados. Durante o filme ela sabia que apesar de “amigável”, não poderia confiar no cachorro, assim como na vida de casados com o marido. Nesse sentido, o cachorro representa o marido controlador da situação, que observava e punia retirando dela o que ela enxergava como importante naquele momento. Durante a película o cão retira (devora) o marido que representava para ela a segurança, apesar de estar morto. Já durante a vida de casados, o marido retira dela tudo de importante, como os sonhos e ambições.
Enfim, a maior dúvida do filme fica pela existência do Homem do Luar ("man made of moonlight"). Apesar de não ter gostado dessa parte, e achar que a dúvida poderia ter ficado no ar e não ter respondido a essa questão, o filme revela na minha opinião que ele era real. Vemos isso no início do filme quando é anunciado no rádio o caso de um maníaco na região. Outro detalhe que afirma isso são as manchetes de jornal e o final no tribunal. Mas por que ele não a atacou na cama? A explicação também está no filme, revelando que ele tinha preferência por homens.
Enfim, o homem do luar personifica os medos da infância dela, como também personifica o pai e até certa parte o marido dela.
A relação de ambos os traumas se dá na mesma casa. Tanto o eclipse, quanto o Homem do Luar referem-se indiretamente aos traumas da vida de Jessie, por isso ambos se relacionam de certa forma com a lua. O eclipse a lembra do ocorrido durante a infância e de seu pai, já o homem do luar refere-se ao trauma atual.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraAcredito que esse Três Anúncios para um Crime fala de certa forma sobre erros, mentiras, preconceitos, mas principalmente sobre atos e consequências, ou ainda ação e reação de nossos atos.
O filme leva assim, muito em consideração a relação do lado humano de cada um. Nesse sentido, o filme A Separação tem muita relação.
Para mim o final deixa em aberto a questão de ter encontrado o verdadeiro assassino ou não, para nos fazer ter o mesmo sentimento que a mãe (Mildred Hayes) carrega durante todo o filme....
A Separação
4.2 725 Assista AgoraA Separação é um grande filme sobre mentiras e verdades, certo e errado, além de conflitos morais....
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraUma das interpretações e explicações sobre o filme:
O luto, o trauma e a real história de Hereditário
Assim como Corra! e os demais filmes de terror da última geração, Hereditário é um filme de terror que numa camada mais profunda aborda temas mais sérios e mais palpáveis que o sobrenatural, como o luto, o trauma e o significado de hereditariedade. Para isso, transforma o conceito de “demônios” familiares em algo literal, materializando-o na família Graham como a entidade Paimon.
A real história de Hereditário consiste nas cicatrizes familiares que acontecem de forma randômica e que são inevitáveis, sejam elas doenças mentais ou grandes tragédias, como o luto advindo da perda de algum de seus membros. Mesmo sem a parte paranormal da trama, o filme ainda seria trágico e perturbador, pois narra a história da decadência de uma família que sofre perdas e lida com questões difíceis sem ter nenhuma culpa disso.
Aí está o verdadeiro terror, na aleatoriedade da vida.
Da mesma forma que o título do longa pode ser explicado sob o ponto de vista paranormal, Hereditário também é uma referência aos distúrbios mentais que acometem a família Graham e que são passados de geração a geração. O pai de Annie sofria de “depressão psicótica” e por isso parou de comer, vindo a morrer de inanição. Ellen tinha transtorno dissociativo de identidade (TDI), antigamente chamado de “dupla personalidade”, e tratado com maestria recentemente no filme Fragmentado. O irmão de Annie, por sua vez, era esquizofrênico e cometeu suicídio. É possível que Charlie possuísse transtorno de personalidade antissocial, o que podia ser refletido em seu comportamento de matar animais, guardar suas cabeças como troféus, ou desenhar imagens violentas em seu caderno.
Há estudos indicando que determinados transtornos mentais como a esquizofrenia e a depressão possuem um fator genético, que apesar de não ser determinístico para o desenvolvimento da psicopatologia, pode vir a influenciá-la. Assim, o título do filme também é uma alegoria para as doenças mentais que são passadas de geração em geração na família Graham.
A própria Annie, protagonista do longa, não está imune a esta hereditariedade. Apesar de ela demonstrar amar seus filhos e se preocupar com eles, faz declarações agressivas a Peter, como quando diz a ele que gostaria que ele não tivesse nascido e fez de tudo para abortá-lo. Além disso, Annie é sonâmbula, e certa vez despertou de um episódio no momento em que ia atear fogo em seus filhos enquanto eles dormiam. Por fim, Annie acaba sendo possuída por Paimon, e passa a agir de forma demoníaca, até que corta a sua própria cabeça com um fio de aço.
Devido a este comportamento, é possível que Annie tivesse o mesmo transtorno dissociativo de identidade que sua mãe.
De acordo com o Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), os indivíduos que possuem este transtorno têm uma “ruptura da identidade caracterizada pela presença de dois ou mais estados de personalidades distintos, descrita em algumas culturas como uma experiência de possessão“. Essas pessoas possuem alterações concernentes ao afeto e ao comportamento, como a forma que Annie tratava Peter. Não raro, os indivíduos portadores deste transtorno têm lapsos de amnésia e transtornos do sono, como o sonambulismo de Annie e o episódio em que ela se esqueceu que havia colocado querosene em seus filhos.
Já sobre a experiência de possessão, o DSM-5 explica que no transtorno dissociativo de identidade ela se manifesta “como comportamentos que surgem como se um ‘espírito’, um ser sobrenatural ou uma entidade externa tivesse assumido o controle, de tal forma que o indivíduo começa a falar e agir de maneira claramente diferente, (…) a pessoa pode ser ‘possuída’ por um demônio ou divindade, resultando em uma alteração profunda, e exigindo que a própria pessoa ou um familiar seu seja punido por uma ação do passado“. Mera coincidência?
Annie poderia ter também episódios de fuga dissociativa. Apesar de não necessariamente ser sintoma de algum transtorno mental, a fuga dissociativa também está associada ao TDI ou a um estado de trauma prolongado (como o luto de Annie pela morte da mãe e de Charlie). Os indivíduos nessa condição sofrem de amnésia temporária, podendo esquecer desde seu nome ou onde vivem ou até mesmo sua personalidade e memórias.
Steve, o marido de Annie, em uma conversa telefônica dá a entender que não era a primeira vez que Annie tinha episódios de TDI. Por ser um psicólogo, ele identificou os sinais de um surto em Annie e conversou com seu médico que ela havia voltado a apresentar um comportamento prejudicial e destrutivo, não sabendo mais como agir para freá-la.
A própria profissão de Steve reflete a tentativa do longa em equilibrar os distúrbios mentais que acometem sua família. Enquanto todos estão em surto, seja mental ou pela dor do luto, Steve se mantém como o porto seguro, aquele com que os demais sabem que podem contar.
Na metáfora do filme sobre transtornos mentais, possivelmente Peter também possuía algum tipo de distúrbio, já que no final viu o espírito decapitado de sua mãe flutuar até a casa na árvore, delirando também sobre a presença de idosos pelados idolatrando a cabeça de sua irmã.
Hereditário é um filme poderosamente assustador que demonstra que o terror real não reside no sobrenatural. A inevitabilidade do sofrimento, seja por transtornos mentais ou por traumas, é o verdadeiro Paimon do filme – e da vida.
Fonte: Boo Mesquita do site FarofaGeek
http://farofageek.com.br/filmes/hereditario-luto-trauma-o-que-aconteceu-no-final-explicacao/
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraMidsommar é um daqueles filmes que já vem com um objetivo claro: desgraçar a sua cabeça. Este terror rural e psicológico é cheio de pistas, mensagens ocultas e possibilidade de diferentes interpretações. Neste post explica-se um pouco sobre cada uma delas:
Mas afinal, qual a explicação do filme Midsommar?
O roteirista e diretor Ari Aster declarou que a ideia é ser um “folk horror”, ou seja, uma daquelas histórias em que um grupo de pessoas de fora entra para uma comunidade e algumas começam a desaparecer misteriosamente. Para uma análise bem superficial podemos nos contentar com isso, mas há muito mais por trás de tanto desgraçamento.
Uma das interpretações possíveis é de que se trata de uma fábula em que a princesa é Dani. Tudo começa com uma tragédia familiar – na linha de Cinderela e Branca de Neve – para que ela passe por provações pessoais e no final seja coroada rainha. É também uma história de transição, de uma Dani que vivia no inverno (estação de quando a família morreu), na depressão e em um relacionamento tóxico, para uma Dani que vai para o verão em uma terra onde o Sol permanece brilhando durante todo o dia e ela encontra uma nova família.
Pode reparar: Dani começa o filme totalmente sozinha – isolada da família e com um boy lixo que oferece zero apoio para ela. No final ela é coroada rainha em uma comunidade que não apenas a acolhe, mas que compartilha suas dores por completo – prova disso é a cena de todas as mulheres chorando junto com ela. Tem a ver também com a jornada emocional da personagem, que no começo engole o seu luto, sempre indo soluçar em banheiros, longe do grupo, e no final coloca toda a dor pra fora em um choro tão desesperado que parece ser um expurgo de tudo o que ela passou até aqui. Se você estiver passando por uma bad, chora junto que ajuda. Como diria Marília Mendonça: “ninguém vai sofrer sozinho, todo mundo vai sofrer”.
Nestes termos, podemos dizer que o filme é sobre libertação, sobre se livrar de um relacionamento codependente e encontrar o seu verdadeiro lugar no mundo. No entanto, uma visão um pouco mais pessimista irá interpretar que ela apenas saiu de um relacionamento codependente para entrar em outro: o da comunidade de Harga, que pode ser bem sufocante quando quer.
O significado das simbologias
O significado das simbologias de Harga
Ari Aster contou com a ajuda de especialistas para formular a comunidade de Harga, então, muitos dos rituais (por mais absurdos que sejam) são reais de alguma forma. A primeira coisa que precisamos entender sobre as pessoas que vivem lá é que o conceito e família deles é a própria comunidade: crianças são criadas por todo mundo e a procriação é vista como algo ordenado, pelo bem da sobrevivência do grupo. Tudo é feito pelo bem comum, inclusive sacrifícios, seguindo o ciclo que eles acreditam.
Pelle explica aos estrangeiros algo essencial para entender Harga: o ciclo da vida dividido em 4 estações do ano: a infância é a primavera (do nascimento aos 18 anos), o verão (dos 18 aos 36 anos) serve para que as pessoas viajem em peregrinação pelo mundo, no outono (36 a 54) elas retornam para trabalhar na comunidade e o inverno (54 a 72 anos) é quando elas lideram a aldeia como anciões. A pergunta do que acontece após os 72 é respondida verbalmente e logo em seguida na prática, com o sacrifício de dois anciões que já cumpriram seu propósito na Terra. Isso explica porque as únicas pessoas na faixa dos 20 e poucos são os visitantes.
Pode reparar que muita coisa em Harga funciona em torno do número 9. O grande banquete é realizado a cada 90 anos e dura 9 dias. Todas as idades das estações do ano são múltiplos de 9, cuja soma dos algarismos também é 9. O significado vem de Odin, principal deus da Mitologia Nórdica, que ficou pendurado de cabeça para baixo durante 9 dias na Árvore do Mundo, para que ele trouxesse sabedoria para o mundo por meio da língua das runas. Aliás, runas são observadas por toda a parte na comunidade.
Em termos de reprodução o filme também explica como funcionam as regras em Harga: para evitar incesto, pessoas de fora podem ser aceitas para fins reprodutivos. No entanto, o filme mostra que as únicas pessoas de fora que são aceitas para isso são as brancas, com traços que lembrem o do povo nórdico. O próprio grupo de amigos brinca com isso quando tenta justificar a beleza das suecas, explicando que isso acontece porque os vikings sequestraram as mulheres mais bonitas de fora para povoarem suas terras. Aparentemente o povo de Harga segue isso com o que considera beleza. Pessoas de fora que não sigam este padrão, são atraídas somente para fins de sacrifício, como é o caso de Connie (Ellora Torchia) e Josh (William Jackson Harper).
Incestos também podem ser bem recebidos, desde que cumpram um propósito. Todas as gerações em Harga possuem um oráculo que, segundo eles, precisa estar ligado a um outro plano para servir à comunidade. O outro plano que eles se referem é algum tipo de deficiência mental, conseguida através de relações incestuosas. Ou seja, quando um oráculo morre ele precisa ser “substituído” por outro.
As pistas estão por toda a parte
Midsommar faz questão que você consiga entender todas as suas sutilezas, basta estar atento. A pintura que aparece na abertura, por exemplo, conta toda a história do filme, inclusive indicando Pelle como a grande mente por trás de todos os acontecimentos e o desfecho dos personagens. Os pôsteres no apartamento de Dani também dão algumas pistas, com referências ao ciclo lunar e a um urso, que tem um papel importante no sacrifício final. Em Harga também é possível observar algumas imagens com pistas, como o varal que mostrava todo o ritual que Maja (Isabelle Grill) segue para o acasalamento com Christian, além das pinturas no dormitório acima das camas dos personagens, com pistas de seus desfechos.
Se pararmos para analisar os nomes dos personagens também podemos pescar algumas pistas e até mesmo interpretar o filme como um sacrifício do próprio cristianismo. Com exceção de Connie, todos os personagens possuem nomes com origens hebraicas e de personagens bíblicos. Olha só:
Dani: vem de Daniel, um profeta cuja fé permitiu que ele saísse ileso de um covil cheio de leões famintos. Soa familiar com o destino da personagem? Além disso, o sobrenome dela é Ardor, um substantivo que significa um intenso estado de transição.
Christian: este aqui é o mais fácil de todos. O nome é o próprio cristianismo e significa seguidor de Cristo. Mas em vez de ser uma alusão positiva a Cristo, Christian representa tudo o que o cristianismo pode ter de ruim: ele é negligente com a namorada, não a trata bem e tampouco termina com ela, não banca as próprias escolhas e ainda copia o projeto de pesquisa de seu colega.
Mark: o “tolo”, como se mostra ao longo do filme, também tem seu nome nas páginas da Bíblia. Apesar de Mark vir do deus romano Marte, da guerra, a referência aqui provavelmente vem do primo de Barnabé que saiu em peregrinação com ele, mas que desistiu pela falta de maturidade espiritual. Não coincidentemente Mark é o mais imaturo do grupo e com zero interesse e respeito pelos costumes do local.
Josh: vindo de Joshua (ou Josué em português), o nome é uma alusão ao sucessor de Moisés, que levou as crianças de Israel à Terra Prometida. Vale lembrar que é o projeto de pesquisa dele um dos principais motivos para a viagem do grupo.
Simon: na Bíblia, Simão é o homem da multidão que é designado a carregar a cruz de Jesus quando ele não conseguia mais. Simon é o primeiro personagem a desaparecer misteriosamente em Harga.
Qual o significado do final de Midsommar?
Se por um lado o filme explica vários de seus rituais estranhos, dando bastante sentido à história, o final ainda pode ser recebido com bastante confusão, principalmente com a decisão e reação de Dani ao final.
O ritual da escolha da Rainha de Maio e o sacrifício final são explicados no próprio filme, listando inclusive os motivos de todos os sacrifícios e deixando claro que os estrangeiros só estavam ali para cumprir um papel: quatro deles para puro sacrifício. Dani foi encorajada por Pelle justamente por ele acreditar que ela poderia se tornar Rainha de Maio, poupando-o do sacrifício. Christian só foi para fins reprodutivos e, ao fim, para o próprio sacrifício.
Com o último sacrifício sendo escolhido pela Rainha de Maio, Pelle provavelmente já tinha vislumbrado que não seria muito difícil fazer Dani escolher o namorado. A relação deles nunca foi boa para ela, fato reforçado por Pelle em determinado momento, sem contar que a comunidade fez de tudo para afastar o casal e dar ainda mais motivos para que Dani tivesse raiva de Christian – inclusive permitindo que ela assistisse ao ritual de acasalamento.
Segundo as pessoas e Harga o ritual do sacrifício serve para livrar a comunidade de tudo o que há de ruim. Não precisa pensar muito para saber quem era a representação disso ali: Christian não só era um péssimo namorado, que nem lembrava do aniversário da namorada e do tempo de namoro dos dois (4 anos), como também era um péssimo amigo, que chegou até a copiar o projeto de pesquisa de Josh – e ainda se sentindo no direito de ficar ofendido e na defensiva em relação à reação do colega. Um cara destes tem que morrer, não?
A reação das pessoas que veem o templo amarelo arder em chamas com os sacrifícios ali dentro não são apenas uma resposta à dor que dois dos sacrifícios da própria comunidade estão sentindo no momento. Se a gente observar bem, a linguagem corporal deles lembra bastante uma cena de exorcismo, como se estivessem expurgando todo o mal de dentro deles.
Levando em consideração o comportamento de Christian e todas as manipulações do povo de Harga, não é difícil entender por que Dani o escolhe para o sacrifício. A risada que ela dá no final pode ser justificada tanto pelos alucinógenos que ela tomou como no reconhecimento do encerramento de um ciclo tóxico na vida dela. Agora Dani é venerada pelas pessoas de Harga e graças a ela o mal está sendo expurgado.
Fonte: Luciana Kuhl - Se quiserem ver na íntegra a crítica, é do site zinema.com.br
https://zinema.com.br/explicacao-do-filme-midsommar/